Universidade Estácio de Sá
Universidade Estácio de Sá | |
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UNESA | |
Lema | Educar para transformar |
Fundação | 1970 (54 anos) |
Tipo de instituição | Privada |
Localização | Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil |
Reitor(a) | Prof. Flávio Murillo |
Presidente | Eduardo Parente |
Docentes | 8.000 |
Total de estudantes | 207.450[1] |
Graduação | 129.733[1] |
Pós-graduação | 77.717[1] |
Cores | Azul Verde Branco |
Página oficial | www.estacio.br |
Ranking RUF - 88º (2019) [2] |
A Universidade Estácio de Sá (UNESA) é uma Universidade privada brasileira fundada em 1970 no bairro de Rio Comprido, na Zona Central do Rio de Janeiro, como uma faculdade de Direito, e que hoje faz parte do grupo de universidades YDUQS. Possui 39 campi espalhados por todo o estado do Rio de Janeiro, sendo o Campus Tom Jobim o principal e responsável pela administração da universidade.
Por ser a maior universidade privada do Brasil, a empresa é conhecida pelo alto índice de reclamação e de insatisfação dos alunos. Entre as queixas estão cobranças indevidas, matrículas sem o consentimento do interessado e dificuldades para trancá-las. No site "Reclame Aqui", a reputação da empresa é "regular" e apresenta um total de 10.577 reclamações (número de agosto de 2022).[3]
História
[editar | editar código-fonte]Fundada em 1970 por João Uchôa Cavalcanti Netto, com a implantação do curso superior de Direito. Seu nome é em homenagem ao militar português fundador da cidade do Rio de Janeiro e primeiro governador-geral da capitania do Rio de Janeiro. Depois da Faculdade de Direito, o complexo educacional-empresarial Estácio de Sá não parou de crescer. Com efeito, foram criadas a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas(1971), a Faculdade de Comunicação Social (1972); a Faculdade de Turismo (1973), a Faculdade de Formação de Professores (1975), a Faculdade de Arqueologia e Museologia (1975), a Faculdade de Fonoaudiologia (1976), a Faculdade Politécnica (1981) e a Faculdade de Música (1983). Em 1986, a Estácio de Sá era, então, a única instituição no Brasil a oferecer o curso de Arqueologia, a primeira a criar, no Rio de Janeiro, o curso de Hotelaria e de Turismo, além de ser a única a ter um plano de curso de Relações Internacionais, com ênfase no Comércio Exterior.[4]
Durante a década de 1980, a Universidade Estácio de Sá (UNESA) dedicou-se à abertura de outros cursos de Ciências Humanas, tendo se convertido em universidade no ano de 1988.[5] Com isso, na década seguinte, cresceu ainda mais, abrindo cursos pouco tradicionais na área de Comunicação e Negócios; o que foi uma grande inovação na mercadologia do ensino superior no Estado do Rio de Janeiro e, posteriormente, em nível nacional. Nos anos 2000, expandiu-se rapidamente em cursos da área de Ciências Biomédicas.
Em 2019, a Universidade Estácio de Sá (que faz parte da marca Estácio), passou a ser administrada pelo do grupo YDUQS (uma holding de capital aberto com foco no ensino superior, fundada em 1970 no Rio de Janeiro, Brasil), Que desde 2018, passou a ser considerada como a segunda maior empresa de educação superior no Brasil em número total de alunos e no valor de mercado, atrás apenas da Kroton Educacional. A YDUQS possui 15 marcas de ensino em seu portfólio (Estácio, Ibmec, Damásio Educacional, Clio Damásio, SJT, UniFacid, Unifanor, UniFBV, UniRuy, Faculdade Martha Falcão, Unifavip, Unimetrocamp, Área 1, UniToledo, Facimp e Faci), e mais de 700 mil alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades presencial e educação à distância. Todas as instituições da marca Estácio possuem juntas 93 campi, divididos em uma universidade, 12 centros universitários e 35 faculdades, sendo 39 campi da Universidade Estácio de Sá, dos quais estão localizados no estado do Rio de Janeiro. No mesmo ano o grupo anunciou a aquisição do Centro Universitário Toledo (Unitoledo localizada em Araçatuba-SP) por 102,5 milhões, e as instituições Ibmec, a Wyden Educacional e a Damásio Educacional.[6][7]
Além do investimento em ensino, também administrou um time de futebol profissional, o Estácio de Sá Futebol Clube, entre 2004 e 2011.
