BIR HAKEIM - Um Brasileiro Na LE Narra A Luta
BIR HAKEIM - Um Brasileiro Na LE Narra A Luta
BIR HAKEIM - Um Brasileiro Na LE Narra A Luta
O texto reproduzido aqui, por gentil autorizao do autor, parte do captulo Bir Hakeim do livro, mas no a ntegra do
mesmo. Recomendamos a compra do livro, que trata do recrutamento, treinamento e servio do autor na Legio
Estrangeira, bem como outras aventuras durante e depois da guerra.
BIR HAKEIM
UM BRASILEIRO NA LEGIO ESTRANGEIRA NARRA A LUTA.
Tnhamos percorrido alguns quilmetros quando fomos atacados por uma formao
area alem. Aps circular sobre ns uma vez, abriu fogo e nos metralhou.
Recebemos ordens para pular dos caminhes e abrigar-nos.
Quando ocupamos a rea que nos coubera na costa, a linha de frente se era
possvel assim cham-la denominada Linha Gazala, continuava em poder das foras
aliadas. Tobruk estava agora ocupada por foras sul-africanas. Sidi rezegh, Belamed,
El Aden e Gambut, por foras aliadas e Bir Hakeim, pelos franceses livres. Todas
essas localidades eram cercadas por grandes reas de campos minados, que
formavam, no lado dos aliados, a linha de frente.
(...)
O reduto de Bir Hakeim era defendido pela 13 Meia Brigada da Frana Livre,
comandada pelo General Koenig, que estava assim constituda: dois batalhes da
Legio Estrangeira, sob o comando do Tenente-Coronel Amilakvari um dos
batalhes sob o comando do Capito Babonneau e o outro, do chefe de Batalho
Puchoi; um batalho de fuzileiros de Marinha, comandado pelo Capto-de-Corveta
Amyot DInville; o 1 Regimento de Artilharia do Comandante Laurent Champrosay; um
corpo de Engenharia, comandado pelo Capito Desmaisons; um grupo antitanque,
comandado pelo Capito Jacqoin, a Meia Brigada Colonial, comandada pelo Tenente-
Coronel de Roux; o 1 de Infantaria de Marinha, do Comandante Savey; a 22
Companhia norte-africana, comandada pelo Capito Lequesne 3.600 homens vindos
de todos os horizontes.
Alm de Bir Hakeim, o patrulhamento era feito pela 3 Brigada Motorizada indiana.
Ainda alm, comandos perambulavam pelo deserto. Parte da brigada indiana, num
encontro com foras italianas, depois de combater bravamente, fora aprisionada. Em
seguida, seus homens foram libertados e abandonados prpria sorte no deserto,
sem equipamentos e sem gua. Alguns no resistiram ao sofrimento e morreram.
Outros, conseguiram alcanar o reduto onde estavam os franceses livres e juraram se
vingar cortando o nariz dos italianos que encontrassem.
A brigada [britnica] foi vencida por volta das 6h30 min, aps luta feroz mas
tristemente desigual. (...)
As foras francesas livres, a postos desde o clarear do dia, aguardavam o ataque. Por
volta das 8h, numerosos veculos apareceram ao sul da posio De incio pensou-se
que se tratava da 4a Brigada Blindada britnica, mas logo o engano se desfez, pois os
veculos se desviaram e avanaram em formao de ataque. Eram os tanques M13/40
italianos da diviso Arete. A primeira leva, integrada por cerca de 50 tanques, atacou
a defesa sul s 9h. O ataque italiano foi desfechado com louvvel ostentao, e
embora as minas e os canhes antitanques tenham cobrado pesado tributo, seis
tanques conseguiram entrar na posio e atracaram um posto de comando da legio.
O Capito Otte continuou dando ordens pelo telefone at que um tanque, colocando-
se a uns 15 metros de distncia, disparou uma granada contra o topo do seu abrigo.
