Teste 1 Saga
Teste 1 Saga
Teste 1 Saga
GRUPO I
TEXTO A
No entanto Hans suspirava e nas longas noites de Inverno procurava ouvir, quando o vento
soprava do sul, entre o sussurrar dos abetos, o distante, adivinhado, rumor da rebentação. Carregado de
imaginações queria ser, como os seus tios e avós, marinheiro. Não para navegar apenas entre as ilhas e
as costas do Norte, seguindo nas ondas frias os cardumes de peixe. Queria navegar para o Sul.
05 Imaginava as grandes solidões do oceano, o surgir solene dos promontórios, as praias onde baloiçam
coqueiros e onde chega até ao mar a respiração dos desertos. Imaginava as ilhas de coral azul que são
como os olhos azuis do mar. Imaginava o tumulto, o calor, o cheiro a canela e laranja das terras
meridionais.
Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco viviam rente ao maravilhamento e ao
10 pavor, um daqueles homens de andar baloiçado, com a cara queimada por mil sóis, a roupa desbotada e
rija de sal, o corpo direito como um mastro, os ombros largos de remar e o peito dilatado pela
respiração dos temporais. Um daqueles homens cuja ausência era sonhada e cujo regresso, mal o navio
ao longe se avistava, fazia acorrer ao cais as mulheres e as crianças de Vig e a história que eles
contavam era repetida e contada de boca em boca, de geração em geração, como se cada um a tivesse
15 vivido. (...)
Em Agosto, chegou a Vig, vindo da Noruega, um cargueiro inglês que se chamava Angus e seguia
para o Sul. O capitão era um homem de barba ruiva e aspecto terrível que navegara até aos mares da
China. Foi no "Angus" que Hans fugiu de Vig, alistado como grumete.
(...)
20 A sua adolescência cresceu entre os cais, os armazéns e os barcos, em conversas com marinheiros
embarcadiços e comerciantes. De um barco ele sabia tudo desde o porão até ao cimo do mais alto
mastro. E, ora a bordo ora em terra, ora debruçado nos bancos da escola sobre mapas e cálculos, ora
mergulhado em narrações de viagens, estudando, sonhando e praticando, ele preparava-se para cumprir
o seu projecto: regressar a Vig como capitão de um navio, ser perdoado pelo Pai e acolhido na casa.
25 Dois dias depois de ter recolhido Hans, Hoyle levou-o ao centro da cidade e comprou-lhe as
roupas de que precisava e também papel e caneta.
Hans escreveu para casa: pediu com ardor perdão da sua fuga, dizia as suas razões, as suas
aventuras, o seu paradeiro. Prometia que um dia voltaria a Vig e seria o capitão de um grande veleiro.
A resposta só veio meses depois. Era uma carta da mãe. Leu:
30 "Deus te perdoe, Hans, porque nos injuriaste e abandonaste. Manda-me o teu pai que te diga que
não voltes a Vig pois não te receberá."
Depois dessa carta, Hans sonhou com Vig muitas vezes. (...)
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Língua Portuguesa – 8.º ano Teste escrito
Professora: Célia Barbosa
1. Depois da leitura atenta dos excertos apresentados, assinala com um X o quadrado que
corresponde à resposta correcta, de acordo com o sentido do texto.
1.1. Hans desejava ser marinheiro
apenas para conhecer os mares do Norte.
para desvendar o fascínio dos mares do Sul.
para descobrir novas ilhas.
1.2. A personagem aspirava pertencer àquele grupo de homens
cuja história é lembrada de geração em geração.
para os quais as viagens não tinham nenhum significado.
que viajavam exclusivamente por prazer.
1.3. O que suscitou a fuga de Hans no "Angus" foi o facto de
o cargueiro seguir para Sul.
o capitão ser um homem simpático.
o mês de Agosto ser propício às viagens.
