Carne 03 PDF
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NUTRIÇÃO E SAÚDE:
conhecimento, integração e
tecnologia
IBEA
Campina Grande - PB
2016
Instituto Bioeducação
Editor Chefe
Giselle Medeiros da Costa One
Corpo Editorial
Adriana Gomes Cézar Carvalho
Ednice Fideles Cavalcante Anízio
Giselle Medeiros da Costa One
Helder Neves de Albuquerque
Roseanne da Cunha Uchôa
Revisão Final
Ednice Fideles Cavalcante Anízio
CDU: 612.39
IBEA -
Instituo Bioeducação
CAPÍTULO 1 ......................................................................................... 16
PIZZA SEM GLÚTEN
CAPÍTULO 2 ......................................................................................... 29
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
CAPITULO 3 ......................................................................................... 39
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
CAPITULO4 .......................................................................................... 51
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
CAPÍTULO 5 ......................................................................................... 65
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
CAPÍTULO 6 ......................................................................................... 77
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
CAPÍTULO 7 ......................................................................................... 92
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
CAPÍTULO 8 ....................................................................................... 105
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
CAPÍTULO 9 ....................................................................................... 114
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
CAPITULO 10...................................................................................... 129
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
CAPÍTULO 11...................................................................................... 142
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
CAPÍTULO 12...................................................................................... 158
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
CAPITULO 13...................................................................................... 172
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
CAPÍTULO 14...................................................................................... 193
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
PARTICIPANTES: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB
CAPÍTULO 1
16
PIZZA SEM GLÚTEN
Palavras-chave: Celíacos. Arroz. Batata doce.
1 INTRODUÇÃO
18
PIZZA SEM GLÚTEN
tubérculos são lavados, secos, cortados, ralados, e levados ao
forno para secagem, sendo em seguida triturados.
A mistura de duas farinhas ricas em vitaminas e
possuidoras de boas propriedades nutricionais e funcionais irá
favorecer a nova formulação de uma pizza sem glúten. O
mercado também poderá ser beneficiado com a produção
dessa pizza, por conta da alta procura de alimentos sem
glúten pelas pessoas portadoras da doença celíaca. Só que o
consumo poderá ocorrer não apenas por pessoas celíacas,
mas também pelas que não possuem a doença, pelo fato das
farinhas conterem benefícios decorrentes de suas
composições.
Diante da necessidade de produtos ao público com
restrições de glúten de forma mais fácil e diversificada foram
propostas as seguintes questões:
Seria possível retirar o trigo (glúten) da massa de pizza
e ela permanecer saborosa e atrativa para o consumidor? A
formulação diante dos aspectos físico-químicos,
microbiológicos e sensorial terão bons resultados? Os
portadores da doença celíaca poderá consumir a pizza? O que
as pessoas sem a doença acharam dessa nova formulação de
pizza? E o mercado poderá ser beneficiado com esse novo
produto?
Então visando a popularidade da pizza em relação aos
outros produtos de forno e a qualidade de sua massa que
continua sendo uma área pouco pesquisada, objetivou-se
produzir uma pizza voltada aos portadores da doença celíaca
(SOZO et al., 2007).
Especificou-se produzir as farinhas, retirar todo o glúten
da formulação da pizza e testá-la nas análises físico-químicas,
microbiológicas e sensoriais.
19
PIZZA SEM GLÚTEN
.
2 MATERIAIS E MÉTODO
20
PIZZA SEM GLÚTEN
Avaliação físico-química
Após o preparo foram feitas análises físico-químicas
para se obter o teor de proteínas, umidade, carboidratos,
cinzas, lipídios e fibras alimentares seguindo metodologia
descrita por IAL, 1995.
Avaliação microbiológica
Nas análises microbiológicas foi utilizada a
determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes
totais, contagem em placa de bolores e leveduras e leveduras,
as seguintes análises foram feitas de acordo com a
metodologia descrita por Siqueira 1995.
Teste sensorial
Foi feito o teste de aceitação do produto utilizando
escala hedônica de nove pontos onde foram avaliados os
tributos: textura, sabor, aroma, aparência, avaliação global.
Foram incluídos também: intenção de consumo e compra.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
21
PIZZA SEM GLÚTEN
22
PIZZA SEM GLÚTEN
vitaminas lipossolúveis. Os triglicerídeos são relevantes, assim
pode-se associar ao resíduo de lipídios obtido fornecimento
calórico que vem da fração lipídica.
A análise de proteínas fundamenta-se na característica
química da proteína na qual possui em sua molécula o átomo
de nitrogênio. Da seguinte forma o teor de proteína presente
no alimento é determinado indiretamente, pois o que é
analisado é o teor de nitrogênio da amostra.
A fibra é um resíduo orgânico no qual é obtido em
condições de extração, dá-se o nome de fibra. Os métodos de
tratamento de extração da amostra variam e é de grande
importância, para a comparação de resultados, seguir
exatamente as condições específicas em cada um. Para a
análise de alimentos de consumo humano, o conhecimento do
teor fibra alimentar é mais adequado do que o de fibra bruta.
As fibras tem a opção ser classificadas de acordo com a
sua com a sua solubilidade. As fibras solúveis são
responsáveis pelo aumento da viscosidade do conteúdo
gastrointestinal, retardando o esvaziamento e a difusão de
nutrientes; incluem as gomas, mucilagens, a maioria das
pectinas e algumas hemiceluloses. Já as fibras insolúveis
diminuem o tempo de trânsito intestinal, aumentam o peso das
fezes, tornam mais lenta a absorção da glicose e retardam a
digestão do amido; incluem a celulose, lignina, hemicelulose e
a algumas pectinas. Embora em concentrações deferentes, a
maioria dos alimentos contém uma combinação dos dois tipos
de fibras: as solúveis, tendo como principais fontes
alimentares as leguminosas e as frutas e as insolúveis que
estão presentes nos grãos de cereais, no farelo de trigo, nas
hortaliças e nas cascas de frutas.
23
PIZZA SEM GLÚTEN
A análise de carboidrato foi realizada através do método
de diferença.
Segue na tabela 2 com as médias obtidas nas análises
físico-químicas.
Tabela 2: Resultados das análises físico-químicas.
Análise Pizza sem recheio Pizza com recheio
Umidade (%) 39,91 45,38
Carboidratos (%) 47,02 35,02
Cinzas (%) 1,20 1,47
Fibra Bruta (%) 0,63 1,06
Lipídios (%) 4,17 6,22
Proteínas (%) 7,07 10,85
Fonte: Autor, 2015.
27
PIZZA SEM GLÚTEN
4 CONCLUSÕES
As farinhas de arroz e batata doce são alternativas viáveis
na fabricação de pizza sem glúten.
A pizza sem glúten elaborada com essas farinhas
apresentou boas propriedades físico-químicas e
microbiológicas.
As análises sensoriais indicaram que o produto elaborado
é uma excelente alternativa para alimentação de celíacos e
dos não celíacos.
Os estudos de consumo e aceitação comprovam a
qualidade do produto elaborado e abrem a perspectiva para
sua comercialização, além de demonstrar que produtos sem
glúten podem ser nutritivos e palatáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
28
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
CAPÍTULO 2
29
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
nutricional no intuito de informar a essa população e seus
respectivos familiares a importância do consumo adequado de
alimentos fontes dessas vitaminas, com destaque para os
ricos em vitamina E, permitindo assim contribuir na prevenção
de doenças crônicas.
Palavras-chave: Morbidade. Inadequação. Consumo.
1 INTRODUÇÃO
31
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
Uma ingestão desequilibrada de nutrientes
estáassociada com o aumento da morbidade e mortalidade
por doenças, incluindo diabetes, hipertensão arterial,
dislipidemia, doenças cardiovasculares (DCV), câncer e outras
(BRANCA; NIKOGOSIAN; LOBSTEIN, 2007; POPKIN;
HORTON; KIM, 2001).
Portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar a
prevalência de deficiência de vitamina A, E e C, em idosos do
município de João Pessoa/PB.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
32
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
a quantificação do consumo das vitaminas realizada com o
auxílio do software Dietsys, versão 3.0 (BLOCK, 1988). Este
trabalho foi aprovado pelo comitê de ética do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba, sob o
protocolo nº. 0493.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
33
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
No Brasil, foram analisados 4.322 indivíduos acima de
60 anos que apresentaram elevada prevalência de
inadequação de micronutrientes, em destaque a vitamina E,
que independente da região apresentou 100% de inadequação
da ingestão em ambos os sexos (FISBERG et al., 2013).
Sendo importante enfatizar que é crescente o número de
evidências científicas que apontam o papel protetor dos
nutrientes da dieta na etiologia e progressão das doenças
crônicas (CARR; ZHU; FREI, 2000; KALIORA; DEDOUSSIS;
SCHMIDT, 2006).
Em relação à vitamina C, os estudiosos constataram
que o consumo inadequado de vitamina C, refletido pelo baixo
consumo de frutas e vegetais, foi associado ao tabagismo,
considerado fatores de risco para a deficiência de vitamina C,
em duas (norte e sul) comunidades pobres da Índia, em idoso
com idade ≥ 60 anos. Nessas comunidades foram
evidenciadas concentrações adequadas de vitamina C em
10% e 25%, norte e sul, respectivamente (RAVINDRAN et al.,
2011). Os pesquisadores observaram que são necessárias um
conjunto de medidas, incluindo política agrícola, desencorajar
o uso do cigarro, promover a conscientização dessas
comunidades através da educação para melhorar o consumo
de alimentos ricos em vitamina C e contratação de
nutricionistas locais, enfatizando a necessidade de
informações sobre o estado nutricional dos idosos.
A alta prevalência de deficiência de vitaminas
lipossolúveis, dentre elas a vitamina A, pode constituir um
problema de saúde pública. A magnitude deste problema na
população em geral, particularmente, em pessoas com
doenças crônicas pode ser severa. Deficiências de
micronutrientes são comuns entre os idosos e é um fator de
34
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
risco independente para a ―síndrome da fragilidade ― em
mulheres idosas (AFFENITO et al., 2007). Destacando que a
vitamina A é um composto antioxidante, estando relacionada à
redução do estresse oxidativo e de doenças crônicas
degenerativas (GOMES; SAUNDERS; ACCIOLY, 2005).
Pesquisas demonstram que o consumo regular de alimentos
ricos em vitamina A e C pode reduzir a incidência de câncer
retal e de cólon (BARBOSA et al., 2010).
Nascimento, Diniz e Arruda (2007), buscando identificar
a prevalência da deficiência de vitamina A, em 315 indivíduos
≥ 60 anos, de ambos os sexos do Programa de Saúde da
Família (PSF), no município de Camaragibe, no estado de
Pernambuco/Brasil, encontraram uma prevalência de
deficiência de vitamina A de 26,1%, já no estudo de
Gonçalves (1995) com idosos institucionalizados foi
encontrado deficiência no consumo de vitamina A em 74%
das mulheres e 86% dos homens avaliados, mostrando que
existe uma carência nutricional relacionada a este
micronutriente. No estudo de Fisberg et al. (2013) verificou-se
que as prevalências de inadequação de vitamina A foram
superiores a 70% nas regiões Norte, Nordeste e Centro,
resultados superiores ao presente estudo.
Em dados mundiais observou-se que mais de três
quarto da população consomem menos do que o mínimo
recomendado de cinco porções diárias de frutas e vegetais
(HALL et al., 2009). Os autores colocam que a ingestão
insuficiente, destes alimentos contribuem em
aproximadamente 14% para câncer gastrointestinal, 11% das
Doenças Infecto Contagiosas (DIC) e 9% das mortes por
Acidente Vascular Encefálico (AVE) e aproximadamente 2,9%
de mortalidade em geral no mundo (WHO, 2009).
35
PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA – PB
4 CONCLUSÕES
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PREVALÊNCIA DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A, E E C, EM IDOSOS DO
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38
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
CAPITULO 3
39
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
propriedades da carne e das condições higiênicas sanitárias.
Posteriormente foi feito as analises microbiológicas das
amostras, para contagem de colônias. Diante das análises
observacionais realizadas pode-se constatar que as carnes se
encontravam em condições insalubres, expostas às mais
variadas fontes de contaminação, como poeira, lixo acumulado
e odores indesejáveis. Com relação a análise microbiológica
pode-se observar em 100% das amostras a presença de
Staphylococcus, diante das provas realizadas, catalase,
coagulase e Coloração de Gram pode concluir-se que a
mesma se tratava da espécie de Staphylococcus aureus.
Concluindo-se que as amostras estão impróprias ao consumo
humano.
Palavras-chave: Condições. Avaliação. Consumo.
1 INTRODUÇÃO
40
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
atmosfera e a presença de certos ácidos orgânicos
(FORSYTHE, 2013).
Nos hábitos alimentares dos brasileiros a carne bovina
quase sempre está presente, todos os nutrientes encontrados
na carne são importantes à saúde humana, servindo para a
produção de energia, formação de novos tecidos orgânicos e
regulação de processos fisiológicos (OLIVEIRA; SILVA;
CORREIA, 2013; SILVA et al., 2011). Seu componente mais
abundante é a água, sendo um dos principais responsáveis
pelas características de maciez e suculência (CHENG; SUN,
2008).
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS) afirmam que as doenças de origem alimentar são
consideradas o maior problema de saúde pública, onde os
manipuladores são tidos como responsáveis na maioria das
vezes como veículos de contaminação, tendo uma
participação que atingem até 26% das fontes contaminantes
(LUNDGREN et al., 2009).
Na comercialização das carnes um dos aspectos
importantes a serem observados são as características físicas
e sensoriais, pois as mesmas estão ligadas com a aceitação e
satisfação do consumidor no momento da compra e de modo
consequente o consumo do produto (OLIVEIRA et al., 2011).
Pois os consumidores cada vez mais estão interessados por
produtos que possam transmitir confiança, que possuam boas
características organolépticas e que sejam atrativos aos olhos
(ISRAEL et al., 2010).
Nas condições de higiene os bioindicadores
microbianos mais usados para avaliação da manipulação
direta e inadequada do produto, usualmente os
Staphylococcus são os escolhidos, estes, além de
41
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
bioindicadores, são também agentes etiológicos de
toxinfecções alimentares (SILVA; BERGAMINI; OLIVEIRA,
2010).
Uma vez que é bem aceito pelo consumidor devido a
sua praticidade, por apresentar preços acessíveis e ser
utilizada de maneiras diversas na culinária, a carne moída é
um alimento que se destaca entre os produtos obtidos da
carne bovina (PIGARRO; SANTOS, 2008; MENDONÇA;
SILVA, 2012). E por ser amplamente consumida e por
possuírem fatores intrínsecos que favorecem o
desenvolvimento de micro-organismos deterioradores e
patogênicos, em todas as etapas de seu processamento deve-
se ter um controle higiênico-sanitária (JURE et al., 2010).
Dessa forma, o trabalho objetivou analisar as condições
microbiológicas e higiênicas sanitárias da carnes bovinas
comercializadas no Mercado Público da cidade de Patos, PB,
isolando e identificando Staphylococcus que é um indicador da
manipulação direta e inadequada de produtos.
2 MATERIAIS E MÉTODO
42
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
isotérmicas com gelo, para manter a temperatura de
refrigeração e evitar qualquer alteração até a chegada ao
laboratório de Ciências Básicas das Faculdades Integradas de
Patos-PB.
As primeiras análises foram observacionais realizadas
no momento da compra, por meio de avaliação das
propriedades da carne. E das condições higiênicas sanitárias
seguindo alguns critérios, tais como: manipulação,
armazenamento e comercialização das carnes. A última
análise realizada foi à microbiológica utilizando o isolamento e
identificação de Staphylococcus, por a mesma ser
considerado um bioindicador de manipulação direta e
inadequada de produtos e por a mesma ser umas das causas
de intoxicações alimentares, que causam desconforto ao ser
humano.
43
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
incubação foram contadas as colônias típicas. Foram
realizadas as provas de catalase, coagulase e coloração de
Gram, e consideradas Staphylococcus coagulase positivas
(SCP) as colônias que apresentaram reação positiva nos três
testes.
A análise dos dados microbiológicos foi baseada nos
critérios da RDC Nº 12/2001, as características higiênico
sanitárias foram analisadas de acordo com a RDC Nº
216/2004.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Armazenamento em 100% 0%
locais apropriados
Refrigeração 100% 0%
adequada
FONTE: Dados da pesquisa.
45
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
Ressaltando ainda que as superfícies sejam isentas de
sujidades, rachaduras e fissuras para que os micro-
organismos não se propaguem contaminando os alimentos,
onde os resultados obtidos nessa pesquisa são discordantes
dessas normas, uma vez que o ambiente analisado não está
enquadrado nesses critérios.
Para Oliveira et al. (2011) as características físicas da
carne estão associadas com a satisfação e a aceitação no
momento da compra e consume de produtos, por isso, é
importante que se adotem nos ambientes de comercialização
práticas sanitárias e higiênicas das carnes, para agradar o
consumidor.
Os dados desse presente estudo se assemelham
também ao estudo realizado por Miranda, Barreto (2012)
observando que 100% dos ambientes que comercializam
carnes nos Mercados Públicos se encontravam expostos a
poeira em suspensão e a fumaça provocada pelo
escapamento dos carros que trafegam na rua, tornando-se um
fato agravante. Constatou também que a estrutura física
estava desgastada e precária, o que inviabiliza a boa
conservação desses alimentos comercializados nesses locais,
acontecendo muitas vezes porque os manipuladores não são
conhecedores das normas que ditam os critérios em relação
as boas práticas de comercialização.
Com relação à análise microbiológica pode-se observar
em 100% das amostras a presença de Staphylococcus, diante
das provas realizadas, catalase, coagulase e Coloração de
Gram (Figura 2) pode concluir-se que a mesma se tratava da
espécie de Staphylococcus aureus com grande
quantidade/contagem das colônias, variando de 10 a 106 5
UFC/g.
46
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
Figura 2: Foto de microscopia das amostras analisadas após a realização
da Coloração de Gram.
4. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
48
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
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49
IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIES DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS EM CARNES
COMERCIALIZADAS NO MERCARDO PÚBLICO DE PATOS
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50
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
CAPITULO4
51
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
LILACS, MEDLINE e da vigilância sanitária com análise
reflexiva do tema Difilobotríase.
Palavras-chave: Ingestão. Peixe cru. Diphyllobothrium sp.
