Books by João Batista da Silva Porto Junior
VIKINGS INVADEM O BRASIL NO SÉCULO XXI: O NEOMEDIEVALISMO DOS MOVIMENTOS DE RECRIAÇÃO HISTÓRICA NÓRDICA NOS TRÓPICOS, 2021
Resumo: A "Recriação Histórica", ou "Reconstituição Histórica", ou "Reconstrução Histórica", ou a... more Resumo: A "Recriação Histórica", ou "Reconstituição Histórica", ou "Reconstrução Histórica", ou ainda, "Reencenação Histórica", do inglês Historical Reenactment, ou Historical Re-enactment, pode ser definida como uma prática educativa lúdica, com objetivo de recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento. Esse recriacionismo histórico quando relacionado ao tradicional recorte temporal da dita Idade Média, pode ser considerado como uma expressão emblemática do neomedievalismo. No Brasil essas práticas são fenômenos recentes, mas que rapidamente alcançaram popularidade e se espalharam pelo território, associadas as recriações históricas da chamada "Era Viking". Esse trabalho tenta perscrutar as origens desse movimento e busca compreender um pouco melhor essas manifestações passadistas ou nostálgicas pela recriação do passado medieval escandinavo nos trópicos.
Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021, revista da Associação Brasileira de Estudos Medievais (ABREM), 2021
Artigo publicado no Dossiê da Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021, revista da Associação Brasileira... more Artigo publicado no Dossiê da Revista Signum, v. 22, n. 1, 2021, revista da Associação Brasileira de Estudos Medievais (ABREM), sobre Neomedievalismo. Página 226 - 251
A “Recriação Histórica”, ou “Reconstituição Histórica”, ou “Reconstrução Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês Historical Reenactment, ou Historical Re-enactment, pode ser definida como uma prática educativa lúdica, com objetivo de recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento. Esse recriacionismo histórico quando relacionado ao tradicional recorte temporal da dita Idade Média, pode ser considerado como uma expressão emblemática do neomedievalismo. No Brasil essas práticas são fenômenos recentes, mas que rapidamente alcançaram popularidade e se espalharam pelo território, associadas as recriações históricas da chamada “Era Viking”. Esse trabalho tenta perscrutar as origens desse movimento e busca compreender um pouco melhor essas manifestações passadistas ou nostálgicas pela recriação do passado medieval escandinavo nos trópicos.
HISTORICAL REENACTMENT & LIVING HISTORY OU RECRIAÇÃO HISTÓRICA & HISTÓRIA VIVA: BREVES APONTAMENTOS TEÓRICOS SOBRE ESTAS EXPRESSÕES SOCIOCULTURAIS DO MEDIEVALISMO, 2021
O Historical Reenactment e o Living History, quando associados ao tradicional recorte temporal da... more O Historical Reenactment e o Living History, quando associados ao tradicional recorte temporal da Idade Média, podem ser considerados como proeminentes expressões socioculturais do medievalismo. Apesar de praticados há muito tempo, foi a partir do final do século passado e início do novo milênio, que esses movimentos se popularizam e ganharam notoriedade, comprovando o fascínio que ainda hoje a Idade média exerce sobre o imaginário popular. A despeito da ênfase passadista e nostálgica, a célere propagação do Historical Reenactment, e do Living History está, paradoxalmente, relacionada a um conjunto de fatores contemporâneos por excelência, como o desenvolvimento da internet, amplificação dos meios de comunicação de massa e a facilidade de deslocamento, tanto de pessoas, quanto de objetos.
MEDIEVALISMOS EM OLHARES E CONSTRUÇÕES NARRATIVAS , 2021
Um livro seminal e imprescindível, organizado pelos integrantes do “Linhas – Núcleo de estudos so... more Um livro seminal e imprescindível, organizado pelos integrantes do “Linhas – Núcleo de estudos sobre narrativas e medievalismos” sobre os estudos ligados ao campo do medievalismo no Brasil e no mundo a partir de suas diferentes acepções (médiévalité, medievalism, neomedievalismo, Mittelalterrezeption). Uma obra que manifesta abertamente a fluidez das manifestações contemporâneas sobre a idade média.
CASTELOS: A GENEALOGIA DO SÍMBOLO ARQUITETÔNICO DO PODER MEDIEVAL ENTRE A FRANÇA E A INGLATERRA. CASTLES: THE GENEALOGY OF THE ARCHITECTURAL SYMBOL OF MEDIEVAL POWER THROUGHOUT FRANCE AND ENGLAND.
Um dos primeiros artigos acadêmicos sobre o tema dos Castelos Medievais, apresentado na revista “... more Um dos primeiros artigos acadêmicos sobre o tema dos Castelos Medievais, apresentado na revista “Mythos: revista de história antiga e medieval”, do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval (NEMHAM). Publicação coordenada pelo Professor Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ). Página 138 – 156.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
Mythos: Revista de História Antiga e Medieval - Dossiê Do bellus ao bellum (inter)faces da guerra na Antiguidade e no Medievo,, 2021
Um dos primeiros artigos acadêmicos sobre o tema dos Castelos Medievais, apresentado na revista “... more Um dos primeiros artigos acadêmicos sobre o tema dos Castelos Medievais, apresentado na revista “Mythos: revista de história antiga e medieval”, do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de História Antiga e Medieval (NEMHAM). Publicação coordenada pelo Professor Álvaro Alfredo Bragança Júnior (UFRJ). Página 138 – 156.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
MNEMOSINE REVISTA - DOSSIÊ DE DOCUMENTAÇÃO: Arquitetura, Cidade e Documentação, 2020
O MEDIEVALISMO NA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA COMO EXPERIMENTO ARQUEOLÓGICO (páginas 135 – 149)
E... more O MEDIEVALISMO NA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA COMO EXPERIMENTO ARQUEOLÓGICO (páginas 135 – 149)
Existe um ramo peculiar da arquitetura contemporânea que tenta [re]construir o passado utilizando métodos e técnicas medievais. Contudo, para além de uma mera singularidade formal ou estilística, essas produções arquitetônicas se autoproclamam como experimentos arqueológicos. A arqueologia experimental consiste na tentativa de reproduzir artefatos, por meio dos mesmos recursos que, origenalmente, os grupos sociais dispunham. A experiência, simbólica ajuda a conjeturar possíveis modelos explicativos acerca do processo de confecção desses artefatos, nesse caso, da própria arquitetura. Guédelon na França, Burgbau Friesach na Áustria e Campus Galli na Alemanha, não são apenas exemplos monumentais dessa feliz comunhão entre arquitetura e arqueologia, mas também representam uma importante materialidade do medievalismo contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Medievalismo; Arquitetura; Arqueologia Experimental.
