Caderno de Teoria e Prática Da Narrativa Jurídica
Caderno de Teoria e Prática Da Narrativa Jurídica
Caderno de Teoria e Prática Da Narrativa Jurídica
Nmero de
aulas por
semana
Nmero de
semana de
aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
1.
Apresentao da ementa da disciplina
2.
Estrutura textual das peas processuais
2.1. Parte narrativa
2.2. Parte argumentativa
2.3. Parte injuntiva
3.
Teoria Tridimensional do Direito
Contribuio das disciplinas de Portugus Jurdico para a produo de
peas processuais
Procedimento
Ao longo do semestre, trabalharemos, preferencialmente, casos da
s de ensino
rea cvel, entretanto, para a primeira aula, escolhemos um tema de
direito penal porque nossos alunos j estudam essa disciplina e isso
facilitaria uma primeira interao com eles. A inteno apresentar o
programa de nossas disciplinas de forma inovadora e inteligente, sem a
previsvel organizao linear da lista de contedos e da ementa.
O principal objetivo da estratgia criar um contexto de persuaso
sobre a importncia das disciplinas de portugus jurdico para a formao
dos profissionais de direito. Se julgar pertinente, leve textos que tratem da
valorizao do portugus jurdico na atualidade.
No pretendemos uma abordagem jurdica dos tipos penais relativos
ofensa ao bem jurdico vida, mas a compreenso de que so os fatos do
caso concreto que determinam a necessidade de tantos tipos penais
para tipificar a conduta matar algum.
Recursos
fsicos
Aplicao
prtica e
terica
Teoria
Tridimensional
FATO
VALOR
NORMA
TEXTO
ESPECIFICIDADES
Art. 157. Subtrair coisaO agente tem o dolo
mvel alheia, para si oude roubar e culpa pela
para outrem, mediantemorte da vtima, ou
grave ameaa ou violnciaseja, desejava garantir
a pessoa, ou depois dea subtrao da coisa,
Art. 157, 3 hav-la,
por
qualquermas no tinha inteno
do CP
meio,
reduzido
(dolo) de matar. o
(latrocnio)
impossibilidade
deque se denomina crime
resistncia:
Pena
-preterdoloso.
recluso, de quatro a dez
anos, e multa.
3 Se da violncia resulta
leso corporal grave, a
pena de recluso, de
sete a quinze anos, alm
da multa; se resulta
morte, a recluso de
vinte a trinta anos, sem
prejuzo da multa.
b)
fundamentao.
Situao
Em Elaborao
Considerae
s adicionais
Plano de
ensino
Ttulo
Nmero de aulas
por semana
Nmero de
semana de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
1. Gnero textual
2. Tipologia textual
2.1. Texto narrativo
2.2. Texto descritivo
2.3. Texto argumentativo
2.4. Texto injuntivo
3. Peas processuais e utilizao dos diversos tipos textuais
Procedimentos de
ensino
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
No Direito, de grande relevncia o que se denomina tipologia
terica
textual: narrao, descrio, dissertao. O que torna essa questo
de natureza textual importante para o direito sua utilizao na
produo de peas processuais como a petio inicial, que apresenta
diferentes tipos de texto, a um s tempo. Para melhor compreender
essa afirmao, observe o esquema da petio inicial e perceba
como essa pea pertence a um tipo textual hbrido do discurso
jurdico, o que exige do profissional do direito o domnio pleno desse
contedo.
Dos fatos
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Do direito
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Do pedido
1- __________________________;
2- __________________________;
3- __________________________.
Questo 1
Identifique a tipologia textual predominante em cada um dos
fragmentos listados e justifique sua resposta com elementos do
prprio texto.
Fragmento 1
O apelado moveu Ao de Execuo por Quantia Certa em face
dos ora apelantes, fundando-se na existncia de um contrato de
locao firmado com Antnio Claudio (autos em apenso).
Em tal ao, consta uma planilha de dbitos em que se
encontram discriminados os valores supostamente devidos pelos
apelantes, planilha essa que ser adiante questionada.
Existem relevantes pontos que no podem ser deixados
margem da apreciao deste D. Juzo:
O apelado possuidor do contrato de locao acima aludido.
Tal contrato, que teve poca de sua assinatura os apelantes como
garantidores, foi celebrado por prazo determinado, iniciado em
11/01/2007 e findo e 11/01/2008.