Controvérsias
[editar | editar código-fonte]No site "Reclame Aqui", a reputação da empresa é "regular " e apresenta em 29 de agosto de 2022 um total de 10.577 reclamações.[3] Na cidade de São Paulo, local onde o grupo não representa segmento importante, é a 9ª empresa do segmento com maior número de reclamações.[8] No Maranhão, Procon tem atuado a partir de denúncias de práticas irregulares nas Faculdades dessa Instituição que, conforme nota emitida, está colaborando com as autoridades.[9]
Matrículas e cobranças indevidas
[editar | editar código-fonte]Em outubro 2019, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) multou a Estácio em 71 mil reais por cobrar indevidamente estudantes que, após terem passado no vestibular da instituição, desistiram de efetuar a matrícula, mas foram incluídos por funcionários da Estácio na lista de matriculados e, depois, na de inadimplentes, mesmo após tê-los informado sobre o cancelamento do débito.[10][11]
Ainda em 2013, a universidade foi condenada a pagar 10 mil reais a um aluno por ter colocado seu nome no SPC. O aluno, após ter pedido o trancamento da matrícula, recebeu novas cobranças. A universidade reconheceu o erro, mas mesmo assim o nome do aluno foi para a lista dos inadimplentes. A universidade emitiu uma nota de esclarecimento informando que "pretende interpor recurso para redução da indenização a título de dano moral, uma vez que tomou as medidas necessárias [...], tendo corrigido o processo de cobrança antes do trâmite judicial."[12]
Outras controvérsias
[editar | editar código-fonte]A Universidade Estácio de Sá foi pivô de polêmicas e denuncias publicados em jornais:
- Em março de 2001 uma passarela do novo campus Barra, desaba ferindo entre 30 e 45 pessoas que prestariam um concurso público no local. Após o acidente o concurso foi adiado. Posteriormente a prefeitura do Rio afirmou não ter autorizado a abertura do campus.[13][14]
- Em outubro de 2001, seu fundador, João Uchôa Cavalcanti Netto, concede uma entrevista polêmica ao jornal Folha Dirigida, onde afirma, entre outras coisas, que pesquisa é uma inutilidade pomposa, Na cúpula da Estácio quem tem mestrado e doutorado não entra. Isso é uma regra, Eu não me interessei pela educação e nem acho que eu seja uma pessoa muito interessada em educação. Eu sou interessado na Estácio de Sá, isso é que é importante.[15]
- Em dezembro de 2001, ficou conhecida nacionalmente após matéria do programa Fantástico denunciar a aprovação de um semianalfabeto para seu curso de Direto no vestibular 2002. O padeiro Severino da Silva, semianalfabeto, respondeu somente alternativas A e B em todas as questões da prova, além de não fazer a redação. O então diretor da Unesa, Marcelo Campos, atribuiu o desempenho de Silva a uma questão de sorte, já que o candidato havia escolhido cursar Direito no período vespertino em uma turma que contava com vinte vagas, porém somente 9 candidatos se inscreveram e assim Severino Silva se classificou em 9º lugar. Após o episódio, a realização da redação tornou-se obrigatória.[16]