Otte queimou o galhardete de sua companhia para evitar que casse em poder do
inimigo. Preocupao prematura, pois alguns tanques inimigos foram liquidados pelos
75 mm, que atiravam a pequena distncia; os fuzileiros da marinha tambm entraram
na refrega com os seus Bofors. Os valentes legionrios eliminaram os restantes,
subindo com deciso por sobre eles e disparando atravs das fendas de observao
dos carros.
Um segundo ataque, desta vez feito por 30 tanques, teve ainda menos xito. Pouco
depois das 10h os italianos se retiraram, tendo perdido 30 tanques, sete deles
destrudos por um 75 guarnecido por legionrios. Mais de sessenta homens foram
aprisionados, entre os quais o coronel-comandante do 132 Regimento Blindado
italiano. Esse oficial, embora ferido, mudara de tanque trs vezes em virtude da
destruio dos anteriormente ocupados por ele. Entre os franceses, somente um ficou
ferido. Alguns suprimentos muito teis foram retirados dos veculos italianos que, a
julgar pelo que fora apanhando, eram bem abastecidos; traziam cobertores, presunto,
conservas e gua-de-colnia.
Houve vrias pequenas aes, com patrulhas, na noite de 27 para 28 de maio, mais
alguns italianos foram aprisionados. Na manh do dia 28 houve muita atividade ao sul,
onde os avies da RAF mergulhavam seguidamente sobre as colunas alems. Por
volta das 10h, o destacamento do Capito Lamaze, da Legio, que cobria o campo
minado norte, deu combate a vrios carros blindados italianos a noroeste. Dois desses
veculos foram atingidos pelo 75 mm e quatro penetraram no campo minado, onde
logo explodiram.
Para no perecer, o Afrika Korps precisava sair do anel de ferro em que se achava.
Portanto, Rommel se concentrou no golpe contra a 150 Brigada [inglesa], deixando
um anteparo de canhes antitanque, bem temperado com morteiros 88 mm, para deter
o restante do VIII Exrcito Britnico.
Durante toda a tarde, quantidade crescente de granadas comeou a cair sobre Bir
Hakeim, embora os canhes de 75 mm do 1 de Artilharia respondessem dentro de
suas possibilidades. O duelo da artilharia foi interrompido por uma repentina
tempestade de areia e, com o anoitecer, os disparos foram diminuindo. No comeo da
manh seguinte, o Batalho do Pacfico, tendo sofrido algumas perdas na viagem,
retornou a Bir Hakeim e reocupou o seu antigo setor no permetro.
1. Devemos esperar um ataque em grande escala, para breve, em que o inimigo vir
certamente com avies, carros-de-combate, artilharia e infantaria.
2. Cumpram o dever sem vacilao, qualquer que seja a situao em que estiverem,
junto aos companheiros ou deles isolados.
Embora o ritmo dos bombardeios no diminusse, no houve ataque srio por terra
durante os primeiros dias de junho. Elementos da 90 Ligeira e da Trieste, embora
posicionados em torno de Bir Hakeim, no puderam movimentar-se devido feroz
atividade de patrulhamento dos britnicos. Embora o Alto Comando britnico fosse
hostilizado, no abandonou o apoio terrestre aos franceses. Crdito particular cabe
7a Brigada Motorizada, do Brigadeiro Renton, cujas colunas atacaram a retaguarda
alem.
Em 6 de junho, dia em que Rommel saiu do caldeira, o inferno em Bir Hakeim ficou
mais quente. Dois poderosos ataques foram desfechados contra o Batalho do
Pacfico, que repeliu ambos, a custa de numerosas baixas. Do oeste, cerca de vinte
carros-de-combate chegaram s proximidades do campo minado e dispararam contra
a posio. A artilharia respondeu vigorosamente, mas a escassa quantidade de
munio limitou os canhes a um disparo por minuto; mais tarde, apenas um canho
em cada bateria pode disparar.
O dia 8 de julho amanheceu com denso nevoeiro que encobria tudo e cegava os
nossos postos de observao. Atrs da cortina de nvoa, podamos ouvir o chocalhar
das lagartas dos carros-de-combate e o vozerio dos soldados de infantaria
deslocando-se para o ataque.