1.4. Do porão até ao mastro, Hans sabia tudo sobre barcos, pois
vira muitos filmes sobre o mar.
visitara muitas vezes o museu da Marinha.
passara grande parte da sua adolescência entre os cais com os marinheiros.
1.5. O grande desejo da personagem era
voltar a Vig como capitão de um grande veleiro.
rever os amigos de Vig.
regressar definitivamente à sua terra.
1.6. Na carta que Hans escreveu para casa, pede
que lhe enviem dinheiro.
para lhe falarem dos irmãos.
perdão pela sua fuga.
2. Explica, por palavras tuas, o sentido da frase "Queria ser um daqueles homens que a
bordo do seu barco viviam rente ao maravilhamento e ao pavor, (...)" (ll. 9-10).
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3. Indica o rumo que Hans deu à sua vida, para realizar os seus sonhos.
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Língua Portuguesa – 8.º ano Teste escrito
Professora: Célia Barbosa
4. Identifica os recursos expressivos e explica a sua expressividade.
Segmentos textuais:
a. "(...) quando o vento soprava do sul, entre o sussurrar dos abetos, o distante, adivinhado,
rumor da rebentação. " (ll. 1-2)
b. "Carregado de imaginações queria ser, como os seus tios e avós, marinheiro. " (ll. 2-3)
c. "Imaginava as ilhas de coral azul que são como os olhos azuis do mar. " (ll. 6-7)
d. "(...) com a cara queimada por mil sóis, a roupa desbotada e rija de sal, (...)" (ll. 10-11)
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Célia Vieira e Isabel Rio Novo, "Literatura Portuguesa no Mundo", in Dicionário Ilustrado, Vol. l, Porto Editora, 2005
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Língua Portuguesa – 8.º ano Teste escrito
Professora: Célia Barbosa
GRUPO II
1. Atenta no segmento textual: "No entanto Hans suspirava e nas longas noites de Inverno
procurava ouvir, quando o vento soprava do sul, (...)." (ll. 1-2)
1.1.Indica:
- os nomes próprios: ____________________________________________________
- o determinante artigo:__________________________________________________
- os nomes comuns:_____________________________________________________
3. Regista ao lado de cada número a letra que corresponde à função sintáctica das expressões
destacadas.
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Língua Portuguesa – 8.º ano Teste escrito
Professora: Célia Barbosa
1. Hans é marinheiro.
a. sujeito
2. O capitão cumprimentou o marinheiro.
b. complemento directo
3. O marinheiro está na proa do navio.
c. complemento indirecto
4. O capitão falou ao marinheiro.
d. agente da passiva
5. Hans, marinheiro destemido, controlou o
navio. e. predicativo do sujeito
6. O barco foi manobrado pelo marinheiro. f. aposto
7. O capitão partiu com o marinheiro. g. complemento determinativo
8. Os pais do marinheiro recusaram o seu h. complemento circunstancial de companhia
pedido de perdão
GRUPO III
“Mas dele, Hans, burguês próspero, comerciante competente, que nem se perdera na
tempestade nem regressara ao cais, nunca ninguém contaria a história, nem de
geração em geração, se cantaria a saga”.
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner – Histórias de Terra e do Mar, Figueirinhas, pág. 120, 121
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Língua Portuguesa – 8.º ano Teste escrito
Professora: Célia Barbosa
Imagina que Hans regressou a Vig e reencontrou a família. Conta como terá sido esse
reencontro.
Antes de iniciares a tua redacção, atenta nas indicações que se seguem:
• Escreve um texto num mínimo de 100 e o máximo de 200 palavras.
• Regista na folha de rascunho as ideias a enunciar.
• Elabora um rascunho do teu texto:
- seleccionando um vocabulário variado e adequado ao tema;
- redigindo frases claras e coerentes, de acordo com a morfossintaxe da língua materna;
- aplicando articuladores do discurso;
- respeitando as regras de ortografia;
- pontuando correctamente.
• Analisa cuidadosamente o teu texto, corrigindo-o.
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BOM TRABALHO!