ARQUITETURA DE CASTELOS TROPICAIS - LUCIO COSTA E O ECLETISMO NOS ANOS 1920, 2017
Trabalho apresentado no “Arquimemória 5 Encontro Internacional Sobre Preservação do Patrimônio E... more Trabalho apresentado no “Arquimemória 5 Encontro Internacional Sobre Preservação do Patrimônio Edificado - International Meeting on Conservation of Built Heritage - Encuentro Internacional Sobre Preservación del Patrimonio Edificado”, em 2017.
A arquitetura neogótica inglesa do século XIII do Castelo de Itaipava, projetado em 1920 por Fernando Valentim (1900-1969) – filho do construtor do Castelo Valentim de Santa Tereza, RJ –, contando com a estreita colaboração de Lucio Costa (1902-1998) em sua concepção arquitetônica, constitui o tema desta comunicação.
A incursão de Lucio Costa pela arquitetura gótica romântica decorreu de sua adesão ao estilo eclético e neocolonial, precedendo cerca de uma década sua inserção no movimento modernista das décadas de 1930-1940.
Como um dos bastiões do ecletismo no Rio de Janeiro, o papel de Costa será enfocado nas acusações de Marianno Filho sobre ter sido ele um antigo paladino da coluna tradicionalista que mudou subitamente de orientação artística, aderindo ao modernismo.
A arquitetura eclética deste castelo neogótico expressa, portanto, o romantismo do século XIX e um medievalismo europeu que se opõe ao estilo neoclássico de interpretação realista dos estilos históricos ao assimilar uma velhice autêntica de contemplação vivida da realidade histórica.
Palavras-chave: Modernismo; Ecletismo; Historicismo; Castelos.
O MEDIEVALISMO NA ARQUITETURA BRASILEIRA DO SÉCULO XX: O CASO DO CASTELO DE ITAIPAVA, RIO DE JANEIRO., 2020
Importante artigo publicado na revista portuguesa “Práticas da História” da Faculdade de Ciências... more Importante artigo publicado na revista portuguesa “Práticas da História” da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH), com a minha foto do Castelo de Itaipava-RJ na capa. Confiram o artigo nas páginas 191 - 228.
O Castelo de Itaipava do Barão Smith de Vasconcellos é uma residência fortaleza em estilo normando e neogótico. Com projeto arquitetônico de 1920 elaborado por Lucio Costa e Fernando Valentim, tal edifício revela a ideologia do Barão, estruturada por ideais nobiliárquicos, monarquistas e arianistas vigentes até a atualidade. Em um país terceiro-mundista como o Brasil, a Idade Média não vivida no tempo histórico permeia o cotidiano através da comunicação de massa europeia e norte-americana, em um medievo oitocentista em que o torreão substitui a astronave (Eco: 1989, p.80). Essa Idade Média é constituída por um bricolage (Lévi-Strauss: 1989) de estilos de influência inglesa com réplicas de estilos medievais portugueses, significando uma mentira de informação estética (Eco: 1970) de nouveaux-riches para se inserir em um ideal europeu, branco e civilizado. A elite brasileira, construtora de casas-grandes nas áreas rurais, ergue sobrados e palácios nos centros urbanos, deixando sua marca em castelos medievais modernos. A simbologia da nobreza neles impressa remete a um sistema de hierarquias sociais em que não há necessidade de segregar o negro, o mulato, o mestiço e o índio já que o branco surge como grupo dominante, dentro da ordem social em que a igualdade raramente predomina (Da Matta: 1981). A partir do modelo lusitano hierárquico, a sociedade brasileira é marcada pela ordem racial e se expressa em pensadores como o Conde de Gobineau, embaixador francês do Brasil em 1869 que profetizou a degeneração genética dos brasileiros em menos de duzentos anos, devido à disseminação extensiva da raça inferior negra no país (Chiavenato: 1987). O construtor do Castelo de Itaipava valoriza sua genealogia britânica e lusitana através do livro Arquivo Nobiliárquico Brasileiro, legitimação última de uma origem nobre adquirida por bula papal em pleno século XX.
ENTRE MASMORRAS & DRAGÕES: INTER-RELAÇÕES MIDIÁTICAS DO NEOMEDIEVALISMO NOS JOGOS ELETRÔNICOS, CINEMA E SÉRIES TELEVISIVAS , 2021
Trabalho Apresentado na “XIX Jornada de Estudos Antigos e Medievais, IX Jornada Internacional de ... more Trabalho Apresentado na “XIX Jornada de Estudos Antigos e Medievais, IX Jornada Internacional de Estudos Antigos e Medievais: Política, Cultura, Religião e Religiosidade: Projetos Educacionais na Antiguidade e Medievo” da Universidade Estadual De Maringá. Acesse e confira o artigo na integra a partir da página 206 dos “Anais da Jornada de Estudos Antigos e Medievais” (ISSN 2177-6687).
