Drogas: Saúde Mental
Drogas: Saúde Mental
Drogas: Saúde Mental
Efeitos Biológicos
Imediatos
Durante a fase de intoxicação que é quando se sente os efeitos considerados agradáveis o
usuário apresenta um avermelhamento dos olhos, aumento do apetite, ressecamento da boca,
aceleração dos batimentos cardíacos.
Os efeitos mais comumente relatados quanto ao funcionamento mental são aumento da
sensibilidade aos estímulos externos revelando cores e detalhes não percebidos antes. A percepção
do tempo também é afetada passando a ser sentida como se estivesse mais lento. Sensações de que o
mundo está diferente, distante ou de que houve uma mudança em si mesmo, como se não fosse a
mesma pessoa ou se estivesse sonhando.
Como efeito imediato há um prejuízo na memória de curto prazo, na amplitude da atenção,
na capacidade de recordação e de reter conhecimento. Prejuízo na capacidade de realizar tarefas que
apresentem múltiplas etapas. A capacidade de traduzir em palavras o que se pensa também fica
prejudicada. As capacidades motoras também ficam prejudicadas como a capacidade de exercer a
força muscular original, inibição dos reflexos, descoordenação e desequilíbrio podem ocorrer em
doses mais altas. O álcool aumenta o prejuízo motor.
Longo prazo
Tem sido muito estudado os prejuízos permanentes que a maconha pode causar após o uso
pesado durante muito tempo, quinze anos, por exemplo. Os achados não são conclusivos; não se
pôde por enquanto confirmar nem descartar efeitos como a síndrome amotivacional. Os testes
neuropsicológicos não puderam detectar prejuízos assim como os testes de imagens também não. A
ausência de alterações nos exames não pode ser considerada como ausência de prejuízo. Pode ser
que não haja nenhum, o que é pouco provável, pode ser que só aconteça numa parte dos usuários,
ou pode ser que nossos instrumentos e técnicas de pesquisa ainda não sejam capazes de localizar o
problema. Sabemos que o cérebro de uma pessoa com profundo retardo mental é absolutamente
normal sob todos os exames de imagem e histopatológicos, mas é evidente que essa normalidade
não corresponde à realidade dessas pessoas severamente afetadas pelo retardo.
Efeitos Psicológicos
Um indivíduo de classe social média, saudável, com boa perspectiva de trabalho é o perfil
do usuário mais freqüente de uso de maconha, embora a disseminação nas classes mais baixas esteja
se alastrando. Geralmente esses indivíduos acreditam que não têm nada a perder experimentando a
maconha. O resultado imediato do uso é positivo: torna-se mais aceito em seu grupo, se beneficia
dos efeitos e inicialmente não há prejuízos em nenhuma área de sua vida. Assim sendo para quem
não acreditava que não tinha nada a perder passa a ter algo a ganhar: a ligação com o uso passa a ser
contínua com a permanente sensação de que pode parar o consumo da maconha quando quiser.
Essas são as situações mais comuns no início e na manutenção do uso.
A formação da personalidade, dos hábitos e do comportamento é derivada dos valores e dos
próprios hábitos ensinados. Quando o uso da maconha é realizado na fase de formação dos valores,
o valor da maconha por fazer parte da rotina, dos pensamentos, dos planos e desejos constitui-se
num valor, queira-se ou não. Todo valor tem uma hierarquia e o comportamento das pessoas é
decorrente desses valores e dessa hierarquia. Quanto mais ligada à vida da pessoa, mais elevado o
valor da maconha. Amizades podem ser perdidas, namoros terminados, planos como uma faculdade
podem ser comprometidos. Quando a maconha é uma companheira inseparável ela faz com que as
companhias que a rejeitam sejam rejeitadas pelo usuário. Quem rejeita a maconha são as pessoas
que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida de mente sóbria. Por outro lado, como em
todos os grupos sociais, há uma busca pelo semelhante, então o usuário da maconha aceita e é
aceito por outros usuários, que também têm por hábito fugir da realidade. A constituição desses
grupos reforça a certeza de que consumir maconha é a coisa certa, anestesiando o lado da
personalidade que precisaria se desenvolver, que é a capacidade de suportar frustrações sem
desanimar, sem desistir. O consumo constante de maconha faz com que a pessoa assuma em atos,
mas não necessariamente com palavras, que a maconha é uma das coisas mais importantes da vida
dele. Depois de alguns anos de uso, independentemente dos efeitos biológicos, a maconha assumia
uma posição na hierarquia de valores bastante nociva. Possuir uma hierarquia de valores significa
que só um valor pode estar em primeiro lugar, só um valor pode estar em segundo lugar, só um
valor pode estar em terceiro lugar, assim sucessivamente. Quando um usuário de maconha passa a
ter sucesso nos estudos torna-se objeto de referência para o grupo, todos acreditam que se fulano
venceu apesar de fumar, cada um pode vencer também e se fracassar não será por causa da
maconha. Essas deduções são tiradas de forma imediata, mas estamos falando do que acontece ao
longo dos anos. Vencer na vida não é vencer uma só batalha, mas lutar sempre. Essa disposição é
incompatível com fumar maconha freqüentemente. Quando uma pessoa experimenta o sabor da
vitória pelo seu próprio esforço tende a deixar o uso da maconha por perceber que a vitória na vida
é mais saborosa. Há personalidades em nossos dias que alcançaram elevado destaque no cenário
nacional, por merecimentos próprios e justos, tendo eles sido usuários de maconha. Esses,
freqüentemente, são usados como exemplos de que fumar não fará mal. A diferença é que essas
pessoas abandonaram ou quase isso, quando alcançaram o sucesso. Aqueles que alcançam o sucesso
e continuam usando a maconha têm muito mais chances de perderem o que conquistaram, do que
aqueles que abandonaram o uso, substituíram o valor da maconha por outro melhor.
Motivações
Por que fumar maconha? Os motivos são basicamente os mesmos para a maioria dos usuários.
Numa pesquisa com 345 usuários de maconha foram feitas várias perguntas a respeito dos motivos
porque geralmente se usa a maconha. Os mais freqüentes estão abaixo relacionados.
Relaxar 96,8%
Curtir os efeitos 90,7%
Melhorar o desempenho
na prática de jogos, esportes e 72,8%
música
Superar aborrecimentos 70,1%
Ajudar a dormir 69,6%
Sentir-se melhor 69,0%
Síndrome Amotivacional
Esta síndrome é caracterizada por apatia, dificuldade de concentração, isolamento social, perda no
interesse em novas aquisições. Suspeita-se que isso possa ser decorrente de uma diminuição do
fluxo sanguíneo cerebral provocado pela maconha usada durante muitos anos.
Uso Medicinal
O uso do delta 9 tetrahidrocanabinol (originária da planta Cannabis sativa), o princípio ativo da
maconha, ou farmaceuticamente denominada canabis, vem sendo ultimamente defendido para uso
no controle da dor crônica e do enjôo causado por tratamentos para câncer. Nesse tema, contudo,
misturam-se motivos e ideologias pessoais para se aprovar ou desaprovar. Essas bases de conduta
são frágeis e geralmente desrespeitadas. Somente um motivo externo poderá pôr fim a discussão: a
pesquisa dos benefícios sobre os custos. Seria reprovável, sob pretexto de uso medicinal, aprovar
uma substância para ser na verdade usada de forma recreativa. No Brasil existe um sério problema
quanto ao uso de anorexígenos usados para o tratamento da obesidade mórbida: apenas 10% dessas
medicações seguem as vias legais, o restante encontra-se no mercado paralelo causando sérios
problemas sociais e pessoais. Liberar uma substância reconhecidamente como psicotrópico, ainda
que não seja para essa finalidade, poderá causar o mesmo problema que enfrentamos com os
anorexígenos.
A forma imparcial e confiável de se verificar a vantagem do uso medicinal da maconha é através da
pesquisa científica. Um trabalho publicado em julho de 2001 comparando o efeito analgésico da
maconha aos demais analgésicos no mercado não encontrou vantagens da introdução da maconha
com esse fim. Uma indústria farmacêutica antes de lançar uma medicação no mercado precisa
constatar uma vantagem objetiva, seja pelo custo seja pelos benefícios ou menores efeitos
colaterais. Sem isso a comercialização não é permitida.
