Ecologia / Ecology
Rev. Biol. Neotrop. 11(1): 22-27, 2014
D
iscussões sobre a escala em ecologia de comunidades
José Hidasi-neto
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução, Departamento de Ecologia, Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas, Caixa postal 131, 74001-970
Goiânia, GO, Brasil. E-mail: hidasineto@gmail.com
nelson silva Pinto
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas, Caixa postal 131, 74001-970, Goiânia, GO, Brasil. E-mail:
nelsonsilvapinto@gmail.com
leonardo
da
costa vergara
Graduando em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências
Biológicas, Caixa postal 131, 74001-970, Goiânia, GO, Brasil. E-mail: leonardo_ufg@hotmail.com
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Resumo: Problemas relacionados às escalas espacial e temporal nos estudos em ecologia de comunidades vêm sendo amplamente discutidos desde o inal do século XX. Vários autores tratam dessas
questões de maneira provocativa, criticando não só como as comunidades ecológicas são deinidas,
mas também em que escalas elas são normalmente estudadas. Com o intuito de analisar algumas das
principais desarmonias existentes na literatura cientíica, revisamos dois trabalhos-chave recentes sobre
esse assunto, apresentando as diferentes concepções que eles possuem acerca do modo como as comunidades devem ser compreendidas. Ainda, discutimos sobre a escassez de dados de biogeográicos, ilogenéticos, e sobre história de vida de organismos, indicando que a resolução de questões relacionadas
a escalas está associada às disponibilidades desses dados. Por im, aconselhamos que sempre devemos
considerar as extensões espaço-temporais quando estudamos comunidades, assim como não esquecer
das diferenças biológicas entre os organismos.
Palavras-chave: Biodiversidade, ecologia de comunidades, escala local, diversidade regional, síntese
teórica.
Abstract: Since at the end of the XX century many problems related to the spatial and temporal scales
in community ecology studies have been widely discussed. Several authors address the issues in a provocative way, criticizing not only how ecological communities are deined, but also in which scales they
are typically studied. In order to analyze some of the main disharmonies in the scientiic literature, we
review two recent key articles about this topic, presenting their different conceptions about how communities should be understood. In addition, we discuss about the scarcity of data on biogeography, phylogenies and life-history traits of organisms, indicating that the resolution of questions related to scales is
linked to the availability of such information. Finally, we advise that space-time extensions should never
be disregarded when studying ecological communities, just as we should never forget about biological
differences among organisms.
Key words: Biodiversity, community ecology, local scale, regional diversity, theoretical synthesis.
introdução
A
palavra “escala” pode ter diferentes acepções como, por exemplo, a escala espacial, que
inclui aspectos de extensão no espaço; a escala temporal, que ressalta a duração e resolução
(frequência de apuração dos dados); a escala
geográica, que indica as dimensões de representação de um dado objeto na superfície terrestre;
e a escala de percepção das espécies, que se refere à escala espaço-temporal na qual uma dada
espécie percebe ou interage com a paisagem ao
seu redor (Metzger, 2001). Problemas referentes as escalas são frequentemente abordados
de acordo com a perspectiva da teoria da hierarquia nos sistemas biológicos (Milne, 1998; Schneider, 2001). Essa teoria sugere que sistemas
com complexidade organizada não podem ser
compreendidos somente pela análise isolada de
suas partes constituintes, entretanto, podem ser
decompostos em componentes funcionais discretos operando em diferentes escalas. Desta forma,
é possível deinir componentes distintos de um
sistema biológico e relacioná-los diferentemente dependendo das escalas consideradas em um
estudo (Urban et al., 1987). A partir desses problemas que envolvem escala surgem, segundo
Metzger (2001), duas questões importantes em
ecologia: (1) existe uma escala espacial e temporal determinada para cada processo ecológico (ou
para cada espécie)? (2) É possível transpor resultados obtidos em escalas menores para maiores,
permitindo extrapolações? Essas perguntas são
consideradas brevemente em nosso texto, mas
estão longe de serem respondidas consensualmente na literatura cientíica.