Rommel finalmente decidira eliminar Bir Hakeim e, com esse objetivo, mandara
poderoso destacamento da 15 Panzer para ajudar a 90 Ligeira e a Triestre. Quando
o nevoeiro se dissipou, a artilharia alem abriu fogo com grande violncia,
concentrando-se sobre um batalho da Legio. Stukas uivavam sobre as defesas e
caas varriam o deserto, metralhando postos de observao e de bateria.
Tambm no sul a guarnio estava sob violento ataque. Parte da 90 Ligeira alem,
cuja artilharia estivera apoiando o ataque no norte, desviou-se e atacou o Batalho do
Pacfico. Os alemes sofreram seriamente 250 corpos foram contados na frente das
posies do batalho -, mas, ao amanhecer, eles se haviam estabelecido a pouco
mais de 200m do forte. Esses ataques foram acompanhados de tentativas mais sutis
para provocar a queda de Bir Hakeim.
Ao anoitecer do dia 9, Koenig viu claramente que Bir Hakeim no poderia ser
defendida por muito mais tempo. A Cota 186 fora perdida, o que permitia aos alemes
dominar o setor do Batalho da Legio. A situao no sul, em torno do forte, tambm
era crtica. As perdas, em homens e equipamento, haviam sido elevadas e a
permanente escassez de munio era fonte constante de preocupao. Koenig viu-se
diante de difcil deciso: permanecer em Bir Hakeim e correr o risco de aniquilamento
total, em futuro prximo, ou tentar escapar. Ritchie sempre exortara Koenig a resistir,
mas, ainda na tarde de 9 de junho, a 7 Diviso Blindada britnica perguntou-lhe, pelo
rdio, se ele considerava aconselhvel sair dali. Koenig manifestou-se favorvel a
retirada, desde que houvesse transporte suficiente para todos os feridos. Como a 7
Blindada no dispunha de veculos suficientes na noite de 9 para 10 de junho, decidiu-
se que a tentativa seria feita na noite seguinte.
noite, Rommel informou ao Alto Comando, na Alemanha, que Bir Hakeim cairia no
dia seguinte. Sem dvida isso chegava bem a tempo para Kesselring, pois ele via as
perdas da Luftwaffe naquele setor com crescente desalento. J insistira junto a
Rommel para que vencesse os franceses com os carros, de modo a poupar a arma
area; Rommel acertadamente, calculara que um ataque macio de carros-de-
combate a Bir Hakeim s poderia resultar em grandes perdas de blindados nos
campos minados. Por isso estava convencido de que mais um esforo levaria os
franceses ao colapso, o que era bem provvel.
Durante o dia 10, os morteiros da guarnio haviam disparado a ltima munio; para
os canhes restavam apenas uns poucos cartuchos. Enquanto os alemes se
preparavam para o ataque decisivo, Koenig cuidava da retirada.
A retirada das situaes mais difceis numa guerra, quase sempre realizada com o
moral da tropa muito baixo diga-se, a bem da verdade, que no era o caso dos
franceses livres. Requer planejamento meticuloso e um cronograma cuidadosamente
calculado. Um pequeno erro pode causar no apenas ligeiro revs ttico, mas grande
desastre. A noite o momento para realiz-la, embora a escurido aumente bastante
os problemas de controle e navegao.
Os riscos que os franceses teriam que enfrentar na retirada de Bir Hakeim eram
numerosos. Seria preciso conduzir uma grande fora, com transporte e equipamento,
atravs de campos minados e frente do inimigo sempre vigilante para fora de Bir
Hakeim. O melhor caminho de sada era em direo leste, pelas posies da Legio.
