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Biohacking (modificação corporal)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Biohacking é a prática de misturar biologia com ética hacker.[1] Atualmente, essa área ainda está muito restrita ao DIY (Do It Yourself - faça você mesmo), sendo que aplicações comerciais ainda estão por vir. Biohacking abrange um grande espectro de práticas e movimentos, desde especialistas que projetam e instalam aprimoramentos corporais DIY, como implantes magnéticos, até biólogos que conduzem sequenciamento genético em suas casas.[2][3][4][5] Biohacking está emergindo em um tendência crescente de desenvolvimento científico e tecnológico não-institucional.[1][6][7] Muitos ativistas do biohacking, ou biohackers, identificam-se com o movimento biopunk, como o transumanismo e o tecnoprogressivismo.[2][8][9]

Biohacking também pode ser referir à gestão da biologia de algum indivíduo através da combinação de técnicas eletrônicas, médicas e nutricionais. Elas podem incluir o uso de nootrópicos e/ou dispositivos cibernéticos para registro de dados biométricos.[5][10]

Biohackers, em sua maioria, se identificam com as ideologias biopunk e transhumanista.[1][11][12] Transhumanismo é a crença de que é possível, e também desejável, alterar fundamentalmente a condição humana através do uso de tecnologias e fazer um ser humano superior, designado por pós-humano.[13][14][15]

Biopunk é um movimento cultural e intelectual tecno-progressivista que defende o acesso aberto à informação genética e expõe o potencial libertador do desenvolvimento tecnológico realmente democrático.[16][17] Assim como outros movimentos punk, o Biopunk encoraja a ética DIY.[11][18] "Grinders" aderem a um esforço de anarquismo do biopunk, que enfatiza a ciência não hierárquica e o DIY.[12]

Os ciborgues (organismos cibernéticos) e a teoria ciborgue influenciam, fortemente, o tecnoprogressivismo e também o movimento biohacking.[19] Alguns biohackers, como os Grinders e o professor britânico de cibernética Kevin Warwick, desenvolvem e implantam ativamente tecnologias que são integradas diretamente ao organismo.[2] Entre os exemplos, podemos citar os implantes magnético de ponta do dedo ou Warwick’s “Project Cyborg”.[2][20][21] A teoria ciborgue foi introduzida em 1985 com a publicação do influente "Manifesto Ciborgue", de Donna Haraway, mas pode ser rastreada até o artigo "Cyborgs and Space", de Manfred Clynes e Nathan Klines.[22] Esse corpo de teorias critica as rígidas fronteiras ontológicas e tenta tornar não natural dicotomias artificiais.[19][23]

Pessoas Notáveis

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  • Kevin Warwick é um cientista Britânico e professor de cibernética que foi instrumental em avançar e popularizar tecnologia ciborgue e biohacking atráves de seus experimentos em si mesmo.[24][25]
  • Steve Mann é um professor de engenharia da computação e elétrica que tem dedicado sua carreia para inventar, implementar, e pesquisar tecnologias ciborgue, em particular, tecnologias de computação wearable.
  • Amal Graafstra é conhecido por implantar um chip RFID em 2005 e desenvolver chips humano-amigavéis incluindo o primeiro chip NFC implantável.[26] Em 2013, ele fundou uma companhia startup de biotecnologia Dangerous Things.[27] Ele é também autor do RFID Toys[28] e porta-voz de tópicos em biohacking, incluindo um TEDx talk. Ele também construiu uma smartgun que e ativada por seus implantes. Ele também criou um processador criptogáfico chamado VivoKey[29] para identificação pessoal e aplicações de criptografia.

Projetos atuais

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Um projeto popular é o The Glowing Plant Project, cujo objetivo é cultivar a planta arabidopsis com um gene bioluminescente que ocorre naturalmente em vaga-lumes. O gene será inserido na planta através de agrobactérias.[30]

Série Documental

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A série "Seleção Artificial" aborda o tema dos biohackers os entrevistando em uma série documental :[31]

  • Tristan Roberts, primeiro humano a injetar uma terapia genética experimental não testada na gordura do estômago[32] e este fato foi transmitido ao vivo no Facebook[33] , o FDA declarou sobre este evento "Tristan Roberts está completamente dentro de seus direitos de acordo com o FDA e o estado de direito neste país ... de fazer experiências pessoais em si mesmo da maneira que considerar clinicamente apropriada. É seu corpo e é seu direito.", ele tem feito reuniões online discutindo artigos científicos[34] como "Minicircle DNA vectors devoid of bacterial DNA result in persistent and high-level transgene expression in vivo" [35] o qual trata de uso de vetores não virais com maior eficiência, o que reflete sua responsabilidade e desejo de que haja maior biossegurança no uso da técnica CRISPR.
  • Nick Piazza, que é "um rapaz de 24 anos que tem uma doença chamada Atrofia Muscular Espinhal (AME), que é uma doença genética de herança autossômica recessiva. Pacientes com AME possuem alteração no gene SMN1 (na maioria das vezes ocorre delação), que é responsável pela produção da proteína SMN, a qual é indispensável para a sobrevivência dos neurônios motores. Dessa forma, estes neurônios passam a morrer e os pacientes começam a apresentar fraqueza muscular, perda progressiva dos movimentos, até paralisia (INAME, 2019)".[31]
  • Jackson Kenned, "não possui nenhuma das cópias do gene RPE65. Este gene codifica uma proteína necessária para os mecanismos de ciclo visual, pois participa da conversão da luz em sinal elétrico que é levado ao nervo óptico. Sua deficiência promove a degeneração do fotorreceptor levando à perda progressiva da visão. Assim, sem tratamento, os pacientes evoluem com perda quase completa da habilidade de enxergarem a luz de qualquer intensidade".[31] O tratamento atual lhe custa 850.000 dólares e por isso seus pais decidiram apelar para solução de biohackers.