Podemos deinir a extensão de uma “escala
local” em termos de quilômetros quadrados (podendo variar de acordo com o organismo ou grupo biológico estudado). Tradicionalmente, “comunidades” são compreendidas como conjuntos de
espécies que co-ocorrem em um dado lugar ao
longo de um mesmo período de tempo (veja McGill et al., 2006). É a partir dessa deinição que
discutiremos as ideias apresentadas aqui (mas
veja Magnusson, 2013). Uma comunidade local,
por sua vez, pode ser deinida como a distribuição aleatória de espécies, bem como as suas interações, em uma determinada área e tempo,
de tal forma que a ocorrência de espécies fora
desta área não cause (ou cause poucos) efeitos
sobre essa comunidade (Gleason, 1926; Ricklefs,
2008). Desta forma, fenômenos em escalas locais
podem ser compreendidos por meio de processos
que ocorrem localmente como, por exemplo, distúrbios ambientais (e.g. queimadas) e interações
biológicas (e.g. competição intra ou interespecíica). Essa compreensão de comunidade local, inicialmente proposta por Gleason (1926), contrapõe-se com a ideia proposta por Clements (1916)
de que a comunidade seria como um “superorganismo”. Segundo essa proposição, as espécies
de uma comunidade teriam histórias evolutivas e
relações ecológicas fortemente relacionadas, fazendo com que suas ocorrências exibissem um
alto grau de interdependência.
o
artigo dE ricklEfs E a rEsposta dE
E colaBoradorEs
BrookEr
O prêmio Sewall Wright, da Sociedade Americana de Naturalistas (American Society of Naturalists), é concedido anualmente a pesquisadores
seniores que possuem contribuições fundamentais
para a uniicação conceitual das Ciências Biológicas. Robert E. Ricklefs recebeu o prêmio correspondente ao ano de 2005 por suas várias contribuições em diversas áreas da Biologia, incluindo a
Ecologia de Comunidades (Turelli, 2006). O artigo
de Ricklefs (2008), ao qual nos referimos aqui,
trata-se de um artigo convidado pelo editor, pelo
motivo citado acima, que foi notavelmente concebido por apresentar um caráter provocativo. Nele,
Ricklefs sugere que para a obtenção de um conceito ou ideia de comunidade mais “real” seria necessário observar os organismos e suas interações
do ponto de vista regional. Além disso, a ideia/
conceito de comunidade local se referiria a um
ponto de vista vertical sobre as espécies presentes em uma dada área delimitada arbitrariamente,
formando uma assembleia local (i.e. um conjunto
de espécies). Essa ideia vai de acordo com o que é
discutido por vários autores sobre a nebulosidade
do conceito de “comunidade”, alguns até propondo
o gradual desuso do termo em trabalhos cientíicos
(veja Magnusson, 2013). Ricklefs (2008) ainda argumenta que a ecologia de comunidades vem se
desenvolvendo de forma lenta e isolada de outras
áreas da ecologia, e também critica o excesso de
estudos nos quais os ecólogos consideram comunidades em escalas locais.
Em resposta direta ao artigo provocativo de
Ricklefs (2008), Brooker et al. (2009) indicaram vários pontos contra a ixação da ecologia
de comunidades em nível regional. Os autores,
por exemplo, contra-argumentam que, apesar do
conceito de “comunidade local” ser algo abstrato,
como airma Ricklefs (2008), este é um conceito
intuitivamente válido e com signiicado ecológico
voltado para processos ocorrendo em diferentes
escalas espaciais e temporais. Os autores também argumentam que da mesma maneira que o
conceito de espécie apresenta problemas de deinição e generalização, o conceito de comunidade
não poderia ser abandonado pela falta de conectividade com os conceitos dentro da hierarquia
‘organismo-população-comunidade-ecossistema-biosfera’. Nesse sentido, assim como autores criticam a nebulosidade do conceito de “comunidade” (Magnusson, 2013), outros respondem que
este é um termo útil no meio acadêmico, e que
cientistas geralmente sabem usar esse tipo de
conceito com multiplicidade de signiicados (veja
Prado & El-Hanl, 2013). Brooker et al. (2009)
apontam ainda que diferentes escalas espaciais
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e temporais nos estudos sobre comunidades poderiam ajudar a explicar e predizer processos e
distúrbios ecológicos distintos (Brooker et al.,
2009). Adicionalmente, uma forma de se esquivar de uma deinição arbitrária das comunidades
locais e regionais é examinar as relações ilogenéticas e funcionais interespecíicas em diferentes escalas espaciais (Harrison & Cornell, 2008;
Villalobos et al., 2013).