Durante o prazo de vigncia do referido contrato, os aluguis e
demais encargos da locao vinham sendo quitados pontualmente
pelo locatrio, sempre sob a vigilncia de perto dos fiadores, ora
Questo 1
Fragmento
Fragmento
Fragmento
Fragmento
Fragmento
Fragmento
Questo 2
1:
2:
3:
4:
5:
6:
texto
texto
texto
texto
texto
texto
narrativo predominante.
dissertativo argumentativo predominante.
descritivo predominante.
narrativo predominante.
dissertativo argumentativo predominante.
descritivo predominante.
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Anexos
Anexo
1.docx
Ttulo
Nmero de semana
de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
uma
narrativa
sem
compromisso de representar
qualquer das partes. Deve
apresentar todo e qualquer
fato
importante
para
a
compreenso da lide, de forma
imparcial.
Sugerimos iniciar por trata-se
de questo sobre...
estavam recolhidos.
30- Aconteceu, isto sim, na noite de sbado. Nessa noite,
aps o jantar, um conjunto tocava msica de dana. Sem
acompanhante, o ru tirou a autora vrias vezes para danar.
medida que a noite se desenvolvia, cada vez mais procurava o ru
a proximidade corporal com a autora.
31- Os outros casais aos poucos iam se recolhendo aos
respectivos aposentos at que, cerca de uma hora da madrugada,
s restavam danando autora e ru, este ltimo, a essa altura,
completamente embriagado.
32- Tocado pelo lcool, o ru perdeu o controle de si mesmo
e comeou a tentar seduzir a autora, com palavras eloqentes
,carregadas de sensualidade imoral.
33- A autora, claro, resistiu sempre, at que, finalmente,
desvencilhou-se do ru e saiu andando apressadamente at seu
quarto.
34- O ru, porm, seguiu-a e, com o p, impediu-a de trancar
a porta, dizendo cruamente, em alto e bom som:
"- Esta noite eu vou dormir aqui com voc".
35- O constrangimento era total e invencvel., No silencioso
hotel de fim de semana, todos estavam recolhidos. O ru,
completamente embriagado, deixava desenganadamente claras
suas lascivas intenes. Somente com grande escndalo, do qual
todos os demais hspedes do hotel e, principalmente, os
profissionais integrantes do escritrio por certo tomariam
conhecimento, poderia a autora ter resistido a suas lbricas
investidas.
36- No restou autora seno aceder e passar a noite com o
ru. Enojada, vencendo a repugnncia, por vrias vezes permitiu
que ele a possusse, sempre para evitar o escndalo.
37- Manh bem cedo, retirou-se o ru para seu prprio
quarto e, algumas horas depois, de cara lavada, como se nada
tivesse acontecido, presidia a reunio da manh de domingo.
38- A autora cuidava que todo aquele pesadelo no duraria
mais que uma noite e que, novamente sbrio, o ru se desculparia
ou, pelo menos, tentaria fingir que nada tinha acontecido.
39- De fato, foi assim que procedeu o ru durante todo o
domingo, no hotel, e na viagem de volta.
40- Na segunda-feira a autora apresentou-se ao trabalho,
ainda desconfiada, mas pronta a iniciar esforo consciente para
relegar o episdio- a merecido esquecimento. O emprego ainda
era um bom emprego; a autora precisava dele; agora mais que
nunca, pois sua me, j idosa, estava prestes a submeter-se a
uma delicada interveno cirrgica. O ru, at ali, tinha sido um
bom patro. Tudo afinal no passara de uma noite de bebedeira.
41- Ao final do expediente, porm, o ru chamou a autora,
dizendo que precisava conversar com ela e oferecendo uma
carona. Cuidando, ingenuamente, que receberia o to esperado
pedido de desculpas, a autora aceitou o convite.
42- Mais uma vez, porm, para sua desgraa, enganou-se. O
ru desejava, isto sim, reiterar que apreciara imenso a noite
passada com ela, que insistia em chamar uma noite de amor";
que no tinha deixado de pensar nela um s minuto e que queria
repetir a experincia.
