Filipe Fidanza
Filipe Augusto Fidanza | |
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Nascimento | 4 de setembro de 1844[1] São José, Lisboa, Portugal |
Morte | 20 de janeiro de 1903 Oceano Atlântico |
Ocupação | fotógrafo, pintor |
Filipe Augusto Fidanza (São José, Lisboa, 4 de setembro de 1844[1] — Oceano Atlântico, 20 de janeiro de 1903) foi um fotógrafo português radicado no Brasil.[2] Considerado um dos mais importante fotógrafos no Norte brasileiro, principalmente em Belém entre os século XIX e século XX.[3]
Vida
[editar | editar código-fonte]Filho de Fernando Gabriel Fidanza e Maria de Jesus[4], era neto paterno do italiano Giulio Fidanza ("Júlio Baptista Fidanza" ou "Fidança"), nascido em Florença e emigrado a Portugal com seu pai Raimondo Fidanza ("Raimundo Fidanza" ou "Fidança"), ambos atores que participaram da cena teatral portuguesa junto com vários outros italianos no início do século XIX[5]. Seu bisavô, Raimondo Fidanza, foi também bailarino em várias representações operísticas na virada dos séculos XVIII e XIX como Ginevra di Scozia[6] e L' amore stravagante[7], tendo sido mais tarde já em Portugal empresário teatral na ilha da Madeira[8].
Não se conhece o momento exato em que Filipe Fidanza chega ao Brasil, mas em 1867 sabe-se que já estava estabelecido em Belém como fotógrafo, com o ateliê Fidanza & Companhia (ou Photografia Fidanza) localizado no Largo das Mercês.[4][9] Seu primeiro trabalho de destaque foi o registro dos preparativos para a visita de D. Pedro II a Belém em 1867, para anunciar oficialmente a liberação da navegação das nações amigas no Rio Amazonas em 1866.[4]
Fidanza esforçava-se para incorporar as técnicas mais modernas a sua arte, viajando à Europa (Lisboa, Londres, Paris) tomar contato com os avanços na fotografia e divulgar seu trabalho.[4]
Seu ateliê de retratos era concorrido, fotografou pessoas de várias classes sociais e étnicos, com cenários pintados ao fundo, caracterizando as personagens.[4] também adquiriu fama como paisagista, dedicando-se à documentação urbana. Registrando as transformações urbanísticas que sofreu Belém durante a fase áurea do Ciclo da Borracha.[3][4] Sendo um pioneiro em cartões-postais fotográficos no Brasil.[3]
A modernização de Belém e do Pará em finais do século XIX foi registrada nas coleções Álbum do Pará (1899) e Álbum de Belém (1902), encomendadas pelo governador e pelo intendente, respectivamente.[4] Sendo registradas as avenidas, praças e novas edificações, que mudava a aparência colonial para seguir os modernos modelos franceses de urbanização.[3]
Em 1902, o presidente do estado do Amazonas encomendou-lhe fotografias para compor o Álbum do Amazonas, que foi impresso em Paris sem a supervisão do fotógrafo, contendo assim várias imperfeições.[4] Gerando uma onda de comentários negativos sobre seu caráter ligados à produção do álbum, o que lhe causou grande desgosto.
Morte e legado
[editar | editar código-fonte]Fidanza suicidou-se jogando-se ao mar durante viagem a bordo do navio alemão Christiania em 20 de janeiro de 1903 entre a Europa e a América do Sul, possivelmente entre a ilha da Madeira e as Canárias[10].
Mesmo após sua morte, o estúdio Photografia Fidanza manteve o nome e continuou em funcionamento devido a fama. Com diferentes proprietários, a marca "Fidanza" foi utilizada até 1969, inclusive em cidades como Manaus e Recife.[4]
Encontra-se colaboração artística da sua autoria na revista Brasil-Portugal[11] (1899-1914)
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Paróquia de São José, Patriarcado de Lisboa (5 de outubro de 1844). «Assento de baptismo de Filipe Fidanza». Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ Nota: devido ao sobrenome de origem italiana é-lhe atribuída essa nacionalidade em alguns trabalhos, como em KOSSOY, Boris. Dicionário Histórico Fotográfico Brasileiro. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002, p. 139.
- ↑ a b c d Biografia de Felipe Augusto Fidanza na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
- ↑ a b c d e f g h i Maria de Nazaré Sarges e Rosa Cláudia Cerqueira Pereira. Photografia Fidanza: um foco sobre Belém (XIX/XX). Revista Estudos Amazônicos. vol. VI, nº 2 (2011), pp. 1-31.
- ↑ Teófilo Braga (1871). Historia do theatro portuguez: seculo XVIII. A Baixa comedia e a opera, Volume 3 in: Historia da Litteratura Portugueza. [S.l.: s.n.] 400 páginas
- ↑ [Ginevra di Scozia: Dramma eroico per musica de Johannes Simon Mayr]
- ↑ [L' amore stravagante commedia per musica de Florimondo Ermioneo]
- ↑ Maria da Paz Ferreira Rodrigues (2011). «As Artes Performativas no Funchal Oitocentista (1820-1913)» (PDF). Consultado em 15 de outubro de 2022
- ↑ Histórico de Felipe Augusto Fidanza na Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
- ↑ Andrea C. T. Wanderley. «O suicídio do fotógrafo Felipe Augusto Fidanza (c.1847 – 1903)». 2016-01-31. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014