Outro apontamento de Brooker et al. (2009),
referindo-se à argumentação de Ricklefs (2008),
é de que a ecologia de comunidades está isolada
de outras áreas. As interações entre as espécies
foram estudadas em vários campos da ciência, incluindo a genética molecular, isiologia, geologia
e ilogenia, o que garante um caráter de síntese
à ecologia de comunidades. Ainda, Brooker et al.
(2009) ressaltam o uso de referências muito antigas no trabalho de Ricklefs (2008). Um exemplo
demonstrado é a citação de MacArthur (1965),
em que se airma que a história e a geograia
poderiam ser ignoradas nos estudos em ecologia
de comunidades, pois os processos locais inluenciando na coexistência das espécies (i.e., competição, predação, e mutualismo) entrariam em
equilíbrio de modo tão rápido que, em ampla escala, seriam imperceptíveis. Entretanto, Brooker
et al. (2009) argumentam que trabalhos mais recentes em ecologia de comunidades consideram
abordagens ecológico-históricas, baseados na
relação evolutiva entre organismos. Ademais, sugerimos que trabalhos recentes indicam o quanto
o clima, a dispersão e a interações entre organismos determinam o potencial de adaptação local
e regional, além da distribuição espaço-temporal
das espécies (Guisan & Rahbek, 2011; ver também Hortal et al., 2012), exercendo grande inluência na composição das comunidades.
Apesar de apresentar alguns problemas teóricos, o conceito de comunidade local também é
relevante para se estudar processos ocorrendo
em escalas mais amplas, ao contrário do que é
argumentado por Ricklefs (2008). Como discutido
por Brooker et al. (2009), vários estudos ressaltam que as espécies estão em interação constante dentro de comunidades (e.g. Valient-Banuet
et al., 2006; Dybdahl & Storfer, 2003; mas veja
Stenseth & Smith, 1984), sugerindo que estas
relações levam a pressões evolutivas que agem
constantemente sobre escalas mais amplas. Deste modo, é necessário que haja um rearranjo dos
limites espaço-temporais das comunidades de
acordo com as relações evolutivas (ilogenéticas)
e ecológicas (funcionais) entre as espécies, considerando processos ambientais ocorrendo em
diferentes escalas espaciais e temporais (Brooker
et al., 2009). A proposição de Ricklefs (2008) sobre a desintegração do conceito de comunidade
nos parece, portanto, equivocada, mas traz a necessidade de uma síntese recente que inclua e
ligue aspectos macroecológicos e interações bióticas locais na determinação da coexistência de
organismos.
proBlEmas
nos Estudos dE comunidadEs
As escalas espaciais e temporais representam
um assunto recorrente na ecologia, sendo fortemente debatido ao inal da década de 1970 e começo da década de 1980. Nessa perspectiva, um
dos maiores desaios para os estudos em ecologia de comunidades é referente às limitações de
informações biogeográicas, ilogenéticas e sobre
a história de vida dos organismos (Harrison &
Cornell, 2008; Diniz-Filho et al., 2013). Tais informações nos ajudariam a entender como processos regionais moldam a biodiversidade local em
diferentes regiões ao longo do tempo (Harrison &
Cornell, 2008).
Conhecer os locais onde a ocorrência de determinadas espécies já foi conirmada é um dos
problemas centrais para o estudo de comunidades (tanto por perspectiva regional quanto local).
Essa informação é normalmente providenciada
por coleções cientíicas de museus e universidades. Por exemplo, no Brasil, o ‘speciesLINK’ representa um sistema online que ajuda a integrar
os dados de coleções em um só website (www.
splink.cria.org.br). Em âmbito internacional, o
‘GBIF’ (Global Biodiversity Information Facility)
é uma rede (www.gbif.org) integradora de dados referentes à biodiversidade (Edwards et al.,
2000). Nele, podemos encontrar, entre várias informações, dados globais de ocorrência de espécies (muitos deles georreferenciados). Além de
existirem essas redes com dados sobre a ocorrência de espécies, também existem redes de conhecimento sobre dados climáticos. Um exemplo
disso é o WorldClim (Hijmans et al., 2005), que é
uma base de dados que disponibiliza um conjunto
de variáveis climáticas de alta resolução voltadas
para o uso em programas de modelagem espacial (www.worldclim.org). Por meio dessas ferramentas, podemos entender os padrões regionais
e locais de comunidades, e como diferentes processos, ocorrendo em escalas distintas, podem
estar relacionados a esses padrões. Além disso,
somente por meio desse conhecimento podemos
identiicar potenciais locais onde espécies possam ser descritas (superando o déicit Linneano)
ou que espécies já conhecidas possam também
ocorrer (superando o déicit Wallaceano) (ver
Whittaker et al., 2005).
