Dependência Emocional

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Dependência emocional: O impacto da

dependência emocional nos relacionamentos.


Resumo

Algumas relações afetivas possuem a mesma dinâmica viciante das


drogas, no qual o indivíduo torna-se um dependente. Segundo o Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), a dependência
emocional é caracterizada como Transtorno de Personalidade Dependente
(TDP) e é definido por um padrão de comportamento submisso e apegado
relacionado a uma necessidade excessiva de cuidados. Geralmente os
indivíduos dependentes permanecem em relacionamentos destrutivos com a
crença de estar amando "demais". Neste sentido confundem dependência com
amor. O amor aqui será abordado sob a perspectiva psicanalítica. Freud aborda
o amor de acordo com o contexto que ele se apresenta, seja como o objeto de
desejo, a busca da felicidade ou a atualização de uma vivência anterior. Os
"dependentes de amor", como se autodenominam, são grupos de autoajuda que
oferecem acolhimento e tratamento para dependentes através de terapias
grupais.

Palavras-chave: Dependência emocional, Amor, Psicanálise

Abstract

Some affective relationships have the same addictive dynamics of drugs,


in which the individual becomes a dependent. According to the Diagnostic and
Statistical Handbook of Mental Disorders, the emotional dependence is
characterized as dependent personality disorder and is defined by a pattern of
submissive and attached behaviour related to an excessive care requirement.
Usually dependent individuals remain in destructive relationships with the belief
of being loving "too much". In this sense they confuse dependence with love.
Love here, going to be approached under the psychoanalytic perspective. Freud
addresses love in accordance with the context that he presents, either as the
object of desire, the pursuit of happiness or the updating of an earlier experience.
The "Love dependents", as they call themselves, are self-help groups that offer
greeting and treatment for dependents through group therapies.
Keywords: Emotional dependence, Love, Psychoanalysis

Introdução

Esta pesquisa surgiu da necessidade de respostas e compreensão sobre


a dinâmica e consequências da "dependência emocional” como parte da
estrutura psíquica de alguns indivíduos. Estaremos usando como aporte teórico
a Teoria Psicanalítica, fundada por Sigmund Freud que tem como objeto de
estudo o Inconsciente e suas manifestações.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos


Mentais (DSM V), “o Transtorno da Personalidade Dependente se caracteriza
por uma necessidade difusa e excessiva de ser cuidado que leva a
comportamentos de submissão e apego que surge no início da vida adulta",
também de acordo com este manual as mulheres mais frequentemente são
diagnosticadas com essa condição. É sobre esse estado de submissão e apego
excessivo que acomete algumas mulheres que trataremos. Quais os motivos que
levam mulheres que são vítimas de violência doméstica a continuarem ligadas
emocionalmente aos seus agressores? Segundo Bution & Weschsler (2016) a
dependência emocional é definida como um transtorno afetivo, no qual o
indivíduo necessita do outro para manter seu equilíbrio emocional.

A Psicanálise nos conduz a procurar entender os motivos que levam os


indivíduos a certas formas de existir, a partir da sua estruturação. Na mais tenra
infância o bebê é o objeto de desejo da mãe, ao ponto de não se reconhecer
sem o corpo da mãe ou aquele que desempenha tal papel. Com o passar do
tempo á criança percebe que já não é o único objeto de desejo e descobre-se
incompleta. Esse redirecionamento do desejo da mãe para outas coisas,
possibilita a criança adquirir independência e fazer as suas próprias escolhas.
Para D. Winnicott (1983) “a capacidade de estar só está intimamente ligada à
maturidade emocional", logo a condição de dependência do outro demonstraria
uma falha na formação da personalidade do indivíduo, resultando num
transtorno, que na vida adulta manifesta-se nos relacionamentos. O apego
excessivo teria as suas bases na infância conforme explica a “Teoria do Apego"
desenvolvida por Jonh Bowlby psicanalista britânico e Mary Ainsworth sua
cooperadora. Em sua teoria ele estudou o impacto da aquisição, manutenção e
rompimento de laços afetivos, principalmente o vínculo entre mamãe e bebê nos
primeiros anos de vida, enfatizando que "aquele que cuida da criança é
responsável por um apego saudável ou não, e que isso se deve ao fato das
experiências daquele indivíduo, ou seja, a sua própria história, servirem como
base para o tipo de cuidador que esse adulto será".

