Guia Mamiferos FLONA Sarac Taquera
Guia Mamiferos FLONA Sarac Taquera
Guia Mamiferos FLONA Sarac Taquera
Ramon Gomes
Sérgio Augusto Abrahão Morato
Pedro de Oliveira Calixto
Lucas Reinert Laufer Pereira Mendes
AUTORES/COLABORADORES
Fabiano Rodrigues de Melo
Michel Miretzki
Michel Barros de Faria
Analice Maria Calaça
Aquila Fialho de Oliveira
GUIA FOTOGRÁFICO
DE IDENTIFICAÇÃO
DE MAMÍFEROS
TERRESTRES E
AQUÁTICOS DA
FLORESTA NACIONAL
DE SARACÁ-TAQUERA,
ESTADO DO PARÁ
GUIA FOTOGRÁFICO
DE IDENTIFICAÇÃO DE
MAMÍFEROS TERRESTRES
E AQUÁTICOS DA
FLORESTA NACIONAL
DE SARACÁ-TAQUERA,
ESTADO DO PARÁ
AUTORES/ORGANIZADORES
Ramon Gomes1
Sérgio Augusto Abrahão Morato1
Pedro de Oliveira Calixto1
Lucas Reinert Laufer Pereira Mendes1
AUTORES/COLABORADORES
Fabiano Rodrigues de Melo2
Michel Miretzki
Michel Barros de Faria3
Analice Maria Calaça
Aquila Fialho de Oliveira4
DESIGN GRÁFICO
Anderson Flavio Viana
2014
www.stcp.com.br
Citação recomendada
Colaboração Institucional
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Colaboração Institucional
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AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas contribuíram de muitas formas para que este trabalho pudesse
ser realizado. Diversos colegas nos prestaram informações sobre determina-
das espécies, enquanto outros gentilmente nos cederam fotos que ilustram as
páginas desse livro. Assim, expressamos nossos mais sinceros agradecimentos
aos seguintes amigos: Ana Carla Rodrigues, Danielle Lima, Diego Silva, Fabrício
Locatelli Trein, Fernanda Stender de Oliveira, Geraldo Fernandes, Jairo Moura
de Oliveira, Joana Gomes Tono Matuella, João Batista da Silva, José Manoel dos
Reis (in memoriam), Kleber do Espírito-Santo Filho, Laércio Barbeiro, Luciano
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Moreira Ceolin, Marcio Coutinho Pelissari, Sara Machado, Sidcley Matos, Maria
do Socorro Amorim, Thiago Gomide, Viviane Sodré e Guilherme Nunes Ferrei-
ra. Agradecemos também a todos os nossos colaboradores de campo, oriundos
das comunidades quilombolas do Moura e do Boa Vista, os quais jamais pou-
param esforços nos trabalhos. E, logicamente e principalmente, nossos mais
sinceros agradecimentos a Milena Alves Moreira e a Eduardo Simões da Silva,
Gerentes da MRN, e a Ivan Tomaselli e Joésio Deoclécio Pierin Siqueira, Presi-
dência da STCP, sem os quais este projeto não teria sido concretizado.
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INTRODUÇÃO
A Amazônia compreende a região que agrega a maior biodiversidade do pla-
neta. Atualmente, o bioma contempla o registro de aproximadamente 40.000
mil espécies de plantas, 3.000 espécies de peixes e 3.200 espécies de outros
grupos de vertebrados, além de um número ainda imensurável de insetos,
aracnídeos e de outros grupos de pequenos, singulares e muitas vezes esqueci-
dos organismos, como fungos, anelídeos e moluscos, somente para citar alguns
exemplos. Esses valores, que tendem ainda a crescer mesmo para os grupos
melhor conhecidos, por si só demonstram a importância deste bioma como um
patrimônio biológico mundial. Por sua vez, ao levarmos em consideração que a
área de ocorrência dos domínios amazônicos representa cerca de 4% das terras
emergentes do planeta, e que esta pequena porção contêm cerca de 10% das
espécies conhecidas e descritas formalmente, eleva-se ainda mais o seu signi-
ficado e importância.
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brasileiros e exercendo variadas funções no meio ambiente (Bonvicino et al.,
2008; Reis et al., 2011; Paglia et al., 2012; Mittermeier et al., 2013).
A Amazônia, por sua vez, é considerada uma das regiões com maior riqueza de
mamíferos e aquela a salvaguardar as maiores populações do grupo, mas com
pouco conhecimento sobre a distribuição local das espécies (Grelle, 2002). Esse
déficit representa uma perda muito grande de informações, principalmente
pelo fato da fragmentação de habitat ser uma das maiores ameaças à biodiver-
sidade e ocorrer constantemente no bioma devido, principalmente, ao desen-
volvimento socioeconômico irregular da região (Fearnside, 2005; Grelle, 2005).