2.
Inalantes1. Histórico dos inalantes
Um número grande de produtos comerciais têm em sua formação várias substâncias voláteis
(evaporam-se facilmente), os chamados solventes. Como essas substâncias têm a capacidade
de evaporar facilmente, a sua inalação pode ocorrer voluntária, principalmente entre
adolescentes e crianças, ou involuntariamente, como nos casos de trabalhadores da indústria
de sapato.
2. Como os inalantes agem no organismo?
Os solventes podem ter efeitos estimulatórios, ou de depressão e até causar alucinações.
Devido à essa complexidade de efeitos, considera-se que essas substâncias tenham efeitos em
vários processos fisiológicos cerebrais simultaneamente. Até o momento, não se conhece a
interação dos solvente com nenhum neurotransmissor conhecido.A intoxicação aguda pode ser
descrita em quatro fases:- Primeira fase: excitação, euforia, exaltação, tonturas, perturbações
visuais e auditivas. Além disso podem ocorrer: náuseas, espirros, tosse, salivação, fotofobia e
rubor na face. - Segunda fase: confusão, desorientação, obnubilação, perda do autocontrole,
visão embaçada, diplopia, cólicas abdominais, dor de cabeça e palidez. - Terceira fase:
redução acentuada do alerta, incoordenação motora, ataxia, fala pastosa, reflexos deprimidos
e nistagmo. - Quarta fase: depressão acentuada do alerta, chegando até a inconsciência,
sonhos bizarros e convulsões epileptiformes.A exposição crônica aos solventes pode causar:
prejuízo de memória, diminuição da destreza manual, alteração no tempo de reação aos
estímulos, cansaço, dor de cabeça, confusão mental, incoordenação motora e fraqueza
muscular. Essa fraqueza pode ser causada por lesão em nervos motores, em casos graves, pode
resultar em paralisia.
3. Metabolismo e Eliminação dos inalantes
A eliminação ocorre em parte através da respiração, mas a maior parte é metabolizada
rapidamente pelo fígado. Os seus metabólitos, como a hexanodiona (substância tóxica para os
nervos periféricos), são eliminados na urina.
Opiáceos1. Introdução e Histórico aos opiáceos
Os opióides incluem tanto drogas opiáceas naturais, quanto as drogas sintéticas relacionadas,
como a meperidina e a metadona. Os opiáceos são substâncias derivadas da papoula. A
codeína e a morfina são derivadas do ópio, e a partir destas produz-se a heroína.
O uso de opiáceos remonta a séculos atrás. No século XVI, o ópio era utilizado como remédio
para os "nervos", contra tosse e diarréia. No fim de século XIX, a heroína foi utilizada como
um remédio para a dependência causada pela morfina, no entanto seu uso mostrou-se
inadequado. Apesar de ter reconhecidamente um maior efeito contra a dor e contra a tosse,
tem também maior probabilidade de causar dependência.
As drogas sintéticas relacionadas aos opiáceos foram criadas para tratar da dor sem causar
dependência. Apesar de sua eficiência como analgésicos, essas drogas também podem causar
dependência.
2. O que os opiáceos fazem no organismo?
Logo após a injeção de opióides, o usuário experimenta um "rush", uma "onda de prazer".
Isso ocorre devido à rápida estimulação de centros cerebrais superiores, que pode ser seguido
de depressão do sistema nervoso central. A dose necessária para causar esses efeitos pode
também causar agitação, náuseas e vômitos. Com o aumento da dose, há a sensação de calor
no corpo, boca seca, mãos e pés pesados, e um estado em que o "mundo é esquecido".
Esses efeitos ocorrem devido à ação de opióides "exógenos" como a morfina, e opióides
"endógenos" como as beta-endorfinas em receptores opióides do tipo mu. Ao se ligarem a esse
receptor, essas substâncias causam analgesia, somente com o uso sistemático é que pode
ocorrer a depressão do sistema nervoso central.
Os efeitos fora do sistema nervoso central são muitos: contração da pupila, depressão
respiratória, respiração irregular, obstipação, retenção de urina e diminuição do volume
urinário. Todos esse efeitos ocorrem devido à ação da droga nos centros nervosos do tronco
cerebral, ponte e bulbo, e na musculatura lisa do intestino e do trato genitourinário. A
depressão respiratória pode ser bastante grave, podendo levar à morte.
3. Como os opiáceos são eliminados do organismo?
Os opiáceos são absorvidos pelo trato gastrointestinal, mas sofrem o "efeito da primeira
passagem" (são metabolizados no próprio intestino e no fígado). Devido a seu caráter básico e
a limitada ionização ao pH fisiológico, a droga atinge rapidamente o interior das células.
Como essas substâncias não têm afinidade especial pelo sistema nervoso central, elas se
espalham por todo o organismo, causando diversos efeitos.
O metabolismo final ocorre no fígado, onde a morfina é transformada em mono e
diglucuronídeos e eliminada na urina.
4. Tolerância e Dependência aos opiáceos
Com o uso regular, há necessidade de maior quantidade de droga para obter-se o mesmo
efeito anterior (tolerância). O desenvolvimento de dependência pode rapidamente. A
dependência psicológica ocorre quando a droga ocupa um papel central na vida do usuário.
Nestes casos, a cessação do uso leva os usuários a uma forte e incontrolável vontade de utilizar
a droga.
A dependência física faz com que os usuários tenham sintomas de abstinência quando o uso é
diminuído ou interrompido de maneira abrupta. Estes sintomas podem aparecer poucas horas
após a última administração. Os sintomas mais comuns são: agitação, diarréia, cólicas
abdominais e uma vontade intensa de consumir a droga ("fissura" ou "craving"). Estes
sintomas são mais intensos entre 48 e 72 horas após o último uso, e cessam após uma semana.
Em usuários pesados, que não apresentam boa saúde, a abstinência repentina pode levar à
morte.
5. Opióides e a Gravidez
Mulheres grávidas dependentes de opióides podem ter dificuldades durante a gravidez e o
parto. As ocorrências mais comuns são: anemia, doenças cardíacas, diabetes, pneumonia e
hepatite. Há também uma maior incidência de abortos espontâneos e nascimentos
prematuros.
Os recém-nascidos de mães dependentes de opióides geralmente são menores e mostram sinais
de infecção aguda. Os opióides têm capacidade de ultrapassar a barreira placentária e a
barreira hematoencefálica imatura do feto, causando depressão respiratória de maneira mais
intensa que no adulto. A maioria dos recém-nascidos apresentam variados graus de sintomas
de abstinência. A mortalidade entre estas crianças é maior que a normal
Perturbadores: são drogas que alteram o funcionamento do cérebro. - Alucinógenos primários:
LSD-25. Histórico e origem do LSD-25
O LSD-25, ou seja, a dietilamida do ácido lisérgico é uma substância sintética, produzida em
laboratório. Ela foi descoberta acidentalmente pelo cientista suíço Hoffman, que ingeriu uma
pequena quantidade da droga. A partir disso, iniciaram-se experiências terapêuticas com o
LSD-25. Ela foi utilizada para o tratamento de doenças mentais, mas hoje em dia sabe-se que
ela não tem utilidade médica. Ela é talvez a substância mais ativa que age no cérebro.
Pequenas doses já produzem grandes alterações.
2. O que o LSD-25 faz no organismo ?
O LSD-25 é uma droga perturbadora do sistema nervoso, ou seja, ela provoca alterações no
funcionamento do cérebro, causando fenômenos psíquicos como alucinações, delírios e ilusões.
Essa substância contém em sua estrutura o núcleo indol, que também está presente em um
neurotransmissor do cérebro, a serotonina. Por esta característica, essa droga interfere no
mecanismo de ação da serotonina. O LSD-25 é um alucinógeno primário, porque seus efeitos
ocorrem principalmente no cérebro.
Os efeitos dessa droga dependem da sensibilidade da pessoa, do ambiente, da dose e da
expectativa diante do uso da droga. Os efeitos físicos observados são: dilatação das pupilas,
sudorese, aumento da frequência cardíaca, aumento de temperatura. Às vezes podem ocorrer
náuseas e vômitos.