A dependência emocional é uma desordem que acarreta várias formas de


prejuízos ao portador dela, principalmente por causa da principal forma de
manifestação: através dos relacionamentos. Muitas vezes encontramos um
discurso de amor em vítimas de violência doméstica que as impede de
denunciarem ou mesmo de abandonarem relacionamentos nocivos. Para melhor
compreensão precisamos primeiro diferenciar amor de dependência. Desde a
Grécia antiga os filósofos já se ocupavam em discorrer acerca do amor, na teoria
psicanalítica os autores em geral divergem quanto à forma, o tipo e o afeto. O
termo "amor" foi definido como um conceito na obra de Freud e foi utilizado pelo
o autor de diferentes formas de acordo com as articulações e o momento em que
estava em sua construção histórica.

Para Erick Fromm psicanalista alemão em seu livro “A arte de amar",


(2000), o amor é uma resposta ao problema da existência humana, serve como
um instrumento de conforto para o homem diante do mundo. Ele sustenta que
para amar os outros com êxito, primeiro precisamos ter consciência de quem
somos, ou seja, a nossa personalidade precisa estar estruturada, e assim
categorizou formas de amar, me atenho aqui a dois tipos de amor que o autor
nomeou: amor próprio e amor erótico. Vale ressaltar que Freud considerava o
amor próprio idêntico ao narcisismo, ou seja, a volta da libido para a própria
pessoa. Para muitos outros pensadores, trata-se de uma espécie de egoísmo, e
este tipo de pensamento foi amplamente difundido, principalmente no meio
religioso, para sustentar a ideia de abnegação. A abnegação nos remete ao
desapego e renúncia por si própria. Pensando assim vale equilibrar tais
afirmativas com as concepções que Fromm desenvolveu, segundo ele
"A afirmação da vida própria de alguém, de cuja felicidade,
crescimento, liberdade, enraízam-se na capacidade de amar, isto é, no
cuidado, respeito, responsabilidade e conhecimento. Se um indivíduo
é capaz de amar produtivamente, também ama a si mesmo; se só pode
amar os outros, não pode amar em absoluto” (Fromm, 2000).

Assim sendo o amor próprio não é nem abnegado e nem egoísta por
completo, é o equilíbrio entre esses dois tipos de sentimentos que caracterizam
o amar a si mesmo. O amor erótico é originalmente um tipo que anseia por
exclusividade, união com outra pessoa. Na perspectiva erótica, o amor é apenas
mais um entre muitos sentimentos envolvidos. É ao mesmo tempo avassalador
e também carregado de ternura. Para o público leigo a dependência emocional
é entendida como um amor extremo, mas podemos distingui-la do amor (seja
qual for o tipo) por algumas características peculiares, tais como: submissão
excessiva, baixa autoestima, dificuldade de tomar decisões, desequilíbrio
emocional na ausência do outro, mas sem dúvida a distinção mais visível é a
ausência de interesse por si mesmo. Muitas vezes o discurso de um amor
avassalador que suporta todas as adversidades mascara uma dependência
emocional.

Esta é uma pesquisa dedutiva de natureza básica, possuindo como


instrumento de coleta de dados a revisão bibliográfica de artigos acadêmicos,
teses, dissertações, revistas eletrônicas e livros. Foi utilizada a abordagem
psicanalítica para a compreensão do tema. O percurso de desenvolvimento
desse projeto de pesquisa foi à escolha do objeto a ser pesquisado, a revisão
bibliográfica, o fichamento e recortes de alguns trechos e a construção textual
final.

