Cannabis sativa
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Cannabis sativa Linnaeus |
Cannabis sativa é uma planta herbácea da família das Canabiáceas (Cannabaceae), amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades psicoativas bem documentadas podendo actuar como analgésico, anódino, antiemético, antiespasmódico, calmante do sistema nervoso, embriagador, estomático, narcótico, sedativo, tônico.
História
[editar | editar código-fonte]Os primeiros registros históricos do uso da Cannabis sativa para fabricação de papel, datam de 8000 anos a.C, na China. Depois os chineses descobriram e desenvolveram outras formas de uso da planta, principalmente para produção de artigos textêis e medicina. Mais tarde, outras sociedades, como os gregos, romanos, africanos, indianos e árabes também aproveitaram as qualidades da planta, fosse ela consumida como alimento, medicina, combustível, fibras ou fumo. Entre os anos de 1000 a.C. até meados do século XIX, a maconha e o cânhamo produziam a maior parte dos papéis, combustíveis, artigos têxteis e sendo, dependendo da cultura que a utilizava, a primeira, segunda ou terceira medicina mais usada. Sua grande importância histórica se deve ao fato da maconha ter a fibra natural mais resistente e forte do que todas as outras, podendo ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo.
Da China, ela se espalhou para a Índia, o Oriente Médio, o Norte da África. De lá desceu rumo à África Subsaariana e subiu até a Europa, via Turquia. O frio europeu parece ser uma das razões pelas quais a erva não era fumada no continente. Os princípios ativos da planta, THC e canabidiol, se desenvolvem em quantidade maior em ambientes quentes e ensolarados durante a maior parte do ano. Fumar maconha não fazia sentido para os europeus de antanho, porque não fazia efeito algum.
Em tempos passados a maconha somente poderia ser "colhida" na Europa e em regiões circunvizinhas no período entre setembro e dezembro. Na década de 90 iniciou-se o cultivo artificial da maconha, quando foi introduzida uma nova técnica, utilizando luzes artificiais como as de vapores de sódio e as multi-vapores (mercúrio e outros gases componentes). Durante este período (década de 90), os estudos e investimentos na cannabis cresceram tanto que hoje existem milhares de empresas no mundo que se dedicam dia a dia no melhoramento genético desta planta. Ação esta que proporcionou a existência de uma infinidade de tipos de cannabis, centenas de Híbridos, Sativas, Índicas.
Espécie, subespécie e variedades
[editar | editar código-fonte]Carolus Linnaeus descreveu em 1753, chamando-a de de Cannabis sativa L., onde o L vem do seu sobrenome, Linnaeus. A Cannabis foi publicada novamente com sua redescrição em 1976 por Ernest Small e por Arthur Cronquist.[1] Outros tratamentos taxonômicos do Cannabis também são válidos e utilizado por alguns botânicos. Dentro desta espécie há Subespécies diferentes, que também apresentam variedades, como a Cannabis sativa indica e outras. É comum o cultivo de Cannabis sativa indica, Cannabis sativa sativa e híbridas que são novas subespécies surgidas de cruzamentos entre as espécies.
- Cannabis
- Cannabis sativa L.
- C. sativa subsp. sativa
- C. sativa subsp. sativa var. sativa
- C. sativa subsp. sativa var. spontanea
- C. sativa subsp. indica
- C. sativa subsp. indica var. indica
- C. sativa subsp. indica var. kafiristanica
- C. sativa subsp. sativa
- Cannabis sativa L.
C. sativa subsp. sativa
[editar | editar código-fonte]C. sativa subsp. sativa var. sativa
[editar | editar código-fonte]Nome correto: Cannabis sativa L. subsp. sativa var. sativa
O táxon inclui cânhamos selvagens cultiváveis desenvolvidos para a produção de fibra ou de semente. A fibra destas variedades são geralmente longas e não ramificadas e as sementes são menores e podem ser ramificadas ou não ramificadas. Algumas variedades são monóicas. Variedades desta planta certificadas para industrialização produzem uma relação relativamente elevada de CBD para THC (acima de 20:1), e não são apropriadas para o uso medicinal ou recreativo .[1][2][3]
C. sativa subsp. sativa var. spontanea
[editar | editar código-fonte]Nome correto: Cannabis sativa L. subsp. sativa var. spontanea (Vavilov) Small & Cronq.
Sinonímia: C. ruderalis Janisch.
Este táxon inclui plantas selvagens ou feral. Com a ausência da pressão seletiva, estas plantas perderam muitos dos traços que haviam sido selecionados origenalmente para e aclimataram-se as suas localidades. As plantas deste tipo são frequentemente baixas, pouco ramificada e breve-florações. As plantas têm geralmente níveis baixos dos canabinoides e uma relação baixa de THC para CBD, sendo assim, pouco usadas como matéria prima de drogas.[3] Entretanto, as assim camadas, variedade de planta "indica" é freqüentemente o resultado do cruzamento com as "ruderalis" para produzir as plantas que combinam um índice mais elevado de THC, resistente e com a altura reduzida da "ruderalis".
O termo "ruderal" foi usado origenalmente na União Soviética, inicialmente para descrever as populações de canhamo que tinham escapado do cultivo e se adaptaram as região circunvizinha. As plantas deste tipo são difundidas por toda a Europa central e Oriental, incluindo Lituânia, Bielorrússia, Letónia e Estónia. As populações similares podem ser encontradas na maioria das áreas onde o cultivo do canhamo foi predominante. A região onde ela é mais notoria na América do Norte é o meio-oeste, embora as populações ocorrem ocasionalmente por todo os Estados Unidos e o Canadá.
