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Biblioteca de Pérgamo

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Biblioteca de Pérgamo
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Tipo
Localização
Localização
Coordenadas
Mapa
Mapa simplificado das ruínas da cidade indicando a localização da Biblioteca de Pérgamo próxima ao Templo de Atena.

A Biblioteca de Pérgamo, localizada no que é hoje a Turquia, foi uma das mais importantes bibliotecas do mundo antigo e um dos maiores centros da cultura helenística grega. Na antiguidade era a segunda em importância depois da Biblioteca de Alexandria. Ambas competiram [1] [2], durante um certo período de tempo, tanto em qualidade, quanto em número de volumes. A biblioteca reuniu um numeroso grupo de eruditos e literatos, encarregando-os da realização de estudos linguísticos e literários [3] [2] que, tinha por objetivo competir com a Biblioteca de Alexandria [4] [2]. O pouco que se conhece sobre essa biblioteca é creditado ao naturalista romano Plínio, o Velho em sua célebre História Natural.

A cidade de Pérgamo

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Fundada na época helenística, Pérgamo foi uma importante cidade da antiga Grécia, localizada na Anatólia, onde agora está localizada a moderna cidade turca de Bergama. Governada pela Dinastia Atálida, a cidade ganhou destaque como um centro administrativo que veio a formar uma aliança com a República Romana, cortando laços com os gregos.

Após estabelecer uma política de paz com Roma, já no século III a.C., desenvolveu um clima favorável à cultura, especialmente com a figura do rei Átalo I, que chamou a sua corte eruditos e artistas, e era ele mesmo um escritor. Os reis de Pérgamo eram grandes colecionadores de arte e, acima de tudo, bibliófilos que tinham uma grande preocupação com a cultura (como os Ptolomeus no Antigo Egito). Eles estavam interessados ​​em converter sua capital, Pérgamo, em uma cidade culturalmente rica como a cidade de Atenas na época de Péricles.

A Biblioteca de Pérgamo, foi fundada por Átalo I e continuada por seu filho, construída por Eumenes II, um rei erudito e bibliófilo [2], Pérgamo tornou-se uma cidade rica e desenvolvida, com uma população estimada em mais de 200 000 habitantes. Culturalmente era rivalizada somente pelas cidades de Alexandria e Antioquia. Muitas obras importantes da escultura e da arquitetura foram produzidas nessa época, incluindo o célebre Altar de Pérgamo. Após a morte de Átalo III, filho de Eumenes II, em 133 a.C., Pérgamo passou ao domínio da República Romana. Após a queda de Constantinopla, Pérgamo se tornou parte do Império Otomano.

Pérgamo também foi uma importante cidade no Novo Testamento e foi mencionado por apóstolo João como uma das Sete Igrejas do Apocalipse. As ruínas de Pérgamo e sua biblioteca são agora os principais sítios arqueológicos da Turquia.

A Biblioteca de Pérgamo

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Em Pérgamo havia uma biblioteca que se afirmava abrigar aproximadamente 200 000 volumes, segundo os escritos de Plutarco. Construída por Eumenes II e situada no extremo norte de sua acrópole, que se tornou uma das mais importantes bibliotecas antigas. Diz a lenda que Marco Antônio deu a Cleópatra como um presente de casamento todos os 200 000 volumes de Pérgamo para o acervo da Biblioteca de Alexandria, esvaziando as prateleiras da Biblioteca de Pérgamo.

Se a biblioteca não alcançou a reputação intelectual de Alexandria, teve uma grande significação histórica, sendo a responsável por inventar o pergaminho (Charta Pergamenum), que por ser reciclável e resistente, viria a ser o suporte preferido para a escrita durante os mil anos seguintes [5] [2].

Devido ao saque feito por Marco Antônio, em 40 a.C, a biblioteca desapareceu [5] [3] [2]. Uma história não comprovada sugere que Marco Antônio presenteou Cleópatra com o acervo da Biblioteca de Pérgamo como presente de casamento, possivelmente como uma pequena recompensa pelo incêndio parcial da Biblioteca de Alexandria, atribuído a Júlio César [1].

A cidade de Pérgamo deu origem ao pergaminho, um suporte de escrita feito de pele animal, usado até o final da Idade Média. Fabricado com pele de cabra, cordeiro ou ovelha, passava por um processo de limpeza e tratamento [1]. A teoria de que sua criação foi uma resposta às sanções do Egito, que proibiu a venda de papiros para Pérgamo, carece de comprovação.

Acredita-se que nesta biblioteca foram guardados os manuscritos de filósofo Aristóteles [1] como um grande tesouro durante mais um século sem edições ou novas publicações. Somente depois que chegaram a Roma e devido principalmente ao empenho do político e escritor Cícero passou-se a editá-los e torná-los conhecidos, não só aos estudiosos, mas ao público em geral.

Na atualidade não existe nenhum índice ou catálogo das obras constantes na Biblioteca de Pérgamo, o que torna impossível conhecer a verdadeira dimensão ou extensão desta coleção.

Estima-se que o acervo da Biblioteca de Pérgamo ultrapassasse os 200 mil volumes, incluindo os manuscritos de Aristóteles. O espaço da biblioteca era composto por quatro salas, sendo uma principal de 16m x 14m, adornada com bustos e uma estátua Atena, a deusa grega da sabedoria, possivelmente usada para leitura, conferências e reuniões, enquanto as outras três salas eram de menor dimensão, provavelmente utilizadas como depósitos de obras [1]. A biblioteca possuía uma sala de leitura principal, onde havia muitas prateleiras. Um espaço vazio existia a parede exterior e as prateleiras para permitir a circulação de ar. Assim era possível evitar que o interior da biblioteca se tornasse excessivamente úmido em razão do clima quente de Anatólia, tendo como objetivo a preservação dos manuscritos da biblioteca. As obras eram escritas em rolos de pergaminho e então estes armazenados em prateleiras.

A origem do pergaminho

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À cidade de Pérgamo é creditada a origem do pergaminho. Antes da invenção do pergaminho, os manuscritos eram transcritos em rolos de papiros que eram produzidos em Alexandria. Quando os Ptolomeus se recusaram a exportar mais papiros para Pérgamo, o rei Eumenes II ordenou que fosse encontrado um outro material que o substituísse na confecção dos manuscritos, o que levou à produção do pergaminho, que é feito de uma folha fina de pele de ovelha ou de cabra. O uso do pergaminho reduziu a dependência dos gregos e romanos em relação aos papiros egípcios e permitiu um aumento na disseminação do conhecimento em toda a Europa e Ásia. A introdução do pergaminho também ampliou a importância cultural da Biblioteca de Pérgamo no mundo antigo.[1]

  1. a b c d e f MEDEIROS, Ana Lígia (2019). «As bibliotecas na Antiguidade». Memória e Informação. 3 (2): p. 69-85 
  2. a b c d e f SANTOS, Josiel Machado (2012). «O processo evolutivo das bibliotecas da Antiguidade ao Renascimento». Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação. 8 (2): p. 175-189 
  3. a b PEREZ- RIOJA, José Antônio (1952). El libro y la biblioteca. Barcelona: Salvat 
  4. MARTINS, Wilson (2002). A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed. São Paulo: Ática 
  5. a b BATTLES, Mathew (2003). A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta 








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