As alterações psíquicas são muitos mais importantes. As sensações podem ser agradáveis
como a observação de cores brilhantes e a audição de sons incomuns. Pode ocorrer também
ilusões e alucinações. Em outros casos as alterações são desagradáveis. Algumas pessoas
observam visões terríveis e sensações de deformidade externa do próprio corpo. Já foi
descrito o efeito de flashback , isto é, semanas ou meses após o uso da droga os sintomas
mentais podem voltar, mesmo que a pessoa não tenha mais consumido a droga.
3.Como o LSD-25 é eliminado do organismo ?
A metabolização ocorre no fígado e a eliminação é feita pelas fezes e pela urina.
4. Tolerância e dependência ao LSD-25
Os alucinógenos indólicos produzem pouco fenômeno de tolerância e não induzem
dependência física.
Outras DrogasMescalina
A mescalina é um alucinógeno sintetizado a partir de um cactus, peiote, natural do México. O
cacto era usado há séculos em cerimônias religiosas. Ele ganhou maior importância há alguns
anos atrás. Ela tem estrutura semelhante aos neurotransmissores do cérebro, a dopamina e a
noradrenalina. Portanto ela age nessas substâncias para produzir os efeitos de alucinações. A
mescalina é quase inexistente no Brasil.
Êxtase
A sigla MDMA é a abreviação do nome Metilena-DioxiMetaAnfetamina, conhecida
popularmente com o nome de extase. Ela é uma droga sintética que surgiu recentemente e é
quase inexistente no Brasil. Ela é uma droga que além de produzir alucinações provoca
também um estado de excitação. A droga interfere no sistema nervoso agindo nos
neurotransmissores dopamina e noradrenalina.
Naturais
Maconha
1. Histórico e origem da maconha
A palavra maconha provém de cânhamo (Cannabis sativa), que é um arbusto de cerca de dois
metros de altura, que cresce em zonas tropicais e temperadas. O princípio ativo da planta é o
THC (tetra hidro canabinol), sendo ele o responsável pelos efeitos que a droga causa no
organismo. A folha da maconha é conhecido por vários nomes: marihuana ou marijuana,
diamba ou liamba e bangue. O haxixe é uma preparação obtida por grande pressão que se
torna uma pasta semi-sólida, que pode ser moldada sob a forma de bolotas e que tem grande
concentração de THC.
A maconha é conhecida do homem há milênios. O uso dessa droga passou por várias etapas ao
longo dos séculos. Como medicamento ela foi usada há quase 5000 anos na China. No II
milênio da era cristã ela chegou ao mundo ocidental. A primeira referência de maconha no
Brasil é do século XVI. Nos Estados Unidos ela era muito utilizada como hipnótico, anestésico
e espasmolítico. Porém o seu uso terapêutico declinou no final do século passado. A razão para
o desuso médico da droga foi a descoberta que a droga se deteriorizava muito rapidamente
com o tempo, e consequentemente ocorria a perda do seu efeito clínico. Uma outra causa foi o
relacionamento do seu uso não-médico (abuso) da maconha à distúrbios psíquicos, ao crime e
à marginalização.
Nos meados da década de sessenta houve um aumento do uso da maconha nos Estados
Unidos, principalmente entre os jovens. Esse uso se difundiu para a Europa e países em
desenvolvimento. No Brasil, o consumo é feito geralmente por jovens da classe média das
grandes cidades e também por estudantes do primeiro grau. A legislação brasileira considera
o uso e o tráfico da droga um crime.
2. O que a maconha faz no organismo ?
A maconha é uma droga perturbadora do sistema nervoso, ou seja, ela altera o funcionamento
normal do cérebro, provocando fenômenos psíquicos do tipo delírios e alucinações.
Os efeitos da droga dependem da quantidade absorvida, do tipo de preparação, da via de
administração, da sensibilidade da pessoa e do seu estado de espírito no momento do uso.
Os efeitos físicos agudos não são muito importantes. Podem ocorrer: boca seca, dilatação dos
vasos da conjuntiva e aumento da frequência cardíaca. A diminuição do hormônio sexual
masculino e consequentemente infertilidade pode ser um dos efeitos crônicos do uso da
maconha. Não existem comprovações, mas possivelmente a maconha pode provocar também
câncer de pulmão, pois contém níveis de benzopirenos semelhantes ao do tabaco. O uso
prolongado provoca redução das defesas imunológicas do organismo.
Os efeitos psíquicos agudos dependem muito do estado de espírito do usuário e da
expectativas do seu uso. Em algumas pessoas pode provocar euforia e hilaridade, em outras
causa sonolência ou diminuição da tensão. Podem surgir também os efeitos de ilusões, delírios
e alucinações. Ocorre também uma perda da noção de tempo e espaço e diminuição da
memória. Quanto aos efeitos psíquicos crônicos não existem certezas somente suposições.
Possivelmente, ocorra a chamada Síndrome amotivacional, em que as pessoas perdem o
interesse pelos objetivos comuns, em prol do uso da droga do seu uso.
3. Como a maconha é eliminada do organismo ?
O THC não é solúvel em água e é por isso que ele não pode ser injetado. A via de introdução
são os pulmões. Essa substância é inativada pelo fígado e eliminada pelas fezes e pela urina.
4. Tolerância e dependência à maconha
O uso prolongado pode levar ao efeito de tolerância. A droga também provoca o efeito de
dependência, mas não existe uma Síndrome de abstinência característica com a cessação.
5. Efeitos terapêuticos dos derivados da maconha
Alguns derivados da maconha possuem efeitos terapêuticos. Tais aplicações incluem efeitos
contra vômitos e nauseas causados pela quimioterapia no tratamento de câncer e ação
analgésica e anticonvulsivante.
MACONHA sem distorção
Efeitos específicos nos sistemas sistemas
Neurológico
Diminuição da coordenação motora
Alteração da memória e concentração
Alteração da capacidade visual
Alteração do pensamento abstrato
Reprodutivo
Infertilidade (a maconha diminui em até 50–60% a quantidade de testosterona)
Alterações na menstruação
Diminuição da libido e satisfação sexual
Psiquiátrico
Depressão e ansiedade
Mudanças rápidas no humor
Ataques de pânico
Mudanças de personalidade
Suicídio
Aumentando-se a dose e/ou dependendo da sensibilidade, os efeitos psíquicos podem chegar até a
alterações mais evidentes, com predominância de delírios e alucinações.
Introdução
Nossa sociedade vive um momento ímpar e contraditório com relação à atitude que assumimos
perante o uso de drogas. Se por um lado, demoramos séculos para perceber que o cigarro provoca
diversos males à saúde, e agora há uma tendência internacional em deslocar o seu uso para o pólo
da ilegalidade restringindo propaganda, aumentando taxação, etc), por outro lado, vivemos uma
discussão em torno da legalização da maconha e do seu uso em medicina. Esta substituição de uma
droga por outra ou as mudanças na forma de consumo da mesma droga é histórica. Desde os
primórdios, o homem esteve às voltas com diferentes drogas e
diferentes formas de consumi-las, como se nossa sociedade,
historicamente, não pudesse viver sem alguma substância que
distorça nossa percepção e modo como vemos a realidade.
Se por um lado, nas revistas médicas científicas, recebemos
mensalmente artigos que comprovam os efeitos da maconha no
Sistema Nervoso Central e a associação clara do uso desta droga
com diversas doenças mentais, também assistimos na imprensa uma
retórica de que a maconha é uma droga leve, com poucos efeitos
maléficos.
A que se deve esse descompasso entre o que sai nas revistas médicas
científicas e o que sai na mídia? Como devemos lidar com nossos adolescentes diante desta
contradição? Esta, não é individual, não é conflito adolescente, nem tampouco dificuldades dos pais
e educadores em lidar com esse assunto. Trata-se de uma questão que permeia toda sociedade, que
divide opiniões baseadas em ideologia e pouco embasadas em ciência pura, sem a contaminação
ideológica. A seguir, apresentaremos dados sobre a droga e seus efeitos, para que se estabeleça uma
discussão baseada nas evidências que nos aponta a ciência.