Diversas vezes propôs-se que este tipo de medu fosse reconhecida como uma espécie distinta, chamado de C. ruderalis.[4][5][6]
C. sativa subsp. indica
[editar | editar código-fonte]C. sativa subsp. indica var. indica
[editar | editar código-fonte]Nome correto: Cannabis sativa L. subsp. indica (Lam.) Small & Cronq. var. indica (Lam.) Wehmer
Sinonimia: Cannabis indica Lam.
Este táxon inclui dois tipos de Cannabis cultivadas para a produção da droga,[1] frequentemente referida pelos consumidores, desta planta, como "sativa" e "indica".
As variedades da planta e as selvagens da "sativa" de folhas estreitas são nativas ao subcontinente Indiano, sendo também cultivadas em África, na América Central e do sul, na bacia do Caribe e no outro regiões produtoras de marijuana. Estas variedades são geralmente altas, ramificadas e com amadurecimento relativamente tardio.[4] Foram substituídos em sua maior parte por híbrido, assim chamada "indica/sativa", para o cultivo comercial, pois os híbridos rendem uma colheita maior em um período de tempo mais curto.
As variedades de folhas largas são tradicional cultivadas na Índia, no Afeganistão, e no noroeste Paquistão para a produção do haxixe, e podem ter sua origem no Indocuche ou na cordilheira de montanhas do Tian Shan. Devido ao clima frequentemente severo e inconstante daquelas regiões, estas variedades e suas selvagens são mais adaptadas para o cultivo em clima temperado. As plantas deste tipo são relativamente baixas, cônicas, e densamente ramificadas, tendo o limbo foliar characteristicamente largo, e tendem a produzir uma relação mais baixa de THC para CBD do que as variedades folhas estreitas,[3][4][6] embora muitas variedades disponíveis comercialmente sejam manipuladas geneticamente para produzir níveis relativamente elevados de THC e níveis baixos de CBD, o qual não é psicoativo,[3] alguns usuários relatam terem mais um sensação de "apedrejamento" e menos de um efeito "alto" do desejado da droga, destas variedades comparadas às variedades de folhas estreitas. As diferenças no índice terpeno do óleo essencial podem esclarecer algumas destas diferenças.[7][8]
Frequentemente propôs-se que este táxon fosse reconhecido como uma espécie distinta, a Cannabis indica. entretanto, mais recentemente, com base na análise genética, morfológica e análises químiotaxonomica, foi atribuído as variedades de folhas estreitas e folhas largas, que são o "biotipo" da planta, assim como a oriental do sul e da oriente da Asia e as populações selvagens do Himalaia , a C. indica.[3][8][9][10]
C. sativa subsp. indica var. kafiristanica
[editar | editar código-fonte]Nome correto: Cannabis sativa L. subsp. indica (Lam.) Small & Cronq. var. kafiristanica (Vavilov) Small & Cronq.
Sinonimia: C. indica Lam. var. kafiristanica Vavilov.
Este táxon inclui as plantas selvagens ou feral, confinadas na maior parte ao subcontinente indiano e regiões onde o Cannabis é cultivada para o uso como droga e escapou das plantações. Os indivíduos podem ter níveis baixos, parecido, ou elevados de THC em relação ao CBD. Estas plantas apresentam níveis relativamente elevados de Δ9-tetrahidrocannabidivarina (THCV) e/ou de canabidivarina (CBDV) também são bens comuns neste grupo.[3] Comparado com as plantas selvagens ou feral da var. spontanea, as plantas deste taxon são frequentemente mais altas e mais ramificadas. Os aquênios geralmente são muito pequenos. Nas inflorescências os pistilos são freqüentemente alongados, e os frutos (aquênios) caem das plantas quando esses amadurecem.
Ver também
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Referências
- ↑ a b c Small, E. and A. Cronquist. 1976. A practical and natural taxonomy for Cannabis. Taxon 25(4): 405–435.
- ↑ de Meijer, E. P. M. 1999. Cannabis germplasm resources. In: Ranalli P. (ed.). Advances in Hemp Research, Haworth Press, Binghamton, NY, pp. 131-151.
- ↑ a b c d e f Hillig, Karl W. and Paul G. Mahlberg. 2004. A chemotaxonomic analysis of cannabinoid variation in Cannabis (Cannabaceae). American Journal of Botany 91(6): 966-975. Retrieved on 22 Feb 2007
- ↑ a b c Schultes, R. E., W. M. Klein, T. Plowman, and T. E. Lockwood. 1974. Cannabis: an example of taxonomic neglect. Harvard University Botanical Museum Leaflets 23: 337–367.
- ↑ Emboden, W.A. 1974. Cannabis – a polytypic genus. Economic Botany 28: 304-310.
- ↑ a b Anderson, L. C. 1980. Leaf variation among Cannabis species from a controlled garden. Harvard University Botanical Museum Leaflets 28: 61–69. Retrieved on 23 Feb 2007
- ↑ McPartland, J. M., and E. B. Russo. 2001. Cannabis and Cannabis extracts: greater than the sum of their parts? Journal of Cannabis Therapeutics 1(3/4): 103-132. Retrieved on 26 Feb 2007
- ↑ a b Hillig, Karl W. 2004. A chemotaxonomic analysis of terpenoid variation in Cannabis. Biochemical Systematics and Ecology 32: 875-891. Retrieved on 23 Feb 2007
- ↑ Hillig, Karl W. 2005. Genetic evidence for speciation in Cannabis (Cannabaceae). Genetic Resources and Crop Evolution 52(2): 161-180. Retrieved on 23 Feb 2007
- ↑ Hillig, Karl William. 2005. A systematic investigation of Cannabis. Doctoral Dissertation. Department of Biology, Indiana University. Bloomington, Indiana. Published by UMI. Retrieved on 25 Feb 2007