43- Agora no havia mais a desculpa da embriaguez. O ru
estava sbrio e sua voz, firme, decidida; simplesmente, com
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de semana
de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Entendemos por modalizadores todas as marcas
lingsticas disparadoras de raciocnio jurdico. Podem ser
estratgias modalizadoras a seleo vocabular, a adjetivao, a
ordem dos elementos na frase, a entonao etc. a presena do
modalizador que auxilia a produo da narrativa valorada; sua
ausncia marca uma tendncia de imparcialidade.
Esta aula o auxiliar no aprofundamento da identificao
dos modalizadores. Aproveite, ainda, para discutir o efeito
discursivo que esses elementos trazem para o texto em que so
usados, mesmo porque, como vimos, a subjetividade de seu uso
favorece interpretaes distintas de como sero compreendidos
pelo juiz.
Ressalte que h modalizadores mais evidentes e outros mais sutis
e assinale que os muito evidentes (empresas inescrupulosas,
por exemplo) podem ser prejudiciais narrativa quando traduzem
uma valorao pejorativa, preconceituosa, agressiva para as
Aplicao prtica e
terica
Questo 1
A seleo vocabular e a redao tendenciosamente crtica
em relao ao trabalho realizado pelas polcias e pelas foras
armadas favorece diversas possibilidades modalizadoras, porm,
chamamos especial ateno para as escolhas invaso /
ocupao e para o uso polissmico da palavra poder.
Questo 2
Algumas orientaes que podem ser dadas aos alunos:
1)
Em Elaborao
Ttulo
Nmero de aulas
por semana
Nmero de
semana de
aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
1. Polifonia e intertextualidade
1.1. Citao direta
1.1.1. Citao de at 3 linhas e orientaes da ABNT
1.1.2. Citao de mais de 3 linhas e orientaes da ABNT
1.2. Citao indireta (parfrase)
1.2.1. Reproduo ideolgica de contedos
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recomendamos que este encontro seja utilizado para refletir
sobre a importncia da polifonia. Todas as vozes que auxiliam no
conhecimento dos fatos que compem a lide sero bem-vindas. Em
muitos processos, o nico meio de esclarecer os acontecimentos
ouvindo as partes, as testemunhas, as autoridades policiais que
realizaram diligncias etc.
Mesmo com a presena de provas documentais no processo, a
polifonia ter sua importncia, ainda que relativizada pela eventual
inconsistncia dessas falas.
Sugerimos ajudar o aluno a conhecer os recursos lingusticos
que marcam a polifonia. possvel trabalhar, tambm, os tipos de
discurso (direto, indireto e indireto livre) e sua colaborao para a
produo da narrativa forense.
No terceiro semestre, a polifonia receber outra conotao, a de
informao que ajudar no desenvolvimento do argumento de
autoridade e do argumento de prova. Assinale, talvez, essa questo,
mas somente a aprofunde em Teoria e prtica da Argumentao
Jurdica.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
No ato de interpretar um texto, no apenas necessrio o
terica
conhecimento da lngua, mas tambm se faz imprescindvel que o
receptor tenha em seu arquivo mental as informaes do mundo e
da cultura em que vive. Ao ler/ouvir um discurso, o receptor acessa
diferentes memrias.
Portanto, interpretar depende da capacidade do receptor de
selecionar mentalmente outros textos. Quem no tem
conhecimento armazenado, cultura, leitura de mundo, ter
dificuldade, quer na construo de novos discursos, quer na
captao das intenes do emissor do discurso.
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Anexos
Anexo
2.docx
Ttulo
Nmero de aulas
por semana
Nmero de
semana de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
Num relato pessoal, interessa ao narrador no apenas contar
terica
os fatos, mas justific-los. No mundo jurdico, entretanto, muitas
vezes, preciso narrar os fatos de forma objetiva, sem justific-los.
Ao redigir um parecer, por exemplo, o narrador deve relatar os fatos
de forma objetiva antes de apresentar seu opinamento tcnicojurdico na fundamentao.
Antes de iniciar seu relato, o narrador deve selecionar o qu
narrar, pois necessrio garantir a relevncia do que narrado.
Logo, o primeiro passo para a elaborao de uma boa narrativa
selecionar os fatos a serem relatados.
INSERIR AQUI O ANEXO 3
QUESTO 1:
Leia os casos concretos que seguem e sublinhe todas as
informaes que precisam ser observadas em uma narrativa
imparcial. Em seguida, liste, em tpicos, todas essas informaes
que devem ser usadas no relatrio.
