Trabalho Dos Delitos e Das Penas
Trabalho Dos Delitos e Das Penas
Trabalho Dos Delitos e Das Penas
Salvador
2014
Salvador
2014
O autor inicia sua obra criticando a concentrao de poder nas mos de uma minoria a qual
est preocupada em assegurar a satisfao de suas paixes e vontades em detrimento dos
demais (a maioria). Por conseguinte, a arbitrariedade, segundo Beccaria, fato marcante no
sistema penal de seu tempo.
2.3 A origem das penas e do direito de punir
A liberdade ilimitada existente antes do surgimento do Estado no garantia nenhuma
estabilidade social. Ento, para sair desta situao de incerteza, os indivduos doaram parte de
sua liberdade para usufruir do restante com mais segurana. Sendo assim, o fundamento do
direito de punir deriva da necessidade de manter a sociedade slida, deriva de uma espcie de
contrato social.
2.4 Da interpretao das leis
Segundo Beccaria, a legitimidade para interpretar as leis do soberano, e no do juiz. A este
caberia apenas examinar se algum cometeu ou no um ato ofensivo s leis, sem nenhuma
discricionariedade. Para o autor, se o juiz for obrigado a elaborar um raciocnio a mais, este
ficar a merc de opinies.
2.5 Da obscuridade das leis
O autor chama de obscuras as leis que so elaboradas de modos no passveis de compreenso
por parte do povo. Para ele, quanto maior a quantidade de homens que pudessem ler as leis,
menor seria a existncia de delitos.
2.6 Dos indcios do delito e da forma dos julgamentos
O autor afirma que a lei deve estabelecer, de maneira fixa, por que indcios de delito um
acusado pode ser preso e submetido a interrogatrio para que no haja abusos de poder. Sendo
assim, faz-se necessrio, para que algum seja condenado, a existncia de provas. Estas, de
acordo com Beccaria, podem ser perfeitas ou imperfeitas. As provas perfeitas so aquelas que
demonstram positivamente que impossvel ser o acusado inocente e as imperfeitas se
configuram quando a possibilidade de inocncia do acusado no excluda.
2.7 Das testemunhas
A legislao determina, com seus limites, a confiana da testemunha e todo homem de boa
razo pode ser uma. A confiana depositada para que um sujeito realize o ato de testemunhar
deve ser confrontada com os interesses desse mesmo sujeito, inclusive o direito de dizer a
verdade.
Diante do exposto, assumindo uma posio sexista que provavelmente reflete o contexto da
sociedade do sculo XVIII no qual o livro foi escrito, o autor diz que as mulheres por sua
fraqueza e nem os condenados por terem morrido civilmente podem realizar o ato de
testemunhar.
As formalidades e as procrastinaes presentes no julgamento fazem com que o povo tenha o
entendimento que ele se faz por regras, quando h interesses por detrs. Ainda ligado a esses
fatores, o autor defende que deve ser concedida maior ou menor confiana a testemunha a
depender da proporo de dio e amizade que tem contra o acusado.
Uma s testemunha no suficiente, pois o acusado pode negar e no ter muito subsdio o que
foi testemunhado. Precisa-se dar mais crdito s testemunhas tanto mais srios forem os
crimes a ser testemunhados. Deve-se dar menos crdito como testemunha ao homem que faz
parte de ordem ou sociedade, pois suas paixes pessoais somam-se as paixes da sua
organizao, deixando sua anlise e depoimento comprometidos.
2.8 Das acusaes secretas
As acusaes secretas representam um verdadeiro abuso pela fragilidade que ela constituda.
Segundo Beccaria, pelo anonimato que lhe conferido, os autores das acusaes secretas se
tornam falsos e prfidos, sem compromisso com os transtornos que representao uma
possvel acusao falsa.
Beccaria, bem consistente e firme, utilizando a primeira pessoa algumas vezes, defende a
posio da no se aceitar o instituto da acusao secreta. Quem pode se defender da calnia
quando esta se arma do escudo mais forte da tirania: o segredo.
Reiterando seu posicionamento avesso s acusaes falsas, Beccaria escreve: Se eu tivesse
de ditar leis novas (...) minha mo trmula recusar-se-ia a autorizar acusaes secretas.
