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Ana Beraldo
Post doctorade researcher - Consejo Nacional de Investigación Científica y Técnica (CONICET, Argentina), at the Escuela Interdisciplinaria de Altos Estudios Sociales (IDAES, Unsam, Argentina). PhD in Sociology by the Federal University of São Carlos (UFSCar/Brazil), with collaborative period at Center for Latin American Studies (CLAS) at The University of Chicago (USA).
Graduated on Psychology at the Federal University of Minas Gerais (UFMG, Brazil), with masters on Psychology at this same university. Her reseach focuses on urban poverty, different types of governance and life/death social dynamics.
Graduated on Psychology at the Federal University of Minas Gerais (UFMG, Brazil), with masters on Psychology at this same university. Her reseach focuses on urban poverty, different types of governance and life/death social dynamics.
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Este é o tema de nossa coluna essa semana. Neste texto, abordo o modo de funcionamento do chamado “novo cangaço” e proponho uma reflexão sobre o que este tipo criminal nos diz sobre a máquina da Segurança Pública no nosso país.
– órgãos de Direitos Humanos e Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
Governo Federal e Tribunais de Justiça, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) – no que se refere à emergência da Covid-19 e seu espraiamento nas prisões. A partir da análise de matérias jornalísticas, normativas, e dados estatísticos oficiais, argumenta-se que os discursos do PCC e as diretrizes internacionais e nacionais convergem no que tange a uma pauta central: a necessidade de redução da superlotação prisional. Por outro lado, governo e agentes de justiça mostram-se contrários ao desencarceramento de custodiados, alegando que poderia gerar insegurança à população. Em consequência, as já ruins condições carcerárias se tornam ainda mais precárias e a vida das pessoas privadas de liberdade ainda mais frágil. O efeito desse cenário é que o PCC assume o papel de defensor dos direitos dos presos, em potencial intensificação de sua legitimidade nas cadeias e periferias.
Na coluna desta semana, vamos tratar especificamente de um desses grupos que se movimentam entre o dentro e o fora das prisões: os religiosos. No Brasil, como em muitas outras partes do mundo, grupos de cunho religioso têm uma histórica atuação nos espaços carcerários, oferecendo não apenas auxílio religioso às pessoas privadas de liberdade, mas também apoio assistencial, além de vigilância social sobre os espaços prisionais e suas (também históricas) violações de direitos. Mas pode ser que essa longa e consolidada tradição em breve encontre seu fim.
envolvem moralidades, normatividades,
violências, vida e morte. Argumento, baseandome em uma pesquisa etnográfica realizada em
uma favela de Belo Horizonte, que é a
triangulação entre três regimes normativos
primordiais — o do “mundo do crime”, o do
estado, e o da Igreja — que vai confeccionar o
que a teórica Judith Butler chama de
enquadramento, ou seja, a moldura que separa
quem fica do lado de dentro e quem fica do
lado de fora do que é inteligível. Concluo que,
por se tratar de um território marcado por
violências, é essa triangulação que vai separar
quem é “humano” de quem é “matável”.
Este é o tema de nossa coluna essa semana. Neste texto, abordo o modo de funcionamento do chamado “novo cangaço” e proponho uma reflexão sobre o que este tipo criminal nos diz sobre a máquina da Segurança Pública no nosso país.
– órgãos de Direitos Humanos e Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
Governo Federal e Tribunais de Justiça, e o Primeiro Comando da Capital (PCC) – no que se refere à emergência da Covid-19 e seu espraiamento nas prisões. A partir da análise de matérias jornalísticas, normativas, e dados estatísticos oficiais, argumenta-se que os discursos do PCC e as diretrizes internacionais e nacionais convergem no que tange a uma pauta central: a necessidade de redução da superlotação prisional. Por outro lado, governo e agentes de justiça mostram-se contrários ao desencarceramento de custodiados, alegando que poderia gerar insegurança à população. Em consequência, as já ruins condições carcerárias se tornam ainda mais precárias e a vida das pessoas privadas de liberdade ainda mais frágil. O efeito desse cenário é que o PCC assume o papel de defensor dos direitos dos presos, em potencial intensificação de sua legitimidade nas cadeias e periferias.
Na coluna desta semana, vamos tratar especificamente de um desses grupos que se movimentam entre o dentro e o fora das prisões: os religiosos. No Brasil, como em muitas outras partes do mundo, grupos de cunho religioso têm uma histórica atuação nos espaços carcerários, oferecendo não apenas auxílio religioso às pessoas privadas de liberdade, mas também apoio assistencial, além de vigilância social sobre os espaços prisionais e suas (também históricas) violações de direitos. Mas pode ser que essa longa e consolidada tradição em breve encontre seu fim.
envolvem moralidades, normatividades,
violências, vida e morte. Argumento, baseandome em uma pesquisa etnográfica realizada em
uma favela de Belo Horizonte, que é a
triangulação entre três regimes normativos
primordiais — o do “mundo do crime”, o do
estado, e o da Igreja — que vai confeccionar o
que a teórica Judith Butler chama de
enquadramento, ou seja, a moldura que separa
quem fica do lado de dentro e quem fica do
lado de fora do que é inteligível. Concluo que,
por se tratar de um território marcado por
violências, é essa triangulação que vai separar
quem é “humano” de quem é “matável”.
Interestingly, evangelical churches promote themselves precisely around the idea of a “battle against the devil,” and the devil, when it comes to places such as Morro da Luz, is profoundly linked to drug abuse and criminality. In that scenario, how can criminality and evangelism expand simultaneously in the same portion of the population?
investigamos possuem alta escolaridade e, em sua maioria, são envolvidas com os movimentos
feministas. As entrevistas foram analisadas através da Análise Conteúdo. Somente duas entrevistadas disseram não sentir o desejo de ter filhos. Entre as que manifestaram esse desejo, foram várias as motivações para abortar, sendo que o momento de vida considerado impróprio para se ter uma criança se mostrou muito importante. Entre os aspectos que caracterizavam o
momento de vida como impróprio para a continuidade da gravidez, o relacionamento distante do ideal com o parceiro aparece com destaque. A concepção de maternidade das entrevistadas é bastante atrelada à constituição de família. O envolvimento com ideias feministas foi apontado como um fator de suporte para a decisão, que as afastava, em alguma medida, do
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