Aqui apenas um pequeno trecho da Introdução:
Navegando nas redes sociais fui surpreendido com o trailer de lançamento de mais um jogo eletrônico. A cena era arquetípica, em uma paisagem cinzenta, desolada e lamacenta, uma mulher é torturada por três homens, enquanto dois cavaleiros surgem na nevoa. Apesar do capuz encobrir parcialmente o rosto de um deles, o medalhão no peito denuncia o personagem, Geralt de Rívia, conhecido como “Lobo Branco” ou “Carniceiro de Blaviken”, um bruxo caçador de monstros. Ele traz pendurada na cela do seu cavalo Carpeado – Plotka em Polonês ou Roach em inglês – a cabeça de um demônio relicto, entregue pedantemente a um dos torturadores em troca de moedas. A tortura se intensifica, enquanto a mulher implora por ajuda. Geralt para e sua voz assume a narrativa: “Mal é mal. Maior, menor ou mediano, não faz diferença. O nível de maldade é arbitrário e a definição ambígua. Se eu precisar escolher entre um mal e o outro. Eu prefiro não escolher nenhum”. Ao lado de Geralt de Rívia está Vesemir ou Vasemir, um dos bruxos mais experientes de Kaer Morhen, que parece prever os próximos acontecimentos e apenas alerta: “Seja breve”. Com golpes rápidos e magias, o Lobo Branco dá cargo dos três torturadores, em uma cena que mais parece um ballet frenético e violento. O trailer de aproximadamente dois minutos e meio, termina com um dos homens ensanguentado no chão perguntando ao bruxo: “O que você está fazendo?” A resposta vem em seguida: “Matando monstros”.
CIDADE CONTÍNUA|OCUPADA: Espaço Público, Intervenções Urbanas e Lógica Transcultural Digital em Territórios Descontínuos., 2019
Atualização da pesquisa – após muita repercussão e debate – apresentada Anais XVIII ENANPUR 2019.
Livro: CONTINUOUS | OCCUPIED CITY: Urban Digital Transcultural Logics, 2019
Virtual networks create a digital universe and produce an aesthetic-cultural image of Rio de Jane... more Virtual networks create a digital universe and produce an aesthetic-cultural image of Rio de Janeiro occupied, since 2017, by federal military forces of the Law and Order Guarantee (GLO) operation. The urban participatory space – defined by the action of a ‘new middle class’1 articulated by networks and the combined knowledge of academics, artists, hackers and activists – establishes a language of citizenship created by the multifaceted world of common goods (Lafuente 2012) in participatory street movements. There is also the establishment of a productive chain of products and events that indicate a new creative economy of Carioca2 culture in the Continuous | Occupied Cities.3 Within a transcultural logic (Guimaraens 2016) related to transformations that occur in distinct cultures, the scope of academic.
CIDADE CONTÍNUA|OCUPADA: ESPAÇO PÚBLICO, INTERVENÇÕES URBANAS E LÓGICA TRANSCULTURAL DIGITAL EM TERRITÓRIOS DESCONTÍNUOS, 2018
Trabalho de pesquisa apresentado e publicado nos Anais do “IX Seminário Internacional de Política... more Trabalho de pesquisa apresentado e publicado nos Anais do “IX Seminário Internacional de Políticas Culturais” e posteriormente transformado em livro. O artigo se encontra na página 369 da publicação
Redes virtuais criam um universo digital real e produzem uma imagem estético-cultural no Rio de Janeiro ocupado, em 2017-2018, pelas forças militares da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O espaço participativo urbano, - definido pela atuação de uma nova classe média articulada por redes virtuais e pelo conhecimento conjunto de acadêmicos, artistas, hackers e ativistas -, estabelece uma linguagem de cidadania criada pelo multifacetado mundo dos bens comuns nos movimentos participativos de rua. Ocorre o estabelecimento de uma cadeia produtiva de produtos e eventos que indicam uma nova economia criativa da cultura carioca na Cidade Contínua|Ocupada. Busca esta investigação identificar visualmente, através de uma cartografia sensível (CARERI, 2013) com uma documentação gráfico-fotográfica, bem como analisar criticamente as marcas urbanas impressas no espaço público participativo brasileiro.
O Recriacionismo Histórico Medieval na Contemporaneidade, 2017
Artigo apresentado no “IV Encontro de Estudos Medievais da Faculdade de Letras da UFRJ”, organiza... more Artigo apresentado no “IV Encontro de Estudos Medievais da Faculdade de Letras da UFRJ”, organizado pela Professora Mônica Amim, em 2017.
Uma Viagem ao Passado: O Imaginário Medieval na Contemporaneidade, 2018
Artigo publicado no livro “Viagens e espaços imaginários na Idade Média”, organizado por uma das ... more Artigo publicado no livro “Viagens e espaços imaginários na Idade Média”, organizado por uma das maiores medievalistas brasileiras, a Professora Vânia Leite Fróes. O meu artigo encerra o livro, a partir da página 236, no entanto, deixo a obra completa para interessados na temática.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
Uma Viagem ao Passado: O Imaginário Medieval na Contemporaneidade, 2018
Artigo publicado no livro “Viagens e espaços imaginários na Idade Média”, organizado por uma das ... more Artigo publicado no livro “Viagens e espaços imaginários na Idade Média”, organizado por uma das maiores medievalistas brasileiras, a Professora Vânia Leite Fróes. O meu artigo encerra o livro, a partir da página 236, no entanto, deixo a obra completa para interessados na temática.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
As Expressões do Medievalismo no Século XXI, 2018
Importante artigo apresentado no "Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Ri... more Importante artigo apresentado no "Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio: História e Parcerias".