Citando Montesquieu defendido que as acusaes pblicas esto de acordo com o governo
republicado e, extrapolada tais idias iniciais, todo governo, republicano ou monrquico, deve
aplicar pena igual ao que aplicaria ao acusado ao acusador que o fizer de forma falsa assim
descoberta.
A natureza nos dotou de amor e, portanto, do direito inalienvel de nos defender. Com a
tortura se cria um desejo diverso no sentido de inspirar dio contra a si mesmo representado
pela auto-acusao, traidora do direito de se defender.
As confisses por tortura so nulas se no estiverem acompanhadas pelo juramento diante do
jri. As razes para submeter tortura o acusado so:
Beccaria critica como algo pode ser purgado em situao onde acusado tem seus ossos
quebrados. O costume de purga surge das prticas religiosas numa analogia com o que as
escrituras dizem sobre se purificar as manchas contradas pela fraqueza humana pelo fogo ou
pela clera do ser supremo. A tortura um instituto anlogo ao fogo purificador apontado nas
escrituras bblicas.
2.12 Da durao do processo e da sua prescrio
Quando constatado o crime deve se d um tempo ao acusado para se justificar, porm esse
tempo deve ser curto para que logo o castigo seja aplicado.
A prescrio representa o prazo aps o qual o criminoso fugitivo em exlio voluntrio pode
retornar ao seu pas de origem sem que haja a possibilidade de que castigo lhe seja aplicado
por tal crime.
Nos grandes delitos (menos freqentes) deve-se diminuir o tempo de instruo e do processo,
pois a inocncia do acusado mais provvel do crime. Nos crimes de menos vultos e mais
comuns, entretanto, necessrio prolongar o tempo dos processos, pois a inocncia do
acusado menos provvel.
2.13 Dos crimes iniciados; dos cmplices; da impunidade
Ainda que as leis no objetivem contemplar centralmente a inteno ela precisa ser castigada,
porm de forma mais branda. O castigo importante, pois previne as tentativas, mesmo
iniciais, do crime.
Quanto aos cmplices se deve observar gradao nas penas, tal como ocorre na distino da
tentativa e do ato criminoso em si.
Certos tribunais oferecem a impunidade ao cmplice de um grande crime que trair os seus
colegas, representando esse instituto certas vantagens e certos perigos. Ao autorizar a delao
h uma autorizao da traio, atitude que repugna os prprios criminosos.
A esperana de ficar impune para o cmplice traidor pode prevenir grandes delitos e
amedrontar o povo, sob o espectro de uma ocorrncia continua de crimes sem seus praticantes
conhecidos.
2.14 Da moderao das penas
O fim das penas no atormentar e afligir um ser sensvel, nem desfazer um crime que j foi
cometido.
Como pode um corpo poltico, que deve ocupar-se exclusivamente em por um freio nos
particulares, exercer crueldades inteis e empregar o instrumento do furor, do fanatismo e da
covardia dos tiranos? Podero os gritos de um infeliz nos tormentos retirado seio do passado
uma ao cometida? No.
Os Castigos tm por fim nico impedir o culpado de ser nocivo futuramente sociedade e
desviar seus concidados da senda do crime. Entre as penas e na maneira de aplic-las
proporcionalmente aos delitos, mister, pois, escolher os meios que devem causar no esprito
pblico a impresso mais eficaz e mais durvel, e, ao mesmo tempo, menos cruel no corpo do
culpado.
Quem poderia deixar de tremer at ao fundo da alma, ao ver males insuportveis causados ou
tolerados por essas leis injustas que sempre acorrentaram e ultrajaram a multido, para
favorecer unicamente um pequeno nmero de homens privilegiados?
Homens que se comprazem em julg-los criminosos tm prazer em seus tormentos,
dilaceram-nos com solenidade e os entregam ao espetculo de uma multido fantica que
goza com suas dores.
Para que o castigo produza o efeito que dele se espera, basta que o mal que causa ultrapasse o
bem que o culpado retirou do crime. Devem contar-se ainda como parte do castigo os terrores
que precedem a execuo e a perda das vantagens que o crime devia produzir. Toda
severidade que ultrapasse os limites se torna suprflua e, por conseguinte, tirnica.