Muitos autores ressaltam a importância de uma inserção regulada e controlada
da ocupação do território do bioma e do desenvolvimento de ações de manejo
e recuperação ambiental (Cuarón, 2000; Henle et al., 2004; Costa et al., 2005;
Fearnside, 2005). Nesse sentido, vários trabalhos têm destacado a importância
das espécies de mamíferos para o restabelecimento de processos importantes
do ecossistema em ambientes alterados, principalmente no que se refere à
dispersão de sementes a longa distância, já que muitos mamíferos de médio
e grande porte possuem ampla área de vida e boa capacidade de dispersão
(Henle et al., 2004; Matías et al., 2010).
A MRN - Mineração Rio do Norte S.A., empresa que atua na produção de bauxi-
ta há mais de três décadas dentro da FLONA de Saracá-Taquera, vem realizando
estudos sobre sua mastofauna há mais de 12 anos, tornando a FLONA uma das
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poucas áreas da região Amazônica que conta com estudos de longo prazo so-
bre o grupo. Apesar de advindos de projetos específicos do licenciamento am-
biental aos quais a MRN está sujeita, a repetitividade das técnicas utilizadas, a
amplitude das áreas amostradas e o tempo de estudo facilitam enormemente
a compreensão da comunidade de mamíferos que habita esta região da Flo-
resta Amazônica. O presente guia, por exemplo, foi elaborado como uma das
medidas adotadas pela MRN para a minimização e compensação de seus im-
pactos ambientais. Sua principal finalidade é permitir aos técnicos que atuam
nas atividades de resgate e afugentamento de fauna, que se desenvolvem pre-
viamente à abertura de novas frentes de lavra, possam identificar as espécies
existentes em cada local e efetuar adequadamente seu manejo (o qual consiste
em respeitar os ambientes de ocorrência, horários e modos de vida de cada
espécie no momento de sua realocação no ambiente). Além disso, este guia
representa o “estado da arte” do conhecimento sobre a mastofauna regional.
Por fim, é preciso que se diga que, muito embora ainda estejamos gerando
o conhecimento sobre a composição da fauna regional e novas descobertas
ainda tenham lugar nesse processo (ocasionando consequentemente fortes
preocupações sobre a conservação das espécies), atividades produtivas como
a mineração devem continuar a ser desenvolvidas na FLONA. Afinal, por meio
de tais atividades, esforços significativos na geração de conhecimentos e na
proteção do patrimônio biológico local são realizados, na medida em que a
produção mineral é acompanhada de ações de manejo, recuperação e moni-
toramento ambiental, que são desenvolvidas em conformidade com a legisla-
ção ambiental brasileira. Assim, embora pareça paradoxal, a presença de uma
empresa responsável, cujas atividades são sujeitas a licenciamento e controle
ambiental, auxilia significativamente os órgãos ambientais na proteção da bio-
diversidade e na produção de conhecimentos da FLONA, culminando inclusive
na publicação deste guia.
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A FLONA DE SARACÁ-TAQUERA
Florestas Nacionais são unidades de conservação de uso sustentável previstas
no SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Lei Fe-
deral nº 9985/2000). Consistem em áreas com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e que têm como objetivos básicos o uso múltiplo
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em mé-
todos para exploração sustentável de florestas nativas. Dependendo de seus
objetivos de criação, podem contemplar atividades minerárias, respeitada a
legislação específica em vigor.
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meses de agosto, setembro e outubro sendo os mais secos do ano e fevereiro,
março e abril os mais chuvosos. Em média, a precipitação pluviométrica anual
é em torno de 2.000mm e a umidade relativa média do ar é superior a 80%.
14
- cedrorana) e um estrato inferior uniforme, onde há uma elevada presença de
espécies de médio a grande porte.
15
Além dessas principais formações, na FLONA ocorrem ainda ambientes que,
embora de difícil demarcação nas escalas de mapeamento que são utilizadas,
apresentam sua significância para a fauna. Dentre tais ambientes destacam-
-se as clareiras em meio à floresta e os banhados que se formam durante pe-
ríodos chuvosos. Ambos são ambientes condicionados por eventos climáticos
como chuvas e ventos, pela declividade do terreno ou pela própria sucessão
temporal da vegetação. Tratam-se de ecossistemas de grande importância na
dinâmica e na diversidade da fauna regional por propiciarem recursos alimen-
tares e ambientes adequados para a reprodução (especialmente no caso dos
banhados para anfíbios).
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Várzeas (chavascais) do rio Trombetas
17
COMO USAR ESTE GUIA
Este guia visa auxiliar os técnicos e profissionais que atuam nos trabalhos de
afugentamento, resgate e monitoramento de fauna a identificar, em campo,
as espécies da herpetofauna já registradas na FLONA de Saracá-Taquera e em
seu entorno. Trata-se de um trabalho que servirá também de referência para a
continuidade do inventário de fauna regional.
Este guia foi estruturado apresentando a relação das espécies até então conhe-
cidas, categorizadas segundo Classes, Ordens e Famílias. Cada espécie contem-
pla uma foto principal e, eventualmente, uma ou duas fotos complementares.