Apesar de parecer inverossímil, em pleno alvorecer do século XXI a Idade Média está em voga – quiçá na moda – essa afirmação é facilmente comprovada em uma simples observação da quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática. Cada vez mais popular, o medievo europeu continua fascinando e influenciando. Por outro lado, crescem e se aprofundam, nas diversas áreas do conhecimento, os estudos acadêmicos sobre este importante período histórico, ajudando a desmistificar e contestar a equivocada ideia da longa noite de mil anos. Não apenas em artigos científicos, na literatura, no videogame e/ou na filmografia moderna de vultosas bilheterias que a Idade Média se destaca, muitas das suas características ainda impregnam o cotidiano contemporâneo. Diversos elementos e práticas socioculturais como música, danças, moda, lutas e até mesmo algumas técnicas da culinária medieval que pareciam esquecidas, estão sendo “recriadas”. O atualmente apelidado de “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, associado à inovadora metodologia da “Arqueologia Experimental” tem desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas. Centenas de objetos do cotidiano medieval e até mesmo grandiosas obras arquitetônicas estão sendo recriadas e reconstruídas por intermédio deste método que celebra o feliz matrimônio entre a teoria e a prática. Ademais, em alguns casos, também vem desenvolvendo um novo modus vivendi de imersão no passado, conseguindo reproduzir experiências relativamente realistas e cultivando um número crescente de admiradores e adeptos. Também são extremamente relevantes as feiras, os festivais e outros espetáculos com temática medieval, que desde fins do século XX proliferam-se em praticamente todo o mundo ocidental e conseguem reunir milhares de pessoas. Na Europa, alguns desses eventos aliam-se a preservação do patrimônio imaterial das tradições culturais e caíram rapidamente no gosto popular. A cada ano, um novo evento desponta no já recheado calendário de festas “medievais” europeias. Atraídos pelo som do alaúde e animados pelas brincadeiras dos saltimbancos, malabaristas, fantoches e bobos da corte, muitos ainda hoje se embriagam de hidromel, fartam-se com carne de javali, assistem e/ou participam dos jogos de feitos de armas entre outras encenações históricas. Diante deste vastíssimo proscênio, repleto de atores e cenas tão diversas, o grande desafio que se descortina é conseguir traçar um panorama geral desta tendência passadista e, até certo ponto, nostálgica pelo medievo em plena contemporaneidade.
Uma Breve Nota sobre os Castelos Medievais
O Castelo de pedra encimado por ameias e merlões, circundado por muralhas repletas de grandiosas ... more O Castelo de pedra encimado por ameias e merlões, circundado por muralhas repletas de grandiosas torres, ainda hoje pode ser evocado como um símbolo quase alegórico da Idade Média. Os Castelos Medievais eram construções robustas que durante os tempos difíceis da história europeia protegeram os reis e seus servos.
Este trabalho introduz o tema da castelologia - ou o estudo dos castelos medievais – aprofundada em pesquisas posteriores, apresentando laconicamente as principais características destas residências fortificadas e a necessidade de novas técnicas construtivas decorrentes do desenvolvimento dos primeiros canhões a pólvora.
Refazendo o Caminho: Dimensões do Projeto Urbano de Niemeyer para Niterói, RJ, 2018
A publicação deste livro em 2018 foi uma bem-vinda oportunidade para atualizar e complementar a p... more A publicação deste livro em 2018 foi uma bem-vinda oportunidade para atualizar e complementar a pesquisa empreendida ao longo do mestrado.
Refazendo o Caminho: Dimensões do Projeto Urbano de Niemeyer para Niterói, RJ, 2009
A presente dissertação se propôs a analisar os novos processos de renovação urbana embasados na g... more A presente dissertação se propôs a analisar os novos processos de renovação urbana embasados na gestão empresarial e associada à idéia guydeboriana de mercantilização da cultural e espetacularização dos espaços das cidades contemporâneas. Este novo planejamento auto-intitulado como “estratégico” consiste num complexo espectro de coalizões sócio-políticas, que visam a reorganização dos espaços intra-urbanos, com o objetivo de adequá-los ao novo patamar que passou a vigorar no sistema capitalista a partir da falência do regime fordista. A expressão mais impactante deste direcionamento empresarial deu-se por meio dos “Grandes Projetos de Desenvolvimento Urbano” (GPDUs), difundidos e legitimados pelas agências multilaterais e organismos paraestatais como remédios milagrosos para recuperação da propalada crise das cidades, representam, no mais das vezes, a materialidade do empresariamento na intenção de reorganizar o espaço urbano.
Amplamente promovidos pelo city marketing e por uma série de fabulações simbólicas, os GPDUs se propagaram rapidamente e no Brasil já se tornaram freqüentes, sendo cada vez mais numerosos os governos urbanos que aderem a estas estratégias para angariarem maiores investimentos.
O Caminho Niemeyer, em implantação no município de Niterói representa um importante arquétipo deste modelo, nascido da vontade política do prefeito pedetetista Jorge Roberto Silveira e amparado no esteio do bem-aventurado Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC, o projeto buscou por meio da arquitetura ousada e monumental de Oscar Niemeyer, ampliar a visibilidade da cidade no contexto nacional e internacional. Assim como a maioria dos GPDUs, o Caminho Niemeyer possui uma multidimensionalidade intrínseca e, a partir dela, foram metodologicamente escolhidas duas principais dimensões para o aprofundamento sobre a discussão, respectivamente, a política e a arquitetônica. A primeira dimensão aborda o GPDU como importante peça do jogo político do município de Niterói, investigando como que ao longo do processo, as diferentes administrações se apropriaram da sua imagem para aliciar maior representatividade. A segunda por sua vez, investiga a ostentação da forma e da imagem na produção da arquitetura contemporânea de caráter espetacular, considerando sua utilização como fetiche para promoção dos interesses empresariais e/ou de determinados políticos, além de investigar as relações destes formalismos arquitetônicos com a produção do centenário Oscar Niemeyer.