A crueldade das penas produz dois resultados funestos, contrrios aos fins do seu
estabelecimento, que prevenir o crime.
Em primeiro lugar, muito difcil estabelecer uma justa proporo entre os delitos e as penas;
porque, nenhum suplcio pode ultrapassar o ltimo grau da fora humana. Alm desses limites
se sugerem penas ainda mais cruis para os crimes hediondos.
Em segundo lugar, os suplcios mais terrveis podem acarretar s vezes a impunidade. Se as
leis so cruis, ou logo sero modificadas, ou no mais podero vigorar e deixaro o crime
impune.
Termino por esta reflexo que o rigor das penas deve ser relativo ao estado atual da nao,
medida que as almas se abrandam no estado de sociedade, o homem se torna mais sensvel; e,
se se quiser conservar as mesmas relaes entre o objeto e a sensao, as penas devem ser
menos rigorosas.
2.15 Da pena de morte
Quer-se examinar se a pena de morte verdadeiramente til e se justa num governo sbio.
A soberania e as leis no so mais do que a soma das pequenas pores de liberdade que cada
um cedeu sociedade. Representa a vontade geral, resultado da unio das vontades
particulares.
Ser o caso de supor que, no sacrifcio que faz de uma pequena parte de sua liberdade, tenha
cada indivduo querido arriscar a prpria existncia, o mais precioso de todos os bens? A pena
de morte no se apia, assim, em nenhum direito. uma guerra declarada a um cidado pela
nao, que julga a destruio desse cidado necessria ou til.
A morte de um cidado s pode ser declarada por dois motivos:
1) Nos momentos de confuso em que a nao fica na alternativa de recuperar ou de perder
sua liberdade, em que as leis so substitudas pela desordem;
2) Quando um cidado, por suas relaes e seu crdito, atentar contra a segurana pblica,
podendo sua existncia produzir uma revoluo perigosa no governo estabelecido.
A experincia de todos os sculos prova que a pena de morte nunca deteve celerados
determinados a fazer o mal. Essa verdade se apia no exemplo dos romanos e nos vinte anos
de reinado da imperatriz russa, a benfeitora isabel. O rigor do castigo causa menos efeito
sobre o esprito dos homens do que a durao da pena, porque a nossa sensibilidade mais
fcil e mais constantemente afetada por uma impresso ligeira, mais frequente, do que por um
abalo violento, mas passageiro. Pois o tempo que grava no corao do homem as ideias de
moral por impresses repetidas.
O legislador deve por limites ao rigor das penas, quando o suplcio no se torna mais do que
um espetculo e parece ordenado mais para ocupar a fora do que para punir o crime.
Assim, pois, a escravido perptua, substituindo a pena de morte, tem todo o rigor necessrio
para afastar do crime o esprito mais determinado. Por que o desespero no lhes pe fim aos
males, mas os comea. O que provar que a pena de morte no causa toda a impresso que
deveria produzir, e que intil quando julgada necessria.
2.16 Do banimento e das confiscaes
Aquele que perturba a tranquilidade pblica, que viola as condies sob as quais os homens se
sustentam e se defendem, deve ser excludo da sociedade, isto , banido.
Seria mister que uma lei, a menos arbitrria e a mais precisa possvel, condenasse ao
banimento aquele que pusesse a nao na fatal alternativa de fazer uma injustia ou de temer
um acusado. Seria mister, igualmente, que essa lei deixasse ao banido o direito sagrado de
poder a todo o instante provar sua inocncia e recuperar os seus direitos.
A perda de bens uma pena maior que a do banimento. Deve, pois, haver casos em que, para
proporcionar a pena ao crime, se confiscaro todos os bens do banido, no entanto somente nos
casos extremos. O uso das confiscaes pe a prmio a cabea do infeliz sem defesa, e faz o
inocente sofrer os castigos reservados aos culpados, fazendo do homem de bem um
criminoso.
2.17 Da infmia
A infmia um sinal da desaprovao pblica, que priva o culpado da considerao, da
confiana que a sociedade tinha nele e dessa espcie de fraternidade que une os cidados de
um mesmo pas. mister que a vergonha que a lei inflige se baseie na mora, ou na opinio
pblica, pois do contrrio, a lei deixaria de ser respeitada ou as ideias aceitas de probidade e
moral desapareceriam.