Discussão

O transtorno de Personalidade Dependente (TDP), que era conhecido


anteriormente como Transtorno de Personalidade Astênico (astenia no latim
significa fraqueza), é caracterizado baixa autoestima, medo de ser abandonado,
dependência dos outros para tomar decisões e submissão excessiva. Bution e
Weschsler (2016) definem como um transtorno afetivo, no qual o indivíduo
necessita do outro para manter seu equilíbrio emocional.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM V) o transtorno de personalidade dependente, também denominado de
dependência emocional é caracterizado por um padrão de comportamento
submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado.
Muitos indivíduos, no entanto, apresentam somente traços de personalidade
dependente. Os traços de personalidade são padrões de uma determinada
resposta individual diante da diversidade de situações que se apresentam ao
indivíduo, nos variados contextos onde se encontra inserido. É definido como um
transtorno quando são inflexíveis, mal adaptativos e persistentes e causam
prejuízo funcional ou sofrimentos subjetivos significativos.
O perfil do dependente emocional é variável, mas em geral, ocorre uma
prevalência maior no gênero feminino e atribui-se isso ao fator cultural. Em
muitas culturas a mulher é preparada desde a infância para ser a esposa
submissa que precisa ser obediente ao seu marido, pronta para satisfazer os
seus desejos e tratada como a parte mais frágil da relação, porém, o gênero
masculino também pode vir a desenvolver este transtorno. Segundo a
psicanalista Taty Ades, os pais desses homens normalmente são alcoólatras e,
de algum modo, esse homem sofreu violência doméstica, tanto física quanto
verbal.
A dependência torna-se visível e prejudicial quando se manifesta nos
relacionamentos. Para Norwood (1985), é importante levar em conta o modo
como as relações amorosas são retratadas pela a mídia e na literatura que
acabam por reforçar os padrões patológicos da dependência.
Bution e Weschsler (2016) apontam que os comportamentos
autodestrutivos e as morbidades também parecem fazer parte do quadro de
dependência. Neste sentido, um tema bastante comum encontrado nos artigos
analisados foi a violência doméstica. Isso se deve ao fato de que muitos
dependentes entendem a necessidade de apego excessivo como uma forma de
amar.
Para Norwood (1985), uma das dificuldades em tratar indivíduos com
dependência emocional está relacionada à falta de consciência do problema por
parte da população e dos profissionais de saúde. Assim o indivíduo tende a
procurar psicoterapia quando um relacionamento chega ao fim com a finalidade
de mudar a sua conduta de modo a poder reatar a relação perdida.
Geralmente os indivíduos dependentes encontram-se reféns de si próprio
em relacionamentos destrutivos, onde acreditam estar amando "demais". Para
isso faz se necessário à conceituação de amor sob a ótica da teoria psicanalítica.

Para Ferreira (2004), o amor foi inventado foi inventado para suprir a falta.
“Os poetas sempre souberam que desejar é lamentar a falta de algo" (p. 13). A
falta é a marca do desejo e, neste sentido a contribuição que o amor oferece
para supri-la é indiscutível se o analisarmos sob a perspectiva que os amantes
o enxergam. O amado é apreendido como aquilo que estava faltando para o
amante, e nos ditos populares fica bem claro a posição que o amor representa:
a de alma gêmea, a outra metade...
Os conflitos e entraves dessa junção de dois seres logo surgem, e o que
seria um encaixe perfeito, agora dar lugar as queixas, decepções, expectativas
não atendidas e sofrimentos sem fim...

Amar coloca em cena dois lugares: sujeito (amante) e objeto (amado).


Aquele sobre o qual se abate a experiência de que alguma coisa falta,
mesmo não sabendo o que é, ocupa o lugar de amante. Aquele que,
mesmo não sabendo o que tem, sabe que tem alguma coisa que o
torna especial ocupa o lugar de amado. O paradoxo do amor reside no
fato de que o que falta no amante é precisamente o que o amado
também não tem. O que falta? O objeto do desejo. Se ele existisse,
aqueles que tivessem a sorte de acha-lo teriam encontrado o
verdadeiro amor (Ferreira, 2004, p.10)