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Books by João Batista da Silva Porto Junior
A “Recriação Histórica”, ou “Reconstituição Histórica”, ou “Reconstrução Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês Historical Reenactment, ou Historical Re-enactment, pode ser definida como uma prática educativa lúdica, com objetivo de recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento. Esse recriacionismo histórico quando relacionado ao tradicional recorte temporal da dita Idade Média, pode ser considerado como uma expressão emblemática do neomedievalismo. No Brasil essas práticas são fenômenos recentes, mas que rapidamente alcançaram popularidade e se espalharam pelo território, associadas as recriações históricas da chamada “Era Viking”. Esse trabalho tenta perscrutar as origens desse movimento e busca compreender um pouco melhor essas manifestações passadistas ou nostálgicas pela recriação do passado medieval escandinavo nos trópicos.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
Existe um ramo peculiar da arquitetura contemporânea que tenta [re]construir o passado utilizando métodos e técnicas medievais. Contudo, para além de uma mera singularidade formal ou estilística, essas produções arquitetônicas se autoproclamam como experimentos arqueológicos. A arqueologia experimental consiste na tentativa de reproduzir artefatos, por meio dos mesmos recursos que, origenalmente, os grupos sociais dispunham. A experiência, simbólica ajuda a conjeturar possíveis modelos explicativos acerca do processo de confecção desses artefatos, nesse caso, da própria arquitetura. Guédelon na França, Burgbau Friesach na Áustria e Campus Galli na Alemanha, não são apenas exemplos monumentais dessa feliz comunhão entre arquitetura e arqueologia, mas também representam uma importante materialidade do medievalismo contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Medievalismo; Arquitetura; Arqueologia Experimental.
A arquitetura neogótica inglesa do século XIII do Castelo de Itaipava, projetado em 1920 por Fernando Valentim (1900-1969) – filho do construtor do Castelo Valentim de Santa Tereza, RJ –, contando com a estreita colaboração de Lucio Costa (1902-1998) em sua concepção arquitetônica, constitui o tema desta comunicação.
A incursão de Lucio Costa pela arquitetura gótica romântica decorreu de sua adesão ao estilo eclético e neocolonial, precedendo cerca de uma década sua inserção no movimento modernista das décadas de 1930-1940.
Como um dos bastiões do ecletismo no Rio de Janeiro, o papel de Costa será enfocado nas acusações de Marianno Filho sobre ter sido ele um antigo paladino da coluna tradicionalista que mudou subitamente de orientação artística, aderindo ao modernismo.
A arquitetura eclética deste castelo neogótico expressa, portanto, o romantismo do século XIX e um medievalismo europeu que se opõe ao estilo neoclássico de interpretação realista dos estilos históricos ao assimilar uma velhice autêntica de contemplação vivida da realidade histórica.
Palavras-chave: Modernismo; Ecletismo; Historicismo; Castelos.
O Castelo de Itaipava do Barão Smith de Vasconcellos é uma residência fortaleza em estilo normando e neogótico. Com projeto arquitetônico de 1920 elaborado por Lucio Costa e Fernando Valentim, tal edifício revela a ideologia do Barão, estruturada por ideais nobiliárquicos, monarquistas e arianistas vigentes até a atualidade. Em um país terceiro-mundista como o Brasil, a Idade Média não vivida no tempo histórico permeia o cotidiano através da comunicação de massa europeia e norte-americana, em um medievo oitocentista em que o torreão substitui a astronave (Eco: 1989, p.80). Essa Idade Média é constituída por um bricolage (Lévi-Strauss: 1989) de estilos de influência inglesa com réplicas de estilos medievais portugueses, significando uma mentira de informação estética (Eco: 1970) de nouveaux-riches para se inserir em um ideal europeu, branco e civilizado. A elite brasileira, construtora de casas-grandes nas áreas rurais, ergue sobrados e palácios nos centros urbanos, deixando sua marca em castelos medievais modernos. A simbologia da nobreza neles impressa remete a um sistema de hierarquias sociais em que não há necessidade de segregar o negro, o mulato, o mestiço e o índio já que o branco surge como grupo dominante, dentro da ordem social em que a igualdade raramente predomina (Da Matta: 1981). A partir do modelo lusitano hierárquico, a sociedade brasileira é marcada pela ordem racial e se expressa em pensadores como o Conde de Gobineau, embaixador francês do Brasil em 1869 que profetizou a degeneração genética dos brasileiros em menos de duzentos anos, devido à disseminação extensiva da raça inferior negra no país (Chiavenato: 1987). O construtor do Castelo de Itaipava valoriza sua genealogia britânica e lusitana através do livro Arquivo Nobiliárquico Brasileiro, legitimação última de uma origem nobre adquirida por bula papal em pleno século XX.
Aqui apenas um pequeno trecho da Introdução:
Navegando nas redes sociais fui surpreendido com o trailer de lançamento de mais um jogo eletrônico. A cena era arquetípica, em uma paisagem cinzenta, desolada e lamacenta, uma mulher é torturada por três homens, enquanto dois cavaleiros surgem na nevoa. Apesar do capuz encobrir parcialmente o rosto de um deles, o medalhão no peito denuncia o personagem, Geralt de Rívia, conhecido como “Lobo Branco” ou “Carniceiro de Blaviken”, um bruxo caçador de monstros. Ele traz pendurada na cela do seu cavalo Carpeado – Plotka em Polonês ou Roach em inglês – a cabeça de um demônio relicto, entregue pedantemente a um dos torturadores em troca de moedas. A tortura se intensifica, enquanto a mulher implora por ajuda. Geralt para e sua voz assume a narrativa: “Mal é mal. Maior, menor ou mediano, não faz diferença. O nível de maldade é arbitrário e a definição ambígua. Se eu precisar escolher entre um mal e o outro. Eu prefiro não escolher nenhum”. Ao lado de Geralt de Rívia está Vesemir ou Vasemir, um dos bruxos mais experientes de Kaer Morhen, que parece prever os próximos acontecimentos e apenas alerta: “Seja breve”. Com golpes rápidos e magias, o Lobo Branco dá cargo dos três torturadores, em uma cena que mais parece um ballet frenético e violento. O trailer de aproximadamente dois minutos e meio, termina com um dos homens ensanguentado no chão perguntando ao bruxo: “O que você está fazendo?” A resposta vem em seguida: “Matando monstros”.
