Papers by Mariza G S Peirano
Ilha Revista de Antropologia, 2004
A orientação de um aluno é parte fundamental do processo mais amplo de reprodução, continuidade e... more A orientação de um aluno é parte fundamental do processo mais amplo de reprodução, continuidade e expansão da antropologia. Somos todos elos de uma seqüência de gerações, e é por meio da relação que se desenvolve entre orientador e orientando que dois pesquisadores vivem uma relação estreita de cumplicidade teórica, inserindo o estudante em uma linhagem de antropólogos. Nesta comunicação explicito dimensões que considero centrais no métier do antropólogo e examino três aspectos específicos: (i) os critérios de orientação -para afirmar que não há como estabelecê-los; (ii) a característica fundante da orientação -para propor que este é o momento sui generis em que a teoria é vivida por duas gerações; e (iii) o papel da orientação nas carreiras intelectuais -para sugerir que, para o bem ou para o mal, uma relação que um dia foi de orientação nunca tem fim.
Anuário Antropológico, 1996
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Oct 1, 2006
Fordham University Press eBooks, Apr 6, 2018
Departamento de Antropologia, Universidade de Brasília eBooks, 2000
... e intro.) Textos de: Antonádia M. Borges, Cinthia MR Oliveira, Cristhian Teófilo da Silva, Fr... more ... e intro.) Textos de: Antonádia M. Borges, Cinthia MR Oliveira, Cristhian Teófilo da Silva, Francisco CO Reis, Kelly Cristiane da Silva e Lea Tomass Brasília 2000 Page 2. ... Zé Belino: retratação antropológica de um tapuio .....43 Cristhian Teófilo da Silva ...
Anuário Antropológico, 1986
Anuário Antropológico, 1990
I am well aware that memoirs edit the facts, by censoring, adding to them, and above all by tryin... more I am well aware that memoirs edit the facts, by censoring, adding to them, and above all by trying to make them consistent. I shall resist these tendencies but shall not fully succeed. George Homans
Anuário Antropológico, 1981
Os vínculos intelectuais são laços de base afetiva, o que me permite a liberdade de homenagear Fl... more Os vínculos intelectuais são laços de base afetiva, o que me permite a liberdade de homenagear Florestan Fernandes nesse momento em que sua vida se torna memória, mas seu trabalho sobrevive 3. Exaltado como sociólogo e recuperado como antropólogo, Florestan tornou-se no Brasil um instaurador, para usar a feliz expressão do amigo e colega Antonio Candido 4. Sua influência é reconhecida em várias disciplinas do conjunto que denominamos de ciências sociais, e de uma ampla área de estudos de base humanista. Mas Florestan Fernandes instaurou, antes, um ethos e uma proposta acadêmica; depois, as disciplinas. E porque hoje convivemos com definições relativamente claras, ao olharmos o passado concluímos, talvez com facilidade exagerada, que Florestan Fernandes teria fundido, em determinado momento de sua
Anuário Antropológico, 2014
Dados-revista De Ciencias Sociais, 1988
Anuário Antropológico, 2017
Anuário Antropológico, Jul 1, 2016
Horizontes Antropológicos, Dec 1, 2009
Resumo: No mundo moderno, documentos são objetos indispensáveis, sem os quais não conseguimos dem... more Resumo: No mundo moderno, documentos são objetos indispensáveis, sem os quais não conseguimos demonstrar que somos quem dizemos que somos. Precisamos de provas materiais que atestem a veracidade da nossa autoidentifi cação. Este artigo relata a experiência de pesquisa sobre documentos de identidade nos Estados Unidos, por meio de dois eventos em que Eliot Spitzer, governador do estado de Nova Iorque de janeiro de 2007 a março de 2008, foi fi gura central, e nos quais os documentos foram um subtexto importante. Uma comparação com o caso brasileiro está presente ao longo do artigo, que termina examinando o fenômeno conhecido como ID theft.
Horizontes Antropológicos, Dec 1, 2014
Aproveitei a última semana de 2013 para fazer meu recadastramento eleitoral biométrico, nesse per... more Aproveitei a última semana de 2013 para fazer meu recadastramento eleitoral biométrico, nesse período em que Brasília fi ca vazia e sem fi las. Fui logo atendida no posto e, com poucas pessoas presentes, passei por duas etapas. Na primeira mesa a que fui levada, apresentei os documentos exigidos: o antigo título de eleitor, a carteira de identidade e o comprovante de residência e, em troca, recebi uma folha impressa com os dados que estavam no sistema, inclusive meu histórico de votação em que constavam as duas vezes em que justifi quei o voto por ausência. Confi rmei as informações que estavam em dia, fi z as correções e introduzi telefones e e-mail, conforme solicitado. Enquanto isso, o funcionário do TRE fazia uma cópia da minha carteira de motorista. Tudo certo, assinei meu nome num tablet depois de ser orientada de que a assinatura deveria ser igual à da identidade. Conduzida à outra mesa, constatei que as informações fornecidas há poucos minutos já estavam disponíveis online para este segundo funcionário, inclusive minha recente assinatura. Com um painel atrás de mim, e um leitor óptico para coletar as impressões digitais, percebi que havia também uma câmera um pouco distante; fui informada pelo jovem que me atendia, muito solícito, aliás, que iria tirar uma fotografi a e que eu "poderia sorrir, se quisesse". * Conferência proferida nas comemorações dos 40 Anos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRGS, em 12 de março de 2014. Agradeço o honroso convite para participar desse momento com os colegas do PPGAS e, especialmente, a extrema gentileza de Cornelia Eckert, organizadora do evento, em todas as etapas da visita. A ideia de refl etir sobre a etnografi a como método foi primeiro testada na VI Jornada dos Alunos do PPGA/UFF em outubro de 2012, e agradeço o estímulo que então recebi.