MACONHA
Origem: cannabis sativa
Uso medicamentoso: a maconha era usada há cerca de 3000 anos na China. Por volta de 1850,
começou a ser usada na Europa. Atualmente, é considerada droga de abuso
provocando dependência. As pessoas ainda têm uma certa tolerância em relação
ao uso da maconha, desconsiderando ou desconhecendo os danos que ela
provoca. Os educadores devem ter um conhecimento mais responsável em
relação à maconha - ela é a droga ilícita mais usada pelos jovens e apresenta um
perfil de problemas característicos que muitas vezes necessita de tratamento.
Curiosidade: o tetrahidrocanabinol (THC) – uma das 4000 substâncias
químicas presentes na maconha – já foi usado como medicamento em três condições clínicas: para
reduzir ou eliminar as náuseas e vômitos produzidos por medicamentos contra o câncer; pelo seu
efeito benéfico em alguns casos de epilepsia (doença que se caracteriza por convulsões) e por
aumentar o apetite em pacientes com AIDS. Entretanto, a discussão gira em torno do fato de que
existem muitos medicamentos com menor risco para a saúde e que podem ter o mesmo efeito
terapêutico. Os efeitos colaterais da maconha, como por exemplo, a diminuição da imunidade, não
justifica o seu uso em pacientes com AIDS.
Como é usada: fumada
Nomes comuns: baseado, erva, beck, marijuana
Efeitos: o THC é a substância química produzida pela maconha e responsável pelos efeitos
psicológicos da planta. Dependendo da quantidade de THC presente (o que pode variar de acordo
com o solo, clima, estação do ano, época de colheita, tempo decorrido entre a colheita e o uso) a
maconha pode ter potência diferente, isto é, produzir maior ou menor efeito. Os efeitos
experimentados pelo uso da maconha dependem também do estado psicológico da pessoa
ambiente, momento da vida, pessoas ao seu redor), determinam sensações agradáveis (boa viagem)
ou desagradáveis (má viagem). Assim, a mesma dose de maconha que é insuficiente
para um, pode produzir efeito nítido em outro e até uma forte intoxicação num terceiro.
Existem, no entanto, alguns sintomas clássicos do uso da maconha que estão abaixo
relacionados:
Sinais e sintomas do uso da maconha
Olhos avermelhados
Boca seca
Taquicardia (aumento da freqüência cardíaca)
Aumento do apetite
Sonolência
Deformação na percepção de tempo e espaço
Prejuízo na atenção e memória de curto prazo
Problemas respiratórios (bronquite, sinusite, faringite, tosse seca, congestão nasal, etc)
Esterilidade masculina
Texto:
Departamento de Saúde Mental/HIAE
ÁCIDOS
COCAÍNA
Sintetizada em 1859, a cocaína tem como origem a planta Erythroxylon coca, um arbusto
nativo da Bolívia e do Peru (mas também cultivado em Java e Sri-Lanka), em cuja
composição química se encontram os alcalóides Cocaína, Anamil e Truxillina (ou Cocamina ).
Duas variedades da planta dominam o mercado: a huanaco, coca boliviana de folhas ovais e
coloração marrom-esverdeada, e a coca peruana, de folhas bem menores e cor verde-clara,
que contém muito mais alcalóide do que as plantas que medram na Bolívia. A coca aclimatada
em Java, além dos alcalóides comuns às outras variedades possui a atropa cocaína acrescida
de quatro glicogénios cristalinos. A droga também pode ser obtida de um arbusto aparentado
à Erythroxylon coca - o epadu, que cresce na Amazónia e é utilizado há séculos pelos índios da
região.
Na civilização Inca, o uso da folha de coca era controlado pessoalmente pelo imperador. O
maior privilégio que um Inca podia obter era conquistar o direito de mascar as folhas de coca,
e os nobres costumavam ser sepultados com uma generosa provisão de folhas para abastecê-
los no paraíso incaico. Mascadas, as folhas de coca produzem euforia e enorme capacidade de
trabalho. Nos altiplanos da Cordilheira dos Andes, o costume de mascar coca persiste até hoje
entre os habitantes, ajudando-os a enfrentar os problemas da altitude e os rigores do clima.
A cocaína propriamente dita, ou cocaína hidroclorida, é uma substância branca, amarga e
inodora, na forma de cristais ou pó, e que pode ser bebida, aspirada ou injectada. Apesar do
curto período de sua existência, a história registra usuários famosos da droga, como Sigmund
Freud, o papa Leão XIII e o escritor Conan Doyle, criador do famoso detective Sherlock
Holmes, que por sua vez também apreciava a cocaína. Na actualidade, a droga tem seu uso
difundido não só entre os astros do cinema, da música e da televisão, mas também vem
ganhando consumidores entre executivos e a classe média em geral.
Segundo a revista Veja, no Brasil os usuários típicos têm entre 25 e 40 anos de idade, salário
acima de Cz$ 15.000 (maio-86) e podem ser publicitários, jornalistas, criadores de moda ou
profissionais da área financeira, que exibem comportamento auto-suficiente e elegantemente
agressivo. De acordo com a revista Time, de 1979 a 1982, o número de consumidores de
cocaína nos Estados Unidos aumentou de 15 milhões para 22 milhões, e parece continuar
crescendo.
As propriedades primárias da droga bloqueiam a condução de impulsos nas fibras nervosas,
quando aplicada externamente, produzindo uma sensação de amortecimento e enregelamento.
A droga também é vaso constritora, isto é, contrai os vasos sanguíneos inibindo hemorragias,
além de funcionar como anestésico local, sendo este um dos seus usos na medicina.
Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o sistema nervoso periférico, inibindo a reabsorção,
pelos nervos, da norepinefrina (uma substância orgânica semelhante à adrenalina). Assim, ela
potencializa os efeitos da estimulação dos nervos. A cocaína é também um estimulante do
sistema nervoso central, agindo sobre ele com efeito similar ao das anfetaminas. No cérebro, a
droga afecta especialmente as áreas motoras, produzindo agitação intensa. A acção da cocaína
no corpo é poderosa porém breve, durando cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente
metabolizada pelo organismo.
Sua aspiração por período prolongado danifica as mucosas e os tecidos nasais, podendo
inclusive causar perfuração do septo. Doses elevadas consumidas regularmente causam
sangramento do nariz e corisa persistente, além de palidez, suor frio, convulsões, desmaios e
parada respiratória. A quantidade necessária para provocar uma overdose varia de uma
pessoa para outra, e a dose fatal vai de 0,2 a 1,5 grama de cocaína pura. A possibilidade de
overdose, entretanto, é maior quando a droga é injectada directamente na corrente sanguínea.
O efeito da cocaína pode levar a um aumento de excitabilidade, ansiedade, elevação da
pressão sanguínea, náusea e até mesmo alucinações. Um relatório norte-americano afirma que
uma característica peculiar da psicose paranóica, resultante do abuso de cocaína, é um tipo de
alucinação na qual formigas, insectos ou cobras imaginárias parecem estar caminhando sobre
ou sob a pele do cocainómano.
Embora exista controvérsia, alguns afirmam que os únicos perigos médicos do uso da cocaína
são as reacções alérgicas fatais e a habilidade da droga em produzir forte dependência
psicológica, mas não física. Por ser uma substância de efeito rápido e intenso, a cocaína
estimula o usuário a utilizá-la seguidamente para fugir da profunda depressão que se segue
após o seu efeito.
A Coca-Cola, um dos refrigerantes mais populares, foi originalmente uma beberagem feita
com folhas de coca e vendida como um "extraordinário agente terapêutico para todos os
males, desde a melancolia até a insónia". Complicações legais, todavia, fizeram com que a
partir de 1906 o refrigerante passasse a utilizar em sua fórmula folhas de coca descocainadas.
Heroína
A heroína é descendente directa da morfina, e ambas são tão relacionadas que a heroína, ao
penetrar na corrente sanguínea e ser processada pelo fígado, é transformada em morfina. A
droga tem sua origem na papoila, planta da qual é extraído o ópio. Processado, o ópio produz
a morfina, que em seguida é transformada em heroína. A papoila empregada na produção da
droga é cultivada principalmente no México, Turquia, China, Índia e também nos países do
chamado triângulo Dourado (Birmânia, Laos e Tailândia).