1 INTRODUÇÃO
52
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
Diphyllobothrium latum, sendo esta a mais prevalente
(EDUARDO; SAMPAIO; GONÇALVES et al., 2005).
O diagnóstico, muitas vezes, não se torna fácil por não ser
um parasita muito comum, correndo-se o risco de ser
confundido com outra parasitose, dessa forma o exame
parasitológico pode não identificar o parasita e assim, o
diagnóstico correto não ser realizado. Por isso sua real
incidência é muito subestimada no mundo (YOUNES, 2005).
Conforme Santos (2006) o consumo de peixe vem sendo
cada vez mais estimulado por médicos, nutricionistas e até
mesmo pela mídia devido às inúmeras vantagens que este
alimento oferece: fonte de proteína de alto valor nutritivo com
lipídeos insaturados de fácil digestibilidade, pequena
quantidade de tecido conjuntivo presente na musculatura, 21%
a mais de aminoácidos essenciais do que a carne bovina, com
altos níveis proteicos e baixa taxa de gordura.
Contudo, uma vez consumidos crus, semicrus ou
parcialmente defumados e não tomadas às devidas medidas
de controle e prevenção, o consumo desse tipo de alimento
pode se tornar um problema para a saúde pública.
A procura por comidas exóticas, principalmente o hábito de
comer peixes crus ou mal cozidos, acompanhado pelo
crescimento de inúmeros restaurantes que oferecem em seus
cardápios pratos como sushi e sashimi vêm crescendo nos
últimos anos, aumentando, portanto o número de casos de
Difilobotríase (SAMPAIO, 2007).
Esse tema tem despertado o interesse de milhares de
pessoas, persistindo a necessidade de maiores
esclarecimentos da infecção atual, de como se prevenir sem
abrir mão de desfrutar desses produtos e quais devem ser as
exigências para termos um produto de qualidade. Havendo a
53
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
necessidade da notificação dos casos diagnosticados, a fim de
que os dados obtidos possam refletir o real número de
pessoas atingidas pela patologia em questão no país.
Objetivou-se realizar uma revisão na literatura do número de
casos notificados de Difilobotríase ocorridos nos Estados do
Brasil, na última década, pelo consumo de salmão cru.
2 MATERIAIS E MÉTODO
2.2 Cenário
54
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
Todos os casos de Difilobotríase que foram confirmados
e notificados nos bancos de dados na última década.
2.5 Critérios de exclusão
Não se aplica.
3 RESULTADOS E DISCUSÃO
55
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
*Caso não notificado.
Fonte: Dados da Vigilância Sanitária.
.
Mediante os dados coletados nas informações colhidas
através de artigos científicos, os dados foram apresentados na
Tabela 1 para facilitar apresentação dos registrados de casos
de difilobotríase nos estados do Brasil.
No Brasil havia casos autóctones esporádicos ou de
surtos da Difilobotríase até o ano de 2003. No final de 2004 e
primeiro trimestre de 2005 foram notificados 45 casos no
Sistema da Vigilância das Doenças de Transmissão Hídrica e
Alimentar (DDTHA-CVE) no estado de São Paulo (EDUADO et
al., 2004) . Dos 45 casos notificados, 25 dos pacientes (56,6
%) eliminaram fragmentos ou o parasita inteiro. Os demais
casos foram confirmados através das amostras de fezes com
ovos do parasita. O inquérito epidemiológico demonstrou que
salmão importado do Chile e consumido em pratos crus tipo
sushi e sashimi foram à espécie responsável pelo surto.
Sampaio et al (2007) relata que, no estado de São Paulo
foram registrados os primeiros casos autoctónes em março de
2005, na capital paulista atingindo 45 casos até maio de 2005.
No município de Ribeirão Preto no estado de São Paulo, o
primeiro caso de Difilobotríase autóctones foi diagnosticado
em um estudante de 22 anos, onde o diagnóstico foi realizado
através da clarificação de proglótides e pelo encontro de ovos
operculados no exame microscópico das fezes do paciente. A
investigação epidemiológica demonstrou que a fonte de
infecção neste caso esteve relacionada à ingestão de sashimi
e salmão cru (CAPUANO, 2005).
Dados oficiais mais recentes do Estado de São Paulo
(BRASIL, 2009a; BRASIL, 2009b) indicaram os seguintes
números de casos de difilobotríase naquele estado por ano:
56
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
2004 (16), 2005 (39), 2006 (9), 2007 (1), 2008 (3), com um
total de 68 casos identificados por diagnóstico laboratorial por
meio de exames de ovos /ou estróbilo. Salmão importado do
Chile (procedente de Puerto Montt) seria o veículo associado a
estes casos, apesar da incapacidade de detectar a presença
de larvas do cestóide em amostras de peixe (LACERDA et al.,
2007).
Segundo Matos et al (2009) relatam também cinco
casos na cidade do Rio de Janeiro associados ao consumo de
sushi e sashimi.
O biólogo Alejandro Vexenat, especialista em parasitologia
médica e pesquisador do Uniceub investigaram cerca de três
meses a ocorrência da Difilobotríase em Brasilia, através do
parasitológico de fezes de 49 consumidores de sushi e
sashimi dos quais 13 deles estavam contaminados pelo
Diphyllobothrium latum (MADER, 2005).
De acordo com o jornal Globo de 11 de janeiro de 2006,
foi detectado em Brasilia o primeiro caso suspeito de
Difilobotríase. Segundo a secretaria de saúde, a vítima, uma
mulher de 25 anos teria sido contaminada em outro estado
antes de chegar a Brasilia.
Sobral (2005) relatou que em Belo Horizonte a vigilância
sanitária decidiu investigar 6 casos de difilobotríase registrado
na cidade em julho de 2004 a março de 2005 (SOBRAL,
2005).
Santos et al (2005) relata um caso clínico de uma mulher
de 29 anos de idade, que vivia em Salvador, Bahia, que
procurou com queixas de desconforto gastrointestinal,
incluindo vários dias de dor abdominal, diarréia, cólicas, e
náuseas. Sua história clínica revelou que ela tinha comido
peixe cru (sushi) com sua família alguns dias antes.
57
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
De acordo com Lacerda et al (2007) paciente do gênero
feminino, 56 anos, natural de João Pessoa, Paraíba procurou
atendimento médico em 2006 relatando ocorrência de diarreia,
desconforto abdominal, flatulência e dores epigátricas. Foi
encaminhada para o laboratório com a requisição de um
exame parasitológico de fezes seriado. As amostras foram
analisadas pelo método de Hoffman tendo sido detectada a
presença de ovos operculados típicos de Diphyllobothrium
Latum. A referida paciente não relatou viagem a países onde a
doença é comum, mas sim que consumia peixe cru,
principalmente salmão, em restaurantes na grande João
Pessoa.
O paciente CGF, de 65 anos, residindo em Porto Alegre
viajou para New Orleans no início do ano de 2004, onde
algumas de suas refeições foram pratos como camarão e
peixe (aparentemente não cru) e também relatou uma
passagem pelo continente europeu no ano de 2003 em países
como Itália, Inglaterra e Espanha. No mês de julho, relatou
dores abdominais leves e azia. Ao evacuar, suas fezes
apresentavam os proglotes. O exame parasitologico de fezes
foi realizado, seu resultado indicou a contaminação por D.
Latum.
No ano de 2008, a paciente ARD, do sexo feminino, com
idade de 35 anos, residente na grande Vitória, ES, buscou
atendimento médico que solicitou exames no laboratório de
análises clínicas Deomar Bittencourt, suspeitando de gordura
fecal. A amostra foi analisada pelo método de sedimentação
espontânea (Método Hoffman Pons & Janner), onde foi
comprovada a presença de ovos operculados típicos do
Diphyllobothrium latum.O tratamento adotado pela paciente foi
praziquantel 600 mg dose única sendo que após trinta dias,
58
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
um novo exame coproparasitológico realizado como
verificação de cura, foi negativo (MATOS et al., 2009).
59
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
Sintomas Nº Casos %
Náuseas 6 20,7
Vômito 5 17,2
Cólica/dor abdominal 15 51,7
Diarréia 25 86,2
Flatulência 7 24,1
Febre 5 17,2
Prurido cutâneo 4 13,8
Prurido anal 2 6,9
Erupção cutânea 2 6,9
Outras alergias 5 17,2
Emagrecimento 9 31,0
Falta de apetite 5 17,2
Anemia 5 17,2
Fraqueza 10 34,5
Dor de estômago 3 10,3
Dor de garganta 1 3,4
Dor no corpo 2 6,9
Desidratação 1 3,4
Estresse 1 3,4
Total 29 100,0
4 CONCLUSÕES
A difilobotríase não corresponde a um novo tipo de
infecção. É uma patologia emergente e reemergente
em todo o mundo.
61
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
Faz-se necessário que seja dada uma importância
maior a difilobotríase, pelas autoridades sanitárias e
profissionais da área de saúde, pois apesar de ser uma
parasitose que pode ser tratada facilmente, o
diagnóstico incorreto pode acarretar a morte do
paciente. Doença antes inexistente no Brasil, mas que
no ano de 2004 foi vivido um surto em São Paulo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
62
ESTUDO DO NÚMERO DE CASOS DE DIFILOBOTRIASE NO BRASIL
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64
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
CAPÍTULO 5
65
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
aumento de um critério para outro, em relação ao gênero,
onde em sua maioria foram mulheres com 40%, segundo
NCEP-ATP III revisado e 53,33% de acordo com o IDF. Diante
dos dados elevados, pode-se concluir que, na população
estudada, a SM é um problema de Saúde Pública. Exigindo
das redes assistenciais de saúde um acompanhamento
detalhado, por parte de uma equipe multidisciplinar, sobretudo
em Idosos Vinculados A Programas Assistenciais De Saúde.
Palavras-chave: Síndrome Metabólica. Prevalência. Idosos.
1. INTRODUÇÃO
66
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
Considerando que a transição demográfica e
epidemiológica que acontece no mundo é resultado dos
avanços da ciência e da melhoria das condições sanitárias,
que tem como consequência o aumento absoluto e relativo da
população idosa e que nos países em desenvolvimento, como
o Brasil, esta transição está ocorrendo de forma rápida, torna-
se necessário à reorganização dos serviços de saúde
objetivando melhorar a assistência prestada a esta crescente
população (MONTANHOLI et al., 2006).
O envelhecimento é um processo acompanhado por
alterações das necessidades biológicas e psicossociais.
Constatando que dentre as principais mudanças, as que são
ligadas a alimentação e nutrição merecem maior atenção
(CHAGAS, 2013). No Brasil a expectativa de vida apresentou
uma elevação de 33 para 68 anos durante o século XX.
Realidade confirmada com dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (IBGE, 2012), a qual demonstra que a
população de idosos ultrapassa 24 milhões, correspondendo a
aproximadamente 13% da população brasileira. As projeções
para o ano 2020 estimam 32 milhões de indivíduos acima de
60 anos, o que colocará o Brasil na sexta posição mundial em
número de idosos (DUARTE; REGO, 2007).
Dada a associação positiva entre o avanço da idade
populacional e a prevalência de doenças crônicas e
incapacitantes, essas devem ser devidamente tratadas e
acompanhadas ao longo dos anos, caso contrário podem
apresentar complicações e sequelas que comprometam a
independência do indivíduo idoso (SAKAKI et al., 2004 apud
STEINMETZ et al, 2009).
Neste contexto, esta pesquisa objetivou determinar a
prevalência da SM em idosos vinculados a programas
67
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
assistenciais de saúde do idoso de um município de pequeno
porte do Curimataú Paraibano, contribuindo tanto para o
conhecimento demográfico e epidemiológico dessa população,
quanto para a identificação do estado de saúde dos envolvidos
no estudo, em especial sobre o risco para desenvolvimento de
doenças cardiovasculares.
2. MATERIAIS E MÉTODO
69
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
catalogados em tabela do Excel, transferidos para uma tabela
do programa Sigma STAT 13.1.
Todos os protocolos do estudo seguiram os princípios
éticos presentes NA Resolução 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde e submetidos ao Comitê de Ética e
Pesquisa. Todos os voluntários ou responsáveis assinaram o
TCLE em duas vias, após leitura dos objetivos e das etapas da
pesquisa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
71
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
72
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
Tabela 3 – Distribuição dos indivíduos com e sem SM, estratificados peso
gênero, por meio dos critérios IDF e NCEP-ATP III revisado.
IDF NCEP
SM + SM – SM + SM – Total
N(%) N(%) N(%) N(%) N(%)
24 (100)
H 1 (11,11) 8 (88,89) 0 (0,00) 9 (100,00) 9 (37,5)
M 8 (53,33) 7 (46,67) 6 (40,00) 9 (60,00) 15 (62,5)
73
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
Entretanto, existe um conjunto de fatores determinantes
para o desenvolvimento da SM, como alimentação balanceada
e a ingestão medicamentosa correta, com horários regulares.
Fatores estes que devem ser investigados na população
estudada de modo a estabelecer os principais
comportamentos de risco para a SM.
4. CONCLUSÕES
74
PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
PROGRAMAS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE DO IDOSO DO MUNICÍPIO DE CUITÉ
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PREVALÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS VINCULADOS A
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76
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
CAPÍTULO 6
1 INTRODUÇÃO
79
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
população (BRASIL, 2015). Kleppe e Segall-Corrêa (2011)
relatam que alterações no estado nutricional, implicações
negativas para a saúde e qualidade de vida são possíveis
consequências do convívio com situações de ISAN.
Apesar da redução dos índices de déficit de peso, o
Brasil, como também outros países em desenvolvimento, tem
aumentado a prevalência de indivíduos com excesso de peso
e obesidade. Tal situação foi evidenciada na Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, que avaliou o
estado nutricional da população adulta, demostrando que a
prevalência de déficit de peso em adultos foi de 2,7%,
enquanto que o diagnóstico de obesidade foi feito em 12,5%
dos homens e em 16,9% das mulheres (IBGE, 2010).
Contudo, ainda são poucas as investigações em
populações da zona rural, onde tal relação pode ser mais
complexa devido a inúmeros fatores como desigualdade
social, pobreza, entre outros. Com base nessas referências, o
presente estudo tem como objetivo apresentar a prevalência
de ISAN da zona rural de um município do sermiárido
paraibano, bem como descrever o estado nutricional de um
dos membros dessas famílias.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
80
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
seccional representativo da população do município de Cuité
realizado em 2011, intitulado ―Segurança Alimentar e
Nutricional: formação de uma política local em município de
pequeno porte‖ (SAN CUITÉ I). Assim, a amostra do SAN
CUITÉ I foi baseada em dados populacionais do censo
demográfico de 2010, os quais estimam 3955 domicílios
situados na zona urbana de Cuité e 1914 na zona rural,
totalizando 5869 domicílios particulares permanentes no
município.
A amostra foi calculada com a técnica de Amostragem
Aleatória Estratificada, na qual o município foi dividido em área
urbana e rural. Com base nestes dados foi calculada a
amostra representativa do município, que resultou em 360
domicílios. Utilizou-se o erro amostral máximo de 5% sob nível
de confiança de 95%. A estimativa esperada de segurança
alimentar foi de 50% para maximizar o tamanho da amostra.
A partir do registro municipal do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU) foram sorteados os domicílios a
serem pesquisados na zona urbana. Na zona rural, construiu-
se um plano cartesiano no mapa cartográfico rural do
município, e assim foram sorteados 12 pontos aleatórios, que
englobaram 16 localidades rurais. Ao final do trabalho de
campo foram pesquisados 358 domicílios, sendo 114
localizados na zona rural.
Em 2014, através do SAN CUITÉ II, os entrevistadores
retornaram aos domicílios pesquisados em 2011. Foram
pesquisados 326 domicílios, entre os meses de maio e agosto,
havendo a perda de 32 domicílios. Essas perdas foram
decorridas, em sua maioria, de mudança de cidade,
falecimento ou demência, novos endereços não encontrados e
81
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
recusas. O período de coleta de dados tornou-se mais extenso
do que planejado pela equipe devido a dificuldade enfrentada
para encontrar as famílias que haviam mudado de endereço,
de forma a tentar reduzir o número de perdas.
Com isso, considerando o interesse em caracterizar a
população rural do município, a amostra final consiste apenas
em 100 domicílios rurais visitados em 2014. Houve a perda de
14 domicílios com relação a 2011, pelos mesmos motivos
descritos acima.
Assim, foram abordadas informações socioeconômicas,
ambientais e demográficas, dados antropométricos e de SAN,
através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
A EBIA é um instrumento de pesquisa para avaliação
da experiência de indivíduos com situações de ISAN e fome.
Esta Escala classifica a família em SAN e ISAN, podendo esta
ser nas formas leve, moderada e grave.
Todos os entrevistados assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) afirmando que
concordaram em participar da pesquisa. Os questionários,
juntamente com um canhoto do TCLE, foram arquivados nas
dependências do Núcleo de Pesquisas e Estudos em Nutrição
e Saúde Coletiva (Núcleo PENSO) na Universidade Federal
de Campina Grande.
Os questionários foram digitalizados utilizando o
programa Microsoft Access. Para a validação dos dados e
limpeza do banco utilizou-se o programa Epi info, versão 3.3.2.
Após esta etapa, para a análise estatística descritiva, foi usado
o Programa SPSS for Windows versão 13.0.
Para a classificação da renda mensal per capita foram
considerados os rendimentos totais da família, incluindo o
82
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
benefício do Programa Bolsa Família para aqueles que
recebem. E para categorização do estado nutricional,
adotaram-se as referências do Ministério da Saúde (BRASIL,
2008).
Aspectos Éticos
O projeto de pesquisa SAN CUITÉ II foi submetido e
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário Alcides Carneiros da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG) CAAE: 0102.0.133.000-1.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
83
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
estiagem vivenciado nos anos atuais. Segundo CAISAN
(2011), é na região do Nordeste Brasileiro que aparecem os
índices mais baixos de domicílios atendidos por rede geral de
abastecimento de água no total de domicílios (78%).
Na perspectiva de assegurar abastecimento de água às
famílias, algumas comunidades rurais do semiárido brasileiro
têm sido contempladas com programas como ―Um Milhão de
Cisternas - P1MC‖ e ―Uma Terra e Duas Águas – P1+2‖,
vinculados ao Ministério do Desenvolvimento Social – MDS.