Uma preocupação recente é acerca das relações evolutivas entre as espécies. Entretanto,
ainda existe uma grande lacuna de conhecimento
sobre as ilogenias dos grupos biológicos (déicit Darwiniano; Diniz-Filho et al., 2013). Alguns
centros de pesquisa disponibilizam informações
sobre as relações entre espécies, mas tais informações ainda são muito dispersas na internet. O
projeto ‘Tree of Life’ (Maddison & Schulz, 2007)
é um exemplo de rede compiladora de relações
evolutivas topológica entre as espécies (www.
tolweb.org/). Outra rede compiladora de relações ilogenéticas (não unicamente topológicas)
é a TreeBASE (Morell, 1996), que funciona como
um repositório aberto ao recebimento de dados
aceitos ou publicados na literatura cientíica. As
ilogenias podem ajudar a entender como espécies ocorrem em determinados locais a partir do
conhecimento dos processos evolutivos responsáveis pelas mudanças genéticas nas populações
de diferentes espécies ao longo do tempo.
A necessidade de se conhecer informações
sobre a história de vida das espécies também
representa um grande desaio nos estudos de
comunidades. Vários bancos de dados estão em
constante desenvolvimento isoladamente em
centros de pesquisa, sendo usados constantemente em periódicos cientíicos internacionais.
Entretanto, ainda há poucos bancos de dados de
acesso livre para grandes grupos biológicos. Por
exemplo, o PanTHERIA (Jones et al., 2009) é um
banco de dados com várias informações biológicas sobre mamíferos de todo o mundo. Outro
exemplo é o projeto TRY (Kattge et al., 2011),
que reúne informações biológicas sobre plantas
ocorrendo globalmente, tanto em nível individual quanto especíico. Assim como as relações
evolutivas, a complementariedade ecológica e as
interações intra e interespecíicas nos ajudam a
entender como padrões locais de diversidade podem ser produzidos e continuamente modiicados
a partir de conjuntos regionais de espécies.
conclusão
A escala ainda é um dos destaques nas discussões sobre a ecologia como um todo, mas várias questões sobre o assunto ainda devem ser
resolvidas para entendermos melhor os processos que atuam na modiicação de padrões ecológicos e evolutivos. Na década passada, Hubbell
(2001) propôs que as diferenças ecológicas entre
espécies co-ocorrentes no espaço e nos níveis
tróicos seriam irrelevantes para a organização de
comunidades. Esse extremo de ausência da importância do nicho para a estrutura de comunidades se contrapõe ao extremo deinido por Ricklefs
(2008) de ausência da importância de diferentes
escalas espaço-temporais (e de aspectos demográicos relacionados a elas) para entendermos
comunidades ecológicas. Para sabermos o quão
corretos ou errados esses autores estão, devemos, urgentemente, acelerar a disponibilidade de
dados biográicos, ilogenéticos e sobre história
de vida dos organismos. Nos próximos anos, ecólogos devem desvendar os processos que ocorrem tanto em escalas inas (populações ou comunidades locais) quanto nas amplas (comunidades
regionais) para que se possa entender como eles
moldam diferentemente a co-ocorrência de espécies através do espaço e tempo.
agradecimentos
Aos nossos colegas e professores do Departamento de Ecologia da Universidade Federal de
Goiás que nos propiciaram discussões inspiradoras para a organização deste trabalho. Agradecemos a um revisor anônimo da RBN e ao Dr. Vitor
Lemes Landeiro (Universidade Federal de Mato
Grosso) pelas importantes críticas e sugestões ao
artigo. Também agradecemos ao nosso professor de Ecologia de Comunidades, Marcus Vinicius
Cianciaruso, por ter nos levado a um ensino mais
crítico e produtivo acerca dos assuntos relacionados à sua disciplina. NSP e JHN foram bolsistas do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientíico
e Tecnológico (CNPq) durante o estudo.
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Recebido em 19.IX.2013
Aceito em 25.VI.2014
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