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Bacillariophyceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaBacillariophyceae sensu stricto
bacilariófitas
Colónias filamentosas de Pseudo-nitzschia.
Colónias filamentosas de Pseudo-nitzschia.
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Chromalveolata
Sub-reino: Harosa (Supergrupo SAR)
ex-Heterokontophyta
Superfilo: Heterokonta
Filo: Ochrophyta
Subfilo: Khakista
Classe: Bacillariophyta
ex-Diatomophyceae
Haeckel, 1878[1][2]
(sem classif.) Pennales
Subclasses e ordens
Sinónimos

Bacillariophyceae sensu stricto (ou Diatomophyceae sensu stricto) é uma classe de microalgas unicelulares planctónicas, com comprimentos que variam de três micrómetros a um milímetro, de água doce ou salgada, pertencentes ao grupo das diatomáceas.

Os membros do agrupamento taxonómico Bacillariophyceae são microorganismos unicelulares heterocontes de vida livre, fotossintéticos, em geral solitários, mas que podem ocorrer reunidos em colónias que formam filamentos revestidos por uma capa mucilagenosa.

A membrana celular é de pectina impregnada de sílica e dividida em duas porções: a epiteca, que se encaixa por cima, e a hipoteca, que fica por baixo. A célula contém de 2 a muitos cromatóforos de cor marrom dourada. Nestes plastos aparece clorofila a e c, betacaroteno e várias xantofilas - principalmente fucoxantina e diatoxantina. A substância de reserva é óleo, leucosina e volutina. A reprodução assexuada é por simples divisão celular, recebendo cada célula filha, como herança, uma epiteca ou uma hipoteca, refazendo depois a outra metade.

A reprodução sexuada é isogâmica ou heterogâmica com gametas capazes de se deslocar com movimentos ameboides. Pode ocorrer também reprodução oogâmica com formação de anterozóides e oosferas. O zigoto formado cresce bastante, tornando-se um auxósporo antes de iniciar a produção da nova membrana. A autogamia é relativamente rara, mas ocorre em certos gêneros. Pode ocorrer também, em alguns gêneros, a formação de estatósporos ou estomatocistos, que são estruturas silicosas internas, globosas, ocas, dotadas de uma única abertura com o exterior e que permitem que a célula entre num estado de repouso (cisto).[3]

As diatomáceas são microorganismos diplóides, ocorrendo a redução cromática na formação dos gametas; são portanto seres haplobiontes diplontes. A porção silicosa das membranas das diatomáceas é praticamente indestrutível porque, uma vez produzida, passa por herança às células filhas. Ao ocorrer a morte desses microrganismos, essas carapaças sedimentam no fundo, constituindo um tipo especial de rocha chamado diatomito (Kieselguhr), formado essencialmente por epitecas e hipotecas vazias de diatomáceas. Entre várias outras utilidades, o diatomito é empregado na a fabricação da dinamite;[4] isto porque, sendo uma rocha muito porosa, absorve a nitroglicerina explosiva, mantendo-a armazenada dentro dessas carapaças fósseis. Existem depósitos de diatomito com centenas de metros de espessura e muitos quilômetros de extensão. No Brasil, tais depósitos aparecem na região nordeste.

  • Locomoção:
    • As formas unicelulares podem ser móveis ou imóveis;
    • Nas formas móveis o movimento é dado por correntes citoplasmáticas ou por batimentos de flagelos;
    • Nas formas imóveis aparecem formas coloniais, formas filamentosas ramificadas ou não.
  • Reserva de energia:
    • Óleo;
    • Leucosina;
    • Volutina.
    • Não há formação de amido
  • Estrutura:
  • Nos gêneros filamentosos, a membrana celular é formada por duas metades que se recobrem de pectina impregnada de sílica.
  • Reprodução:
    • A reprodução assexuada ocorre por simples divisão, formação de zoósporos ou aplanósporos e um esporo especial com a membrana impregnada de sílica ou estatósporo;
    • A reprodução sexuada é em geral isogâmica podendo ocorrer entretanto anisogamia e também, mais raramente, a oogamia;
    • Em certos casos desenvolve-se um tipo especial de zoósporo multiflagelado chamado cenozoósporo.
  • Os gametas zoósporos são biflagelados, e estes flagelos podem ser de diversos tamanhos e tipos de organização:
    • Flagelo curto, tipo chicote;
    • Flagelo longo, tipo de filamento axial com uma dupla de fileiras de cílios muitos delicados.
  • Ecologia:

São, na grande maioria, microrganismos de vida livre, podendo aparecer em formas coloniais, formas filamentosas ramificados ou não. São predominantemente aquáticos marinhos ou dulcícolas.

Taxonomia e sistemática

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Subclasse 1. Centricae

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Nesta subclasse, os microorganismos apresentam simetria radial, possuem vários cromatóforos e se reproduzem por autogamia. Pode ocorrer também conjugação entre um indivíduo e outro. A membrana não possui rafe e são todas imóveis. A maioria das formas é planctônica, ocorrendo tanto em água doce como no mar, sendo um dos principais componentes do fitoplâncton. São reconhecidas três ordens com nove famílias. Gêneros frequentes são: Coscinodiscus no plâncton, Melosira vive sobre algas, é uma epífita, Rhizosolenia ocorre no plâncton, Chaetoceros aparecem como filamentos planctônicos, Biddulphia planctônicas e epífitas, Triceratium ocorre no plâncton.

Subclasse 2. Pennatae

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Nesta subclasse são reconhecidas quatro ordens com nove famílias. Os gêneros mais frequentes são: Tabellaria , Licmophora, Diatoma, Synedra, Pinnularia, Navicula, Amphora, Nitzschia, Surirella. São micro-organismos que apresentam simetria bilateral, podendo a carapaça apresentar rafe (sulco longitudinal no centro de cada valva); são dotados de movimentos. Em geral ocorrem apenas dois plastos em cada célula. A reprodução sexuada, em geral é isogâmica ocorrendo conjugação. Existem formas planctônicas pelágicas, como também formas fixas no benton, e nestes casos formam grandes aglomerações que parecem colônias. Existem algumas em água doce mas a maioria são importantes elementos do fitoplâncton marinho.

A base de dados taxonómicos AlgaeBase aponta as seguintes subclasses, ordens e famílias:

  1. Haeckel, E. (1878). Das Protistenreich. Eine populäre uebersicht über das Formengebiet der niedersten Lebewesen. Mit einem wissenschaftlichen Anhange: System der Protisten. pp. 1-104, 58 figs. Leipzig: Ernst Günther's Verlag.
  2. AlgaeBase: Bacillariophyceae.
  3. Sexta Selvagem: Dinóbrio-divergente. Por Piter Kehoma Boll. Natureza Terráquea.
  4. Os Muitos Usos do Diatomito. Portal CPRM
  • F. Oltmanns, Morphologie und Biologie der Algen, 2ª ed., vol. I, 1922;
  • F.E. Fritsch, The structure and reproduction of the algae, vol.I, 1935;
  • F.E. Fritsch, "Crysophyta" in G.M. Smith, Manual of phycology, 1951;
  • Botânica: Introdução à taxonomia vegetal por A.B.Joly, 3ª Edição, São Paulo, Editora Nacional, 1976.

Ligações externas

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