Caso concreto 1
O motorista que atropelou a estudante universitria Daniele
Silva, de 24 anos, moradora da Rua da Saudade, 25, casa 3, Santa
Teresa, CPF 453992292-67, na pista do Aterro do Flamengo, Rio de
Janeiro, na noite de segunda-feira, 08 de maro de 2010, s 23h
30min, confessou ter fugido sem prestar socorro vitima, que
morreu no local. Formado em Relaes Internacionais, Marcelo
Cotrim, de 25 anos, mora na Rua Senador Patrcio, 80, apartamento
403, Flamengo, CPF 435 874 985-20, RG 2323874044-9, e se
apresentou ontem ao 10 DP (Botafogo), onde alegou no ter parado
para prestar socorro, por ter ficado com medo de ser linchado.
Marcelo liberado aps prestar esclarecimentos, autuado por
homicdio culposo e omisso de socorro.
Em seu depoimento, Marcelo disse: "logo aps o acidente,
liguei para o meu pai, o mdico Reinaldo Cotrim, que mora a 500
metros do lugar do atropelamento. No bebi antes do acidente.
Tinha acabado de sair de casa, no Flamengo, para buscar a minha
namorada, em Copacabana. Um casal passou correndo na frente do
carro".
Reinaldo, por telefone, quando Marcelo liga logo depois do
acidente, fala para o filho ir para a casa. O mdico vai at o local do
acidente, constata que a menina j est morta, sai sem se identificar
polcia e aos bombeiros.
Nos prximos dias, ser ouvido o rapaz que estava com Daniele
no momento do atropelamento, identificado como Alexandro, que
tambm foi atingido.
O advogado de Marcelo, Pedro Lavigne, ficou na delegacia com
ele durante toda a tarde. Indagado por que seu cliente ligara para o
pai em vez de chamar os bombeiros, Lavigne ainda tentou justificar:
_ O pai dele mdico e estava a poucos metros dali. Ele foi at
l para tentar salvar a menina, mas ela j estava morta. Ele est
muito abalado e, por isso, no se apresentou antes.
Opinio do delegado do 10 DP, Laurindo Lobo, ele est
jogando a culpa em cima da vtima. O advogado de defesa disse
acreditar que ele sequer responder a processo.
Caso concreto 2
Desde o dia 18 de setembro de 2010, o motorista Jos Menezes
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Anexos
Ttulo
Anexo
3.docx
Nmero de
1
aulas por
semana
Nmero de
semana
de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
1. Formas de organizao dos fatos na narrativa
contedo 1.1. Organizao cronolgica
1.2. Organizao acronolgica
2. Identificao do fato gerador
3. Organizao linear dos fatos nas narrativas cvel e criminal
Procedimentos Aula dialogada.
de
ensino
Recursos
fsicos
Aplicao
prtica e
terica
A autora
fez a
matrcula
da sua filha
na escola
1999
Meses depois
A escola
terceirizou
as aulas de
informtica
e ingls
2003 / 1 sem.
[...]
Aumenta a
A autora foi
inadimpln
impedida
cia no
de assistir
pagamento
s aulas.
das
mensalidad
2003 / 2 sem.
es
1 FETZNER, Nli Luiza C. et al. Lies de Argumentao Jurdica: da Teoria Prtica. Rio de Janeiro:
Forense, 2010, cap. 3.1.
Perpetuidade perenidade,
eternidade,
durao
eterna,
permanente, contnua, ininterrupta, constante,
tempo infinito, interminvel, infindvel, etc.
Sempre,
duradouro,
indelvel,
imorredouro,
imperecvel, at a consumao dos sculos, etc.
Longa durao largo, longo tempo, longevo, macrbio, Matusalm,
etc.
Curta durao tempo breve, curto, rpido, instantaneidade,
subitaneidade, pressa, rapidez, ligeireza, efmero,
num abrir e fechar d 'olhos, relance, momentneo,
precrio,
provisrio,
transitrio,
passageiro,
interino, de afogadilho, presto, etc.