A morfina é um alcalóide natural do ópio, que deprime o sistema nervoso central, e foi a
primeira droga opiácea a ser produzida em 1803. Como poderoso analgésico, suas
propriedades foram amplamente empregadas para tratar de feridos durante a Guerra Civil
Americana, em meados do século passado. No final do conflito, 45 mil veteranos
encontravam-se viciados em morfina, o que despertou na comunidade médica a certeza de
que a droga era perigosa e altamente causadora de dependência. Mesmo assim, nos Estados
Unidos, a morfina continuou sendo usada para tratar tosse, diarreia, cólicas menstruais e
dores de dente, sendo vendida não só em farmácias, mas também em doceiras e até por
reembolso postal. Em consequência, o número de viciados começou a crescer, e os riscos
representados pela droga eram cada vez mais evidentes, o que fez com que os cientistas
passassem a procurar um substituto seguro para a morfina.
Em 1898, nos laboratórios da Bayer, na Alemanha, surgiu o que se acreditou na época ser o
substituto ideal: a diacetilmorfina, uma substância três vezes mais potente que a morfina.
Devido a essa potência, considerada "heróica", a Bayer decidiu baptizar oficialmente a nova
substância com o nome de heroína.
A heroína foi aplicada em viciados em morfina, e os cientistas comprovaram que a droga
aliviava os sintomas de abstinência dos morfinômanos.
Durante doze anos acreditou-se que a heroína poderia substituir, segura e eficazmente, a
morfina. Além das doenças anteriormente "tratadas" pela morfina, a heroína também foi
usada como remédio para a cura do alcoolismo. Por ironia, ficou provado que a heroína é
ainda mais viciante do que a morfina, podendo criar dependência em apenas algumas
semanas de uso. Em 1912, os Estados Unidos assinaram um tratado internacional visando
acabar com o comércio de ópio no mundo inteiro. Por causa disso, dois anos mais tarde, o
Congresso norte-americano aprovou uma lei que restringiu o uso de opiáceos, e, na mesma
década, criou mecanismos judiciais que tornavam a heroína ilegal. Isso levou a uma situação
peculiar: antes de 1914, muitas pessoas se haviam tornado viciadas em heroína consumindo a
droga como remédio; a partir desse ano os dependentes eram transformados em marginais
que precisavam recorrer ao mercado negro para obter a droga e evitar os dolorosos sintomas
da síndrome de abstinência. Ao ser consumida (geralmente por injecção intravenosa), a
heroína pode causar inicialmente náusea e acessos de vomito, mas à medida que o organismo
se adapta aos efeitos da droga o usuário passa a sentir-se num estado de excitação e euforia, às
vezes semelhante ao prazer sexual. Simultaneamente a droga induz sensações de paz, alívio e
satisfação, que se desvanecem algum tempo depois. Como o efeito é relativamente breve (mais
ou menos 60 minutos), o usuário é impelido a consumir nova dose de droga. Dentro de algum
tempo de uso constante, ele sentirá necessidade de quantidades cada vez maiores de heroína,
não para sentir prazer, mas simplesmente para evitar os terríveis sintomas da abstinência. O
viciado em heroína torna-se apático, letárgico e obcecado pela droga, perdendo todo interesse
pelo mundo que o cerca. Ficar sem a droga significa um verdadeiro inferno para ele, que
passa a sentir dores atrozes, febres, delírios, suores frios, náusea, diarreia, tremores,
depressão, perda de apetite, fraqueza, crises de choro, vertigens, etc.
Apesar de tudo isso, algumas teorias recentes sustentam que ninguém morre de overdose de
heroína, já que testes em animais mostraram que não existe uma dose letal da droga. Afirma-
se que uma dose de heroína pode ser mortal para um viciado em certas ocasiões, mas em
outras não.
Essas teorias consideram que, nesses casos, não é a heroína a causa da morte, mas sim um
efeito semelhante ao choque causado pela injecção de misturas de heroína com outras
substâncias utilizadas para adulterar a droga vendida ilegalmente. Como se não bastassem os
perigos da heroína, ela ainda é consumida em coquetéis conhecidos como speedballs, onde a
droga é misturada com anfetaminas ou cocaína. Esta última mistura foi responsável pela
morte do cantor e comediante John Belushi, em 1982.
Da mesma forma que a heroína foi descoberta como remédio para a morfina, outras
substâncias vêm sendo pesquisadas para resolver o problema do vício em heroína. Uma delas
é a metadona, uma mistura química sintética que alivia os sintomas de abstinência de heroína.
Sintetizada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, a metadona é um opiáceo
produzido em laboratório, pouco mais potente que a morfina. Ela é quase tão eficaz quando
aplicada por via intravenosa. Doses adequadas de metadona podem durar até 24 horas, e por
isso a droga vem sendo empregada, nos Estados Unidos, para tratar viciados em heroína. Seu
uso é totalmente restrito a clínicas e hospitais que aplicam a metadona em pacientes
dependentes de heroína, que precisam da droga para escapar dos sintomas da síndrome de
abstinência. Entretanto, o viciado que não receber a sua dose também está sujeito a sofrer
diarreia, suores, insónia, e dores de estômago, provocados pela falta da substância.
Ela também é considerada altamente viciante, mas não produz a euforia gerada pela heroína.
A metadona não causa tolerância e, a medida que o tratamento vai evoluindo, o usuário pode
reduzir paulatinamente as doses até livrar-se do vício.
Ópio
O ópio é a única droga que foi motivo declarado para uma guerra. No século 17, a British East
Índia Company produzia ópio na Índia e o vendia em grande quantidade para a China. Até
que, em 1800, o Imperador Ch'ung Ch'en proibiu o consumo da droga, que se alastrava pelo
território chinês como uma verdadeira epidemia. Todavia o contrabando prosseguiu e, em
1831, a venda de ópio em Cantão atingiu o equivalente a 11 milhões de dólares, enquanto que
o comércio oficial deste porto chinês não passou dos sete milhões de dólares.
A insistência do governo chinês em reprimir o uso e a venda da droga levou o país a um
conflito com a Inglaterra, conhecido como a Guerra do Ópio. Ela começou em Março de 1839,
durou quase três anos e terminou com a vitória dos ingleses, que obrigaram a China a liberar
a importação da droga e a pagar indemnização pelo ópio confiscado e destruído em todos
esses anos, além de ceder Hong Kong. Como resultado, em 1900, metade da população adulta
masculina da China era viciada em ópio.
Uma das substâncias mais viciante que existe, o ópio é produzido a partir da resina extraída
das cápsulas de sementes de papoila, (Papaver somniferum), planta originária da Ásia Menor
e cultivada na Turquia, Irã, Índia, China, Líbano, Grécia, Jugoslávia, Bulgária e sudoeste da
Ásia, onde se localiza o famoso Triângulo Dourado. A droga é feita retirando-se um líquido
leitoso das cápsulas da papoila, que, depois de secado, resulta numa pasta amarronzada, que
então é fervida para se transformar em ópio. Processamentos posteriores do ópio resultam em
morfina, codeína, heroína e outros opiáceos.
No mercado ilegal, o ópio é vendido em barras ou reduzido a pó e embalado em cápsulas ou
comprimidos.
Ele não é fumado e sim inalado pelos usuários, já que em contacto directo com o fogo o ópio
perde suas propriedades narcóticas. A droga também é comida e consumida como chá ou, no
caso de comprimidos, dissolvida sob a língua. Uma dose moderada faz com que o usuário
mergulhe num relaxado e tranquilo mundo de sonhos fantásticos. O efeito dura de três a
quatro horas, período em que o usuário se sente liberado das ansiedades cotidianas, ao mesmo
tempo em que seu discernimento e sua coordenação permanecem inalterados. Nas primeiras
vezes, a droga provoca náuseas, vómitos, ansiedade, vertigens e falta de ar, sintomas que
desaparecem à medida que o uso se torna regular. O consumidor frequente torna-se passivo e
apático, seus membros parecem cada vez mais pesados e sua mente envolve-se numa onda de
letargia.
Como os seus derivados, o ópio provoca tolerância no organismo, que passa a necessitar de
doses cada vez maiores para se sentir normal. O aumento da dosagem leva ao sono e à
redução da respiração e da pressão sanguínea, podendo evoluir, em caso de overdose, para
náusea, vomito, contracção das pupilas e sonolência incontrolada, passando à coma e morte
por falha respiratória. A overdose pode ser causada não apenas por um aumento da dosagem
de ópio, mas também pela mistura da droga com álcool e barbitúricos. Como o ópio causa
grave dependência, o consumidor habitual pode morrer em razão da síndrome de abstinência,
caso o uso da substância seja suspenso abruptamente.