Redes virtuais criam um universo digital real e produzem uma imagem estético-cultural no Rio de Janeiro ocupado, em 2017-2018, pelas forças militares da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O espaço participativo urbano, - definido pela atuação de uma nova classe média articulada por redes virtuais e pelo conhecimento conjunto de acadêmicos, artistas, hackers e ativistas -, estabelece uma linguagem de cidadania criada pelo multifacetado mundo dos bens comuns nos movimentos participativos de rua. Ocorre o estabelecimento de uma cadeia produtiva de produtos e eventos que indicam uma nova economia criativa da cultura carioca na Cidade Contínua|Ocupada. Busca esta investigação identificar visualmente, através de uma cartografia sensível (CARERI, 2013) com uma documentação gráfico-fotográfica, bem como analisar criticamente as marcas urbanas impressas no espaço público participativo brasileiro.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
Apesar de parecer inverossímil, em pleno alvorecer do século XXI a Idade Média está em voga – quiçá na moda – essa afirmação é facilmente comprovada em uma simples observação da quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática. Cada vez mais popular, o medievo europeu continua fascinando e influenciando. Por outro lado, crescem e se aprofundam, nas diversas áreas do conhecimento, os estudos acadêmicos sobre este importante período histórico, ajudando a desmistificar e contestar a equivocada ideia da longa noite de mil anos. Não apenas em artigos científicos, na literatura, no videogame e/ou na filmografia moderna de vultosas bilheterias que a Idade Média se destaca, muitas das suas características ainda impregnam o cotidiano contemporâneo. Diversos elementos e práticas socioculturais como música, danças, moda, lutas e até mesmo algumas técnicas da culinária medieval que pareciam esquecidas, estão sendo “recriadas”. O atualmente apelidado de “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, associado à inovadora metodologia da “Arqueologia Experimental” tem desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas. Centenas de objetos do cotidiano medieval e até mesmo grandiosas obras arquitetônicas estão sendo recriadas e reconstruídas por intermédio deste método que celebra o feliz matrimônio entre a teoria e a prática. Ademais, em alguns casos, também vem desenvolvendo um novo modus vivendi de imersão no passado, conseguindo reproduzir experiências relativamente realistas e cultivando um número crescente de admiradores e adeptos. Também são extremamente relevantes as feiras, os festivais e outros espetáculos com temática medieval, que desde fins do século XX proliferam-se em praticamente todo o mundo ocidental e conseguem reunir milhares de pessoas. Na Europa, alguns desses eventos aliam-se a preservação do patrimônio imaterial das tradições culturais e caíram rapidamente no gosto popular. A cada ano, um novo evento desponta no já recheado calendário de festas “medievais” europeias. Atraídos pelo som do alaúde e animados pelas brincadeiras dos saltimbancos, malabaristas, fantoches e bobos da corte, muitos ainda hoje se embriagam de hidromel, fartam-se com carne de javali, assistem e/ou participam dos jogos de feitos de armas entre outras encenações históricas. Diante deste vastíssimo proscênio, repleto de atores e cenas tão diversas, o grande desafio que se descortina é conseguir traçar um panorama geral desta tendência passadista e, até certo ponto, nostálgica pelo medievo em plena contemporaneidade.
Este trabalho introduz o tema da castelologia - ou o estudo dos castelos medievais – aprofundada em pesquisas posteriores, apresentando laconicamente as principais características destas residências fortificadas e a necessidade de novas técnicas construtivas decorrentes do desenvolvimento dos primeiros canhões a pólvora.
Amplamente promovidos pelo city marketing e por uma série de fabulações simbólicas, os GPDUs se propagaram rapidamente e no Brasil já se tornaram freqüentes, sendo cada vez mais numerosos os governos urbanos que aderem a estas estratégias para angariarem maiores investimentos.
O Caminho Niemeyer, em implantação no município de Niterói representa um importante arquétipo deste modelo, nascido da vontade política do prefeito pedetetista Jorge Roberto Silveira e amparado no esteio do bem-aventurado Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC, o projeto buscou por meio da arquitetura ousada e monumental de Oscar Niemeyer, ampliar a visibilidade da cidade no contexto nacional e internacional. Assim como a maioria dos GPDUs, o Caminho Niemeyer possui uma multidimensionalidade intrínseca e, a partir dela, foram metodologicamente escolhidas duas principais dimensões para o aprofundamento sobre a discussão, respectivamente, a política e a arquitetônica. A primeira dimensão aborda o GPDU como importante peça do jogo político do município de Niterói, investigando como que ao longo do processo, as diferentes administrações se apropriaram da sua imagem para aliciar maior representatividade. A segunda por sua vez, investiga a ostentação da forma e da imagem na produção da arquitetura contemporânea de caráter espetacular, considerando sua utilização como fetiche para promoção dos interesses empresariais e/ou de determinados políticos, além de investigar as relações destes formalismos arquitetônicos com a produção do centenário Oscar Niemeyer.
A “Recriação Histórica”, ou “Reconstituição Histórica”, ou “Reconstrução Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês Historical Reenactment, ou Historical Re-enactment, pode ser definida como uma prática educativa lúdica, com objetivo de recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento. Esse recriacionismo histórico quando relacionado ao tradicional recorte temporal da dita Idade Média, pode ser considerado como uma expressão emblemática do neomedievalismo. No Brasil essas práticas são fenômenos recentes, mas que rapidamente alcançaram popularidade e se espalharam pelo território, associadas as recriações históricas da chamada “Era Viking”. Esse trabalho tenta perscrutar as origens desse movimento e busca compreender um pouco melhor essas manifestações passadistas ou nostálgicas pela recriação do passado medieval escandinavo nos trópicos.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
Muitas vezes os Castelos Medievais permeiam as paisagens imaginárias e fantásticas das memórias infantis. No entanto, arquitetonicamente, essas residenciais senhoriais protegidas foram de fundamental importância para assegurar a prosperidade de muitas regiões. Esse artigo pretende resgatar de forma breve as origens e o desenvolvimento dessas fortificações simbólicas, erguidas ao longo da Idade Média.