Freud no texto sobre o narcisismo: uma introdução (1914) aborda o amor


a partir da escolha do objeto de desejo. No princípio a libido encontra-se
direcionada para a necessidade de sobrevivência do bebê (autopreservação) as
pulsões sexuais estão nesta fase inicial ligada à satisfação de suas
necessidades. Diz Freud “... os primeiros objetos sexuais de uma criança são as
pessoas que se preocupam com a sua alimentação, cuidados e proteção: isto é,
no primeiro caso, sua mãe ou quem a substitua". Este tipo de escolha de objeto
de desejo é denominado de tipo 'anaclítico' ou de 'ligação' fazendo referência à
procura de apoio em modelos infantis.
Uma segunda modalidade de escolha de escolha do objeto amoroso, diz
respeito a procura de amor em si próprio (autoerotismo), não adotando como
modelo a mãe ou outro cuidador, ele próprio é o objeto de desejo, denominado
de 'narcisista'.
Entretanto estes dois modelos de escolha apresentado não categorizam
os seres humanos em dois grupos, contudo as duas formas de escolha de objeto
amoroso encontra-se a disposição do indivíduo que optará por uma ou outra.
No texto Mal estar na civilização (1927-1931) Freud descreveu alguns
métodos usados pelos os homens na busca da felicidade. Dentre eles existe a
modalidade de vida que faz do amor (amor sexual) o centro de tudo. A satisfação
do indivíduo nesta perspectiva é amar e ser amado, todavia essa busca de
prazer e evitação do desprazer, a tão almejada felicidade é antagônica, visto que
"nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos
nunca tão desesperadamente infelizes, como quando perdemos o nosso objeto
amado ou o seu amor". Dessa forma conclui que o tornar-se feliz que o princípio
do prazer nos impõe, é impossível de ser alcançado por qualquer que seja a via,
inclusive através do amor.
O amor encontra-se presente também na situação analítica e no texto
Observações sobre o amor transferencial (1915) Freud deixa claro que não há
diferença entre o que chamamos de amor normalmente e o que é produzido pela
as circunstâncias da análise, contudo vale ressaltar que o amor transferencial é,
sobretudo uma atualização de vivências, intensificado pela a resistência ao
tratamento e menos sensato que o amor 'genuíno', portanto um tipo de amor
revivido e não criado.
Segundo Násio (1995), tudo o que uma criança viu sem compreender
muito bem, pode nunca mais voltar a sua memória, mas ainda assim, num dado
momento de sua vida adulta estes acontecimentos podem surgir dotados de
grande força compulsiva e ditar os seus atos, determinar as suas simpatias, e
muitas vezes decidir sobre suas escolhas amorosas
A escolha do objeto de amor é entendida como a ação psicológica que
seleciona uma pessoa ou determinado tipo de pessoa como objeto de amor, este
conceito foi ressaltado na psicanálise por Melanie Klein. Essa escolha é
consciente e/ ou inconsciente do objeto a ser amado na dependência, é norteada
pela a necessidade de aceitação, pelo o olhar de cuidado e pela a crença de que
não é capaz de gerir a própria vida.
A dependência quando confundida com o amor traz intenso sofrimento,
por vezes também físico. Cuidados e atenção por parte do companheiro são
esperados em qualquer relacionamento amoroso saudável, caracteriza-se um
problema quando ocorre falta de controle e de liberdade de escolha sobre essa
conduta, quando acarreta prejuízos aos relacionamentos, o amor é denominado
de amor patológico (AP). Alguns grupos de apoio se empenham na tarefa de
acolher e ajudar pessoas que se autodenominam "Dependentes de amor".

MADA (mulheres que amam demais)


É uma irmandade para mulheres, que tem como objetivo primordial se
recuperarem da dependência de relacionamentos destrutivos, aprendendo a se
relacionar de forma saudável consigo mesmas e com os outros. A irmandade de
M.A.D. A é baseada no livro Mulheres que Amam Demais.

Mulheres que amam demais possuem a autoestima em baixa, garante a


psicóloga Josiane Serra, que atende grupos de mulheres com traços relatados
pela psicoterapeuta Robin Norwood.

“Essas mulheres tem uma dependência extrema do relacionamento, que


afeta profundamente a vida delas”, explicou. “O tratamento é efetuado em grupo
nos quais se compartilham os mesmos problemas e devagar vão se libertando”,
afirmou a profissional ao Jornal do Guaçu.