Cronologia, Cronos, calendrio, folhinha, almanaque, calendas,
medio,
cronometria, relgio', milnio, sculo, centria,
diviso do
dcada, lustro, qinqnio, trinio, binio, ano,
tempo
ms, dia, trduo, trimestre, bimestre, semana,
anais, ampulheta, clepsidra, etc.
Simultaneidad durante, enquanto, ao mesmo tempo, simultneo,
e
contemporneo, coevo, isocronismo, coexistente,
coincidncia, coetneo, gmeo, ao passo que,
medida que, etc.
Antecipao antes,
anterior,
primeiro,
antecipadamente,
prioritrio, primordial, prematuro, primognito,
antecedncia, precedncia, prenncio, preliminar,
vspera, prdomo, etc.
Posteridade depois, posteriormente, a seguir, em seguida,
sucessivo, por fim, afinal, mais tarde, pstumo, "in
fine", etc.
Intervalo
meio
tempo,
interstcio,
nterim,
entreato,
interregno, pausa, trguas, entrementes, etc.
Tempo
atualidade, agora, j, neste instante, o dia de hoje,
presente
modernamente, hodiernamente, este ano, este
sculo, etc.
Tempo futuro amanh, futuramente, porvir, porvindouro, em
breve, dentro em pouco, proximamente, iminente,
prestes a, etc.
Tempo passado remoto, distante, pretrito, tempos idos, outros
tempos, priscas eras, tempos d'antanho, outrora,
antigamente, coisa antediluviana, do tempo do
arroz com casca, tempo de amarrar cachorro com
lingia, etc.
Freqncia
constante, habitual, costumeiro, usual, corriqueiro,
repetio, repetidamente, tradicional, amide, com
freqncia, ordinariamente, muitas vezes, etc.
raras vezes, raro, raramente, poucas vezes, nem
Infrequncia sempre,
ocasionalmente,
acidentalmente,
esporadicamente, inusitado, inslito, de quando em
quando, de vez em vez, de vez em quando, de
tempos em tempos, uma que outra vez, etc.
CASO CONCRETO
Abandonada pelo noivo depois de 17 anos de namoro, a
costureira Nair Francisca de Oliveira props ao judicial no Tribunal
de Minas Gerais a fim de condenar o motorista aposentado Otaclio
Garcia dos Reis, de 54 anos, a pagar-lhe indenizao por danos
morais. Ela pediu, ainda, 50% do valor da casa que os dois estavam
importantes.
Considere que informaes juridicamente importantes so
aquelas que precisam constar na narrativa da pea porque a lei, a
doutrina e/ou a jurisprudncia consideram essas informaes como
importantes.
Tenha como certo, tambm, que a autora pretende indenizao
por danos morais, em virtude do trmino do relacionamento pelas
razes sustentadas pelo advogado e pela difamao de que foi
vtima. Pretende, ainda, 50% do valor do imvel e 50% dos valores
recebidos a ttulo de aluguel.
Assim, realize uma pesquisa e indique as fontes
principiolgicas, legais, doutrinrias e jurisprudenciais que
contribuam para a percepo de quais informaes so
juridicamente importantes para a soluo da lide.
Questo 3
Produza uma narrativa simples em texto corrido, adequadamente
dividido em pargrafos para o caso concreto, com a exposio
cronolgica dos fatos.
Questo 1 Letra A.
Questes 2 e 3 respostas abertas.
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionai
s
Plano de
ensino
Anexos
Anexo
4.docx
Ttulo
Nmero de semana
de aula
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de
aulas por
semana
Nmero de
semana de
aula
Tema
Objetivos
Estrutura
de
contedo
Procedimen
Aula dialogada. At o presente momento, nosso aluno j deve ter
tos de
compreendido como selecionar as informaes importantes do caso concreto e
ensino
como organiz-las no texto. Tambm j deve conhecer todas as demais
caractersticas que particularizam a produo da narrativa jurdica.
Acreditamos que todas essas marcas (cronologia, seleo de informaes,
uso do tempo verbal, impessoalidade, identificao do fato gerador do conflito,
modalizao) tenham sido bem trabalhadas em sala de aula. A bibliografia
recomendada auxilia consistentemente no aprofundamento desse contedo.
Ainda assim, no h dvidas de que, mais do que compreender o contedo,
os alunos precisam ter a oportunidade de produzir textos de natureza jurdica,
porquanto a prtica constante dessa atividade leva ao desenvolvimento das
habilidades necessrias prtica profissional.