Brito et al (2012) referem que as cisternas são alternativas
tecnológicas disponibilizadas para amenizar o quadro de
instabilidade de pequenos agricultores familiares que precisam
armazenar a água proveniente da chuva para garantir este
bem natural para consumo humano, bem como para produzir
alimentos. Durante a pesquisa de campo, a partir dos relatos
dos entrevistados, observou-se a maioria das famílias rurais
de Cuité possuem cisternas do programa P1MC, porém as
cisternas do tipo calçadão ainda não foram disponibilizadas
para a maioria da comunidade.
Visando conhecer a distribuição dos rendimentos
mensais, foi observado ainda que há um predomínio (76%) de
famílias com renda mensal familiar per capita de até ½ salário
mínimo, sendo 53% abaixo de ¼ do salário mínimo,
caracterizando a situação de vulnerabilidade social. Esta
prevalência se mostrou superior a da região Nordeste, na qual
o município de Cuité está inserido. Segundo o IBGE (2008),
44,9% da população do Nordeste brasileiro estão abaixo da
linha de pobreza (rendimento menor que ½ salário mínimo per
capita). Também foi observada relação entre a situação de
insegurança alimentar e nutricional e a renda mensal familiar
84
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
per capita, verificando que 66,1% das famílias com ISAN
possuem renda mensal familiar per capita de até ¼ do salário
mínimo.
86
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
Segundo o IBGE (2014), através da PNAD 2013, o
estado da Paraíba apresenta uma prevalência de SAN de
63,5%, estando a zona rural do município de Cuité inferior a
média do estado no qual está localizado. Entretanto, ao
comparar com dados da zona rural da região Nordeste, com
prevalência de SAN de 49,9%, esta pesquisa apresenta-se
semelhante, mostrando que a situação de ISAN é comum nas
zonas rurais desta região brasileira. Vianna e Segall-Corrêa
(2012), realizaram, em 2009, um estudo sobre a situação de
ISAN de municípios pobres do semiárido paraibano, os
resultados apontaram para uma prevalência de ISAN superior
a 50% dos domicílios pesquisados, o que mostra que
municípios do interior da Paraíba convivem com a situação de,
no mínimo, ter a preocupação de faltar a alimentação do dia a
dia.
Ainda de acordo com a Tabela 2, com relação ao
estado nutricional, observou-se uma baixa frequência de
déficit de peso segundo o IMC (2%) em contrapartida ao alto
percentual de indivíduos classificados com
sobrepeso/obesidade (52,5%). Neste estudo verificou-se,
ainda, 59,2% de mulheres com o IMC acima do normal, sendo
16% classificadas como obesas. Estes dados mostram o
desenvolvimento de doenças crônicas até nas populações
mais vulneráveis, situação esta que vem acompanhando o
cenário de transição alimentar e nutricional vivido nas ultimas
décadas.
Os resultados da Vigitel Brasil 2013 mostraram que o
município de João Pessoa, capital Paraibana, apresenta uma
das maiores frequências de homens com excesso de peso
(59,3%), quando comparada a outras capitais brasileiras. Foi
87
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
visto ainda que 45% mulheres com mais de 18 anos estavam
com excesso de peso e 18,3% se enquadram na categoria de
mulheres obesas (BRASIL, 2014). Assim, os valores
encontrados no município de Cuité se assemelham aos da
capital do estado.
A POF 2008-2009 relata, duas décadas depois, que o
desenvolvimento de distúrbios alimentares como sobrepeso e
a obesidade vêm aumentando, sendo 49% das pessoas com
idade acima de 20 anos classificadas com excesso de peso e
14,8% com obesidade. A Vigitel Brasil 2013 também mostra
que, tanto o excesso de peso como a obesidade aumentou de
frequência com a idade até a faixa etária de 45 a 54 anos, em
homens, e até a faixa etária de 55 a 64 anos, em mulheres,
declinando nas idades subsequentes (BRASIL, 2014).
Como é demonstrado na Tabela 3, 37,5% dos
indivíduos que compõem as famílias em estado de
insegurança alimentar são classificados como sobrepeso e
19,6% como obesidade, corroborando que o estado nutricional
das populações está fortemente ligado com a situação de
SAN.
88
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
Velásquez-Melendez et al (2011), a partir da Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
(PNDS-2006), relataram que as mulheres classificadas em
ISAN podem acarretar excesso de peso. Segundo o Ministério
da Saúde (2007), a garantia da SAN está relacionada as
políticas de saúde e cuidados nutricionais direcionados ao
baixo peso e ao sobrepeso/obesidade.
4 CONCLUSÕES
89
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
nutricional mais frequentes, principalmente nas famílias com
insegurança alimentar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
90
INSEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL: UM ESTUDO
TRANSVERSAL COM FAMÍLIAS RESIDENTES NA ZONA RURAL DE UM
MUNICÍPIO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO
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Geografia e estatística; 2010.
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Amostra de Domicílios. Volume Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística; 2008.
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Amostra de Domicílios: segurança alimentar 2013. Volume Brasil. Rio
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91
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
CAPÍTULO 7
92
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
nutrição, porém não deixa clara a melhor forma de realizá-la,
indicando a necessidade de uma maior compreensão dos
profissionais sobre o assunto.
1 INTRODUÇÃO
O crescimento do consumo de alimentos calóricos, com
alto teor de açúcares, gorduras, sal e aditivos químicos,
associado ao baixo consumo de frutas, legumes e verduras,
vem se tornando o padrão mais comum de alimentação das
famílias brasileiras, o que resultou em alterações significativas
no perfil de morbidade e mortalidade e nos padrões do
consumo alimentar e do estilo de vida da população,
determinando um fenômeno chamado de transição nutricional.
A transição nutricional no Brasil caracteriza-se pela
coexistência da desnutrição e doenças provenientes de
carências nutricionais específicas e pelas doenças crônicas
não-transmissíveis (DCNT) relacionadas à alimentação, tais
como obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares,
diabetes e alguns tipos de câncer, em todas as faixas de
renda da população, em particular entre as famílias de menor
poder socioeconômico (CFN, 2008).
As DCNT constituem atualmente o problema de saúde
de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de
morte no Brasil. Atingem indivíduos de todas as camadas
socioeconômicas e, de forma intensa aqueles pertencentes a
grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa
escolaridade e renda. Em 2007, a taxa de mortalidade por
DCNT no Brasil foi de 540 óbitos por 100 mil habitantes. As
93
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
taxas de mortalidade por diabetes e câncer aumentaram
nesse mesmo período. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).
Neste cenário, a educação nutricional e alimentar é
apontada na literatura, como estratégia de ação a ser adotada
prioritariamente em saúde pública para conter o avanço da
prevalência das DCNT. Ao falar em Educação alimentar e
nutricional (EAN), é importante conceituar a partir do Marco de
Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas
Públicas (2012, p. 23) que diz que:
Educação alimentar e Nutricional, no contexto
da realização do Direito Humano à
Alimentação Adequada e da garantia da
Segurança Alimentar e Nutricional, é um
campo de conhecimento e de prática contínua
e permanente, transdisciplinar, intersetorial e
multiprofissional que visa promover a prática
autônoma e voluntária de hábitos alimentares
saudáveis.
94
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
Diante do exposto, o presente trabalho se propõe a
demonstrar, através da análise de artigos e publicações do
Ministério da Saúde, a importância da educação nutricional como
estratégia na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis,
apresentando de acordo com a concepção de vários autores,
argumentos que reforcem a utilização da educação nutricional pelos
profissionais de nutrição para que possam através desta prática,
proporcionar melhor qualidade de vida para a população e diminuir o
avanço destas patologias.
2 METODOLOGIA
95
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
96
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
demanda um consistente processo educativo. É nesse
propósito que a educação alimentar e nutricional desempenha
uma função estratégica para a promoção de hábitos
alimentares saudáveis (OLIVEIRA, 2008).
97
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
de intervenção foi capaz de promover alterações favoráveis no
consumo alimentar habitual, após cinco meses de
acompanhamento, que resultaram em perda de peso, redução
da pressão arterial e melhora do perfil metabólico,
demonstrando que o aumento dos conhecimentos e a
discussão em grupo possibilitaram melhores escolhas
alimentares.
98
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
preconizando que “deverão ser buscados
consensos sobre conteúdos, métodos e técnicas
do processo educativo, considerando os
diferentes espaços geográficos, econômicos e
culturais.(SANTOS, 2005, p. 685).
99
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
Outro ponto a ser considerado em relação à educação
nutricional, refere-se ao fato de se fazer um reconhecimento
das reais condições de nutrição do indivíduo ou população
assistida para que então possam ser propostas medidas
educativas de maior resolutividade, pois uma vez que os
problemas alimentares decorrerem da dificuldade de acesso
aos alimentos, pouco impacto terão as técnicas de
aconselhamento e orientação alimentar (FERREIRA, V.A;
MAGALHÃES, R, 2007).
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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nutricional sobre o risco cardiovascular em pacientes hipertensos e com
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B. Textos Básicos de Atenção à Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v.
102
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
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http://www.scielosp.org/pdf/csp/v23n7/19.pdf . Acesso em: 10/02/2014.
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experiência de organização no governo brasileiro. Rev. Nutrição,
Campinas, v.24(6), p.809-824, nov./dez., 2011. Disponível em:
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0600002>. Acesso em: 08 de abril de 2014.
103
A EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL COMO ESTRATÉGIA NA
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
mellitus tipo 2 e controle glicêmico precário: estudo de caso. In:12º
CONGRESSO NACIONAL DA SBAN, v.38, n. suplemento,2013, Foz do
Iguaçu, PR,p. 145.Disponível em:
<http://revistanutrire.org.br/articles/view/id/524ece4a5ce02a4b0300000e>A
cesso em: 09/08/2014.
104
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
CAPÍTULO 8
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE
ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS DE UM
ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
Yohanna de OLIVEIRA1
Keylha Querino de Farias LIMA2
Cássia Surama Oliveira da SILVA3
Jéssica Vicky Bernardo de OLIVEIRA4
1
Pós- Graduanda em Nutrição Clínica e Funcional – Faculdade Integrada de Patos,
João Pessoa;
2
Pós- Graduanda em Nutrição Clínica e Funcional – Faculdade Integrada de Patos,
João Pessoa;
3
Mestre em Ciências da Nutrição – UFPB, João Pessoa;
4
Pós- Graduanda em Nutrição Clínica – Estácio, João Pessoa.
yoh_0806@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
106
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
participantes do processo, bem como o monitoramento do
binômio tempo X temperatura. A temperatura é um fator de
importância para os microrganismos que estão presentes nos
alimentos, por esse motivo a distribuição deve ocorrer com o
controle de tempo e temperatura, visando minimizar a
multiplicação microbiana e proteger de novas contaminações
(ALVES; UENO, 2010).
Com a aprovação da proposta de categorização dos
serviços de alimentação, visando a Copa do Mundo em 2014,
os serviços de alimentação buscaram uma melhoria do perfil
sanitário. Por esse motivo, as pesquisas de controle no perfil
sanitário foram intensificadas. Eventos que promovem o
encontro de grandes massas trazem maior risco à saúde
pública. Os principais riscos de saúde esperados incluem: as
doenças de origem alimentar e hídrica, doenças transmissíveis
e os acidentes e outros tipos de lesões. O grande número de
refeições servidas para atletas, funcionários e visitantes
oportunizam surtos de doenças transmitidas por alimentos
(TIMERMAN, 2012).
A necessidade de investigação das condições de
armazenamento dos produtos comercializados nos
estabelecimentos motivou a realização desse estudo onde
monitorar as temperaturas de armazenamento e de exposição
dos alimentos e integrar ações visando à segurança alimentar
da unidade foram objetivos da pesquisa.
2 MATERIAIS E MÉTODO
108
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
pass-through frio e câmara fria); para os congelados < - 18°C
(freezer, câmara de congelamento) e para os quentes > 60°C
(balcão térmico e pass-through quente).
Os resultados foram registrados na forma de banco de
dados no Microsoft Office Excel 2010. Utilizou-se uma
estatística descritiva para a análise da média de temperatura
dos alimentos expostos e dos equipamentos do
estabelecimento e os resultados apresentados através de
tabelas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
109
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
Segundo os manipuladores do estabelecimento, os
produtos processados podem permanecer expostos, sem
controle da temperatura, por até três horas. De acordo com
111
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
Rocha et al. (2014) explica que é de fundamental
importância à escolha e a manutenção dos equipamentos
utilizados no condicionamento da temperatura desejada para a
conservação dos alimentos produzidos e armazenados, não
podendo ficar de fora a maneira como os mesmos são
manipulados e processados.
4 CONCLUSÕES
112
MONITORAMENTO DE TEMPERATURAS DE ALIMENTOS E EQUIPAMENTOS
DE UM ESTABELECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO COMERCIAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
113
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
CAPÍTULO 9
114
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
ainda uma prevalência de insegurança alimentar nos dois
períodos da pesquisa, estando em maior proporção na zona
rural. Ademais, o total de famílias em insegurança alimentar
grave reduziu de 13,6% para 1,4%, sendo que em 2014 essa
gravidade ocorria apenas em famílias residentes na zona rural.
Diante do exposto, é possível vislumbrar um avanço positivo
na situação de segurança alimentar e nutricional das famílias
entrevistadas.
Palavras-chaves: Insegurança alimentar e nutricional.
Transferência condicionada de renda. Estudo longitudinal.
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODO
117
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
Segue abaixo a descrição do calculo do tamanho da
amostra:
N = 5869 , número de domicílios no município de Cuité.
N1 = 3955 , número de domicílios estimados do município na
área urbana.
N 2 = 1914 , número de domicílios estimados do município na
área rural.
Dessa forma temos que,
N 3955 N 1914
W1 = 1 = 0,67 e W2 = 2 = 0,33
N 5869 N 5869
2
2
e 0,
05
e que, V
0
,
000651
Z1,
96
onde:
Z 1,96é o valor da distribuição amostral (explicitada pelo
modelo normal) que corresponde ao nível de confiança de
95% e,
e 0,05 é o valor permitido para a diferença máxima entre um
resultado da amostra e os valores reais das frequências
estudadas.
Logo,
n =
Wh PhQh = 0,67 0,5 0,5+ 0,33 0,5 0,5 = 0,14 + 0,11 384
V 0,000651 0,000651
e
n 384 384 384
n= = = = 360
n 384 1+ 0,064 1,064
1+ 1+
N 5869
temos ainda que:
118
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
n 360
n1 = N1 = 3955 243 e
N 5869
n 360
n2 = N 2 = 1914 117
N 5869
119
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
(MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
COMBATE A FOME, 2014).
Todos os entrevistados assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido afirmando que
concordaram em participar das pesquisas. Os questionários
foram digitalizados utilizando o programa Microsoft Access, o
banco de dados foi transferido para o Programa SPSS for
Windows versão 22.0 e posteriormente realizou-se a análise
estatística descritiva dos dados.
Os projetos de pesquisa foram submetidos e
aprovados por Comitês de Ética em Pesquisa (CEP), o SAN I
pelo CEP da Universidade Estadual da Paraíba CAAE:
0102.0.133.000-11; e o SAN II pelo CEP do Hospital
Universitário Alcides Carneiros da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG) CAAE: 0102.0.133.000-1.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
120
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
tem acesso ao PBF, observaram que deste total, 94%
moravam na zona urbana e apenas 6% residiam na zona rural.
Verificou-se que a maioria dos titulares sabe ler e escrever. No
entanto, apresentam ainda baixo nível de escolaridade: 65,5%
não concluíram o ensino fundamental e apenas 19,5%
concluíram o ensino médio.
Quanto ao esgotamento, no ano de 2011 79,9% das
famílias estavam em condições inadequadas, e em 2014 essa
proporção aumentou para 87,1%. Também houve aumento na
condição de esgotamento adequado, em 2011 para 19,3% e
em 2014 para 24,3%. Esses valores são fixados dessa
maneira, pois algumas famílias estão classificadas tanto em
adequadas quanto em inadequadas. Pode-se observar, então,
que no período de três anos, 5% destas famílias obtiveram
uma mudança positiva nesse quesito, ou seja, passou a ter em
sua residência uma fossa séptica ou o recolhimento ficou a
cargo da rede pública coletora de esgotos.
Guerra (2011) em uma pesquisa observacional do tipo
transversal com 391 famílias de quatro municípios do Mato
Grosso, observou que 98,6% não apresentavam rede pública
de esgoto sanitário, sendo a destinação realizada através de
fossa séptica, fossa rudimentar ou esgoto a céu aberto.
Magalhães et al. (2013) em um estudo transversal, de
abordagem quanti-qualitativa, realizado no município de Paula
Candido, MG entrevistaram 116 indivíduos cadastrados no
PBF. No que se refere ao escoamento sanitário, na zona rural
61,8% dos beneficiários utilizavam a fossa séptica, em
oposição a todos os residentes na zona urbana que utilizavam
a rede pública. A mesma tendência em relação ao predomínio
da rede coletora de esgoto é observada entre os beneficiários
121
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
do PBF no país, com prevalências de 42,6% contra 19,1%
para utilização de fossa séptica. Porém, ressalta-se que esse
estudo não faz distinção entre zonas rural e urbana (IBASE,
2013).
Considerando a Atividade/Ocupação, em 2011 2,9%
não tinham emprego e 64,3% exerciam alguma atividade
remunerada, já em 2014 esses dados são de 5,7% e 62,9%,
respectivamente. Percebe-se uma mudança de caráter
negativo, onde 2,8% (n=4) dos indivíduos passaram a não ter
emprego ou estar a sua procura, e 1,4% (n=2) ficaram sem
emprego. Gerhardt (2003) mostrou em sua pesquisa que
existe um alto índice de desemprego entre os beneficiários do
PBF.
Quanto à renda familiar, verifica-se que 3,6% (n=5) das
famílias não estão mais abaixo da linha da pobreza entre os
anos de 2011 e 2014. Cabral el al. (2011), realizo um estudo
de coorte, em uma amostra de famílias residentes nos
municípios de São José dos Ramos-PB e Nova Floresta-PB e
observou que quando os indivíduos foram categorizados em
pobres e não pobres (abaixo ou acima da linha da pobreza)
houve redução significativa do primeiro grupo e aumento
proporcional da quantidade de não pobres (valor de p< 0,001)
onde o percentual de pobres reduziu em mais de 20%.
122
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
Tabela 1: Caracterização do indivíduo/famílias assistidas pelo
Programa Bolsa Família (PBF) no município de Cuité-PB, nos anos de
2011 e 2014.