Especialistas afirmam que a inalação casual da droga dificilmente causa vício, embora seja
desconhecido o ponto exacto em que a pessoa se torna dependente de ópio. Uma vez viciado, o
indivíduo deixa de sentir o estupor originalmente produzido pela droga, passando a consumir
ópio apenas para escapar dos terríveis sintomas da síndrome de abstinência, que duram de
um a dez dias e incluem arrepios, tremores, diarreias, crises de choro, náusea, transpiração,
vómito, cólicas abdominais e musculares, perda de apetite, insónia e dores atrozes. Pesquisas
recentes indicam que os opiáceos podem causar mudanças bioquímicas permanentes a nível
molecular, fazendo com que o ex-viciado se mantenha predisposto a retornar ao vício mesmo
após anos de privação do uso de opiáceos.
O ópio possui diversos alcalóides, entre eles a morfina, principal responsável pelo efeito
narcótico. Outros alcalóides fazem do ópio um agente anestésico, e por milhares de anos a
droga foi utilizada como sedativo e tranquilizante, além de ser ministrada como remédio para
disenteria, diarreia, gota, diabetes, tétano, insanidade e até ninfomania. O ópio também já foi
considerado medicamento útil na alcoolismo, sendo que no século 19 milhares de alcoólatras
passaram a consumir preparados de opiáceos para se livrar da bebida, mas apenas trocavam
uma droga por outra.
Cogumelos
e
Plantas Alucinógeno
Definição e histórico
A palavra alucinação significa, em linguagem médica, percepção sem objectivo; isto é, a
pessoa que está em processo de alucinação percebe coisas sem que elas existam. Assim,
quando uma pessoa ouve sons imaginários ou vê objectos que não existem, ela está tendo uma
alucinação auditiva ou alucinação visual.
As alucinações podem aparecer espontaneamente no ser humano em casos de psicoses, sendo
que destas, a mais comum é a doença mental chamada esquizofrenia. Também podem ocorrer
em pessoas normais (que têm doença mental) que tomam determinadas substâncias que são
chamadas de substâncias ou drogas alucinógeno, isto é, que "geram" alucinações. Estas são
também chamadas de psicoticomiméticas por "imitarem" ou "mimetizarem" um dos mais
evidentes sintomas das psicoses – as alucinações. Alguns autores também as chamam de
psicadélicas, o que significa expansão da mente, evidentemente, um exagero. Isto porque a
alucinação e o delírio nada têm de aumento da actividade ou da capacidade mental: ao
contrário, são aberrações, perturbações do perfeito funcionamento do cérebro, tanto que são
característicos das doenças chamadas psicoses.
Grande número de drogas alucinógeno vêm da natureza, principalmente de plantas. Estas
foram "descobertas" pelos seres humanos do passado que, ao sentirem os efeitos mentais das
mesmas, passaram a considerá-la como "plantas divinas", isto é, que faziam com que, quem
as ingerisse, recebesse mensagens divinas, dos deuses. Assim, até hoje, em culturas indígenas
de vários países, o uso destas plantas alucinógenas tem significado religioso.
Com o progresso da ciência, várias substâncias foram sintetizadas em laboratório e, desta
maneira, além dos alucinógenos naturais, hoje em dia têm importância também os
alucinógenos sintéticos, dos quais o LSD-25 é o mais representativo.
Há ainda a considerar que alguns destes alucinógenos agem em doses muito pequenas e
praticamente só atingem o cérebro e, portanto, quase não alteram qualquer outra função do
corpo da pessoa: são os alucinógenos propriamente ditos ou alucinógenos primários. O THC
(tetrahidrocanabinol) da maconha, por exemplo, é um alucinógeno primário. Mas, existem
outras drogas que também são capazes de actuar no cérebro, produzindo efeitos mentais: são
os alucinógenos secundários.
Os vegetais alucinógenos
As mais conhecidas plantas alucinógenas estão citadas a seguir :
Cogumelo - O uso de cogumelos ficou famoso no México, onde, desde antes de Cristo, já era
usado pelos nativos daquela região. Assim, hoje sabe-se que o "cogumelo sagrado" é usado
por alguns pajés. Ele recebe o nome cientifico Psylocybe mexicana e dele pode ser extraído
substância de poderosa ação alucinógena: a psilocibina.
Jurema - O vinho de Jurema, preparado à base da planta brasileira Mimosa hostilis, chamado
popularmente de Jurema, é usado pelos remanescentes índios. Os efeitos do vinho são muito
bem descritos por José de Alencar no romance Iracema. Só é utilizado nos terreiros de
candomblé por ocasião de passagem de ano. A Jurema sintetiza uma potente substância
alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsável pelos efeitos.
Mescal ou Peyolt -(Lophophora williamsii)- Trata-se de um cacto, utilizado desde remotos
tempos na América Central, em rituais religiosos. Este cacto produz a substância alucinógena
mescalina. O cacto Mescal já fez parte dos rituais de populações indígenas da América
Central no sudoeste dos Estados Unidos . O peyolt ainda é usado legalmente em vários rituais
indígenas, através de um sacramento reconhecido pela igreja nativa Americana .
Caapi e Chacrona - São duas plantas alucinógenas que são utilizadas conjuntamente sob
forma de uma bebida que é ingerida no ritual do Santo Daime ou Culto da União Vegetal e
várias outras seitas. No Peru, a bebida preparada com as duas plantas é chamada pelos índios
quéchas de Ayahuasca, que quer dizer "vinho da vida". As alucinações produzidas pelas
bebidas são chamadas de miragens e os guias desta religião procuram "conduzi-las" para
dimensões espirituais da vida.
A categoria das drogas inalantes abrange diversas substâncias, sendo três as principais:
toluene, éter e clorofórmio.
O toluene é o ingrediente activo da cola de sapateiro, cola de aeromodelismo, fluido de
isqueiro, tinta, gasolina, desodorante, spray para cabelo, limpador de móveis e vidro, esmalte
de unhas, etc. A inalação dos vapores liberados por esse produtos provoca efeitos similares aos
do álcool, assim como alucinações em casos de doses exageradas. Os sintomas incluem euforia,
inquietação, confusão, desorientação, excitação e perda de coordenação motora.
Inalações repetidas podem causar vertigens, vacilação, alterações na percepção de cores,
distorção do sentido de tempo e espaço e sensação de omnipotência ou de grande poder. A
overdose é caracterizada por náuseas, vómitos, fadiga, fraqueza muscular, dores estomacais,
tremores, sentimentos de medo, solidão e culpa, paralisia dos nervos cranianos e periféricos,
delírio, perda de consciência e até coma.
A acção do toluene é devida à sua capacidade de deprimir o sistema nervoso central.
Relatórios médicos divulgados na década de 60 afirmam que a droga causa danos
permanentes no cérebro, podendo inclusive matar o usuário, além de corroer as membranas
nasais, destruir o tutano dos ossos e danificar os rins. O toluene ainda pode induzir impulsos
violentos, lesões no fígado e nos órgãos respiratórios, e cegueira.
O toluene pode gerar tolerância se for usado com frequência semanal durante um período de
cerca de três meses, a partir dos quais o usuário precisará de doses sempre maiores para obter
o mesmo efeito. Não se sabe se o toluene causa dependência física, mas acredita-se que os
usuários que inalam a substância com muita frequência estão sujeitos à dependência
psicológica. Seus efeitos negativos podem ser revertidos com a suspensão do consumo da
droga.
O éter, conhecido cientificamente como éter dietil, foi descoberto no século 13, e é produzido
através da desidratação do álcool etílico pelo ácido sulfúrico. Por volta de 1700, os
universitários europeus passaram a consumir éter recreativamente, em substituição às
bebidas alcoólicas. Na Inglaterra, o uso de éter como inebriante foi muito popular até o final
do século 19, quando a droga passou a ser proibida. Apesar de fora da lei, o éter continuou
popular entre os ingleses até seu uso começar a declinar, por volta de 1920, quando o álcool
tornou-se mais barato e mais fácil de se comprar do que o éter.