Este encontro e o prximo destinam-se a esse fim, especialmente no que couber
narrativa valorada.
Recursos
fsicos
Aplicao
prtica e
terica
O texto da aula de hoje contm informaes que podem ser teis tanto a
quem acusa o Ministrio Pblico quanto a quem se defende o policial do
Bope. Leia-o e faa o que se pede.
PM confunde furadeira com arma e mata inocente
O Globo 20 de maio de 2010 p. 19 (texto adaptado)
Bruno Rohde, Clia Costa e Paulo Carvalho
O policial do Batalho de Operaes Especiais (Bope), cabo Leonardo
Albarello, CPF 453992292-67 confundiu ontem uma furadeira com uma
submetralhadora Uzi e matou, com um tiro de fuzil, o supervisor de loja Hlio
Barreira Ribeiro, de 47 anos, CPF 435 874 985-20, RG 2323874044-9, que estava
usando a ferramenta para fazer um servio no terrao de sua casa, na Rua
Fernando Pontes, no Andara. Aps acompanhar o trabalho dos peritos, a
delegada Leila Goulart, titular da 20 DP (Vila Isabel), disse que, se for preciso,
ser feita uma reconstituio para saber se a distncia fez com que o PM se
confundisse.
Hlio sobe no terrao para fixar um toldo, v os homens do Bope numa vila
ao lado. Ele comenta, brincando com a mulher, que est com medo de a
furadeira ser confundida com uma arma porque havia uma operao do Bope na
favela. Minutos depois, um tiro disparado pelo cabo Leonardo Albarello mata o
supervisor. Um projtil vai por baixo da axila e atravessa o trax. Distncia do
tiro: aproximadamente 40 metros.
A vila onde o supervisor morava fica num dos acessos ao Morro do Andara,
num ponto afastado de onde os traficantes costumam ficar. Lus da Silva, vizinho
do vitimado, disse: No houve troca de tiros; s ocorreu um tiro, o do policial do
Bope.
Hlio levado para o Hospital do Andara, mas j chega morto. No pediu
pra sair da vida... O cabo do Bope apresenta-se no 20 DP e admite que fez o
disparo. Ele alega: Gritei para o cara largar a arma, ele fez um gesto brusco e eu
atirei.
A delegada Leila Goulart indiciou o cabo por homicdio doloso - quando h
inteno de matar. Segundo ela, o policial poder responder ao inqurito em
liberdade, por ter se apresentado delegacia espontaneamente.
O cabo poder ficar afastado das ruas por tempo indeterminado e passar
por acompanhamento psicolgico.
- A partir do momento em que h um disparo contra um civil, isso um erro.
Ele agiu, naquele momento, consciente de que estava certo. O erro foi detectado
depois disse o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo
Moraes.
Antes da operao do Bope, no dia da morte do Hlio, policiais do 6 BPM
(Tijuca) estiveram no Morro do Andara para checar uma denncia de que havia
um homem preso no alto da comunidade, prestes a ser executado. Durante
confronto, na violenta cidade maravilhosa, morreram Jhonamir Duarte dos
Santos, o Peixe, de 21 anos, e Adriano do Sacramento da Silva, o AR, de 24. Com
eles, foram apreendidas uma pistola 9mm e uma granada. Adriano tinha trs
passagens pela polcia.
Testemunha do fato, Regina Clia Canelas Ribeiro, de 44 anos, mulher do
supervisor de loja, disse: _ Depois de balear meu marido, ele (o PM) ainda me
xingou e, apontando a arma para mim, ordenou que eu me deitasse. Vieram
pulando os telhados das casas at chegar nossa. Eles me trataram como
bandida.
Questo 1
Produza uma tabela com duas colunas, a fim de elencar, na primeira, as
informaes que contribuem para reforar a verso da parte autora e, na
segunda, as que podem auxiliar a r. Lembre-se de apenas selecionar as
informaes que so juridicamente relevantes para a soluo da lide em anlise
no judicirio. Considere que o Ministrio Pblico j tenha oferecido denncia
contra o cabo da polcia militar.