Institut français d’études andines eBooks, 2008
Una nueva brecha parece estarse abriendo al interior de la antropología: mientras que en los cent... more Una nueva brecha parece estarse abriendo al interior de la antropología: mientras que en los centros metropolitanos la antropología está prácticamente condenada a la extinción o a inclinarse hacia los “estudios” feministas, culturales, de ciencia y tecnología, etc., en otras localidades está vivita y coleando, y si no coleando, por lo menos desarrollando una perspectiva constructiva. En la década de 1960, renombrados académicos advirtieron a sus colegas que la antropología podía convertirse e..
Anuário Antropológico, 1995
I am convinced that anthropology will be saved by those who have been its objects in the past, bu... more I am convinced that anthropology will be saved by those who have been its objects in the past, but only if they learn to look beyond the confines of their own cultures without losing the capacity to be themselves.
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Papers by Mariza G S Peirano
Esta es la traducción del artículo que resulta de la conferencia ofrecida por Mariza Peirano, profesora emérita de la Universidade de Brasilia, en la conmemoración de los 40 años del Programa de Posgrado en Antropología Social de la Universidade Federal do Río Grande do Sul en 2014. A partir de una historia personal, que transporta al lector al universo de la antropología de la política, la autora sostiene que la antropología es resultado de formulaciones teórico/etnográficas registradas en monografías, en las cuales el extrañamiento, el empirismo y la reflexividad son herramientas fundamentales para la creación de la teoría vivida que actualiza preguntas y varias historias teóricas de la antropología. Esta traducción resulta imprescindible para la formación de nuevas generaciones de antropólogos/as en los niveles de pregrado y posgrado, así como para públicos más amplios en ciencias humanas y sociales, pues apunta a problematizar la separación y jerarquización entre teoría, método y trabajo de campo en la producción de conocimiento. Cuestionando el supuesto de la etnografía como apenas un método, ampliamente difundido en la producción científica y técnica, más allá de la antropología, Peirano invita al lector a pensar y cultivar en una actitud etnográfica que valoriza la sorpresa (la cual coloca en perspectiva al investigador) y permite la abertura y reformulación de las hipótesis a partir de la experiencia del trabajo de campo. Así, el “método etnográfico” implica el rechazo de una orientación previamente definida, el fortalecimiento teórico a partir de la experiencia del etnógrafo y la confrontación con nuevos datos de campo, creando hechos etnográficos, que apuntan a una permanente recombinación y creación intelectual.
Palabras clave: empirismo, etnografía, extrañamiento, teoría antropológica, trabajo de campo.
Ethnography Is Not a Method
Abstract: This is the translation of a paper resulting from the lecture given by Mariza Peirano, professor emeritus at Universidade de Brasilia. The lecture was given at the commemoration of the 40th anniversary of the Social Anthropology Postgraduate Program run by Universidade Federal do Rio Grande do Sul, in 2014. Based on a personal story, which draws the reader into the universe of the anthropology of politics, the author maintains that anthropology is the result of theoretical/ethnographic formulations recorded in monographs, in which estrangement, empiricism, and reflexivity are fundamental tools for the creation of lived theory that updates questions and of anthropology as theoretical storytelling. As it is intended to problematize the separation and hierarchy between theory, method and field work in the production of knowledge, this translation is essential for the training of new generations of anthropologists at undergraduate and graduate levels, as well as for wider audiences involved in the human and social sciences. Questioning the assumption of ethnography as just one method, widely spread in scientific and technical production, beyond anthropology, Peirano calls on the reader to think and cultivate an ethnographic attitude that values surprise (which puts the researcher into perspective) and makes it possible to open up and reformulate hypotheses based on field work experience. Thus, the "ethnographic method" implies that a rejection of a previously defined orientation, a theoretical strengthening based on the experience of the ethnographer, and a confrontation with new field data, creating ethnographic facts, which point to a permanent recombination and intellectual creation.
Keywords: Anthropological theory, empiricism, estrangement, ethnography, fieldwork.
Etnografia não é método
Resumo: esta é a tradução do artigo que resulta da palestra proferida por Mariza Peirano, professora emérita da Universidade de Brasília, pela comemoração dos 40 anos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2014. Partindo de uma história pessoal, que transporta o leitor ao universo da Antropologia da Política, a autora argumenta que a antropologia é o resultado de formulações teórico-etnográficas registradas em monografias, nas quais o estranhamento, o empirismo e a reflexividade são ferramentas fundamentais para a criação de uma teoria vivida que atualiza as questões e as várias histórias teóricas da Antropologia. Esta tradução é fundamental para a formação de novas gerações de antropólogos/as dos níveis de graduação e pós-graduação, bem como para públicos mais amplos nas ciências humanas e sociais, pois visa problematizar a separação e a hierarquização entre teoria, método e trabalho de campo na produção de conhecimento. Questionando o pressuposto da etnografia como sendo apenas um método, amplamente difundido na produção científica e técnica, para além da Antropologia, Peirano convida o leitor a pensar e cultivar uma atitude etnográfica que valoriza a surpresa (o que coloca o pesquisador em perspectiva) e permite a abertura e a reformulação de hipóteses com base na experiência de trabalho de campo. Assim, o “método etnográfico” implica a rejeição de uma orientação previamente definida e o reforço teórico a partir da experiência do etnógrafo e o confronto com novos dados de campo, criando fatos etnográficos que apontam para uma recombinação e criação intelectuais permanentes.
Palavras-chave: empiria, estranhamento, etnografia, teoria antropológica, trabalho de campo.