2011 2014
Variáveis
n % n %
Zona de moradia
Urbana 73 52,1% 73 52,1%
Rural 67 47,9% 67 47,9%
Esgotamento sanitário
Adequado 27 19,3% 34 24,3%
Inadequado 111 79,3% 122 87,1%
Idade
Adulto 131 93,6% 128 91,4%
Idoso 9 6,4% 12 8,6%
Escolaridade
Baixa escolaridadeª 34 24,3% 33 23,6%
Média escolaridadeᵇ 102 72,9% 103 73,6%
Alta escolaridadeᶜ 0 0% 0 0%
Não sabe/não respondeu 4 2,9% 4 2,9%
Atividade/Ocupação
Sem trabalho/Procura trabalho 4 2,9% 8 5,7%
Tem trabalho 90 64,3% 88 62,9%
Aposentado/Pensionista/
46 32,9% 44 31,4%
Estudante/Dona de casa
Renda Familiarᵈ
Abaixo da linha da pobreza 15 10,7% 10 7,1%
Acima da linha da pobreza 125 89,3% 130 92,9%
Fonte: Dados coletados em Cuité-PB, Brasil, no ano de 2011 e 2014.
ª
Baixa escolaridade=sem escolaridade; ᵇMédia
escolaridade=ensino fundamental incompleto, ensino
fundamental completo, ensino médio incompleto e ensino médio
completo; ᶜAlta escolaridade= ensino superior completo e ensino
técnico completo; ᵇ Foram considerados os valores R$140 em
2011 e R$154 em 2014 como ponto de corte para abaixo ou
acima da linha da pobreza.
123
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
Quanto a situação de SAN das famílias que tem acesso
ao PBF, observa-se na Tabela 2, em 2011 27,9% famílias
estavam em SAN e 72,1%em ISAN, já em 2014 40,7%
estavam na situação de SAN e 59,3% em ISAN.
Cerca de 13% das famílias entrevistadas saíram da
condição de insegurança alimentar para SAN de acordo com
os dados analisados através do instrumento EBIA. Ademais,
destaca-se que o total de famílias em ISAN grave reduziu de
13,6% para 1,4%, e que em 2014 essa gravidade foi
registrada apenas em famílias residentes na zona rural do
município de Cuité.
Monteiro et al. (2014) em um estudo de intervenção
nutricional com 72 famílias ao PBF do município de Montes
Claros-MG no ano de 2011, destacaram que todas estas
famílias estavam em situação de ISAN, sendo 48,6% leve,
34,7% moderada e 16,7% grave. Com resultado semelhantes,
Nunes et al. (2014) em um estudo de natureza transversal
realizado no ano de 2011 com 150 famílias demonstraram que
a maioria destas famílias apresentavam ISAN (72,0%) e
dentre estes, a maior proporção foi classificada com
insegurança alimentar leve, seguida de insegurança alimentar
moderada e insegurança alimentar grave.
Ainda quanto ao trabalho de Guerra (2011), este
verificou que aproximadamente 52% dos domicílios
pesquisados em quatro municípios no estado de Mato Grosso
no ano de 2007 estão inseridos em algum nível de
insegurança alimentar. Traldi (2011) afirmou que no município
de Araraquara no estado de São Paulo, cerca de 95% das
famílias vinculadas ao PBF estão situadas em algum nível de
insegurança alimentar e Anschau (2008) verificou a
124
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
prevalência de insegurança alimentar em 74,6% dos
domicílios pesquisados no município de Toledo, no estado do
Paraná.
Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2014, o
percentual de domicílios brasileiros que se encontravam em
situação de insegurança alimentar caiu de 30,2% em 2009
para 22,6% em 2013. Ou seja, a diminuição da ISAN no
município de Cuité segue se assemelha aos resultados
obtidos a nível nacional.
125
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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126
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
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127
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DE FAMÍLIAS
TITULARES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE LONGITUDINAL
DE UM MUNICÍPIO DO CURIMATAU PARAIBANO
128
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
CAPITULO 10
1 INTRODUÇÃO
130
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
práticas apenas nos lugares onde esses órgãos dão
assistência (BRASIL, 2004).
Pois, mesmo havendo a existência dos órgãos
governamentais de vigilância sanitária, seus serviços e
informações por vezes não chegam ao pequeno
empreendimento, nas cidades interioranas ou áreas rurais,
deixando tais comércios à mercê das práticas de limpeza e
conservação ineficazes no combate às ameaças de
contaminação dos produtos alimentícios (ANVISA, 2004).
Justo posto as dificuldades enfrentadas pela vigilância
em dar subsídio a todos os empreendimentos alimentícios, se
faz necessária à ação de conscientizar e alertar as pessoas
das consequências da má higienização das mãos, alimentos,
ambientes e utensílios (SILVA, 2007).
Deve-se ressaltar ainda, quando não há uma
higienização e conservação eficiente dos alimentos, os
mesmos estão sujeitos a se contaminarem com
microrganismos, os quais segundo Franco (2008) podem ser
patogênicos, são os que causam doenças e chegam ao
alimento por diversas vias devido a condições higiênicas
precárias, no armazenamento, através dos manipuladores,
produção ou distribuição; Deteriorantes, causam deterioração
pois consomem a energia do alimento, não causa doença no
homem; E existem ainda os produtores de alimentos, são
benéficos e não-contaminantes, utilizados pela indústria na
confecção de queijos, leite fermentado, vinhos, molhos e
outros.
Em busca de promover uma vivência prática do
aprendizado da disciplina de biossegurança, esse trabalho foi
proposto, com objetivo de realizar uma ação de avaliação
131
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
sanitária em ambientes de manipulação de alimentos,
produção ou comercialização.
2 MATERIAIS E MÉTODO
132
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
133
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Quanto aos produtos para a limpeza utilizou-se: água
sanitária, desinfetante, desengordurante, sabão líquido,
vinagre, álcool em gel, papel toalha, papel filme, flanelas
descartáveis, estopa, vassoura, rodo, balde, esponja e
escovão.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
134
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
A mesa:
ANTES: A mesa estava totalmente fora das normas de
segurança alimentar, devido ao material de limpeza estar em
proximidade com o local de manipulação da carne, além de
ser uma mesa de madeira apenas com um encerado, o qual
era áspero e de cor escura, o que dificulta a sua limpeza pois
os microrganismos adentram nas micro fissuras da mesa e
encerado, tornando o local impróprio para a atividade de corte
das carnes.
DEPOIS: A mesa foi pintada de branco, com tinta própria para
madeira e impermeável para evidenciar futuros acúmulo de
sujeira, tirado os produtos químicos como medida preventiva
de contaminação entre eles e as carnes, e utilizado um tecido
branco revestido de plástico transparente de fácil limpeza e
desinfecção.
Utensílios:
ANTES: Tábua de madeira, outra de plástico seco já
quebrado, uma das facas com cabo de madeira, martelo
enferrujado, esses eram os materiais de contato direto com as
carnes, situação perigosa, pois objetos de madeira,
enferrujados e quebrados são propícios para a proliferação de
bactérias e fungos causadores de doenças.
DEPOIS: A tábua antes de madeira, agora trocada por uma de
polipropileno, material mais resistente e próprio para o corte
de carnes, e também a faca com cabo de plástico branco e
antiderrapante, assim como proposto pelo Codex (2006), livre
de toxidade, de duração adequada, não absorventes e fácil
limpeza.
135
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Balcão:
ANTES: Estava repleto de coisas desnecessárias e que
juntam poeira, a cerâmica com rejunto escuro, proveniente do
acúmulo de sujeira, era também um local de contaminação e
área de grande risco biológico.
DEPOIS: Foram removidos todos os objetos desnecessários e
limpado os rejunto da cerâmica, por ser uma área de contato
com o alimento, e imprescindivelmente deve se manter limpa,
medida preventiva ao acúmulo de sujidades e micróbios
patógenos.
Piso:
ANTES: Ao chegarmos o piso estava sujo de poeira, com
alguns indícios de salmoura e sangue pelo chão, podendo
provocar escorregões, além do risco iminente de
contaminação alimentar.
DEPOIS: Houve a limpeza da cerâmica e rejunto, com água
sanitária, desenfetante, desengordurantes, sabão líquido e
água tratada e limpa, o objetivo de se ter um ambiente limpo e
organizado é, justamente, controlar o número, menor possível,
de microrganismos no local de trabalho.
Parede e objetos:
ANTES: Objetos sem uso pendurados nas armações de ferro,
juntando micróbios, ganchos afiados expostos, podendo
provocar acidentes, parede suja e com tinta inadequada para
a atividade, com resquícios dos respingos de sangue das
carnes e poeira acumulados.
DEPOIS: Com a retirada dos objetos, previne-se acidentes
com os ganchos e amontoamento de poeira, e a parede
136
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
revestida com tinta lavável e antimicrobiana, favorece à
limpeza.
Iluminação:
ANTES: A iluminação também estava inadequada, devido as
luzes ficarem expostas, assim, juntando poeira e bichos como
besouros, além do risco de uma explosão das lâmpadas que
podem, com os cacos, ferir as pessoas que estiverem no
ambiente.
DEPOIS: Tal comprometimento em proteger as lâmpadas é
uma medida de segurança importante, e segundo a cartilha de
boas práticas em serviços de alimentação (2004) a falta de tal
estrutura, é perigo ao consumidor e ameaça eminente de
contaminação dos alimentos, caso a lâmpada venha a se
fragmentar devido a curto circuito na rede elétrica.
Balança e freezer:
ANTES: Tanto a balança como o freezer estavam sujos, com
poeira e salmoura que atraem insetos como moscas e baratas.
DEPOIS: Realizada a limpeza e desinfecção da balança e
freezer, foi orientado colocar papel filme sempre ao pesar uma
peça de carne, minimizando o contato do alimento com
possíveis sujidades e eliminando a contaminação cruzada,
devido a balança servir para pesar grãos, também vendidos no
comércio em questão. Quanto ao freezer, estava bem
arrumado por dentro, orientamos também fazer limpeza
quinzenal, conforme a chegada da carga de carne nova,
fazendo o remanejamento da carne mais ―velha‖ para cima e a
mais nova ao fundo do freezer.
137
ADEQUAÇÃO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SANIFICAÇÃO DE
UM AÇOUGUE: PROMOÇÃO DE SAÚDE PÚBLICA
Roupa do funcionário:
ANTES: O funcionário responsável pela manipulação das
carnes, estava trabalhando de calçado aberto, podendo se
machucar caso uma faca caia no chão, com roupa escura,
sem nenhuma proteção, e sem touca.
DEPOIS: A paramentação de uma roupa mais adequada é
essencial na prevenção de acidentes e meios de
contaminação, o uso do calçado fechado minimiza o perigo de
se cortar, caso aconteça uma queda da faca no chão, a calça,
a camisa, o avental, as luvas, máscara e touca, são
importantes também na segurança do funcionário e do
alimento.
Lixeira:
ANTES: Não havia lixeira no açougue, sendo necessário sair
ao exterior do prédio para colocar qualquer tipo de lixo.
DEPOIS: Instalamos uma lixeira de pedal, em ponto
estratégico do local, e orientamos o funcionário e a dona a
maneira de se descartar o lixo e a frequência desse descarte.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
141
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
CAPÍTULO 11
142
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
enquanto potente ator do incentivo às práticas alimentares
adequadas e saudáveis, sendo a Educação Alimentar e
Nutricional condutora de tais processos. Ressalta-se que
existem poucos estudos que abordam a temática em tela e
que estratégias eficazes devem ser desenvolvidas, visando –
inclusive – a diminuição da morbimortalidade relacionada a
hábitos de vida inadequados.
Palavras-chave: Alimentação adequada, Alimentação
saudável, Trabalhador.
1 INTRODUÇÃO
144
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
seria elevada e minimizaria a quantidade de faltas por motivos
de doenças.
Diante disso, o presente artigo objetiva realizar uma
revisão de literatura sobre as possíveis estratégias de
alimentação saudável para o trabalhador.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
145
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
qualidade de vida no trabalho, sendo excluídos aqueles que
não atendiam aos critérios estabelecidos. Ao final, foram
selecionados 19 artigos.
3 RESULTADOS E DISCURSÃO
146
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legumes e verduras) e
preparações culinárias à base desses alimentos por produtos
industrializados prontos para consumo. No entanto, essas
modificações levam a um desequilíbrio na oferta de nutrientes
e a ingestão excessiva de calorias (BRASIL, 2014).
Concretizado, então, o processo de industrialização do
país, o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi
instituído pelo Governo Federal, por meio da Lei n. 6.321, de
1976, regulamentada somente em 1991. O PAT visa melhorar
a situação nutricional, promover a saúde e prevenir doenças
profissionais, sendo direcionado ao atendimento dos
trabalhadores de baixa renda (que ganham até cinco salários
mínimos mensais). Cabendo salientar que o PAT foi instituído
em conjunto com a criação do Instituto Nacional de
Alimentação e Nutrição (Inan) e, com ele, os I e II Programa
Nacional de Alimentação e Nutrição (Pronan), com os custos
divididos entre trabalhador, empresa e governo (STOLTE;
HENNINGTON; BERNARDES, 2006).
Os objetivos principais do PAT são assim definidos
(BRASIL, 1979):
―Proporcionar disponibilidade maior e mais
eficiente de energia para o trabalho do homem e,
consequentemente, concorrer para melhoria do
estado nutricional do trabalhador; dividir,
transitoriamente, entre o governo, a empresa e o
trabalhador, o custo da energia humana
necessária para o trabalho‖ (BRASIL, 1979, p.6).
148
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
É nesse contexto que se questiona a não especificidade
do PAT aos trabalhadores da saúde, resultando na não oferta
ou em oferta inadequada de alimentos, uma vez que abre
precedente para não padronização ou especificação de
refeições que convirjam em alimentação adequada. Além
disso, ao seguir o preconizado por um Programa, empresas
preocupam-se com o monitoramento das ações do mesmo,
sendo assim – ao passo que isso não norteia as ações de
produção de refeição para o trabalhador da saúde – não há
como averiguar a qualidade do que vem sendo ofertado aos
mesmos.
Nesse interim, os profissionais da saúde recebem
durante sua formação acadêmica conhecimentos básicos
sobre uma alimentação saudável e equilibrada, no entanto, se
observa que estes continuam praticando hábitos de vida não
saudáveis, assim como o consumo inadequado de alimentos
(LARES et al., 2011). Ressaltando que o supracitado pode ser
enquadrado também enquanto justificativa para o que acabara
de ser relatado pelos autores em tela e, por isso, mais estudos
devem ser realizados nesse âmbito, vislumbrando-se
diagnóstico preciso do consumo dos trabalhadores da saúde
e, a partir deles, políticas públicas poderem ser construídas e
implantadas no setor.
Em estudo comparativo e transversal Lares et al.
(2011), concluiu que os profissionais de saúde possuíam
hábitos alimentares que causavam riscos à saúde, no qual
houve predominância do consumo de gorduras saturadas e
sódio, e ainda, um baixo consumo de antioxidantes, fibra e
149
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
cálcio, o qual pode levar à obesidade, HAS e outras doenças
crônicas.
Diante do explicitado, cabe refletir que somente o
fornecimento de alimentos saudáveis no ambiente de trabalho
não seria suficiente para a prevenção e/ou tratamento efetivo
destas doenças.
Assim sendo, estratégias diversificadas deveriam ser
aplicadas no setor saúde, com ênfase em seus trabalhadores.
Nessa esfera, a Política Nacional de Promoção da Saúde
(PNaPS) traz enquanto um dos temas prioritários a
alimentação adequada e saudável (BRASIL, 2014). No
entanto, confere foco à promoção da educação permanente
dos trabalhadores da saúde com intuito de compartilhar tais
saberes com os usuários do setor, não fomentando estratégias
de viabilização de práticas alimentares com este perfil por
parte dos próprios trabalhadores.
Santos (2005), com vistas ao supracitado, corrobora o
desenvolvimento de aconselhamento dietético para
reeducação alimentar, bem como a necessidade da
perspectiva educacional não se limitar a subsidiar os
indivíduos, sendo necessárias também estratégias, como
campanhas, elaboração de material educativo e instrucional.
Fisberg et al (2009) afirma que a intervenção
dietoterápica é comprovadamente reconhecida como
tratamento isolado ou coadjuvante de doenças como
obesidade, cardiovasculares, HAS, diabetes mellitus,
osteoporose e câncer. Nesse sentido, os mesmos autores
afirmam que a demanda por atendimento nutricional, tanto na
rede básica de Saúde quanto em clínicas e consultórios, tem
150
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
crescido significativamente, em decorrência do aumento da
prevalência de doenças crônicas e do reconhecimento de que
a adoção de uma dieta saudável representa um dos principais
determinantes dessas doenças.
Dessa maneira, desenvolver estratégias que favoreçam
o acesso do trabalhador da saúde à essa intervenção,
possivelmente, propiciará maior qualidade de vida ao mesmo.
No bojo dos Programas e Políticas que estimulam a
alimentação saudável, cabe explanar a respeito da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), a qual foi
instituída no término dos anos 90, com vistas à redirecionar o
preconizado para alimentação e nutrição. Em contraponto ao
desempenhado até então, que era focado no assistencialismo
aos trabalhadores e determinados grupos de risco, a PNAN
possui enquanto propósito garantir a qualidade dos alimentos
ofertados nacionalmente, bem como a promoção de práticas
alimentares saudáveis, visando a prevenção das
comorbidades já exemplificadas, isso por meio de ações
intersetoriais que favoreçam o acesso universal aos alimentos
(BRASIL, 2013).
Em consonância com a PNAN, no início do século XXI,
foi difundida a Estratégia Global para a Promoção da
Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde,
configurando-se enquanto proposta da OMS, que vislumbrava
a associação desses fatores, como estratégias efetivas para
diminuição de comorbidades e taxa de mortalidade (OMS,
2003).
Novamente ante o explicitado necessita-se fazer alusão
ao não enfoque nos trabalhadores da saúde, que além de
151
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
atores importantes à implantação das Políticas e Programas,
fazem parte das estatísticas e evidências cujos resultados se
elevam a cada dia no tocante à morbimortalidade
consequentes de hábitos de vida inapropriados.
A educação alimentar e nutricional (EAN) possui papel
central no que tange o envolvimento dos trabalhadores da
saúde em não apenas propagar a importância da alimentação
adequada e saudável, mas em vivenciá-la (BOCLIN; BLANK,
2010).