Questo 2
Existem fatos que podem ser usados na narrativa tanto pela parte autora
quanto pela r. No estamos nos referindo apenas aos fatos no controvertidos,
como a morte de Hlio Barreira Ribeiro e o disparo realizado pelo cabo Leonardo
Albarello.
Estamos tratando de certas circunstncias que, a depender do interesse
argumentativo que suscitam, podem ser usadas por qualquer das partes para
produzir suas verses sobre o que ocorreu no dia do evento fatal.
Para exemplificar, considere o fato de que o Rio de Janeiro uma cidade
muito violenta. O MP, que acusa o policial de homicdio doloso, usar esse dado
para reforar a banalidade com que a polcia do estado trata a vida do cidado. O
advogado de defesa do cabo da PM pode, porm, recorrer mesma informao
para defender o raciocnio de que os confrontos naquela regio so frequentes e,
exatamente por isso, o policial agiu em legtima defesa, em virtude do perigo
iminente.
certo que outras questes precisam ainda ser discutidas, como a conduta
(im)perita do profissional dessa polcia especializada.
Diante dessa breve reflexo, identifique os fatos, explcitos ou pressupostos
na estrutura textual, que podem ter validade para ambas as partes da demanda.
Justifique o porqu de sua seleo, maneira do exemplo da parte no incio da
questo.
Questo 3
Tendo em vista que o plo ativo do processo (autor - MP), em Ao Penal
Pblica, pretende a condenao do plo passivo (ru policial militar Leonardo
Albarello) pela prtica de homicdio doloso, produza a narrativa jurdica valorada
de acusao, com respeito a todas as orientaes dadas ao longo do semestre.
Avaliao
Situao
Em Elaborao
Considera
es
adicionais
Plano de
ensino
Anexos
Anexo
5.docx
Ttulo
Nmero de semana
de aula
10
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Avaliao
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de aulas
por semana
Nmero de
semana de aula
11
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Fato / prova
extrados da
narrativa
Valorao
Justificativa
da
valorao
FATO
VALORAO
JUSTIFICATIVA
A mdica indicou o Agiu, portanto, comPorque sabia que a
uso do analgsico impercia
paciente era alrgica
xyz.
ao medicamento
Ao desenvolver o pargrafo argumentativo, poderamos
redigi-lo assim:
Importa destacar que a mdica Maria das Dores Silva, que atendeu
a paciente e indicou-lhe o analgsico xyz, agiu de forma imperita.
Isso porque, segundo a me da paciente, essa lhe informou que
sua filha tinha alergia quele medicamento e, mesmo assim, foi-lhe
ministrada uma dose suficiente para causar-lhe o choque
anafiltico.
Questo
Leia o texto, selecione pelo menos cinco fatos importantes da
narrativa e produza uma tabela semelhana da que apresentamos
nesta aula:
FATO
VALORAO
JUSTIFICATIVA
1)
2)
3)
4)
5)
Orientaes: no necessrio redigir o pargrafo argumentativo
ainda. No se preocupe com qual tipo de argumento estamos
produzindo. Nosso interesse nesta aula compreender a relao que
existe entre o fato narrado e sua funo argumentativa, pois, como
vimos, a narrao est a servio da argumentao.
Texto
Estudante de Medicina atendia pacientes em hospital da
Baixada
Vera Arajo e Mariana Belmont
Uma equipe da Delegacia de Represso aos Crimes Contra a
Sade Pblica (DRCCSP) prendeu, na manh de ontem, Silvino da
Silva Magalhes, estudante do 9 perodo de Medicina, atuando
ilegalmente como mdico. Ele foi flagrado dando consultas como
ginecologista no Hospital das Clnicas de Belford Roxo, na Baixada
Fluminense. O estudante, de 41 anos, atendeu quatro mulheres pela
manh a ltima delas foi uma policial que se passava por paciente
e que o prendeu em flagrante. Segundo o delegado titular da
DRCCSP, Fbio Cardoso, Silvino usava um carimbo com o prprio
nome e o nmero de registro no Conselho Regional de Medicina
(Cremerj) de um outro profissional. Alm disso, ele tinha, na maleta,
o carimbo do dono da clnica, o mdico Deodalto Jos Ferreira.
O estudante Silvino afirmou que atendia h dois anos na clnica
como acadmico, auxiliando os mdicos. Segundo ele, o profissional
de planto ontem foi fazer uma cirurgia e, por isso, ele teria feito um
pr-atendimento a algumas pacientes. Ao ser perguntado se j havia
prescrito receitas, ele se calou.