As penas infamantes devem ser raras, porque o emprego demasiado frequente do poder de
opinio enfraquece a fora da prpria opinio. A infmia no deve cair tampouco sobre um
grande nmero de pessoas ao mesmo tempo, porque a infmia de um grande nmero no
mais, em breve, a infmia de ningum.
2.18 Da publicidade e da presteza das penas
Quando mais pronta for a pena e mais de perto seguir o delito, tanto mais til e justa ela ser.
Mais justa, porque poupar ao acusado os cruis tormentos da incerteza, cujo horror aumenta
para ele na razo da fora de imaginao e do sentimento de fraqueza.
Um cidado detido s deve ficar na priso o tempo necessrio para a instruo do processo; e
os mais antigos detidos tm o direito de ser julgados em primeiro lugar.
O acusado no deve ser encerrado a seno na medida em que for necessrio para o impedir de
fugir ou de ocultar as provas do crime.
, pois, da maior importncia punir prontamente um crime cometido, se se quiser que, no
esprito grosseiro do vulgo, a pintura sedutora das vantagens de uma ao criminosa desperte
imediatamente a ideia de um castigo inevitvel.
2.19 Da inevitabilidade das penas e das graas
No o rigor do suplcio que previne os crimes com mais segurana, mas a certeza do castigo.
A perspectiva de um castigo moderado, mas inevitvel, causar sempre uma impresso mais
forte do que o vago temor de um suplcio terrvel, em relao ao qual se apresenta alguma
esperana de impunidade.
O direito de punir no pertence a nenhum cidado em particular; pertence s leis, que so o
rgo da vontade de todos. Um cidado ofendido pode renunciar sua poro desse direito,
mas no tem nenhum poder sobre a dos outros.
O direito de conceder graa sem dvida a mais bela prerrogativa do trono. No entanto,
sendo a clemncia uma virtude do legislador e no do executor das leis, deve manifestar-se no
cdigo e no em julgamentos particulares.
Sejam, pois, as leis inexorveis, sejam os executores das leis inflexveis, seja, porm, o
legislador indulgente e humano, que saiba fazer resultar o bem geral do concurso dos
interesses particulares; no se ver, assim, constrangido a recorrer a leis imperfeitas, a meios
pouco refletidos que separam a cada instante os interesses da sociedade daqueles dos
cidados; no ser forado a elevar sobre o medo e a desconfiana o simulacro da felicidade
pblica.
2.20 Dos asilos
Sero justos os asilos?
H pouca diferena entre a impunidade e os asilos. Os asilos que representam um abrigo
contra a ao das leis convidam mais ao crime do que as penas evitam, do momento de que se
tem a esperana de evit-los.
Um crime s deve ser punido no pas onde foi cometido, porque somente a, e no em outra
parte, que os homens so forados a reparar os efeitos que o exemplo do crime pode produzir.
Ser til o uso estabelecido entre as naes de permutarem entre si os criminosos?
Certamente, a persuaso de no encontrar nenhum lugar na terra em que o crime possa ficar
impune seria um meio bem eficaz de preveni-lo. No ousarei, porm, decidir essa questo, at
que as leis, tornando-se mais conformes aos sentimentos naturais do homem, com penas mais
brandas, impedindo o arbtrio dos juzes e da opinio. Essa razo eterna que une com um lao
indissolvel os interesses dos soberanos aos interesses dos povos.
2.21 Do uso de pr a cabea a prmio
2.22 Que penas devem ser proporcionadas aos delitos
2.23 Da media dos delitos
2.24 Diviso dos delitos
2.25 Dos crimes de lesa-majestade
2.26 Dos atentados contra a segurana dos particulares e principalmente das violncias
2.27 Das injrias
2.28 Dos duelos
O ser humano tem necessidade de ser reconhecido pelo outro, para tanto nasce o combate
individual, costume que j se encontra em desuso, mas que j foi h muito utilizado como
defesa da honra e reputao. Para Beccaria, para evitar a ocorrncia desse crime, o duelo,
necessrio a punio daquele que iniciou o duelo.