Cabe esclarecer que a EAN fomenta o empoderamento
dos sujeitos quanto à escolha e tomada de decisão no tocante
à alimentação adequada e saudável, já que se baseia em
práticas educativas cujos objetivos perpassam o compartilhar
de temáticas consistentes, coerentes e claras, de maneira a
promover um acesso à informação significativa (SANTOS,
2005).
Ao elucidar sobre a EAN, vale mencionar que a
permanência da prática é essencial, uma vez que diversos
fatores influenciam na adesão a hábitos de alimentação
adequada e saudável, podendo-se elencar aspectos como o
psicológico e sociocultural, o que inclui a gama de produtos
industrializados, que – por vezes – desfavorece a aquisição de
alimentos in natura ou menos processados, além da
dificuldade do envolvimento dos demais componentes da
família, que gera pouca motivação e disponibilidade de tempo
para tal (ALMEIDA-BITTENCOURT; RIBEIRO; NAVES, 2009).
Dessa forma, os autores supracitados ainda tecem
esclarecimentos sobre a confecção de cardápios com
alimentos diferentes dos habitualmente consumidos, que se
152
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
adequem à realidade do trabalhador da saúde e seus
familiares, que ofereçam a composição de receitas práticas,
que demandem pouco tempo para o preparo e funcionais, bem
como a orientação quanto à aquisição dos gêneros
alimentícios se faz de imprescindível incentivo.
Ainda nesse escopo, deve-se considerar a variabilidade
e combinação dos ingredientes e preparações; observar a
disponibilização dos alimentos, seja mediante à safra dos
insumos e à proximidade dos locais onde os mesmos podem
ser adquiridos, praticidade das receitas (técnicas de preparo e
mão-de-obra disponível), tentar melhorar/viabilizar o custo,
adequando-o à realidade da renda do trabalhador em questão
e, um dos aspectos mais importantes, incentivar a adequação
e balanceamento do valor nutricional, ajustando às
recomendações de macro e micronutrientes (ALMEIDA-
BITTENCOURT; RIBEIRO; NAVES, 2009).
Diante do discutido, tem-se que a principal estratégia
para o enfrentamento dos problemas do processo saúde-
doença-cuidado tem sido a promoção da saúde, que visa
fortalecer o caráter promocional e preventivo, envolvendo os
aspectos de uma alimentação saudável que pode auxiliar tanto
no tratamento como na prevenção dessas doenças (SANTOS,
2005). Nesse interim, encontra-se o trabalhador da saúde, que
apesar de ser – na maioria das vezes – conhecedor das
práticas alimentares adequadas e saudáveis e do que as
permeiam, ainda não possuem Programas e Políticas que o
englobe integralmente, sendo necessária a ampliação desse
olhar por parte dos gestores e da sociedade em geral.
153
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
4 CONCLUSÃO
154
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
É importante que para além do fornecimento de
alimentos saudáveis as empresas/hospitais adotem
estratégias de reeducação alimentar, como distribuição de
panfletos com informações nutricionais de alguns alimentos,
dicas de alimentos saudáveis, ou promoção de campanhas
que abordem temas sobre hábitos de vida saudáveis. Além
disso, espaços de educação permanente e locais para a
realização das práticas também são prementes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
155
PROGRAMAS E POLÍTICAS DE ALIMENTAÇÃO: DESAFIOS DA INSERÇÃO DO
TRABALHADOR DA SAÚDE
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157
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
CAPÍTULO 12
158
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
1 INTRODUÇÃO
159
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
É pensando nestes aspectos que o presente trabalho se
propõe como instrumento para verificar o nível de boas
práticas de produção de alimentos no ambiente escolar.
2 MATERIAIS E MÉTODO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
160
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
diferentemente do encontrado por Couto et al (2005), o qual
registrou (76%) de adequação durante a avaliação higiênico-
sanitária realizada em uma unidade hoteleira de refeições
coletivas do município de Contagem-MG.
Segundo Brasil (2002), a adequação da edificação e
instalações, de certa forma, facilita a implementação das boas
práticas em unidades de alimentação nas diferentes etapas,
recebimento, armazenamento, manipulação dos alimentos,
preparação das refeições e sua distribuição.
Durante a pesquisa pode-se observar que os itens de
instalações e edificações, tais como, paredes, pisos, tetos,
portas e janelas não se encontravam íntegros, lisos e nem em
bom estado de conservação, o que compromete a segurança
alimentar dentro da unidade uma vez que as aberturas e /ou
rachaduras sejam em paredes ou pisos acumulam sujidades
atraindo pragas e insetos. As portas possuiam abertura por
contato manual e as aberturas das janelas não possuiam telas
milimetradas. Semelhante ao encontrado por Assis et al (2011)
durante um estudo feito em quiosques instalados na
companhia de entrepostos e armazéns gerais do estado de
São Paulo em que pode-se observar a inexistência de
fechamento automático nas portas e de tela milimétrica nas
janelas em todos os quiosques.
De acordo com Brasil (2004) o piso e paredes devem
estar em bom estado de conservação permitindo o não
acúmulo de sujidades sendo composto por acabamento liso,
impermeável, lavável e de cor clara.
161
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
Os equipamentos para armazenamento de alimentos
perecíveis sejam eles frízeres e/ou refrigeradores devem
apresentar bom estado de conservação e higiene, onde
prevaleçam a ausência de acúmulo de gelo e obstrução nos
difusores de ar, o que evidencia melhores condições higiênico-
sanitárias. E a temperatura deve ser regulada constantemente
para fins de controle. De acordo com SENAI (2004), a
distribuição dos alimentos no refrigerador deve estar na
seguinte ordem, os alimentos prontos colocados nas
prateleiras superiores, os semi-prontos e/ou pré-preparados
nas prateleiras do meio e o restante dos alimentos, crus e
outros, nas prateleiras inferiores evitando assim uma
contaminação cruzada.
De acordo com a tabela 2, pode-se observar um
percentual equivalentemente alto (73%) de não conformidades
dos equipamentos de temperatura controlada. Tais
inadequações estão relacionadas ao insuficiente número de
equipamentos para manter os alimentos em conservação, e
más condições de higiene. Em todas as escolas não havia
registro e nem controle de temperatura mostrando um fator de
preocupação, já que esta é uma forma de diminuir a
proliferação microbiana. São José et al (2011) encontrou em
seu estudo que as principais inadequações verificadas
referente aos equipamentos envolveram higienização e
manutenção dos mesmos.
3.3 MANIPULADORES
162
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
dos alimentos se torna necessário que os manipuladores
adotem políticas de higiene no seu próprio corpo, sendo
oferecidos pelo responsável técnico da unidade um constante
monitoramento e treinamento.
Durante o estudo verificou-se um grande percentual
(69%) de inadequação referente aos manipuladores (ver
tabela 3) comprovando uma deficiência de informações quanto
às normas de higiene e saúde dos manipuladores já que a
maioria deles nunca passaram por treinamento de boas
práticas de fabricação. Esses resultados foram semelhante
aos encontrados por Amaral et al (2012) que verificou 88% de
inadequação nas cantinas de escolas púbicas do município de
São Paulo.
Os manipuladores das escolas eram do sexo feminino e
geralmente duas por turno de trabalho, assim como Aguiar et
al (2009) citou em seu estudo que as merendeiras não usam
uniformes alegando não serem fornecidos pela prefeitura e em
alguns casos usavam apenas proteção para os cabelos.
No que diz respeito às inadequações foram verificadas
más práticas sanitárias: o manipulador não era afastado
quando sofria afecções (cortes, micose, queimaduras e etc.),
trabalhavam com adornos e não realizavam corretamente as
técnicas de lavagem de mãos, e os exames de saúde exigidos
pela legislação não eram realizados.
De acordo com o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) os exames em trabalhadores
devem ser feitos na contratação; periodicamente; de retorno
ao trabalho; de mudança de função e quando demitido, os
exames realizados nos manipuladores de alimentos são
hemograma, coprocultura, coproparasitológico e VDRL os
163
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
quais tem como objetivo de verificar a saúde do trabalhador e
a sua condição, se está apto para o trabalho, não podendo ser
portador de doença infecciosa ou parasitária já que essas
podem ser transmitidas para o alimento quando manipulado
de forma inadequada (BRASIL, 1978).
Para a legislação paraibana
3.4 RECEBIMENTO
165
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
equipamentos e dos utensílios, o controle da água de
abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas
urbanas, controle da higiene e saúde dos manipuladores e o
controle e garantia de qualidade do produto final. Já os
procedimentos operacionais padronizados (POPs) são
procedimentos escrito de forma clara e objetiva que apresente
instruções sequenciais para a realização de operações
rotineiras na produção, armazenamento e transporte de
alimentos (BRASIL, 2002).
As inconformidades mais frequentes encontradas nas
escolas foram o descongelamento que não era realizado em
condições seguras, sob refrigeração, pois era feito em
temperatura ambiente; A higienização de hortifrutis não
seguiam os critérios estabelecidos pela RDC/216, de retirar
partes do alimento que estão em deterioração, lavagem em
água corrente, imersão do alimento em solução clorada e em
seguida proceder o enxague dos mesmos em água potável.
Tais irregularidades também foram observadas por São José
et al (2011) em que a manipulação dos vegetais não era
realizada de forma segura.
166
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
Segundo Brasil (2004) todas as superfícies que entram
em contato com os alimentos podem tramsmitir contaminantes
para os memos, principalmente se esses não passarem pelo
processo correto de higienização.
Silva Júnior (2013) afirma que os equipamentos e
utensílios que entram em contato com o alimento devem ser
confeccionados em material que não transmitam substâncias
tóxicas, odores e sabores; não absorventes e resistentes à
corrosão e as operações de limpeza e desinfecção. As
superfícies devem ser lisas e estarem isentas de rugosidade,
ou outras imperfeições que comprometam a higiene dos
alimentos evitando o acúmulo de sujidades, ou seja, fontes de
contaminação.
Em média, as escolas estão com 39% de adequação da
higiene ambiental e assim como Messias et al (2013) obteve
em seu estudo as principais inadequações verificadas
envolveram a higienização e manutenção de equipamentos e
utensílios, os quais são realizadas incorretamente e ainda são
armazenados de forma desordenada e desprotegidos contra
sujidades, insetos e roedores.
Além da má higienização feita nas instalações,
equipamentos e utensílios, em 100% das escolas não existem
nenhum tipo de registro de temperatura dos equipamentos e
qualquer outra operação que contribua de forma mais
completa para a manutenção preventiva dos equipamentos.
167
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
PERCENTUAL DE ADEQUAÇÃO
ESCOLAS
SIM NÃO NA
PERCENTUAL DE CONFORMIDADE
ESCOLAS
SIM NÃO NA
PERCENTUAL DE CONFORMIDADE
ESCOLAS
SIM NÃO NA
PERCENTUAL DE CONFORMIDADE
ESCOLAS
SIM NÃO NA
168
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
169
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
MUNICIPIO DE PITIMBU-PB
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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO SANITÁRIA DAS ESCOLAS DO
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171
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
CAPITULO 13
172
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
aceitável em sua maioria. Conclui-se que o objetivo do
programa vem sendo atingido e contribuindo para a diminuição
dos riscos de agravos decorrentes da alimentação
inadequada.
Palavras-chave: Segurança alimentar. Equipamentos
públicos. Qualidade dos serviços.
1 INTRODUÇÃO
173
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
tema, o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional
(SISAN), a quem delegou o objetivo de formular e implementar
políticas e planos de segurança alimentar e nutricional,
estimular a integração dos esforços entre governo e sociedade
civil, assim como promover o acompanhamento, o
monitoramento e a avaliação da segurança alimentar e
nutricional (BRASIL, 2006).
Segundo os dados da 4a Conferência Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional, a Paraíba ocupa o 3º lugar
no ranking dos estados com maior taxa de insegurança
alimentar e nutricional, ficando atrás do Maranhão e Roraima,
no nordeste ocupa o 2º lugar. Em 2004, 1,4 milhões de
paraibanos estavam em situação de insegurança alimentar
(aproximadamente 50%), sendo 15,1% em situação grave no
estado enquanto o país apresentava 6,5% nesta situação
(IBGE, 2006). A medida do grau de insegurança alimentar foi
realizada de acordo com a Escala Brasileira de insegurança
Alimentar – EBIA. O Relatório de Insegurança Alimentar no
Mundo de 2014, publicado pela FAO, revela que o Brasil
reduziu de forma muito expressiva a fome, a desnutrição e
subalimentação nos últimos anos (KEPPLE, 2014). Apesar da
sensível melhoria nos indicadores sociais obtidos nos últimos
anos, ainda representa um imenso desafio fazer avançar o
enfrentamento à questão da fome e da pobreza extrema no
Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD- 2009), 30,9% dos domicílios no Brasil
estava em situação de insegurança alimentar. Estratificando
apenas a região Nordeste este índice passa a 46,1%, sendo
que no estado da Paraíba 41% dos domicílios apresentavam
uma situação de insegurança alimentar (IBGE, 2010).
174
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
Os Equipamentos Públicos de Apoio a Produção,
Abastecimento e Consumo de Alimentos são instrumentos
importantes para a estruturação dos Sistemas Públicos
Agroalimentares Locais com vistas à promoção do Direito
Humano a Alimentação Adequada de populações em risco,
contribuindo na construção do SISAN. Entre os Equipamentos
Públicos de Apoio a Produção, Abastecimento e Consumo de
Alimentos, cabe destacar o papel da Rede de Equipamentos
direcionados a oferta de refeições adequadas e saudáveis,
entre eles estão os Restaurantes Populares, as Cozinhas
Comunitárias e os Bancos de Alimentos.
O Programa Restaurante Popular é um dos programas
integrados à rede de ações e programas do Fome Zero,
política de inclusão social estabelecida em 2003. O bom
funcionamento deste programa é papel do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e espera-se com
ele, criar uma rede de proteção alimentar em áreas de grande
circulação de pessoas que realizam refeições fora de casa,
atendendo dessa maneira, os segmentos mais vulneráveis
nutricionalmente. (BRASIL 2004).
Segundo Nogueira Neto et al. (2007), Restaurantes
Populares são Unidades de Alimentação e Nutrição que têm
como princípios fundamentais a produção e a distribuição de
refeições saudáveis, com alto valor nutricional, a preços
acessíveis, para pessoas em situação de insegurança
alimentar. A instalação de restaurantes populares visa ampliar
a oferta de refeições adequadas, comercializadas a preços
baixos. O estado da Paraíba conta com 4 unidades localizadas
nas cidades de João pessoa, em Santa Rita, em Campinha
Grande e em Patos, atendendo entorno de 3500 pessoas
175
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
diariamente. O restaurante de João Pessoa apresenta um
salão com 40 mesas com 4 assentos cada, comportando 160
pessoas sentadas simultaneamente. Os benefícios sócio-
econômicos dos restaurantes populares não se restringem aos
seus usuários diretos. Os restaurantes podem atuar como
reguladores de preços dos estabelecimentos localizados em
seu entorno, contribuindo também para uma elevação da
qualidade das refeições servidas e higiene dos
estabelecimentos comercializadores (BRASIL, 2007).
O Restaurante Popular foi instituído como um
estabelecimento a ser administrado pelo setor público,
devendo oferecer um serviço de venda de refeições prontas,
balanceadas nutricionalmente, originadas de processos
seguros, preponderantemente com produtos regionais da
agricultura familiar, servidas em locais apropriados e
confortáveis, de forma a garantir a dignidade ao ato de se
alimentar e ao valor de R$1,00 (um real) (MDS, 2004). No
entanto, na Paraíba administração estadual optou por
terceirizar a operacionalização dos restaurantes, por meio da
contratação de empresas de alimentação industrial. Nesse
modelo de gestão, fica transferida à iniciativa privada a
exploração comercial do restaurante, cabendo à administração
pública a função de avaliação e monitoramento dos serviços
(BRASIL, 2007). Para executar estas funções a caracterização
dos usuários dos restaurantes populares é de fundamental
importância para que possam ser articuladas outras ações que
compõem a atual política nacional. (GOBATO, 2010;
PINIGASSI, 2010; VILLALBA, 2010).
O presente trabalho tem como objetivo avaliar o perfil
dos usuários e da aceitabilidade do Restaurante Popular sob
176
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
administração estadual localizado no bairro de mangabeira em
João Pessoa – PB.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
177
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
comida, atendimento e do cardápio. A aplicação do
questionário foi realizada por alunos da Universidade Federal
da Paraíba do curso de Tecnologia de Alimentos e os dados
foram expressos em porcentagem simples. Os instrumentos
foram aplicados pelo pesquisador após esclarecimentos sobre
a pesquisa e consentimento do órgão responsável.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
25
20
(%)
15
10
5
0
18-29 30-39 40-49 50-59 >60
Idade
Figura 1 – Distribuição da idade dos usuários do restaurante popular do
bairro de mangabeira – JP.
179
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
181
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
vezes por semana. Os usuários que possuem ensino médio
completo foram os mais frequentes com 32% (Figura 2), e
como mostra a Tabela 1 tiveram uma maior distribuição de
frequência no decorrer da semana, nos quais 6,52%
frequentam por 1 dia na semana, 12,5% por 3 dias, 6,25% por
2 dias, 6,25% por 4 dias, e 68,75% por 5 dias na semana,
seguido dos que possuem ensino fundamental incompleto com
26% dos usuários. Estes resultados foram similar aos
encontrados por Machado et al (2012), onde a escolaridade
mais frequente foi também o ensino médio completo (43,6%),
e o ensino fundamental correspondendo a 24,1% dos
entrevistados. Já Dutra (2007) em estudo realizado no
restaurante popular de Fortaleza-CE obteve o contrário, sendo
dentre os frequentadores do restaurante 30,43% possuem
ensino fundamental completo, 23,36% incompleto e 22,22%
possuíam ensino médio.
Considerando que, em geral, maior grau de
escolaridade corresponde consequentemente a maior nível de
renda, os resultados obtidos deveriam apresentar uma
tendência inversa, uma vez que incluindo usuários que
possuem ensino médio completo e nível superior completo e
incompleto tem-se um total de 42% dos entrevistados, dado
que se opõe ao público alvo preferencial do programa por
teoricamente tenderem a possuir rendimentos superiores.