- Em dezembro de 2017 a Instituição demitiu 1.200 professores, o que ensejou diversos debates jurídicos sobre a aplicabilidade da Reforma Trabalhista no Brasil em 2017 (Lei nº 13.467/2017), então recém publicada. Os sindicatos propuseram uma série de ações judiciais questionando as demissões.[17] Em seu comunicado, a empresa afirmou que pretende reestruturar seus quadros e manter a sustentabilidade financeira e os Tribunais decidiram manter as demissões.[18] Tais circunstâncias ensejaram debate importante sobre a política de financiamento público do ensino superior privado por fundo público - FIES.[19] O principal acionista controlador pessoa física do Grupo Estácio, empreendedor da área educacional, Chaim Zaher, já havia reduzido significativamente sua participação no grupo[20] e deu entrevista na qual critica as ações de demissão em massa.[21]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Bloomberg. «As 20 universidades que concentram mais alunos no Brasil». ruf.folha.uol.com.br
- ↑ Bloomberg. «Ranking RUF». ruf.folha.uol.com.br
- ↑ a b Reclame Aqui, Estácio (26 de junho de 2019). «Reputação da Empresa». Reclame Aqui. Consultado em 26 de junho de 2019
- ↑ «A maior universidade-empresa do Brasil: história e marketing» (PDF). IFCH - Unicamp. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Estácio Participações - Histórico e Perfil Corporativo». estácio Participações. Consultado em 17 de junho de 2009
- ↑ «Estácio muda nome da marca para Yduqs e "abre nova fase de crescimento"». Infomoney. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ «Estácio muda marca para Yduqs e cria duas unidades de negócios». Money Times. Consultado em 26 de maio de 2020
- ↑ G1, G1 (26 de junho de 2019). «Procon-SP divulga lista de 10 universidades com mais reclamações». G1. Consultado em 26 de junho de 2019
- ↑ G1, G1 (26 de setembro de 2019). «Procon denuncia ao MEC práticas irregulares de faculdades no Maranhão». G1. Consultado em 26 de setembro de 2019
- ↑ «Decon multa Faculdade Estácio por cobrança indevida a estudantes». Ministério Público do Estado do Ceará. 25 de outubro de 2019. Consultado em 9 de dezembro de 2020
- ↑ Povo, O. (28 de outubro de 2019). «Faculdade Estácio é multada após cobrar matrículas indevidamente». Ceara. Consultado em 9 de dezembro de 2020
- ↑ «Justiça condena faculdade a pagar R$ 10 mil de indenização para aluno inscrito indevidamente no SPC». Extra Online. Consultado em 9 de dezembro de 2020
- ↑ Passarela de faculdade desaba e deixa vários feridos no Rio Folha de S.Paulo - acessado em fevereiro de 2015
- ↑ Antônio Brasil "Univerçidade, fraudes e videotape", copyright Comunique-se Observatório da Imprensa - acessado m fevereiro de 2015
- ↑ «Entrevista polêmica: "pesquisa é uma inutilidade pomposa" - Fundador da Universidade ESTÁCIO de Sá, João Uchôa Cavalcanti Netto aborda COM FRANQUEZA temas polêmicos e diz que A ignorância pode ser uma opção que tem de ser respeitada». Folha Dirigida. Consultado em 11 de fevereiro de 2009
- ↑ «Faculdade do Rio aprova semianalfabeto». Folha de S.Paulo. Consultado em 11 de fevereiro de 2009
- ↑ Marchesan, Ricardo (19 de dezembro de 2017). «Demissão em massa, como na Estácio, é legal? Veja o que dizem as novas leis... - Veja mais em economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/12/19/reforma-trabalhista-demissoes-em-massa.htm?cmpid=copiaecola». UOL Economia. Consultado em 21 de julho de 2018
- ↑ «Justiça libera demissões de professores da Estácio em todo o país». UOL Economia. 18 de dezembro de 2017. Consultado em 20 de julho de 2018
- ↑ Amorim, Lucas (7 de dezembro de 2017). «O que as demissões da Estácio revelam sobre o setor». Exame. Consultado em 20 de agosto de 2018
- ↑ Cavalcanti, Glauce (17 de agosto de 2017). «Chaim Zaher reduz para 3,51% sua participação no grupo Estácio». G1. Consultado em 20 de agosto de 2018
- ↑ Cunha, Joana (11 de dezembro de 2018). «Corte de professores na Estácio afetou imagem das reformas, diz ex-acionista». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de julho de 2018