Koenig, no entanto, decidiu no us-lo, pois os alemes sabiam ser esta a mais
provvel linha de retirada. Assim, deu ordens para abrir uma passagem de 150 metros
de largura no campo minado ocidental, logo ao norte do velho forte. A 7 Brigada
Motorizada forneceria caminhes e ambulncias, que aguardariam por Koenig no
deserto, oito quilmetros a sudeste de Bir Hakeim. Uma ordem de operaes
detalhada delineava todo o plano. As unidades que se encontravam em contato como
inimigo ficariam para trs at o ltimo momento; duas companhias permaneceriam
com o grupo de despistamento. O equipamento que no pudesse ser retirado seria
destrudo. Os documentos secretos foram colocados na viatura de Keonig, exceo
de uns poucos, mais importantes, que ficaram na pasta do Tenente-Coronel Masson.
De incio parecia que as baixas tinham sido muito grandes. s 7h do dia 11, Koenig e
Amilakvari estavam desaparecidos e menos de 1.500 soldados haviam chegado s
linhas britnicas. Com o passar das horas, o quadro foi melhorando. s 8h, a 7
Brigada Motorizada comunicou que dois mil soldados franceses tinham chegado a
salvo.
A defesa de Bir Hakeim teve a grande vantagem de dar tempo ao VIII Exrcito.
Rommel s ficou pronto para iniciar suas operaes na tarde de 11 de junho. (...)
O rompimento do cerco de Bir Hakeim, naquela noite negra, perde-se num misto
indefinido de recordaes. Um sem-nmero de batalhas em toda a extenso da linha
confunde-se com as aventuras individuais e com atos de inexcedvel herosmo.
A descrio detalhada dos acontecimentos, embora longa, faz-se necessria para uma
viso abrangente do que foram os terrveis combates na frente da Linha de Gazala e a
defesa do reduto de Bir Hakeim.
A luz dos foguetes, dos projteis luminosos e traadores e das exploses das minas
projetava-se, no deserto, como fogos de artifcio a se prolongarem pela noite. A
despeito da algazarra, Rommel no acreditou em uma retirada geral e, ao romper da
aurora, bombardeou Bir Hakeim, onde s restava um punhado de homens, em sua
maioria feridos. Dois teros da 1 Brigada dos Franceses Livres conseguiram arrancar-
se da situao difcil. Foi aps a luta desesperada de Bir Hakeim que a Frana
reencontrou sua alma e que o movimento de resistncia tomou impulso.
No dia 11 de junho, pela manh, minha unidade recebeu ordens para retornar,
patrulhando, at as proximidades de Gambut e juntar-se a uma coluna semi-blindada
britnica, que vinha na direo de Sidi Rezegh. Preparamo-nos para cumprir a misso
e partimos s 14h. Alm do armamento normal, levvamos, cada um, mais quatro
granadas presas na cintura.
O caminho, aos solavancos, continuava em, alta velocidade Dez minutos depois,
bateu com violncia na borda de um enorme buraco, jogando-nos uns contra os outros
numa confuso dos diabos. No mais andou; com a forte batia, a suspenso dianteira
ficara danifica e tivemos que abandon-lo.
Quando atingimos o topo da crista, avistamos ao longe um trecho da Via Balbia, o que
nos permitiu saber onde nos encontrvamos. Tudo parecia calmo. Sem perigo a vista,
o tenente nos reuniu para novas instrues. Ficou decidido que seguiramos no rumo
sul at encontrarmos a trilha para o Forte Capuzzo. Da prosseguiramos andando,
enquanto fosse possvel. J passava das 16h quando localizamos a trilha:
caminhamos at as 20h e fizemos uma parada. At ento nada havamos comido ou
bebido. Sede e fome comeavam a nos torturar. O sol e o calor nos haviam maltratado
durante todo o dia, e sentamos enorme cansao. Bebemos dois goles de gua e
dividimos duas latas de rao, nada mais. Continuamos a caminhada at um pouco
depois da meia-noite. Considerando que j nos afastramos alguma coisa da rea
crtica, o tenente autorizou que descansssemos at o amanhecer, revezando-nos na
vigilncia. A noite foi muito fria. Tremendo, pois no conseguira outra camisa, quase
no dormi.
