Resumo de O Mestre Ignorante - Jaques Rancière
Resumo de O Mestre Ignorante - Jaques Rancière
Resumo de O Mestre Ignorante - Jaques Rancière
nica coisa da qual se faz necessrio para aprender a vontade de aprender. Conclui-se, por
conseguinte, que para aprender h a necessidade de duas faculdades: a da inteligncia e a da
vontade. Ao mestre emancipador cabe apenas, quando necessrio, contribuir com a faculdade da
vontade. Se o mestre, sem dividir nem hierarquizar a inteligncia, atua apenas no mbito da
vontade, ele pode ignorar o assunto que o aluno deseja aprender, neste caso no o saber do
mestre que ensina o aluno, podendo o mestre, por tanto, ensinar o que ignora. Contudo, para
ensinar ensinar o que se ignora preciso emancipar o aluno, ou seja, forar o aluno (incitar a
faculdade da vontade) a usar sua prpria inteligncia.
Jacotot percebeu que todo homem aprende diversas coisas por si s, o que chamou de
Ensino Universal. Para ele o Ensino Universal sempre existiu e foi responsvel pela formao de
todos os grandes homens. Sendo uma capacidade comum a todos, bastaria apenas relembrar aos
homens dessa capacidade intelectual natural para emancip-los, permitindo que cada homem por si
s pudesse conceber sua dignidade de homem, medir a dimenso de sua capacidade intelectual e
decidir quanto a seu uso. (RANCIRE, 2013, p. 37).
A lio do ignorante No segundo captulo Rancire traa reflexes em torno de alguns
fundamentos do Ensino Universal. No h um mtodo, o primeiro passo aprender qualquer coisa
e relacionar isso a todo o resto, comprar com aquilo que j conhecido, assim o aluno cria seu
prprio caminho e resta ao mestre verificar o que, e se, o aluno buscou e no o que ele descobriu.
No importa o mtodo, pois a potncia da inteligncia est presente em toda manifestao humana,
tudo est em tudo. O processo de aprendizagem livre e autnomo, depende da tomada de
conscincia de uma igualdade de capacidade intelectual, que a emancipao. Pode haver
desigualdade nas manifestaes da inteligncia de acordo com diferentes quantidades de energia
que a vontade comunica inteligncia, mas no h hierarquia de capacidade intelectual. Uma
inteligncia deve ser revelada a ela mesma, no importa o mtodo nem os resultados, importa a sua
conscincia e ateno que podem ser verificadas pelo mestre que observa se o aluno est
pesquisando continuamente, sem julgar o processo nem os resultados, o que pode ser favorecido
pelo fato de o mestre, se for o caso, ser ignorante.
A razo dos iguais Neste captulo mostrado que a igualdade das inteligncias no uma
verdade, mas sim uma opinio, contudo enquanto no houver uma verdade contrria verificada a
opinio continua sendo possvel. A discusso passa por uma crtica aos que defendem a diviso da
inteligncia em superior e inferior com uma suposta verdade apresentada com explicaes obscuras
e encerra a discusso demonstrando qie as diferenas percebidas no desenvolvimento das
inteligncias se d no por uma desigualdade da faculdade cognitiva mas sim pela diferena de
vontade e ateno exercida, onde o embrutecimento ocorre devido falta de ateno, ao
comodismo e a preguia, ao esquecimento de si enquanto homem racional provido de uma
inteligncia natural. Para Rancire, algo que existiu e pode ser reproduzido uma verdade, quanto
razo desse fato que existiu uma opinio, com a qual d-se voltas em torno da verdade. Essas