Conforme relata Gonçalves et al (2011), os restaurantes
populares são destinados ao atendimento das populações
carentes de regiões metropolitanas que se alimentam fora do
domicílio ou não tem condições de renda para o acesso a uma
refeição de qualidade.
182
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
Quando os usuários foram perguntados sobre a
qualidade dos serviços prestados pelo restaurante popular os
resultados obtidos foram satisfatórios, onde a maioria dos
entrevistados qualificaram os mesmos como sendo ótimo e
bom, no qual foi avaliada a satisfação dos usuários quanto ao
atendimento, à qualidade das refeições e o cardápio.
O atendimento é um serviço atribuído e desperta
diferentes significados para cada cliente. Kotler (2000),
ressalta que a qualidade no atendimento ao cliente diz
respeito a todas as atividades que possibilitam respostas
adequadas aos clientes em relação aos produtos, serviços e
solução de eventuais problemas dentro de um
estabelecimento de maneira satisfatória.
Em relação ao atendimento (Tabela 2), 28% dos
entrevistados qualificaram o estabelecimento como sendo
Ótimo, 58% como Bom, 10% Regular e 4% Ruim. Os
resultados foram satisfatórios visto que 86% dos usuários
consideraram que o atendimento oferecido era Ótimo e Bom.
Comparando os resultados do sexo masculino com o feminino,
91% dos homens classificaram o atendimento como ótimo e
bom, sendo apenas 9% como regular ou ruim, enquanto para
as mulheres obteve-se 75% e 25%, respectivamente. Nota-se
uma diferença significativa na satisfação entre os sexos,
sendo as mulheres consideradas um pouco mais exigentes na
avaliação.
183
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
Qualidade das refeições 32 50 16 2
Cardápio 14 54 28 4
Sexo masculino Ótimo Bom Regular Ruim
Atendimento 29 62 6 3
Qualidade das refeições 35 56 6 3
Cardápio 15 59 20 6
Sexo feminino Ótimo Bom Regular Ruim
Atendimento 25 50 19 6
Qualidade das refeições 31 31 39 -
Cardápio 14 56 31 -
184
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
Péssimos, já em Belo Horizonte (MG) obteve-se 90% de
aprovação, em Teresina (PI) foi considerado razoável, no Rio
de Janeiro (RJ) foi avaliado como mediana, assim como em
Diadema (SP).
A fim de avaliar a qualidade da refeição sob a luz da
resolução RDC 216 da Anvisa, foram observados e
quantificados alguns aspectos presentes nesta resolução.
Durante o presente estudo no restaurante, o balcão quente de
serviço apresentou defeito no termostato. A fim de evitar que a
comida atingisse temperatura abaixo da permitida pela
ANVISA e que o alimento sofresse alguma contaminação
bacteriana por influência desta temperatura inadequada foi
decidido pela administração que fosse colocada água fervente
no balcão quente na tentativa de controlar a temperatura do
alimento. A Figura 3 apresenta a variação da temperatura do
alimento no balcão de serviço quente durante duas horas para
três alimentos: arroz, feijão e carne. Percebe-se que no tempo
zero (momento em que o alimento foi colocado no balcão) a
temperatura de todos os três alimentos já encontravam-se
abaixo de 60 oC. De acordo com a resolução RDC 216 da
ANVISA, que dispõe sobre regulamento técnico de boas
práticas para serviços de alimentação, os pratos prontos e os
alimentos perecíveis expostos para o consumo ou em espera
para a distribuição devem permanecer protegidos de
contaminações e sob controle de temperatura e tempo,
segundo os seguintes critérios e parâmetros:
I. Alimentos
quentes:
a) Em temperaturas superiores a 60 oC, por no
máximo por 6 horas. Para um processo de resfriamento de um
alimento preparado a temperatura deste deve ser reduzida de
60 oC (sessenta graus Celsius) a 10 oC (dez graus Celsius) em
185
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
até duas horas. De acordo com a Figura 3, após 2h os
alimentos apresentaram temperatura entre 40-50 oC,
demonstrando que o processo escolhido para manter a
temperatura enquanto o equipamento não era reparado foi
ineficaz.
Considerando-se as práticas aplicadas a alimentos crus
no restaurante, neste existe uma sala para corte de vegetais e
uma sala para corte de carnes. Na sala de corte de vegetais, é
feita a salada, onde os vegetais e utensílios são higienizados
com solução clorada para que a contaminação bacteriana seja
evitada. De acordo com a RDC 216, os alimentos crus devem
ser submetidos a processo de higienização a fim de reduzir a
contaminação superficial. Os produtos utilizados na
higienização dos alimentos devem estar regularizados no
órgão competente do Ministério da Saúde e serem aplicados
de forma a evitar a presença de resíduos no alimento
preparado.
Assim, percebe-se que, apesar do público considerar os
alimentos servidos pelo restaurante de boa/ótima qualidade, a
resolução RDC 216 não é plenamente cumprida. pois mesmo
que o balcão estivesse funcionando plenamente, o alimento é
posto nas cubas a uma temperatura abaixo da mínima exigida
para evitar o crescimento microbiano acelerado. Por outro
lado, as práticas com os alimentos crus mostraram-se
adequadas.
186
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
Feijão Arroz Carne
70
60
Temperatura (ºC)
50
40
30
20
10
0
0 1 2
Tempo na cuba (h)
188
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
4 CONCLUSÕES
189
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
microbiológica foram analisados a luz da resolução RDC 2016
da Anvisa percebeu-se falhas no processo de boas práticas,
como a temperatura a qual o alimento é mantido durante o
serviço de distribuição da comida. De uma forma geral, pode-
se concluir que o restaurante está oferecendo os serviços
conforme o prometido pelo programa que é oferecer refeições
que possuem cardápios variados, mantendo o equilíbrio entre
os nutrientes tornando possível ao máximo o aproveitamento
pelo organismo, assim minimizando os riscos de agravos à
saúde decorrentes de uma alimentação inadequada,
contribuindo para a diminuição dos indicadores de
insegurança alimentar. No entanto, fiscalizações mais severas
devem ser realizadas pelos responsáveis pela manutenção do
restaurante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
190
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIO E DA ACEITABILIDADE DO
RESTAURANTE POPULAR ESTADUAL DE MANGABEIRA EM JOÃO PESSOA –
PB
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192
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
PARTICIPANTES: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB
CAPÍTULO 14
1
Jullyane de Oliveira Maia LEMOS
1
Professora das Faculdades Integradas de Patos – FIP
Mestre em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba
João Pessoa/PB
E-mail: jullyanemaia@hotmail.com
193
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
PARTICIPANTES: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
197
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
PARTICIPANTES: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
202
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS
PARTICIPANTES: UMA ANÁLISE NO MUNICÍPIO DE CABEDELO-PB
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203
BIOQUÍMICA DOS
ALIMENTOS
204
LEITE CAPRINO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONSERVAÇÃO PELO FRIO –
UMA REVISÃO DE LITERATURA
CAPÍTULO 15
1 INTRODUÇÃO
206
LEITE CAPRINO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONSERVAÇÃO PELO FRIO –
UMA REVISÃO DE LITERATURA
singularidade e demonstram que o leite caprino e seus
produtos representam um nicho promissor para diversificar e
inovar a indústria láctea (CENACHI et al., 2011).
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.5 CARBOIDRATOS
211
LEITE CAPRINO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONSERVAÇÃO PELO FRIO –
UMA REVISÃO DE LITERATURA
O perfil de aminoácidos do leite de cabra é semelhante
ao de vaca, exceto no teor de cisteína. Os principais
aminoácidos livres são taurina, glicina e ácido glutâmico,
apresentando particularmente 20-40 vezes mais taurina que o
leite de origem bovina (RUTHERFURD et al., 2008).
Atualmente, marcadores moleculares podem
desempenhar um papel importante para o melhoramento
genético dos animais. Com o advento das técnicas de análise
de DNA genômico, é possível estudar os polimorfismos dos
genes das proteínas do leite para identificar os genótipos
favoráveis em relação a uma produção de leite mais elevada,
ou para o melhor perfil proteico. Há uma relação direta entre
as variantes alélicas dos genes proteicos e teor de proteína no
leite, o que influencia diretamente as propriedades físico-
químicas, podendo o melhoramento genético ser utilizado em
esquemas de seleção que visam melhorar a qualidade do leite
(SELVAGGI et al., 2014).
3.8 VITAMINAS
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
215
LEITE CAPRINO: COMPOSIÇÃO QUÍMICA E CONSERVAÇÃO PELO FRIO –
UMA REVISÃO DE LITERATURA
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217
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
CAPITULO 16
218
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
1 INTRODUÇÃO
219
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
O organismo humano não sintetiza este pigmento
carotenóide, sendo obtido através de uma dieta rica em
alimentos fontes, tais como: tomate, mamão, goiaba vermelha,
pitanga e melancia. É importante enfatizar o consumo de
frutas e vegetais ricos em qualquer antioxidante para evitar o
estresse oxidativo causado pelos radicais livres (SHAMI;
MOREIRA 2004).
O licopeno é um poderoso antioxidante, regula a função
imunológica e tem uma forte influência na prevenção de vários
cânceres como o câncer de estomago, gástrico, próstata,
pulmão, colón, reto, mama entre outros. Os órgãos de saúde
ainda não consideram o licopeno como um nutriente essencial,
mas os estudos em torno de seus benefícios vêm aumentando
consideravelmente, tendo ele, grandes efeitos quimioterápicos
(TIUZZI, 2008).
Esta revisão bibliográfica vem mostrando os efeitos da
ação antioxidante, o metabolismo do licopeno e seu papel
protetor na prevenção do câncer e seus efeitos
quimioprotetores.
2 MATERIAS E MÉTODO
Anais 4
(2003-2007)
Livros 12
(1994-2009)
Artigos 29
(2000- 2011)
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
221
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
outros radicais livres, para conseguir se estabilizar, sendo que,
quando elas não conseguem o seu objetivo, elas captam
elétrons de outras moléculas saudáveis. Que irá iniciar uma
reação em cadeia, podendo danificar outras células, se não
houver a interrupção dos antioxidantes (SANTOS, 2013).
A eficiência dos antioxidantes nos alimentos depende da
sua biodisponibilidade e da ingestão de quantidades
adequadas do nutriente. Porém, o consumo excessivo de
algumas vitaminas antioxidantes pode causar hipervitaminose,
que nada mais é do que o excesso de vitaminas no
organismo.
Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer
substância que, presente em baixas concentrações, quando
comparada a um substrato oxidável, atrasa ou inibe a
oxidação desse substrato de maneira eficaz (SHAMI;
MOREIRA 2004). O sistema de defesa antioxidante é formado
por compostos enzimáticos (endógenos) e não-enzimáticos
(exógenos), estando presentes tanto no organismo
(localizados dentro das células ou na circulação sangüínea)
como nos alimentos ingeridos (SHAMI, MOREIRA 2004). Que
como o próprio nome já diz, são enzimas que catalisam a
decomposição do peróxido de hidrogênio e a Glutationa
reduzida (GSH), que é um tripeptídeo que é encontrado no
meio intracelular em altas concentrações, em todos os
organismos aeróbicos. Já no exógeno destacam-se a Vitamina
C que tem como sua principal função a hidroxilação de
colágeno. E também é extremamente estável, ou seja, todos
os alimentos que contenham essa vitamina devem ser
ingeridos rapidamente. Temos os flavonóides que
desempenham um papel fundamental na proteção do vegetal
atuando na proteção contra agentes oxidantes (raios
ultravioletas, poluição). E temos os carotenóides que são um
222
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
grupo de pigmentos que estão presentes na natureza, com
mais de 600 estruturas caracterizadas, que são identificados
em organismos fotossintetizantes e não fotossintetizantes,
algas, fungos, plantas superiores, bactérias. Esses pigmentos
são responsáveis pelas cores do amarelo ao vermelho de
frutas, vegetais, fungos e flores e são utilizados no comercio
como corantes alimentícios (SANTOS, 2013).
Os antioxidantes atuam de diferentes maneiras no
organismo humano, impedindo a formação dos radicais livres
(RL) e a perda da integridade das células, evita e reparando
lesões causadas pelos radicais, atua inibindo as reações de
cadeia com ferro e cobre. O metabolismo celular gera RL
naturalmente e os antioxidantes agem interrompendo esse
processo e minimizando a proliferação de doenças crônicas e
inclusive do câncer nos seres humanos (JUNIOR et al., 2011).
De acordo com um estudo desenvolvido por Simões (2014)
a presença do licopeno nas fibras musculares do sóleo e tibial
anterior foram constatadas alterações teciduais no grupo
treinado sem suplementação de licopeno como: hipertrofia de
fibras musculares, aumento de macrófagos, arredondamento
de fibras musculares e aumento do tecido endomisial. Já o
grupo treinado com suplementação de licopeno apresentou
aspecto morfológico normal com as fibras em formato
poligonal, núcleos periféricos e padrão fascicular, com discreto
aumento do endomísio e redução celular intersticial.
223
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
224
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
225
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
4 CONCLUSÃO
229
EFEITOS DA AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LICOPENO
Porém, estudos a fim de esclarecer e descobrir mais
benefícios a cerca deste carotenóide estão sendo realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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231
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
CAPÍTULO 17
232
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
1 INTRODUÇÃO
233
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
Silva (2002) ao investigar nove produtos de origem
vegetal, registrou no tomate presença de mesófilos aeróbicos,
coliformes à 35°C e coliformes à 45°C.
A presença desses microrganismos, além de outros
patógenos em tomates e outras hortaliças, possibilitam a
ocorrência de enfermidades intestinais, por serem
frequentemente adubadas e/ou irrigadas com água
contaminada por dejetos fecais (GOMES; MACHADO,
MÜCHE, 2011).
A lavagem dos vegetais é a prática mais comum para se
obter um produto mais seguro. Segundo Santos et al. (2012),
a lavagem em água corrente de boa qualidade pode reduzir
em até 90% a carga microbiana dos vegetais, porém não é
suficiente para manter a contaminação em níveis seguros,
sendo essencial a aplicação de uma etapa de sanitização com
agentes antimicrobianos.
De acordo com Food and Drug Administration (FDA,
2009), a sanitização relacionada aos alimentos, como frutas e
hortaliças frescas, consiste no tratamento do produto limpo por
um processo eficaz em destruir ou reduzir o número dos
microrganismos patogênicos sem afetar a qualidade ou
segurança do produto para o consumidor.
O uso de desinfetantes nos alimentos age de forma a
completar um programa de sanitização, vinagres, hipoclorito,
ácido peracético e outros, frequentemente são utilizados por
serem considerados eficazes na sanitização de frutas e
hortaliças (FONTANA, 2006).
O cloro, em suas várias formas, especialmente na de
sais de hipoclorito, é um dos sanitizantes empregados com
mais sucesso nas indústrias de alimentos (GOMES;
MACHADO, MÜCHE, 2011). Todavia, apesar do vinagre ser
234
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
um condimento, também pode ser utilizado como agente
sanitizante (FONTANA, 2006). Segundo Gomes e
colaboradores (2011), em determinadas concentrações, os
ácidos orgânicos tem potencial para serem utilizados na
inativação de microrganismos. Com este fim são empregados
na redução da carga microbiana de alimentos não
processados termicamente como carnes frescas e carcaças
de aves, frutas e hortaliças frescas (GOMES; MACHADO,
MÜCHE, 2011).
A partir do exposto, este trabalho teve como objetivo
avaliar a eficácia dos métodos de higienização mais utilizados
para o tomate (Lycopersicon esculentum Mill.).
2 MATERIAIS E MÉTODO
235
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
encaminhadas à temperatura ambiente para o Centro
Vocacional Tecnológico – CVT/UFCG, onde foram
recepcionadas no Laboratório de Preparação de Amostras
para análises Microbiológicas.
Os tomates foram selecionados quanto a presença de
injurias e em seguida distribuídos ao acaso em quatro grupos,
correspondentes aos tratamentos descritos a seguir:T0 –
Amostra controle (sem tratamento); T1 – Lavagem com água
corrente; T2 – Lavagem com água corrente e imersão em
solução de vinagre 5% por 30 minutos e T3 – Lavagem com
água corrente e imersão em solução de água sanitária 200
ppm por 30 minutos.
As amostras submetidas aos tratamentos T 2 e T3 foram
novamente enxaguadas em água corrente, para retirar os
resíduos dos sanitizantes e em seguida encaminhadas para as
análises microbiológicas. Um porção de aproximadamente 75
g de cada amostra higienizada foi acondicionada em sacos
plásticos e armazenada em geladeira com temperatura entre 5
à 7°C, sendo novamente analisadas após 10 dias.
236
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
de bactérias coliformes foi realizada a partir do número de
porções positivas, usando-se a tabela.
Os tubos que apresentaram-se positivos no caldo EC
foram semeados em placas de Petri contendo meio Eosina
Azul de metileno (EMB) com o auxílio de uma alça de repique,
sendo as placas invertidas e incubadas à 35°C durante 48
horas.
A análise de Salmonella sp. foi realizada por meio de
enriquecimento seletivo com meio Rambach e por confirmação
preliminar das colônias típicas, com resultados expressos
como ausência e presença do microrganismo em 25g de
amostra.
Para os resultados das bactérias do grupo coliformes foi
calculado a eficiência do método de higienização quanto a
redução do nível de microrganismos, pela seguinte fórmula:
⁄ ( )
Eficiência (%) = -( ⁄ ( )
)
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
237
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
Figura 1. Faixa etária dos entrevistados.
100%
80% Alface
Couve folha
60%
Coentro
40%
Cebola
20% Tomate
0%
Não consume 2 a 3 vezes 4 a 5 vezes Todos os dias
65%
Até 19 anos
20 a 29 anos
16% 30 a 49 anos
50 a 69 anos
[PORCENT [PORCENT
AGEM] AGEM]
238
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
que ao avaliarem o consumo de hortaliças por adolescente de
Pelotas/RS, verificaram que o tomate foi o mas citado (26,2%).
Quanto ao hábito de higienização dos vegetais para o
consumo, 32% dos entrevistados afirmaram fazer uso apenas
de água corrente, enquanto os demais fazem uso de
compostos para auxiliar na higienização. Cerca de 35% fazem
uso de vinagre e 19% utilizam água sanitária comercial, como
pode ser observado na Figura 3.
3% 32%
8%
3%
Água corrente
Vinagre
Água sanitária
Vinagre + Água sanitária
Detergente
19% Limão
35%
239
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
Figura 4. Método de higienização escolhido como mais eficaz.