A tempestade tudo obscurecia e encobria o sol. Por volta das 13h, houve ligeira
melhora no tempo. Aproveitamos para sair em busca de um abrigo mais seguro.
Caminhamos por mais duas horas, mas, novamente, ficamos impossibilitados de
prosseguir porque a tempestade voltou com mais violncia, quase camos num
desfiladeiro. Tivemos que nos abrigar precariamente.
Por mais dois dias o vento soprou com violncia. Finalmente, na madrugada do
terceiro dia, de repente, tudo se acalmou e voltamos a enxergar o cu estrelado.
Ouvia-se ao longe o troar dos canhes da artilharia alem bombardeando Tobruk.
Martinez olhou para ns como a pedir ajuda, mas ningum disse nada. Tambm sem
dizer nada, virou-se e partiu para apanhar o fuzil que abandonara. Nunca mais voltou.
Meses mais tarde, soubemos que cara prisioneiro de uma patrulha italiana e que
estava internado num campo de prisioneiros de guerra na Itlia.
De novo caminhvamos sob o sol. Aquele dia parecia o mais quente de todos. J no
suportvamos o tormento da sede, muito maior que a fome a corroer nossos
estmagos. Como quase sempre acontecia, Marcheval e eu caminhvamos
separados, mas bem frente dos outros. Andando com dificuldade, com os ps
inchados e doloridos, sentia minha resistncia diminuir a cada passo que dava.
Parecia que o fim havia chegado. J estava perdendo as esperanas quando vi que
Marcheval, como que por instinto, cara deitado no cho e comeara a rastejar. Fiz o
mesmo e fiquei quieto, depois de sinalizar para que os outros companheiros tambm o
fizessem. Teramos alcanado a linha de frente britnica? Aproximei-me de Marcheval
e, rastejando, subimos uma pequena inclinao no terreno. Ouvimos vozes e ficamos
imveis, tentando identificar o idioma que falavam. Pareceu-nos rabe ou indiano.
Resolvemos arriscar. Levantamos e gritamos. No mesmo instante, o horizonte encheu-
se de soldados e pudemos ouvir os estalos dos ferrolhos de suas armas. Identificamo-
nos e mandaram que nos aproximssemos. Graas a Deus, eram de fato nossos
aliados. Estvamos salvos!
Durante a viagem, soubemos que Rommel havia recomeado a ofensiva logo depois
da conquista de Tobruk, onde fizera mais de 33 mil prisioneiros sul-africanos.
Avanava, agora, em direo ao Egito. O General Ritchie tentava reorganizar o VIII
Exrcito na fronteira, para conter o avano do Afrika Korps. Este era o quadro quando
nos juntamos ao batalho em Mersa Matruh, no dia 21 de junho de 1942.
Duas horas depois, chegando ao hospital, fomos deixados numa grande barraca de
lona, onde j se encontravam outros feridos aguardando a vez para serem operados.
Nesse momento, ao ver os feridos sendo medicado ou aguardando o cirurgio para
oper-los, ouvindo seus gemidos de dor, que comecei a acordar para o lado negro e
cruel da guerra. Deitado bem perto de mim, um ferido gemia: a exploso de uma mina
tinha-lhe dilacerado as duas pernas, mas adiante, um outro sangrava, com o ventre
aberto, ao meu lado esquerdo, podia ver algum sem um dos braos, mais para o
fundo da barraca, outro gritava de dor, todo mutilado.
Fui levado para outra barraca e examinado pelos cirurgies, ouvi quando um deles
disse: Podem lev-lo. Tirem a radiografia e o preparem que eu mesmo vou oper-lo e
extrair os estilhaos da bomba.
Quando estava sendo colocado na ambulncia, soou o alarme de ataque areo. Ouvi
o ronco inconfundvel dos motores dos avies alemes que nos sobrevoavam, mas
no atacaram. Ouvi tambm o troar dos canhes atirando no muito longe de onde
estvamos, e soube, pelos padioleiros, que j estavam tomando providncias no
sentido de deslocar o hospital de campanha para alm de El-Alamein.
Patrulha no deserto