Já nos Estados Unidos, o uso recreativo do éter teve um breve surto de popularidade entre os
anos de 1920 e 1933, quando o álcool esteve proibido pela Lei Seca. Na época, as bebidas não-
alcoólicas eram misturadas com éter para provocar intoxicação. Mais tarde, durante a
Segunda Guerra Mundial, a substância foi muito consumida na Alemanha para compensar a
falta de bebidas alcoólicas.
No Brasil, o éter foi o ingrediente básico do lança-perfume, um produto carnavalesco que
podia ser inalado para gerar euforia e desinibição. Apesar de proibido em 1961 pelo então
presidente Jânio Quadros, o lança-perfume continuou bastante difundido no país, sendo
contrabandeado principalmente da Argentina, onde é fabricado legalmente.
A utilização medicinal do éter remonta a 1846, quando a droga passou a ser inalada como
anestesiante. Doses moderadas de éter deprimem o sistema nervoso central, produzindo
efeitos inebriantes. O consumo de éter pode provocar gastrite e até mesmo morte em casos de
overdose.
O clorofórmio foi descoberto simultaneamente na Alemanha, na França e nos Estados Unidos,
em 1831. A substância é um líquido pesado e incolor, que desprende vapores quando mantido
em temperatura ambiente. Inicialmente o líquido e seus vapores foram considerados como
substitutos seguros para o álcool, já que pequenas quantidades de clorofórmio causam euforia
e desinibição sem produzir ressacas. A substância foi aplicada como anestésico em partos e
cirurgias a partir de 1847, provando-se capaz de agir oito vezes mais rápida e poderosamente
que o éter. Com o passar do tempo, constatou-se que uma overdose da droga poderia causar
morte súbita por depressão circulatória, o que fez com que o clorofórmio fosse
paulatinamente abandonado pelos médicos em favor de outras drogas anestésicas. Devido à
sua potência, o clorofórmio pode ser letal se ingerido oralmente em grande quantidade
Tranquilizantes
Drogas tranquilizantes são uma invenção do século 20, desenvolvidas para aliviar ansiedades,
preocupações e temores. Junto com álcool, nicotina e aspirina, os tranquilizantes são as
drogas mais usadas e abusadas no mundo. São várias as categorias em que estão divididos os
tranquilizantes, que, de maneira geral, actuam como agentes depressivos do sistema nervoso
central. Eles podem ser:
Benzodiazepinas: Considerados tranquilizantes menores, incluem medicamentos como
Librium e Valium, duas substâncias farmacologicamente similares, que são consideradas as
drogas mais amplamente receitadas no mundo todo. Esses dois remédios têm acção
prolongada e pequeno potencial de overdose ou formação de hábito. Consumidores de doses
excessivas, porém, podem tornar-se viciados.
Meprobamatos: Representados principalmente pelos medicamentos Equanil e Miltown,
vendidos e receitados desde 1955, considerados inicialmente como remédios seguros e não
viciantes para o alívio de ansiedades. Mais tarde, descobriu-se que essa substâncias possuíam
enorme potencial de overdose e de indução ao vício, produzindo euforia e efeitos semelhantes
aos dos barbitúricos.
Metaqualona: Categoria que inclui medicamentos como Quaalude e Mandrax (ou Mandrix),
substâncias sedativas e hipnóticas não-barbitúricas, semelhantes aos meprobamatos.
Atualmente, sabe-se que os metaqualones possuem grande potencial de overdose e de vício,
embora há alguns anos a droga fosse considerada segura e incapaz de formar hábito.
Fenobarbitais: Classe representada por tranquilizantes como Luminal. Quando usada por
breves períodos, a droga tem baixo potencial de vício e overdose, agindo como relaxante
muscular, sem os efeitos sedativos dos outros barbitúricos. Quando ingerida de forma
intensiva, a substância pode causar dependência, com sintomas de síndrome de abstinência no
caso de suspensão repentina.
Fenotiazinas: Abrange, entre outros, os remédios Thorazine, Compazine, e Mellaril,
considerados tranquilizantes maiores ou antipsicóticos, com aplicação no tratamento de
esquizofrenia. Essas drogas têm potencial de overdose moderado, e praticamente não causam
vício, embora possam gerar efeitos colaterais, como sintomas semelhantes aos apresentados
por doentes do mal de Parkinson.
Antidepressivos tricíclicos: Representados por produtos farmacêuticos como Elavil e Triavil,
empregados para elevar o ânimo. Eles têm potencial de overdose considerável, embora seja
baixo o risco de vício. Têm sido amplamente receitados, apesar de alguns médicos afirmarem
que estes produtos só deveriam ser usados em caso de desordens psíquicas graves.
Deve-se observar que a distinção entre tranquilizantes "maiores" e "menores" nada tem a ver
com seu grau de potência, mas sim com sua estrutura química. Seu uso terapêutico atinge as
áreas da odontologia, neurologia, cardiologia, obstetrícia e ginecologia, ortopedia, pediatria,
dermatologia, cirurgia plástica e psiquiatria. Afirma-se também que os tranquilizantes são
úteis em alguns casos de tratamento de viciados em álcool, anfetaminas, heroína ou
barbitúricos. Sob o ponto de vista médico, eles são classificados como sedativos,
anticonvulsivos, relaxantes musculares, agentes antiansiedade e soníferos.
Os tranquilizantes actuam sobre o sistema límbico do cérebro, afectado as conexões dos
circuitos sensoriais e motores, o que gera depressão do sistema nervoso central. O usuário é
induzido a um estado de calma e tranquilidade, enquanto os músculos ligados ao esqueleto
relaxam, fazendo desaparecer tensões e ansiedades. A euforia resultante do emprego da droga
pode afectar a coordenação, a fala, os impulsos sexuais e a capacidade de concentração,
reduzindo a agressividade e induzindo ao sono. A duração e a intensidade dos efeitos
dependem do tipo de tranquilizantes, da dosagem e das características de personalidade do
usuário, que, em alguns casos, pode ser lavado à dependência psicológica.
A dependência, tanto psicológica quanto física, pode sobrevir em casos de uso intenso e
prolongado, e o abandono do vício pode ser muito difícil, produzindo desagradáveis sintomas
de abstinência, que surgem entre quatro e oito horas depois da suspensão da droga. De acordo
com a potência dos tranquilizantes, o metabolismo do usuário e a frequência do uso, estes
sintomas podem incluir ansiedade e hiper excitação, reduções no pulso e na respiração,
dificuldade de coordenação e fala, náusea, vómitos, tremores e convulsões. Os tranquilizantes
podem matar, caso sejam combinados com outros depressivos do sistema nervoso central, que
potencializam os seus efeitos, como álcool, barbitúricos, opiáceos, sedativos-hipnóticos e
narcóticos sintéticos.
Os tranquilizantes também são desaconselháveis durante a gravidez, já que eles penetram na
placenta, aumentando os riscos de morte do feto ou o surgimento de problemas cardíacos
congênitos, anormalidades do esqueleto e outros defeitos de nascimento. Um dos casos mais
famosos nessa área é o da Thalidomida, uma pílula para dormir não-barbitúrica, que se
mostrou responsável pelo nascimento de crianças gravemente deformadas. Os tranquilizantes
também podem se infiltrar no leite materno, e por isso devem ser evitados mesmo após o
parto.
Além de todos esses riscos, os tranquilizantes também podem gerar tolerância, se bem que em
grau menor que os barbitúricos. A tolerância pode surgir apenas em algumas semanas, caso a
droga seja ingerida três vezes ao dia, o que faz com que ela se mantenha constantemente na
corrente sanguínea. Os efeitos colaterais incluem apatia, diminuição da pressão sanguínea,
problemas visuais, desorientação, confusão, fraquezas musculares, dores de cabeça,
perturbações estomacais, perda de coordenação, vertigens, irregularidades menstruais e de
ovulação, ansiedade e alucinações. Em alguns usuários, os tranquilizantes produzem
estimulação em vez de sedação, tendo como consequência a hiperexcitabilidade, insônia,
hostilidade e inclinação a acessos de raiva. Doses excessivas podem causar tremores, perda da
coordenação muscular e convulsões.