53%
Vinagre
Água sanitária
47%
NMP/g – Número Mais Provável por grama; EF (%) – Eficiência; * – Eficiência mínima.
NMP/g – Número Mais Provável por grama; EF (%) – Eficiência; * – Eficiência mínima.
242
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
coliformes a 45°C, porém a concentração de microrganismos
presentes variou de < 0,3 a 0,91.
Dartora (2007) ao avaliar a descontaminação do tomate,
observou que os processos de higienização aos quais as
amostras de tomate foram submetidas, são mais eficientes em
relação aos coliformes fecais do que para coliformes totais.
De acordo com Ferreira (2004) o maior risco de
contaminação de olerícolas é relatado nas práticas de
agricultura que envolve adubo de origem animal e vegetal. No
entanto, a presença desses microrganismos também pode
estar relacionada com a água utilizada para irrigação, a qual
pode estar contaminada com dejetos fecais (GOMES;
MACHADO, MÜCHE, 2011).
Nenhuma das amostras apresentaram contaminação por
Escherichia coli.
Conforme observado na Tabela 3, todos os tomates que
não passaram por tratamento apresentaram contaminação por
Salmonella sp., assim como os tomates tratados com água
corrente.
Tratamentos
Tempo
Amostra Água Água
(dias) Controle Vinagre
corrente Sanitária
D0 Presença Presença Presença Ausente
1
D10 Presença Presença Presença Ausente
D0 Presença Presença Ausente Ausente
2
D10 Presença Presença Presença Ausente
D0 Presença Presença Ausente Ausente
3
D10 Presença Presença Presença Ausente
D0 Presença Presença Presença Ausente
4
D10 Presença Presença Presença Ausente
Resultados expressos como presença ou ausência em 25 gramas da amostra.
243
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
244
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
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EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
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246
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
CAPÍTULO 18
247
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
matéria-prima, diminuindo o desperdício gerado pela cadeia
produtiva e agregando valor a abóbora.
Palavras-chave: Novos produtos. Conservação. Jerimum.
1 INTRODUÇÃO
248
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
abóboras, sendo a região Nordeste a segunda maior produtora
do país (CARVALHO, 2013).
Os frutos de Cucurbita maxima apresentam tamanhos
relativamente grandes, são vegetais de fácil produção e
encontram-se disponíveis em abundancia o ano todo, podendo
ser preservados intactos durante meses, mesmo que
acondicionados a temperatura ambiente (SANTOS, 2013a).
A produção de doce cristalizado de abóbora, assim como
a produção de geleia, propicia uma alternativa para o seu
consumo, procurando assim agregar mais valor à
agroindústria destes produtos e consequente melhoria de
renda para o produtor (SILVA, 2013).
Baseado no exposto, este trabalho teve como objetivo a
utilização de abóbora como matéria prima para a elaboração
de geleia e doce cristalizado, assim como a caracterização
físico-química e microbiológica dos mesmos.
2 MATERIAIS E MÉTODO
250
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
açúcar ficando em repouso por 2 horas. Em seguida foram
drenados em peneira para retirada do excesso de calda e
posteriormente levados a estufa de circulação de ar forçada a
70°C por 4 horas.
Após a secagem, os cubos foram passados em açúcar
cristal e logo em seguida embalados em recipientes
previamente esterilizados e acondicionados em temperatura
ambiente para posterior análise.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
252
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
se afirmar que o tratamento térmico aplicado foi eficiente para
a eliminação desses microrganismos.
Analises PA GA DA
1 2 2
Bolores e leveduras (UFC/g) 2,17 x 10 3,52 x 10 1,88 x 10
253
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
processo de elaboração ser demorado e em alguns momentos
necessitar ficar em temperatura ambiente.
Na Tabela 2, observa-se que o doce apresentou baixa acidez,
0,66%, valor próximo ao encontrado por Kato et al (2013) para
o doce de abóbora com coco, sendo este de 0,71%. A geleia
apresentou acidez mais elevada, em torno de 3,74%.
Tabela 2. Média dos resultados físico-químicos obtidos para a polpa
(PA), geleia (GA) e doce cristalizado (DA) de abóbora.
Analises PA GA DA
Acidez titulável (%) 1,52 0,22 3,74 0,16 0,66 0,28
pH 6,36 0,04 4,77 0,09 6,70 0,12
Sólidos solúveis (°Brix) - 66,10 0,02 59,40 0,04
Cinzas (%) 0,90 0,02 0,33 0,02 0,45 0,05
Lipídios (%) 0,99 0,05 0,40 0,04 0,70 0,25
Proteínas (%) 2,44 0,58 2,34 0,75 1,71 0,26
Umidade (%) 88,25 0,07 51,41 0,14 28,81 2,53
Carboidratos totais1 (%) 7,42 45,52 68,33
Valor calórico2 (Kcal) 48,35 195,04 286,46
1
– Calculado por diferença;
2
– Cálculo a partir do fator de conversão de Atwater;
254
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
presentes nas geleias, deste modo, para geleias com sólidos
solúveis entre 68% e 72% o pH ótimo está na faixa de 3,0 a
3,3.
O teor de sólidos solúveis obtido para a geleia foi de
66,1%. Este valor está em conformidade com o estabelecido
pela Resolução n°12/1978 que recomenda teor mínimo de
65%.
O percentual obtido para a polpa de abóbora foi de 0,9%,
valor próximo ao encontrado por Silva (2013) para a abóbora
da variedade moranga, que foi de 0,5%, assim como ao valor
descrito pela Tabela Brasileira de Composição de Alimentos –
TACO (2006), que é de 0,4%. O doce cristalizado e a geleia
obtiveram teores de 0,45 e 0,33%, respectivamente, sendo
análogos ao teor registrado por Taco (2006) para o doce
cremoso de abóbora, 0,4%.
A geleia e o doce cristalizado de abóbora apresentaram
baixos teores de lipídios, 0,40 e 0,70%, respectivamente, e
estão próximos ao resultado obtido para a polpa, 0,99%.
Esses teores foram superiores aos registrados por Taco
(2006) para a polpa in natura e para o doce cremoso de
abóbora, 0,1 e 0,2%, simultaneamente.
Observa-se que ambos os produtos elaborados
apresentaram teores de proteínas próximo ao encontrado para
a polpa, 2,44%, sendo estes de 1,71 e 2,34%
simultaneamente para o doce cristalizado e a geleia.
O teor de umidade obtido para a geleia foi de 51,41%.
Viana (2012) obteve teor de umidade entre 25,99 e 29,93%
para três formulações de geleia mista de araçá-boi com
mamão. A Resolução n°12/1978 determina que a umidade das
geleias seja de no máximo 38%, valor inferior ao encontrado
neste trabalho, indicando que não houve adequação quanto a
255
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
este parâmetro, porém segundo Mota (2006) a determinação
da umidade pela metodologia secagem em estufa a 105 °C até
peso constante, não é adequada a este tipo de produto,
devido à caramelização do açúcar, sendo estes valores teores
aproximados. Valor próximo foi registrado por Medeiros et al
(2015) para 3 formulações de geleia de tamarindo com adição
de pimenta, que obteve variação de 51,39 a 52,98%. A
legislação brasileira determina umidade máxima de 25% para
frutas cristalizadas (Anvisa, 1977), com isso, observa-se que o
resultado encontrado para o doce cristalizado foi superior ao
estabelecido para este produto, visto que foi de 28,81%. Silva
(2013) estudando duas variedades de abóbora, obteve o valor
de 22,31 e 23,97% para o doce cristalizado das variedades
moranga e jacarezinho, respectivamente. Dias et al (2011)
obteve variação de 23,77 a 26,91% para 5 formulações de
doce da casca de maracujá, valor próximo ao encontrado para
o doce de abóbora.
4 CONCLUSÕES
256
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
carboidratos totais e valor calórico. Desse modo, a utilização
da abóbora como matéria-prima para o desenvolvimento
desses produtos, além de reduzir o desperdício gerado pela
cadeia produtiva, agrega valor ao legume.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
257
EFICIÊNCIA DOS MÉTODOS CASEIROS DE SANITIZAÇÃO APLICADOS A
TOMATES (Lycopersicon esculentum Mill.)
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258
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
CAPÍTULO 19
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA
MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS CULTIVADA E
COMERCIAL
259
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
proteínas, lipídios e carboidratos foram similares tanto para
spirulina comercial como para spirulina cultivada.
Palavras-chave: Níveis. Alimentos. Biomassa.
1 INTRODUÇÃO
260
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
A Spirulina é uma microalga certificada pelo FDA (Food
and Drug Administration) como GRAS (Generally Recognized
As Safe), podendo ser utilizada como alimento ou fármaco
sem oferecer riscos à saúde. Esta microalga tem sido
produzida em grande escala para uso como alimentos e como
fonte de produtos farmacêuticos e bioquímicos por ela ser rica
em proteínas, em ácidos graxos essenciais, vitaminas e
minerais. As microalgas têm sido estudadas nos EUA, Japão,
Índia e França para produção de alimentos no combate a
desnutrição. No sul do Brasil, as margens da Lagoa
Mangueira, um projeto piloto produz 50 kg/mês de Spirulina
para enriquecimento de alimentos, distribuídos na merenda de
crianças da região (MORAIS et al.,2010).
Existem diversos usos da Spirulina ao redor do mundo:
os comprimidos desta microalga são ingeridos em diversos
países para tratamento de uma variedade de enfermidades.
Em mais de 40 países, pessoas já estão familiarizadas com as
pílulas, o pó e as cápsulas (HENRIKSON, 2009). Segundo
Pulz e Gross (2004), o mercado de alimentos funcionais,
utilizando microalgas em massas, pães, iogurtes e bebidas,
apresenta rápido desenvolvimento em vários países, como
França, Estados Unidos, China e Tailândia.
Segundo Becker (2004), a Spirulina apresenta
vitaminas A e C, importantes antioxidantes naturais, e ácido
fólico (B9), o qual é necessário para a formação de células e
bom funcionamento de alguns órgãos. Esta microalga
destaca-se, sobretudo, pelo seu conteúdo de vitamina B12,
difícil de encontrar em dietas vegetarianas, bem como pela
presença dos minerais: zinco, magnésio, cromo, selênio e
ferro em sua biomassa.
261
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Estudos ‗in vitro‘ e ‗in vivo‘ mostram que as
propriedades nutricionais da microalga Spirulina têm sido
relacionadas com possíveis propriedades terapêuticas que
podem ajudar no tratamento de problemas de saúde como
diabetes, anemia, desnutrição, obesidade, tensão pré-
menstrual, doenças cardiovasculares, câncer, entre outros
(CHU et al., 2010).
Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi cultivar
e avaliar a composição físico-química da biomassa da
microalga Spirulina platensis (= Arthospira platensis) cultivada
e comercial.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
263
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Tabela 1. Composição do meio Zarrouk
264
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Proteínas totais: Foi realizado pelo método de micro Kjedahl
e o nitrogênio formado é quantificado usando o reativo de
Nessler com base no teor de Nitrogênio de 6,25 para a
Spirulina.
Carboidratos totais: Foi realizado pelo método descrito em
Derner, 2006 adaptado de Korchet (1976).
Lipídios totais: Foi realizado pelo método de Folch et al.,
(1957) adaptado por Lourenço (2006).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
20,00
15,00
fluorescência
unidades de
10,00
5,00
0,00
-5,00 0 5 10 15
Dias
Figura 3. Curva de crescimento de S. platensis obtida nesta pesquisa.
Valor médio dos ensaios realizados.
265
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Composição
Microalga
Proteínas Carboidratos Lipídios
Spirulina
Comercial 50 ± 1,00 5,0± 1,00 30± 0,5
Fonte: Pesquisa própria. Legenda (%)-porcentagem.
Resultados das análises com média e ± desvio padrão
266
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Constatou-se que os teores de proteínas, lipídios e
carboidratos foram similares tanto para spirulina comercial
como para spirulina cultivada.
O valor proteico da spirulina cultivada encontrado foi de
50,3%, e para comercial foi de 50% similar ao estudo de
Volkman et al., (2008) no qual analisaram Spirulina cultivada
em diferentes meios de cultivo e reportaram um conteúdo de
proteína de 56,17%. O valor de carboidrato encontrado neste
estudo foi de 3,9% (Tabela 1). A pesquisa realizada por Jiang
et al. (2015),obtiveram na composição bioquímica da Spirulina
5,6% de carboidrato com meio Zarrouk modificado
suplementado com um complexo de águas residuais.
A Spirulina cultivada apresentou altos teores de lipídios
(32,6%) e a spirulina comercial também (30%) (Tabela 2). O
valor obtido foi superior aos valores encontrados por Ferreira
et al. (2012), que cultivaram a Spirulina plantesis em
fotobiorreatores tubulares com diferentes sistemas de
circulações, obtendo 8,94% de lipídios.
Segundo a VII lista dos novos ingredientes aprovados
pelas Comissões Técnico-Científicas de Assessoramento em
Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF), a Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) permite a
comercialização da Spirulina, desde que o produto final ao
qual o micro-organismo tenha sido adicionado seja
devidamente registrado.
De acordo com Decreto de número 55871/65 a
Spirulina deve ser classificada como ―outros alimentos‖ e a
ANVISA estipula que a recomendação diária de consumo do
produto não deve resultar na ingestão acima de 1,6 g
(ANVISA, 2009).
267
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
Vale ressaltar que diferenças encontradas nos valores
de alguns nutrientes em relação a alguns resultados da
literatura podem ter ocorrido devido a fatores como: os
métodos de análises utilizados, diferenças no metabolismo da
microalga estudada ou aos sistemas de cultivos utilizados
pelos diferentes autores.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
268
CARACTERIZACAO FÍSICO-QUÍMICA DA MICROALGA SPIRULINA PLANTESIS
CULTIVADA E COMERCIAL
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2011
269
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
CAPÍTULO 20
1 INTRODUÇÃO
271
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
produto no mercado. Hoje em dia tanto a Chlorella quanto a
Spirulina são comercializadas como alimento vegan ou
suplemento alimentar podendo ser encontrada de diversas
formas (DERNER et al., 2006; DANTAS, 2013).
É possível citar várias microalgas que podem ser
utilizadas em diversos processos biotecnológicos. Dentre as
clorofíceas e cianobactérias, por exemplo, diversas espécies
contêm em sua composição proteínas, carotenoides, alguns
imunoestimuladores, polissacarídeos, vitaminas e minerais
com diversas aplicações para a saúde humana, produção de
alimento e aditivos alimentares (DANTAS, 2013).
Usualmente as populações naturais de microalgas
podem ser limitadas pelo fornecimento denutrientes, luz,
alguns minerais, pH e temperatura, resultando na maioria das
vezes em baixas densidades celulares de cada espécie
individual. Mas quando isoladas individualmente, o
crescimento é favorecido pelos meios de cultura utilizados e
pelas condições de cultivo, resultando na produção de
biomassa em quantidades suficientes para serem usadas em
diversos processos biotecnológicos, em muitas espécies. Em
condições de cultivo o metabolismo celular pode ser
direcionado para a realização da síntese de compostos de
interesse, como os ácidos graxos, por exemplo, visto que cada
espécie selecionada necessita de estrutura e condições
(aporte de macro e micronutrientes, iluminação e troca de gás)
convenientes(DANTAS, 2013). Desde que as microalgas
possuem grande variedade de estratégias fisiológicas e
bioquímicas para lidar com situações de estresse e são
capazes de alterar seu metabolismo quando mudam as
condições de cultivo, é possível desviar seu metabolismo para
272
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
a síntese de uma variedade de produtos químicos bioativos
(CHU, 2012) de interesse biotecnológico, razão pela qual se
torna premente a realização de estudos acerca dos compostos
que são produzidos por diferentes espécies de microalgas em
diferentes situações de cultivo. Este trabalho teve o propósito
de isolar microalgas de diferentes ambientes aquáticos da
região semiárida de Paraíba visando caracterizar o perfil de
ácidos graxos sintetizados por essas espécies, com vistas a
subsidiar possíveis aplicações na indústria alimentícia.
2 MATERIAIS E MÉTODO
274
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
cromatógrafo a gás, conforme procedimentos de Menezes et
al. (2013).
Os teores de ácidos graxos de cada amostra, foram
determinados no LARBIM/UFPB, gravimetricamente. A
metodologia usada nessas análises seguiu o método de
Hartman e Lago adaptado para microanálises, conforme
procedimentos de Menezes et al., (2013).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
275
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
276
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
Prancha I.Microalgas oriundas da região semiárida da Paraíba
utilizadas nos ensaios de produção de biomassa e análises de ácidos
graxos.Figura a: Desmodesmusspcfcostato-granulatus, b: Chlorococcumcf.
hypnosporum (?), c:Chlorococcumcf.hypnosporum, d: Planktothrix isothrix,
e: Synechococcusnidulans, f: Synechococcusnidulans.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
277
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
b:Chlorococcum cf.hypnosporum, c:Synechococcusnidulans, d:
Synechococcusnidulans, e: Scenedesmusacuminatus, f: Pediastrum tetras.
(b)
(a)
(d)
(c)
(f) (e)
278
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
O rendimento relativo de ácidosgraxos de cada uma
das microalgas estudadas, determinado por cromatografia a
gás, se acha representado na Tabela 2. Pode se evidenciar
que os maiores rendimentos de ésteres de ácidos graxos em
relação à soja (%) foram encontrados nas cepas D112Z
(143,3%), D115WC (211,1%) e D121WC (802,1%), valores
estes que qualificam estas microalgas como potenciais para o
enriquecimento de alimentos.
Fonte: Própria.
279
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
A princípio, é possível analisar que clones da espécie
Chlorococcumcf.hypnosporum (D28Z, D37Z, D76Z)
demonstraram uma divergência nos valores na quantidade de
biomassa (0,30 g/L a 0,51 g/L) e no rendimento de ácidos
graxos (4,7% a 60,2%), assim como os clones da espécie
Synechococcusnidulans (D40Z, D46Z, D82Z e D112Z) que
também exibiram uma variação na quantidade de biomassa
total (0,38 g/L a 0,63 g/L) e no percentual dos ácidos graxos
totais (9,5% a 143,3% em relação à soja). Esses resultados
mostram que independente da microalga ser a mesma
espécie, a adaptação ao meio, as condições do habitat onde
as espécies foram coletadas, bem como as condições
fisiológicas e metabólicas de cada clone no momento do seu
isolamento podem alterar a resposta bioquímica assim como o
rendimento em biomassa (SANTANA, 2014).As análises
cromatográficas realizadas na biomassa das espécies
cultivadas mostraram um perfil variado dos ésteres metílicos
de ácidos graxos (Figura 1).