Referências

  1. a b c Greg Boustead (11 de dezembro de 2008). «O biohacker hobbista». Seed Magazine. Consultado em 11 de julho de 2010  (em inglês)
  2. a b c d Popper, Ben. «América Cyborg: dentro do estranho novo mundo world dos porões de biohackers». Verge Magazine. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  3. Erin Biba (19 de agosto de 2011). «Genoma em casa: Biohackers constroem seus próprios laboratórios». Wired Magazine. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  4. «Modificações corporais e Bio-Hacking». collaborate.biohack.me. 21 de maio de 2012. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  5. a b Glen Martin (28 de junho de 2012). «'Biohackers' extraem dados de seus próprios corpos». SF Gate. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  6. Phil McKenna (7 de janeiro de 2009). «Ascensão dos hackers de genoma de garagem». New Scientist. Consultado em 11 de julho de 2010  (em inglês)
  7. Patti Schiendelman (1 de janeiro de 2009). «DIYBio para biohackers». Make: Online. Consultado em 11 de julho de 2010  (em inglês)
  8. «Quem nós somos». collaborate.biohack.me. 28 de agosto de 2012. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  9. «Códigos DIYBio». DIYBio. 2011. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  10. Eric (2013). «Tutorial para rastrear aprimoramentos mentais com nootrópicos». www.purenootropics.net. Consultado em 10 de dezembro de 2013  (em inglês)
  11. a b Meredith L. Patterson (30 de janeiro de 2010). «Um Manifesto Biopunk». “Outlaw Biology? Public Participation in the Age of Big Bio.”. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  12. a b «FAQ (Frequently Asked Questions - Perguntas Frequentes)». collaborate.biohack.me. 13 de novembro de 2012. Consultado em 30 de novembro de 2012  em (inglês)
  13. Bostrom, Nick (2005). «A história of pensamento transhumanista» (PDF). Journal of Evolution and Technology. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  14. Hayles, Katherine (1999). Como nos tornamos pós-humanos: corpos virtuais na cibernética, informática e literatura. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 978-0-226-32139-4  (em inglês)
  15. Katherine Hayles (11 de setembro de 2011). «H-: Luta com transhumanismo». MetaNexus. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  16. Newitz, Annalee (2001). «Biopunk». Consultado em 26 de janeiro de 2007. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2002  (em inglês)
  17. Newitz, Annalee (2002). «Liberação do genoma». Consultado em 26 de janeiro de 2007  (em inglês)
  18. «Oxford Journal of Design History Webpage». Consultado em 24 de setembro de 2007. Ainda, ele permanece dentro da subcultura da música punk onde as fanzines A4 feitas e fotocopiadas em casa, dos fins da década de 1970, fomentou o "faça você mesmo" (DIY), produção de técnicas de cortar e colar letras de forma, imagens fotocopiadas e coladas, textos escritos à mão, para criar uma estética de design gráfico reconhecível.  (em inglês)
  19. a b Gray, Chris Hables (1995). O manual Cyborg. New York: Routledge. ISBN 978-0415908498  (em inglês)
  20. Procurar no youtube por TEDxWarwick - Kevin Warwick - Implants & Technology (em inglês)
  21. «Projetos». Grindhouse Wetware. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  22. Clynes, Manfred; Klines (setembro de 1960). «Nathan». Astronautics  em inglês
  23. Wikipedia contributors. «Teoria Ciborgue». Wikipedia, The Free Encyclopedia. Consultado em 30 de novembro de 2012  (em inglês)
  24. Warwick, K, Gasson, M, Hutt, B, Goodhew, I, Kyberd, P, Andrews, B, Teddy, P and Shad, A:“The Application of Implant Technology for Cybernetic Systems”, Archives of Neurology, 60(10), pp1369-1373, 2003
  25. https://www.independent.co.uk/news/professor-has-worlds-first-silicon-chip-implant-1174101.html
  26. «The xNT implantable NFC chip». Indiegogo (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2017 
  27. «Dangerous Things». Dangerous Things (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2017 
  28. «RFID Toys». amzn.to. Consultado em 26 de maio de 2017 
  29. «Vivokey - The future is waiting...». vivokey.com (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2017 
  30. Evans, Antony. «Fórum». Glowing Plant. Tumblr. Consultado em 3 de dezembro de 2013  (em inglês)
  31. a b c Rios, Denise (25 de maio de 2021). «Principais Biohackers». Seleção Artificial. Consultado em 31 de maio de 2021 
  32. Lussenhop, Jessica (21 de novembro de 2017). «Why I injected myself with an untested gene therapy». BBC News (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021 
  33. «Log into Facebook». Facebook (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021 
  34. «Tristan Roberts - Minicircle DNA vectors for transgene expression». us4.campaign-archive.com. Consultado em 31 de maio de 2021 
  35. Chen, Zhi-Ying; He, Cheng-Yi; Ehrhardt, Anja; Kay, Mark A. (1 de setembro de 2003). «Minicircle DNA vectors devoid of bacterial DNA result in persistent and high-level transgene expression in vivo». Molecular Therapy (em inglês) (3): 495–500. ISSN 1525-0016. PMID 12946323. doi:10.1016/S1525-0016(03)00168-0. Consultado em 31 de maio de 2021 

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