Maconha
Para o Chá do Santo Daime, usa-se uma planta comum em rituais indígenas da qual é
produzida uma bebida alucinógena que quando ingerida "libera a alma do seu confinamento
corporal". As seitas religiosas de Santo Daime e União do Vegetal (UDV) utilizam esta planta,
fundamentados nessas tradições indígenas. O uso do chá, causa a chamada impulsão motora,
no sentido de aumentar a sensação de bem estar do indivíduo, criando condições de felicidade,
contentamento, bom apetite, impulso sexual e equilíbrio. Usuários dos chás já relataram
experiências de dependência e fortes crises de abstinência. A ciência ainda caminha nesse
estudo, o que se sabe é que a dependência psicológica é alta.
A permissão do uso de substâncias alucinógenas por seitas religiosas tem sido repensada
ultimamente pelo Conselho Federal de Entorpecentes.
*Crise de Abstinência: são sintomas de diferentes gravidades que aparecem quando a pessoa
pára de usar uma certa droga. Numa crise destas muitas pessoas chegam a tentar suicídio, tal
o sofrimento.
Tabaco
Definição e histórico
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina tabacos, da qual é extraída uma
substância chamada nicotina. Seu uso surgiu aproximadamente no ano 1000 A.C., nas
sociedades indígenas da América Central, em rituais mágicos-religiosos com objectivo de
purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de acreditar que a
mesma tinha o poder de predizer o futuro. A planta chegou ao Brasil provavelmente pela
migração de tribos tupis-guaranis. A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na
Europa, por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal, após ter-lhe cicatrizado uma
úlcera de perna, até então incurável.
No início, utilizado com fins curativos, através do cachimbo, difundiu-se rapidamente,
atingindo Ásia e África, no século XVII. No século seguinte, surgiu a moda de aspirar rapé, ao
qual foram atribuídas qualidades medicinais, pois a rainha da França, Catarina de Médicis, o
utilizava para aliviar suas enxaquecas.
No século XIX, iniciou-se o uso do charuto, através da Espanha atingindo toda a Europa,
Estados Unidos e demais continentes, sendo utilizado para demonstração de ostentação. Por
volta de 1840 a 1850, surgiram as primeiras descrições de homens e mulheres fumando
cigarros, porém somente após a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) seu consumo
apresentou uma grande expansão.
Seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do século XX, com ajuda de técnicas
avançadas de publicidade e marketing, que se desenvolveram nesta época.
A partir da década de 60, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o
cigarro ao adoecimento do fumante e hoje existem inúmeros trabalhos comprovando os
malefícios do tabagismo à saúde do fumante e do não-fumadores exposto à fumaça do cigarro.
Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é responsável por uma actividade
económica que envolve milhões de dólares.
Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a nicotina é uma das drogas mais
consumidas no mundo.
Efeitos no cérebro
Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao
cérebro geralmente em 9 segundos.
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor
(estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de
um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa
sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular.
Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de
tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para
sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores.
Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir
fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, prisão de ventre,
dificuldade de concentração, diurese, tontura, insónia e dor de cabeça. Esses sintomas
caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas.
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de
dependência provocado pelo uso de tabaco.
Efeitos no resto do organismo
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na
frequência respiratória e na actividade motora.
Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos.
No sistema digestivo provoca queda da contracção do estômago, dificultando a digestão. Há
um aumento da vasoconstrição e na força das contracções cardíacas.
Efeitos tóxicos
A fumaça do cigarro contém um número muito grande de substâncias tóxicas ao organismo.
Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão.
O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas
doenças como por exemplo a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esófago, boca,
estômago, entre outros), enfarte miocárdio; bronquite crónica; enfisema pulmonar; derrame
cerebral; úlcera digestiva; etc. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos
destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarreia, vómitos, cefaleia, tontura, bradicardia e
fraqueza.
Tabaco e gravidez
Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto também fuma", recebendo as substâncias
tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no
feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas
importantes. O risco de, abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a
gravidez é maior nas gestantes que fumam.
Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebé
também através do leite materno.
Tabagismo passivo
Os fumadores não são os únicos expostos à fumaça do cigarro pois os não-fumadores também
são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos.
Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumadores
próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas.
Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência 3 vezes maior de
infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não-fumadores.
Aspectos gerais
O hábito de fumar é muito frequente na população. A associação do cigarro com imagens de
pessoas bem sucedidas, jovens, desportistas é uma constante nos meios de comunicação. Este
tipo de propaganda é um dos principais factores que estimulam o uso do cigarro. Por outro
lado, os programas de controle do tabagismo, vêm recebendo um destaque cada vez maior em
diversos países, ganhando apoio de grande parte da população.
O que é INCA/Contapp?
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) é o órgão do Ministério da Saúde responsável pelas
acções de controlo do tabagismo e prevenção primária de câncer no Brasil, através da
Coordenação Nacional de Controlo do Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer
(Contapp). Essas acções vão desde a comemoração de datas específicas, como Dia Mundial
sem Tabaco, 31 de Maio e Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de Agosto, até a
estruturação e realização de programas continuados para controlo do tabagismo e de outros
factores de risco de câncer, em unidades de saúde, escolas e ambientes de trabalho.
Para isso, o INCA/Contapp, coordena uma rede de 27 coordenadores estaduais, capacita
recursos humanos, desenvolve pesquisas, elabora livros didácticos sobre o tema, além de
folhetos, cartazes e adesivos; presta assessoria técnica nos projectos de lei sobre tabagismo,
que tramitam no Congresso Nacional; e participa de congressos de todas as áreas do
conhecimento relacionadas ao tabagismo.
O que é?
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou
amónia e água destilada, que resulta em pequeninos grãos, fumados em cachimbos
( improvisados ou não). É mais barato que a cocaína mas, como seu efeito dura muito pouco,
acaba sendo usado em maiores quantidades, o que torna o vício muito caro, pois seu consumo
passa a ser maior.
Estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, o crack provoca dependência física e leva à
morte por sua acção fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco.
Quais são as reacções do crack? O que ele provoca no organismo?
O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte
aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor
intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da
capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço. Mas, se os prazeres físicos e
psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência
também não demoram a chegar. Em 15 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a
fumaça de outra pedra, caso contrário chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a
prostração e a depressão profunda.
Estudiosos como o farmacologista Dr. F. Varella de Carvalho asseguram que "todo usuário de
crack é um candidato à morte", porque ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por
causa de sua concentração no sistema nervoso central.
O crack é uma droga mais forte que as outras?
Sim, as pessoas que o experimentam sentem uma compulsão ( desejo incontrolável) de usá-lo
de novo, estabelecendo rapidamente uma dependência física, pois querem manter o
organismo em ritmo acelerado. As estatísticas do Denarc ( Departamento Estadual de
Investigação sobre Narcóticos) indicam que, em Janeiro de 1992, dos 41 usuários que
procuraram ajuda no Denarc, 10% usavam crack e, em Fevereiro desse mesmo ano, dos 147
usuários, já eram 20%. Esses usuários, em sua maioria, têm entre 15 e 25 anos de idade e vêm
tanto de bairros pobres da periferia como de ricas mansões de bairros nobres.
Como o crack é uma das drogas de mais altos poderes viciantes, a pessoa, só de experimentar,
pode tornar-se um viciado. Ele não é, porém, das primeiras drogas que alguém experimenta.
De um modo geral, o seu usuário já usa outras, principalmente cocaína, e passa a utilizar o
crack por curiosidade, para sentir efeitos mais fortes, ou ainda por falta de dinheiro, já que
ele é bem mais barato por grama do que a cocaína. Todavia, como o efeito do crack passa
muito depressa, e o sofrimento por sua ausência no corpo vem em 15 minutos, o usuário usa-
o em maior quantidade, fazendo gastos ainda maiores do que já vinha fazendo. Para
conseguir, então, sustentar esse vício, as pessoas começam a usar qualquer método para
comprá-lo. Submetidas às pressões do traficante e do próprio vício, já não dispõem de tempo
para ganhar dinheiro honestamente; partem, portanto, para a ilegalidade: tráfico de drogas,
aliciamento de novas pessoas para a droga, roubos, assaltos, etc.
Heroína
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