Joaquim Norberto Xavier de Brito
Joaquim Norberto Xavier de Brito | |
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Dados pessoais | |
Nascimento | c. 1774 Lisboa |
Morte | 17 de Julho de 1843 Rio de Janeiro |
Alma mater | Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho |
Vida militar | |
País | Império do Brasil |
Força | Exército Imperial Brasileiro |
Hierarquia | Marechal de campo |
Assinatura |
Joaquim Norberto Xavier de Brito (Lisboa, c. 1774 — Rio de Janeiro, 17 de julho de 1843) foi um renomado militar luso-brasileiro que prestou importantes serviços para a Coroa de Portugal, sobretudo na defesa do Reino no contexto da Era Napoleônica e no Brasil após a Independência.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Atuação em Portugal
[editar | editar código-fonte]Iniciou sua carreira na Academia de Marinha, prosseguindo seus estudos na Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Durante esse período em que esteve matriculado na dita Academia, obteve ótimos resultados nos exames avaliativos, bem como assistiu aos exercícios práticos, o que certamente foi substancial para a sua formação. Em 1796 foi promovido ao posto de Tenente, sendo incorporado no ano seguinte ao Real Corpo de Engenheiros, onde serviu sob as ordens do Marechal Duque de Lafões.[1]
Fruto de seu bom desempenho, logo foi promovido a Capitão, em 1805, passando a servir no Arquivo Militar, onde galgou ao posto de Major. Em 1807 foi encarregado de elaborar a carta militar de uma parte da província de Estremadura. No ano seguinte foi nomeado para fortificar a Vila de Miranda do Corvo e organizar e dirigir os corpos de milícias e ordenanças necessários à guarnição da vila.[2]
Em 1809 foi encarregado temporariamente das fortificações e linhas de defesa de Lisboa. No final do mesmo ano foi posto a disposição do coronel Richard Fletcher, comandante dos engenheiros do Exército, ficando empregado na construção das linhas de defesa da Capital por ocasião da Primeira e Segunda invasão francesa, no contexto da Era Napoleônica.[3]
Atuação no Brasil
[editar | editar código-fonte]Quando promovido a Tenente-coronel em 1815, seguiu para o Brasil juntamente à Divisão de Voluntários Reais sob o comando Carlos Frederico Lecor. Ao Rio de Janeiro, chegou em março de 1816 e ficou encarregado do depósito da Armação. Foi promovido ao posto de Coronel por meio de uma carta régia e, em 1819, foi transferido para o corpo de engenheiros do exército brasileiro com o fim de servir na Ilha dos Açores. Chegando a essa localidade, foi encarregado da construção de fortalezas, o que deu conta em pouco tempo, retornando ao Rio de Janeiro logo no ano seguinte, donde seguiu para a Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul na função de inspetor de fronteiras.[4][3]
Em 14 de abril de 1821 foi nomeado comandante do Corpo de Engenheiros e diretor do Arquivo Militar, bem como compôs a Junta diretiva da Real Academia Militar do Rio de Janeiro.[5] Foi promovido a Brigadeiro em 1822 e mesmo após a declaração de Independência do Brasil, seguiu servindo no País. Em 31 de março de 1824 jurou a Constituição do Império do Brasil e efetivou-se no posto de Brigadeiro. Foi ainda promovido a Marechal de Campo em 1832 e designado para vogal do Conselho Supremo Militar.[6][7]
Em 1837 atingiu o auge de sua trajetória no seio da hierarquia militar, sendo promovido a efetividade do posto de Marechal de Campo. Poucos anos mais tarde, em agosto de 1842, transferido para a reserva devido a questões de saúde. No ano seguinte, face ao agravamento de sua enfermidade, veio a falecer em 17 de julho, sendo sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula ou no Convento de Santo Antônio, ambos localizados na cidade do Rio de Janeiro.[8][7]
Referências
- ↑ Silva 1906, p. 181.
- ↑ Silva 1906, pp. 181-182.
- ↑ a b Silva 1906, p. 182.
- ↑ Lago 1941, p. 79.
- ↑ Meirelles 2016, p. 192.
- ↑ Silva 1906, pp. 182-183.
- ↑ a b Tavares 2000, p. 177.
- ↑ Silva 1906, p. 183.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Lago, Laurênio (1941). Brigadeiros e generais de d. João VI e d. Pedro I no Brasil: dados biográficos, 1808-1831. Rio de Janeiro: Biblioteca Militar. pp. 78–79
- Meirelles, Juliana (2016). «O legado científico na sustentação do Império português: a Real Academia Militar do Rio de Janeiro». Rio de Janeiro. Revista Maracanan (15): 181-199
- Silva, Alfredo (1906). Os generaes do exército brazileiro de 1822 a 1889 : traços biográphicos. Rio de Janeiro: M. Orosco e Companhia. pp. 181–183
- Tavares, Aurélio (2000). A engenharia militar portuguesa na construção do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora. p. 177