2.29 Do roubo
De incio Beccaria afirma que roubo deve ser punido com pena pecuniria. Entretanto,
entende o autor, que o tal crime motivado pelo desamparo que o direito de propriedade
deixou essas pessoas miserveis e desesperadas. Nesse sentido, ele defende que a pena mais
adequada a escravido, na qual o senhor seria a sociedade, pois obrigaria ao criminoso o
trabalho forado a fim de reparar a violao do pacto social e da propriedade alheia. Todavia,
caso haja acompanhamento de violncia no roubo a pena deve ser acrescida de violncia.
2.30 Do Contrabando
O contrabando nasce da prpria legislao na medida em que ocorre o aumento de impostos
maior a vantagem do autor do delito. Trata-se de um crime de roubo que a sua punio
precisa ser proporcional ao crime cometido um contrabando de maconha no deve sofrer a
mesma pena de um assassino.
O contrabando no considerado pela sociedade um crime de grande nocividade e assim no
h na sociedade grande indignao contra esse delito. Entretanto, existem certos contrabando
que afetam a receita do pas e devem ser submetidos uma pena proporcional a sua conduta.
2.31 Dos crimes que perturbam a tranquilidade pblica
Outra modalidade de crime tratada na obra so os tumultos que perturbam a ordem pblica,
notadamente mediante greves e discursos inflamados em espaos pblicos. O magistrado deve
agir, a favor da tranquilidade pblica, em conformidade com os cdigos para no deixar
brechas tirania.
Em seguida o autor faz questionamentos a respeito da adequada pena a ser aplicada, da
utilidade da pena de morte, se necessrio pena de morte, qual o melhor modo de punir e qual
influncia as penas exercem na cultura.
2.32 Do cio
Neste captulo, o autor inicia dizendo que no trata em sua obra, nada sobre alguma espcie
de delito cuja punio inundou a Europa de sangue humano. Ele no trata sobre nenhum
espetculo em que homens so jogados em fogueiras e as pessoas contemplavam porque
estaria se desviando do foco principal, que o lugar em que habita, o sculo em que vive e a
matria que trata, no permitiriam analisar a natureza desse delito.
Ele perderia muito tempo tentando provar a necessidade de uma inteira conformidade de
opinio num Estado poltico; demonstrar que algumas crenas religiosas podem perturbar a
tranquilidade pblica, a no ser que apenas uma seja autorizada.
E finaliza o captulo afirmando que, em sua obra, trata apenas dos crimes que violam o
homem natural e que violam o contrato social.
2.36 De algumas fontes gerais de erros e de injustias na legislao
As falsas ideias de utilidade que os legisladores criaram, so umas das principais fontes de
erros e injustias. ter falsas ideias preocupar-se mais com inconvenientes particulares do
que com inconvenientes gerais; tambm ter falsas ideias de utilidade, sacrificar mil
vantagens reais ao temor de uma desvantagem imaginria ou pouco importante.
Um exemplo de lei contrria ao fim de utilidade, a lei do desarmamento, pois s desarma o
cidado pacfico e deixa a arma com o celerado, que j est acostumado a violar convenes.
Alm disso, segundo o autor, se essa lei fosse executada, destruiria a liberdade pessoal e
favoreceria o bandido em detrimento do cidado honesto.
Tambm so chamadas de falsas utilidades, as que separam o bem geral dos interesses
particulares, sacrificando as coisas s palavras. A diferena do homem no estado de natureza e
no estado de sociedade que, o homem selvagem s faz mal a outrem quando descobre
alguma vantagem para si, enquanto o homem social, prejudica sem nenhum proveito por
conta de leis viciosas.
2.37 Do esprito de famlia
O esprito da famlia outra fonte geral de injustias na legislao. As disposies cruis das
leis penais foram aprovadas porque consideravam o Estado como uma sociedade de famlias
do que como uma associao de homens.
2.40 Concluso
O autor afirma que de toda a exposio feita no livro, gera-se um teorema: que, para no
ser um ato de violncia contra o cidado, a pena deve ser essencialmente pblica, pronta,
necessria, a menor das penas aplicveis nas circunstncias dadas, proporcionada ao delito e
determinada lei.
REFERNCIA
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. So Paulo: Martin Claret, 2006