No ltimo domingo, O GLOBO denunciou que hospitais, mdicos
Avaliao
Resposta aberta.
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Anexos
Anexo
6.docx
Ttulo
Nmero de semana
de aula
12
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de semana
de aula
13
Tema
Fundamentao simples.
Objetivos
1. Fundamentao simples
1.1. Argumento pr-tese
1.2. Argumento de oposio
1.3. Argumento de autoridade
2. Diferentes tipos de intrito
3. Coeso e coerncia textuais aplicadas ao texto jurdico
argumentativo: noes elementares
Procedimentos de
ensino
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de semana
de aula
14
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
boca.
Para o MP, a inteno de Andr, ao fazer a respirao boca-aboca, era impedir que a criana de dois anos o apontasse como
autor do homicdio. Na necropsia, o mdico legal concluiu que as
manchas espalhadas pelo corpo do beb eram marcas de
espancamento.
No depoimento, Andr disse que foi ameaado pelos policiais
do Departamento de Homicdios e Proteo Pessoa (DHPP) para
confessar o crime.
O Defensor apontou a arbitrariedade da priso de Andr,
alegando a presuno de inocncia, que deve incidir mesmo
quando o ru confessa o crime, porque no se sabe em quais
condies o acusado o fez e que o Supremo Tribunal Federal tem
entendimento firmado de que s cabe priso quando a sentena
condenatria j transitou em julgado, ou seja, quando no
restarem mais dvidas de que o ru culpado pelo crime[1].
Andr estuda entrar com ao de indenizao por danos
morais e materiais pelo tempo em que ele ficou preso.
(Adaptao de caso concreto relatado na Revista Consultor
Jurdico)[2]
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de semana
de aula
15
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
1. Fundamentao simples
1.1. Argumento pr-tese
1.2. Argumento de oposio
1.3. Argumento de autoridade
2. Diferentes tipos de intrito
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Ttulo
Nmero de semana
de aula
16
Tema
Objetivos
Estrutura de
contedo
1. Narrativa simples
2. Narrativa valorada
3. Fundamentao simples
Procedimentos de
ensino
Aula dialogada.
Recursos fsicos
Aplicao prtica e
terica
2)
um texto argumentativo.
Situao
Em Elaborao
Consideraes
adicionais
Plano de ensino
Anexo 1
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ
DE DIREITO DA ___ VARA ___ DA COMARCA
___
Parte descritiva
Qualificao das partes
Parte narrativa
Parte
argumentativa
Parte injuntiva
Dos fatos
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Do direito
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Do pedido
4- __________________________;
5- __________________________;
6- __________________________.
Das provas
Do valor da causa
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, data e assinatura.
Anexo 2
Anexo 3
Anexo 4
Acompanhe a sequncia cronolgica dos principais eventos de um conflito 2:
A autora
fez a
matrcula
da sua filha
na escola
1999
[...]
A escola
terceirizou
as aulas de
informtica
e ingls
2003 / 1 sem.
Aumenta a
A autora foi
inadimpln
impedida
cia no
de assistir
pagamento
s aulas.
das
mensalidad
2003 / 2 sem.
Meses depois
es
2 FETZNER, Nli Luiza C. et al. Lies de Argumentao Jurdica: da Teoria Prtica. Rio de Janeiro:
Forense, 2010, cap. 3.1.
Anexo 5
Anexo 6
Narrativa dos fatos
Fato / prova
extrados da
narrativa
Valorao
Justificativa
da
valorao
FATO
VALORAO
JUSTIFICATIVA
A mdica indicou o Agiu, portanto, comPorque sabia que a
uso do analgsico impercia
paciente era alrgica
xyz.
ao medicamento
Ao desenvolver o pargrafo argumentativo, poderamos
redigi-lo assim:
Importa destacar que a mdica Maria das Dores Silva, que atendeu
a paciente e indicou-lhe o analgsico xyz, agiu de forma imperita.
Isso porque, segundo a me da paciente, essa lhe informou que
sua filha tinha alergia quele medicamento e, mesmo assim, foi-lhe
ministrada uma dose suficiente para causar-lhe o choque
anafiltico.