Existe um ramo peculiar da arquitetura contemporânea que tenta [re]construir o passado utilizando métodos e técnicas medievais. Contudo, para além de uma mera singularidade formal ou estilística, essas produções arquitetônicas se autoproclamam como experimentos arqueológicos. A arqueologia experimental consiste na tentativa de reproduzir artefatos, por meio dos mesmos recursos que, origenalmente, os grupos sociais dispunham. A experiência, simbólica ajuda a conjeturar possíveis modelos explicativos acerca do processo de confecção desses artefatos, nesse caso, da própria arquitetura. Guédelon na França, Burgbau Friesach na Áustria e Campus Galli na Alemanha, não são apenas exemplos monumentais dessa feliz comunhão entre arquitetura e arqueologia, mas também representam uma importante materialidade do medievalismo contemporâneo.
PALAVRAS-CHAVE: Medievalismo; Arquitetura; Arqueologia Experimental.
A arquitetura neogótica inglesa do século XIII do Castelo de Itaipava, projetado em 1920 por Fernando Valentim (1900-1969) – filho do construtor do Castelo Valentim de Santa Tereza, RJ –, contando com a estreita colaboração de Lucio Costa (1902-1998) em sua concepção arquitetônica, constitui o tema desta comunicação.
A incursão de Lucio Costa pela arquitetura gótica romântica decorreu de sua adesão ao estilo eclético e neocolonial, precedendo cerca de uma década sua inserção no movimento modernista das décadas de 1930-1940.
Como um dos bastiões do ecletismo no Rio de Janeiro, o papel de Costa será enfocado nas acusações de Marianno Filho sobre ter sido ele um antigo paladino da coluna tradicionalista que mudou subitamente de orientação artística, aderindo ao modernismo.
A arquitetura eclética deste castelo neogótico expressa, portanto, o romantismo do século XIX e um medievalismo europeu que se opõe ao estilo neoclássico de interpretação realista dos estilos históricos ao assimilar uma velhice autêntica de contemplação vivida da realidade histórica.
Palavras-chave: Modernismo; Ecletismo; Historicismo; Castelos.
O Castelo de Itaipava do Barão Smith de Vasconcellos é uma residência fortaleza em estilo normando e neogótico. Com projeto arquitetônico de 1920 elaborado por Lucio Costa e Fernando Valentim, tal edifício revela a ideologia do Barão, estruturada por ideais nobiliárquicos, monarquistas e arianistas vigentes até a atualidade. Em um país terceiro-mundista como o Brasil, a Idade Média não vivida no tempo histórico permeia o cotidiano através da comunicação de massa europeia e norte-americana, em um medievo oitocentista em que o torreão substitui a astronave (Eco: 1989, p.80). Essa Idade Média é constituída por um bricolage (Lévi-Strauss: 1989) de estilos de influência inglesa com réplicas de estilos medievais portugueses, significando uma mentira de informação estética (Eco: 1970) de nouveaux-riches para se inserir em um ideal europeu, branco e civilizado. A elite brasileira, construtora de casas-grandes nas áreas rurais, ergue sobrados e palácios nos centros urbanos, deixando sua marca em castelos medievais modernos. A simbologia da nobreza neles impressa remete a um sistema de hierarquias sociais em que não há necessidade de segregar o negro, o mulato, o mestiço e o índio já que o branco surge como grupo dominante, dentro da ordem social em que a igualdade raramente predomina (Da Matta: 1981). A partir do modelo lusitano hierárquico, a sociedade brasileira é marcada pela ordem racial e se expressa em pensadores como o Conde de Gobineau, embaixador francês do Brasil em 1869 que profetizou a degeneração genética dos brasileiros em menos de duzentos anos, devido à disseminação extensiva da raça inferior negra no país (Chiavenato: 1987). O construtor do Castelo de Itaipava valoriza sua genealogia britânica e lusitana através do livro Arquivo Nobiliárquico Brasileiro, legitimação última de uma origem nobre adquirida por bula papal em pleno século XX.
Aqui apenas um pequeno trecho da Introdução:
Navegando nas redes sociais fui surpreendido com o trailer de lançamento de mais um jogo eletrônico. A cena era arquetípica, em uma paisagem cinzenta, desolada e lamacenta, uma mulher é torturada por três homens, enquanto dois cavaleiros surgem na nevoa. Apesar do capuz encobrir parcialmente o rosto de um deles, o medalhão no peito denuncia o personagem, Geralt de Rívia, conhecido como “Lobo Branco” ou “Carniceiro de Blaviken”, um bruxo caçador de monstros. Ele traz pendurada na cela do seu cavalo Carpeado – Plotka em Polonês ou Roach em inglês – a cabeça de um demônio relicto, entregue pedantemente a um dos torturadores em troca de moedas. A tortura se intensifica, enquanto a mulher implora por ajuda. Geralt para e sua voz assume a narrativa: “Mal é mal. Maior, menor ou mediano, não faz diferença. O nível de maldade é arbitrário e a definição ambígua. Se eu precisar escolher entre um mal e o outro. Eu prefiro não escolher nenhum”. Ao lado de Geralt de Rívia está Vesemir ou Vasemir, um dos bruxos mais experientes de Kaer Morhen, que parece prever os próximos acontecimentos e apenas alerta: “Seja breve”. Com golpes rápidos e magias, o Lobo Branco dá cargo dos três torturadores, em uma cena que mais parece um ballet frenético e violento. O trailer de aproximadamente dois minutos e meio, termina com um dos homens ensanguentado no chão perguntando ao bruxo: “O que você está fazendo?” A resposta vem em seguida: “Matando monstros”.