De acordo com a psicóloga, as mulheres que amam demais possuem


características similares: são oriundas de lar desajustado, apresentam sintomas
de necessidades emocionais não satisfeitas, tentam suprir a insatisfação
emocional com outra pessoa e são atenciosas de início, mas se tornam
sufocantes no decorrer do relacionamento.

Além disso, não raramente se relacionam com homens aparentemente


carentes e outras vezes dependentes químicos ou alcoolistas. “Tentam suprir a
carência do parceiro em doses cada vez mais progressivas e quando a relação
chega ao fim é como se ficassem sem chão”. “Dai vem angústia,
ansiedade e a depressão”.

Na opinião de Josiane, na vida de uma MADA sempre faltou o afeto e o


carinho. No relacionamento amoroso buscam desesperadamente estes
sentimentos ausentes na infância. “Como estão habituadas à falta de amor, se
predispõem a ter paciência, esperança e agradar sem fim ao companheiro”.

HADES (homens que amam demais)

È um grupo de apoio direcionado ao público masculino. Depois de


frequentar grupos de apoio por dois anos e perceber que em nenhum deles havia
espaço para os homens que amam demais, a psicanalista Taty Ades resolveu
pesquisar e escrever um livro para ajudá-los. Assim nasceu o livro "HADES"
homens que amam demais.

Esse homem que ama demais, explica Taty, começa a viver em função
da amada, vasculha tudo e corre sério risco de estar caindo na cilada do ciúme
excessivo. Além disso, se culpa por tudo que acontece de errado, e ainda por
cima possui uma autoestima muito baixa, por isso, não se dá valor. Por ser
humilhado todo o tempo pela amada, esse homem sofre o que a psicanalista
chama de 'cegueira emocional'.

A dependência emocional seria um dos fatores de risco para a violência,


principalmente a doméstica. Aparentemente, homens que são emocionalmente
dependentes de suas parceiras tendem a desempenhar mais frequentemente o
papel de abusadores, enquanto que as mulheres dependentes tendem a serem
vítimas. (Bution&Weschsler,2016) O dependente emocional tende a ser
possessivo e tem medo de ser abandonado, além de ser mais impulsivo e
ciumento. Portanto, no caso dos homens, ao perceberem algum perigo em sua
relação, seja ele real ou imaginário, podem tornar-se violentos e abusar de suas
parceiras. No caso das mulheres, que geralmente são apontadas como vítimas,
a dificuldade de término de relacionamento ocorre pelo medo de ficar sozinha e
pelo sentimento de estar atada à relação.
Esse sentimento de apego exagerado pelo o objeto de amor foi verificado
pela a enfermeira Liliana Labronici, ex-professora do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal do Paraná, onde encontrou perfis de
mulheres com os mais diferentes níveis de escolaridade, bem como condições
financeiras distintas. O que existe em comum, ela explica, é a resistência à
destruição do relacionamento.

Por fim, pode se concluir que a pergunta norteadora desse estudo foi
respondida na direção de diferenciar uma dependência emocional de um tipo de
amor. As dificuldades encontradas foram: a carência de literatura cientifica
voltada para o sofrimento psíquico do dependente aqui no Brasil, a escolha dos
parceiros e a falta de consenso quanto às terminologias utilizadas.

Conclusão

Com base na revisão literária concluímos que “pessoas que amam


demais", em sua grande maioria possuem um traço de personalidade
Dependente, e em alguns casos, poderiam sofrer de Transtorno de
Personalidade Dependente (TPD). Entretanto a grande maioria desconhece a
sua condição e atribui a dependência a um amor que as mantém ligadas
emocionalmente mesmo quando são relacionamentos autodestrutivos, já que a
dependência é um fator de risco para violência física e psicológica.

Alguns grupos de Apoio foram encontrados, que acolhem o dependente e


oferecem estratégias para amenizar o sofrimento.

Uma das descobertas do nosso estudo é que a falta de afeto na infância,


produz adultos carentes de atenção e amor. Essa necessidade manifesta-se nos
relacionamentos futuros onde há uma exigência do afeto que lhe faltou na
infância. Em alguns casos a dependência do outro se transforma num transtorno
de adição, que agem sobre o indivíduo tal qual uma droga, necessitando de
tratamento com fármacos e acompanhamento psicológico.

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