Todas as espécies são ainda acompanhadas de informações sobre os habitats
em que foram registradas na FLONA, hábitos e horário de atividade (neste caso
representado por ícones, conforme a figura abaixo).
Por fim, para cada espécie é ainda informado o grau de ameaça conhecido em
diferentes níveis (internacional, nacional e para o Estado do Pará), tendo-se
por base os critérios para as diferentes categorias de ameaça e as listas da
International Union for Conservation of Nature (IUCN, 2014), do Ministério do
Meio Ambiente (MMA, 2003) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do
Pará (SEMA, 2006). As diferentes categorias de ameaça são representadas por
escalas de cores, conforme as figuras a seguir.
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Escala de cores adotada para diferentes categorias de ameaça propostas pela
IUCN (2014)
Vulnerável (VU)
Em Perigo (EP)
Criticamente em Perigo (CP)
Extinta na Natureza (EN)
Extinta (EX)
Deficiente em Dados (DD)
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Os
Mamíferos
da FLONA de Saracá-Taquera
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DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Caluromys philander
(Linnaeus, 1758)
Cuíca, mucura
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
23
Estadual Nacional Mundial
DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Gambá, mucura
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Gambá, mucura
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
25
Estadual Nacional Mundial
DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Gracilinanus emiliae
(Thomas, 1909)
Cuíca, mucura
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cuíca, mucura
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
27
Estadual Nacional Mundial
DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Cuíca, mucura
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cuíca-rabo-de-rato, mucura
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
29
Estadual Nacional Mundial
DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Cuíca, mucura
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cuíca, mucura
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
31
Estadual Nacional Mundial
DIDELPHIMORPHIA Didelphidae
Cuíca, mucura
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tatu-rabo-de-couro
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
33
Estadual Nacional Mundial
CINGULATA Dasypodidae
Tatu-de-quinze-quilos
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tatu-galinha
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
35
Estadual Nacional Mundial
CINGULATA Dasypodidae
Tatu-mirim
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tatu-galinha
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
37
Estadual Nacional Mundial
CINGULATA Dasypodidae
Tatu-canastra
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Preguiça-de-garganta-amarela, preguiça-bentinho
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
39
Estadual Nacional Mundial
PILOSA Megalonychidae
Preguiça-real
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tamanduaí, tamanduazinho
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
41
Estadual Nacional Mundial
PILOSA Myrmecophagidae
Tamanduá-bandeira
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tamandua tetradactyla
(Linnaeus, 1758)
Tamanduá-mirim, tamanduá-de-colete
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
43
Estadual Nacional Mundial
PRIMATES Aotidae
Aotus trivirgatus
(Humboldt, 1811)
Macaco-da-noite
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Alouatta macconnelli
Elliot, 1910
Guariba, bugio
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Macaco-aranha
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Sagui, sagui-morcego
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Sagui-de-mão-amarela
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Macaco-prego, mico
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Macaco-de-cheiro, mico-de-cheiro
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cuxiu
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Parauacu, macaco-velho
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cachorro-vinagre
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Jaguatirica
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Leopardus wiedii
(Schinz, 1821)
Gato-maracajá, gato-do-mato
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Panthera onca
(Linnaeus, 1758)
Onça-pintada, onça
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Gato-mourisco, Jaguarundi
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Eira barbara
(Linnaeus, 1758)
Irara
Hábito Semiarborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Lontra
Hábito Semiaquática.
Atividade
Níveis de ameaça
Ariranha
Hábito Semiaquática.
Atividade
Níveis de ameaça
Quati
Hábito Semi-arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Jupará, Macaco-da-noite
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Tapirus terrestris
(Linnaeus, 1758)
Anta
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Mazama americana
(Erxleben, 1777)
Veado-mateiro, veado-vermelho
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Veado-fuboca, veado-branco
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Queixada, porco-do-mato
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Peixe-boi
Hábito Aquático.
Atividade
Níveis de ameaça
Boto-cinza, tucuxi
Hábito Aquático.
Atividade
Níveis de ameaça
Boto-cor-de-rosa; boto-vermelho
Hábito Aquático.
Atividade
Níveis de ameaça
Esquilo, quatipuru
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Paca
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cutia
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Cutiara, Cutia-de-rabo
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Capivara
Hábito Semiaquático.
Atividade
Níveis de ameaça
Ouriço, Ouriço-cacheiro
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-de-espinho
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-de-espinho
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Mesomys hispidus
(Desmarest, 1817)
Rato-do-mato
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-do-mato
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Hylaeamys megacephalus
(Fischer, 1814)
Rato-do-mato
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-do-mato, Rato-d’água
Hábito Semiaquático.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-do-mato
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Rato-do-mato
Hábito Arborícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Zygodontomys brevicauda
(Allen & Chapman, 1893)
Rato-do-mato
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
Hábito Terrícola.
Atividade
Níveis de ameaça
9 788568 814017
25