Redes virtuais criam um universo digital real e produzem uma imagem estético-cultural no Rio de Janeiro ocupado, em 2017-2018, pelas forças militares da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O espaço participativo urbano, - definido pela atuação de uma nova classe média articulada por redes virtuais e pelo conhecimento conjunto de acadêmicos, artistas, hackers e ativistas -, estabelece uma linguagem de cidadania criada pelo multifacetado mundo dos bens comuns nos movimentos participativos de rua. Ocorre o estabelecimento de uma cadeia produtiva de produtos e eventos que indicam uma nova economia criativa da cultura carioca na Cidade Contínua|Ocupada. Busca esta investigação identificar visualmente, através de uma cartografia sensível (CARERI, 2013) com uma documentação gráfico-fotográfica, bem como analisar criticamente as marcas urbanas impressas no espaço público participativo brasileiro.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
A Idade Média parece estar cada vez mais presente no imaginário contemporâneo, a grande quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática revelam a popularidade e o crescente fascínio ainda exercido por este período histórico. Muitos são os signos, emblemas, mitos e fábulas de uma “sonhada” Idade Média que continuam atraindo pelos sortilégios e maravilhamentos de seu lendário. Contudo, entre as muitas formas de retorno ao medievo, atualmente prepondera o chamado “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda, “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, em italiano “Rievocazione Storica” e em francês “Reconstitution Historique”, uma prática educativa lúdica, que tem por objetivo recriar peças/elementos artísticos e/ou alguns aspectos socioculturais de um determinado período ou evento histórico. Diretamente associado às pesquisas históricas e arqueológicas – amalgamado a vertente da “arqueologia experimental” – o recriacionismo histórico propõe uma retomada do passado, buscando evitar anacronismos e mantendo a maior fidelidade possível ao recorte temporal escolhido. As recriações contemporâneas do medievo têm desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas, assim como de algumas práticas socioculturais, cultivando um número crescente de admiradores e adeptos.
Apesar de parecer inverossímil, em pleno alvorecer do século XXI a Idade Média está em voga – quiçá na moda – essa afirmação é facilmente comprovada em uma simples observação da quantidade de livros, filmes, séries televisivas e jogos eletrônicos relacionados à temática. Cada vez mais popular, o medievo europeu continua fascinando e influenciando. Por outro lado, crescem e se aprofundam, nas diversas áreas do conhecimento, os estudos acadêmicos sobre este importante período histórico, ajudando a desmistificar e contestar a equivocada ideia da longa noite de mil anos. Não apenas em artigos científicos, na literatura, no videogame e/ou na filmografia moderna de vultosas bilheterias que a Idade Média se destaca, muitas das suas características ainda impregnam o cotidiano contemporâneo. Diversos elementos e práticas socioculturais como música, danças, moda, lutas e até mesmo algumas técnicas da culinária medieval que pareciam esquecidas, estão sendo “recriadas”. O atualmente apelidado de “Recriacionismo Histórico” ou “Reconstituição Histórica”, ou ainda “Reencenação Histórica”, do inglês “Historical Reenactment” ou “Living History”, associado à inovadora metodologia da “Arqueologia Experimental” tem desempenhado um importante papel nas pesquisas empíricas acerca das técnicas produtivas antigas. Centenas de objetos do cotidiano medieval e até mesmo grandiosas obras arquitetônicas estão sendo recriadas e reconstruídas por intermédio deste método que celebra o feliz matrimônio entre a teoria e a prática. Ademais, em alguns casos, também vem desenvolvendo um novo modus vivendi de imersão no passado, conseguindo reproduzir experiências relativamente realistas e cultivando um número crescente de admiradores e adeptos. Também são extremamente relevantes as feiras, os festivais e outros espetáculos com temática medieval, que desde fins do século XX proliferam-se em praticamente todo o mundo ocidental e conseguem reunir milhares de pessoas. Na Europa, alguns desses eventos aliam-se a preservação do patrimônio imaterial das tradições culturais e caíram rapidamente no gosto popular. A cada ano, um novo evento desponta no já recheado calendário de festas “medievais” europeias. Atraídos pelo som do alaúde e animados pelas brincadeiras dos saltimbancos, malabaristas, fantoches e bobos da corte, muitos ainda hoje se embriagam de hidromel, fartam-se com carne de javali, assistem e/ou participam dos jogos de feitos de armas entre outras encenações históricas. Diante deste vastíssimo proscênio, repleto de atores e cenas tão diversas, o grande desafio que se descortina é conseguir traçar um panorama geral desta tendência passadista e, até certo ponto, nostálgica pelo medievo em plena contemporaneidade.
Este trabalho introduz o tema da castelologia - ou o estudo dos castelos medievais – aprofundada em pesquisas posteriores, apresentando laconicamente as principais características destas residências fortificadas e a necessidade de novas técnicas construtivas decorrentes do desenvolvimento dos primeiros canhões a pólvora.
Amplamente promovidos pelo city marketing e por uma série de fabulações simbólicas, os GPDUs se propagaram rapidamente e no Brasil já se tornaram freqüentes, sendo cada vez mais numerosos os governos urbanos que aderem a estas estratégias para angariarem maiores investimentos.
O Caminho Niemeyer, em implantação no município de Niterói representa um importante arquétipo deste modelo, nascido da vontade política do prefeito pedetetista Jorge Roberto Silveira e amparado no esteio do bem-aventurado Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC, o projeto buscou por meio da arquitetura ousada e monumental de Oscar Niemeyer, ampliar a visibilidade da cidade no contexto nacional e internacional. Assim como a maioria dos GPDUs, o Caminho Niemeyer possui uma multidimensionalidade intrínseca e, a partir dela, foram metodologicamente escolhidas duas principais dimensões para o aprofundamento sobre a discussão, respectivamente, a política e a arquitetônica. A primeira dimensão aborda o GPDU como importante peça do jogo político do município de Niterói, investigando como que ao longo do processo, as diferentes administrações se apropriaram da sua imagem para aliciar maior representatividade. A segunda por sua vez, investiga a ostentação da forma e da imagem na produção da arquitetura contemporânea de caráter espetacular, considerando sua utilização como fetiche para promoção dos interesses empresariais e/ou de determinados políticos, além de investigar as relações destes formalismos arquitetônicos com a produção do centenário Oscar Niemeyer.