280
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
Cepas
Figura 1- Diversidade de ésteres metílicos de ácidos graxos para
as cepas de cianobactérias cultivadas
281
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
percentuais para oácido linoleico e uma dominância do ácido
palmítico.
Os ácidos graxos são constituintes estruturais das
membranas celulares, cumprem funções energéticas e de
reservas metabólicas, formando também hormônios e sais
biliares (VALENZUELA; NIETO, 2003). O ácido palmítico
encontrado (saturado) é de grande importância na alimentação
infantil, podendo ser encontrada no leite materno em
concentraçõesde 20% a 30% (SILVA et al., 2007; SANTANA
2014). O ácido graxo essencial encarregado pelo metabolismo
dos lipídeos é o palmitoléico (WHEN; CHEN, 2000). Estes,
associados ao oléico e mirístico apresentam algumas
propriedades físicas e químicas similares às dos óleos
vegetais podendo caracterizar uma fonte de alimentação
vegan (CHISTI, 2007).
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
283
BIOPROSPECÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS PARA APLICAÇÃO NA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA EM DIFERENTES ESPÉCIES DE
MICROALGAS ISOLADAS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA
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284
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
CAPÍTULO 21
285
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
temperatura ambiente sem atmosfera modificada receberam
os maiores escores no 5º dia. Os resultados confirmam a
eficácia da temperatura de refrigeração e presença de
atmosfera modificada no retardamento do amadurecimento
demonstrando ser a melhor alternativa, prolongando a vida útil
pós-colheita das mangas.
Palavras-chave: conservação, manga espada, pós-colheita.
1 INTRODUÇÃO
286
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
A perda de água de produtos armazenados não só
resulta em perda de peso, mas também em perda de
qualidade, principalmente pelas alterações na textura. Alguma
perda de água pode ser tolerada, mas àquelas responsáveis
pelo murchamento ou enrugamento devem ser evitadas. O
murchamento pode ser retardado, reduzindo-se a taxa de
transpiração, o que pode ser feito por: aumento da umidade
relativa do ar; diminuição da temperatura; redução do
movimento do ar e o uso de embalagens protetoras
(VICENTINI et al., 1999).
O emprego da refrigeração prolonga o período de
conservação dos frutos e o uso de atmosfera modificada
durante o armazenamento pode reduzir os danos ocasionados
pela respiração e pela transpiração, como perda de massa e
mudança na aparência (PFAFFENBACH et al., 2003).
A habilidade para regular a atmosfera estabelecida na
embalagem dependerá da respiração do fruto e da
permeabilidade da embalagem. Esses fatores, por sua vez,
são dependentes da temperatura, já que a elevação da
mesma promove aumento da atividade respiratória dos
produtos e da permeabilidade do filme utilizado. (JERONIMO
et al., 2007).
Tendo em vista o exposto, esse trabalho teve como
objetivo avaliar as alterações físicas, químicas e sensoriais de
mangas (Mangifera indica) in natura do tipo espada
submetidas à atmosfera modificada ou não, durante
armazenamento em diferentes condições de temperatura.
287
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
2 MATERIAL E MÉTODOS
289
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
casca, presença de manchas e firmeza, tomando como base
as observações feitas no 1º dia.
Na análise da textura foi utilizado o Texturômetro da
Extralab Brasil modelo TA-XT Plus Texture Analyse. O teste
adotado foi o de penetração utilizando o pobre cilíndrico P/3,
com apenas uma penetração em cada fruto. As análises das
leituras foram realizadas e registradas em software (STABLE
MICRO SYSTEMS®, TE32L, versão 4.0, Surrey, Inglaterra), e
os resultados foram expressos em Newton (N). Essa análise
foi realizada nos frutos com o objetivo de avaliar a firmeza de
acordo com o estágio de maturação em função do tempo,
temperatura e da presença e ausência de embalagem.
Para determinação da cor da casca foi realizada uma
avaliação objetiva utilizando-se um colorímetro digital (Konica
Minolta, modelo CHROMA METER CR-400), medindo-se os
parâmetros do sistema CIELAB, definido como L*
(luminosidade variando de 0 – cores opacas ou escuras a 100
– cores brancas ou de máximo brilho), a* (cromaticidade
variando de verde [-] a vermelho [+]) e b* (cromaticidade
oscilando de azul [-] a amarelo [+]).
Os frutos foram dispostos numa superfície plana
branca, evitando-se interferência da superfície. Para essa
análise utilizou-se os frutos inteiros e foram avaliados os dois
lados dos frutos, considerando-se assim uma análise em
duplicata para cada fruto.
Ainda foram realizadas análises de pH (AOAC, 2006) e
determinado o teor de sólidos solúveis totais (AOAC, 2005).
Uma análise sensorial das mangas, foi desenvolvida
com 13 provadores que não possuíam nenhum tipo de
treinamento específico, porém foram instruídos e orientados
290
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
para a realização do teste, onde utilizaram de suas habilidades
sensoriais, para analisar as amostras disponíveis.
As avaliações dos provadores foram realizadas
individualmente, onde avaliaram os atributos: sabor, doçura,
acidez, aparência, textura e avaliação global utilizando escala
hedônica estruturada de 9 pontos, variando de gostei
extremamente (9) até desgostei extremamente (1), utilizando-
se a metodologia recomendada pelo Instituto Adolfo Lutz – IAL
(BRASIL, 2005).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.3 Textura
Os valores de textura das mangas em seus diferentes
estágios de maturação e condições de armazenamento estão
indicados na Tabela 1.
De um modo geral, foi observado que com o decorrer
do tempo para todas as mangas em seus diferentes estágios
de amadurecimento e condições de armazenamento houve
um decréscimo de sua firmeza. Esse perfil já era esperado,
uma vez que durante o amadurecimento, ocorrem alterações
tanto na estrutura da parede celular devido à ação das
enzimas pectinolíticas provocando o amolecimento do tecido
vegetal, como a degradação de amido, além da perda de
292
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
turgidez devido a perda de água. De acordo com Kays (1991)
e Sousa et al. (2002) a atividade das enzimas pectinolíticas
atuam solubilizando as substancias pécticas presentes na
parede celular, e em decorrência disso promove o
amaciamento dos frutos.
De acordo com a tabela 1 foi possível observar para a
análise de textura que as mangas com embalagem
mostraram-se mais firmes do que as mangas sem embalagem
independente da temperatura de armazenamento e do estágio
de maturação nos dias analisados. Sendo que as mangas
submetidas a refrigeração apresentaram uma maior firmeza do
que as mangas submetidas a temperatura ambiente, para
todos os estágios de maturação com presença e ausência de
embalagem.
293
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
Verde (T3) 29,767 19,897
*Valores em Newton (N).
294
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
possivelmente ocorreu devido às condições favoráveis para o
aumento da taxa respiratória da manga e consequentemente
elevação na velocidade das reações responsáveis pelo
amadurecimento, provocando assim uma maior intensidade na
coloração amarela da manga.
Os resultados das análises de cor para a manga verde
demonstraram que para o parâmetro L não houve diferença
significativa (p≤0,05) nas diferentes condições de
armazenamento e tempo. Para o parâmetro a* houve
diferença significativa (p≤0,05) com relação aos tratamentos
apenas no 5º dia, onde a manga verde sem embalagem a
temperatura ambiente diferiu da verde com embalagem a
temperatura ambiente. Já para o parâmetro b* apenas a
manga verde sem embalagem a temperatura ambiente no 5º
dia diferiu significativamente (p≤0,05) da manga verde sem
embalagem a temperatura ambiente no 1º dia.
De acordo com os resultados das análises de cor para o
parâmetro *L (luminosidade) foi observado que a manga
madura em todos os tratamentos apresentou os maiores
valores e foi diminuindo ao longo do armazenamento. Para o
parâmetro a* (intensidade de vermelho/ verde), foi observado
para as mangas maduras os maiores valores, o que pode ser
justificado pelo grau de amadurecimento da manga, já que
quanto maior o estágio de maturação menos clorofila se tem e
mais intensidade do vermelho a manga possui devido a
formação de outros pigmentos. Já para o parâmetro b*
(intensidade de amarelo/azul) foi observado que os maiores
valores foram encontrados para a manga madura o que já era
esperado, já que a manga madura apresenta maior coloração
amarela do que a manga de vez e a manga verde,
295
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
respectivamente, devido ao surgimento dos pigmentos
próprios do amadurecimento.
4 CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
298
AVALIAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MANGAS (Mangifera indica) ―ESPADA‖
SUBMETIDAS A DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
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299
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
CAPÍTULO 22
1 INTRODUÇÃO
O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo
e o Brasil é o segundo maior consumidor mundial, perdendo
apenas para os Estados Unidos. Em diversos estudos
científicos o café é apontado como benéfico para saúde
humana, agindo em várias partes do organismo. De
composição química complexa, o café tem como principal
substância a cafeína, porém, seus nutrientes são renovados
após a torrefação, o que garante a presença de outras
substâncias nutritivas e bioativas (ABIC, 2007).
A bebida do café descafeinado responde por 10% do
consumo mundial de café e tem mobilizado estudiosos do
mundo inteiro para atender à demanda crescente de pessoas
que querem se livrar dos efeitos colaterais provocados por
essa substância estimulante, como a insônia (SILVAROLLA,
2004). Com isso tem-se feito diversos estudos sobre a
composição química do mesmo, como a sua atividade
antioxidante após a extração da cafeína.
Uma nova forma de consumo da bebida que demonstra
alto crescimento anual é o mercado de café do tipo superior e
gourmet. Voltado aos consumidores do mercado de luxo, é
adicionado de diversos sabores e misturas, podendo ser
oferecido quente ou gelado. Com isso o Brasil busca avançar
no conceito de exportador de matéria prima ou commodities
para produtos derivados de qualidade (SEBRAE, 2010).
301
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
Outras substâncias presentes no café, além da cafeína
são os polímeros fenólicos, ácidos clorogênicos, lipídios,
terpenos que, em associação, também possuem diferentes
efeitos biológicos, como: ação antioxidante, antimutagênica,
antibiótica, anti-hipercolesterolêmica e antihipertensiva
(SAKAMOTO, 2001).
O café é a principal fonte de ácido clorogênico da dieta
humana (LAFAY, 2006). Sendo assim, sua atividade
antioxidante pode ser determinada pela contribuição de
substâncias antioxidantes de ocorrência natural e induzidas
pela torrefação e processamento do café (LÓPEZ, 2006). A
torrefação pode levar à perda de polifenóis, devido à
degradação térmica progressiva. Contudo, este efeito pode ser
minimizado pela formação de produtos antioxidantes da
reação de Maillard (DAGLIA, 2000).
O interesse de antioxidantes de fontes naturais tem
aumentado, principalmente para prevenir o dano oxidativo às
células vivas. O papel de antioxidantes e seus benefícios para
a saúde têm atraído grande atenção nos últimos anos,
especialmente aqueles extraídos de plantas (ZHENG, 2001).
Os compostos fenólicos constituem uma das principais
classes de antioxidantes naturais. Eles são largamente
distribuídos em frutos, legumes, grãos, sementes, folhas e
raízes, cascas, dentre outras matérias. Estes constituintes são
capazes de retardar o aparecimento de doenças e o
envelhecimento corporal, e até de impedi-las (SÄÄKSJÄRVI,
K., KAWACHI, I., 2007).
A atividade antioxidante de compostos fenólicos está
unida às suas propriedades redutoras e estrutura química. São
características que desempenham um papel importante na
neutralização de radicais livres e quelação de metais de
302
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
transição, tem efeito tanto na etapa de iniciação como na
propagação do processo oxidativo. Os intermediários
formados pela ação de antioxidantes fenólicos são
relativamente estáveis, em função da ressonância do anel
aromático contido na estrutura dessas substâncias (Souza et
al., 2007).
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
atividade antioxidante da bebida café (cafeinado e
descafeinado) através da atividade antioxidante total.
2 MATERIAIS E MÉTODO
303
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
305
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
Os dados do presente estudo demonstram que o café
descafeinado apresenta maior capacidade antioxidante total
quando observada a concentração do cafeinado.
Sabe-se que o café é uma das bebidas mais
consumidas em todo o mundo depois da água (O'KEEFE et
al., 2013). Todavia, a ingestão dessa bebida sempre esteve
vinculada ao desenvolvimento de inúmeros males ao
organismo, dentre eles o acometimento por doenças
cardiovasculares. Esses problemas estão comumente
vinculados à presença de cafeína no café. Contudo, sabemos
que essa bebida possui diversas outras substâncias bioativas
com ação protetora do organismo a exemplo dos polifenóis e
ácidos clorogênicos que desempenham um papel antioxidante.
Alguns estudos identificaram que a concentração
desses compostos antioxidantes bioativos são modulados
pelas variações na torra, formas de preparo e tipos de café.
Assim, é comum observarmos que parte dos estudos já
determinaram a concentração dos antioxidantes nos cafés do
tipo Gourmet, Conilon e mesmo o café arábica, mas ainda não
era determinada a atividade antioxidante total de um café
consumido cotidianamente pela população da cidade de João
Pessoa.
Segundo Abrahão et al. (2010), existem indícios de ocorrência
de maior concentração de compostos fenólicos totais em cafés
de pior qualidade.
Lima et al. (2010) demonstrou que o processo de torra,
independente da descafeinação, influenciaram na atividade
antioxidante das bebidas de café, sendo a atividade
antioxidante potencializada com a torração.
Ribeiro et al. (2014) realizaram estudo para
determinação de flavonoides e atividades antioxidante total de
306
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
cafés solúveis cafeinado e descafeinado. Assim, os
pesquisadores observaram que as bebidas possuíam
compostos flavonoides e CAT independentemente de serem
cafeinado e descafeinado. Abrahão et al. (2010) também
encontraram atividade antioxidante total, porém, no café verde
dos tipos rio e mole. Esses pesquisadores também
observaram a presença de ácidos clorogênico e teor de
fenólicos totais. Os dados do nosso estudo corroboram com
Ribeiro et al. (2014) uma vez que encontramos concentrações
semelhantes de CAT no café cafeinado e descafeinado.
Tomados em conjunto os nossos dados demonstram
que, embora o café esteja vinculado com o acometimento por
malefícios na saúde dos habituados ao seu consumo, também
devemos considerar que essa bebida possui compostos
bioativos capazes de melhorar a saúde cardiovascular de
quem ingere essa bebida. Assim, esse não é um estudo
destinado apenas para a alimentação saudável, mas também
para demonstrar a importância da ingestão de café de um
ponto de vista ainda mais amplo.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=38#58,
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CAFEINADO E DESCAFEINADO
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308
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CAFÉ (coffea arabica)
CAFEINADO E DESCAFEINADO
antioxidante do café (coffea arabica l.). Ciênc. agrotec., Lavras, v. 34, n.
2, p. 414-420, mar./abr., 2010.
309
TECNOLOGIA DOS
ALIMENTOS
310
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
CAPÍTULO 23
311
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
Palavras-chave: Tecnologia pós-colheita, Bebida não
alcoólica, Parâmetros físico-químicos
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODOS
313
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
314
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
Tabela 1. Formulações para elaboração dos néctares misto de abacaxi,
água de coco e hortelã
COMPONENTES (g) N1 N2 N3
Abacaxi 40 50 60
Água de coco 100 100 100
Hortelã 0,5 0,5 0,5
315
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
316
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
idade atinge os 5 meses, o pH encontra-se em torno de 4,7 a
4,8, podendo elevar-se a 5 ou acima ou até o final do
crescimento do fruto. Os valores médios de pH das amostras
in natura obtidas por Aragão et al. (2001) foram de 5,45 e 5,22
e o resultado obtido neste estudo foi de 6,08 onde indicam
que as águas de coco analisadas foram adquiridas de frutos
maduros e adequados para consumo humano como bebida,
de acordo com a Instrução Normativa Nº 39, de 28 de maio de
2002, que estabelece um pH de 4,3.
Fernandes et al. (2011), ao analisarem água de coco,
obtiveram de sólidos totais (ST) igual a 4,22%, valor este
inferior ao encontrado nesse estudo que foi 6,86% e pH com
valor de 4,5 também inferior ao encontrado nesta pesquisa,
com 6,08, assim como os níveis de pH encontrados por
Magalhães et al. (2005), na faixa de 4,0-5,6. Carvalho et al.
(2014) encontraram valores de sólidos solúveis (SS) iguais a
4,69 e 4,75 ºBrix, valores estes próximos ao encontrado na
água de coco usada na elaboração dos néctares desse
trabalho que foi a 4,0 °Brix. Os valores de acidez
apresentaram-se iguais a 0,06% e 0,05%, sendo estes
superiores ao índice de acidez constatada nesta pesquisa com
valor de 0,032%, onde encontra-se dentro dos padrões
exigidos pela Instrução Normativa Nº 39/02, onde a acidez
fixa em ácido cítrico (g/100ml) deve apresentar mínimo de
0,03 e máximo de 0,18.
A relação SST e ATT para as águas de coco adquiridas
por Silva et al. (2013) foram todas superiores a encontrada
neste estudo, com valores de 244,6 e 372,5.
A Tabela 3 mostra os resultados da caracterização
colorimétrica da polpa de abacaxi e água de coco.
317
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
319
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
relacionados à ATT, reduzindo com o aumento de abacaxi,
com valores variando de 4,96 (N3) a 5,07 (N1).
A relação SST/ATT indicou que todas as formulações
de néctares apresentaram diferença significativa. Isso se deve
a quantidade de polpa empregada. O teor de água encontrado
por Bagano et al. (2013) ao analisarem néctar de água de
coco com maracujá foi de 83,8%, sendo este valor inferior ao
encontrado nesse estudo para as três formulações de
néctares de abacaxi, água de coco e hortelã com valores
superiores a 90%. O alto valor da atividade de água e teor de
água dos néctares de abacaxi, água de coco e hortelã
elaborados para este estudo era esperado, uma vez que os
néctares em sua totalidade foram constituídos por água de
coco e esses resultados são similares aos de Mattietto et al.
(2007) ao estudar o néctar misto de caju e umbu.
Daltro et al. (2014) ao analisarem físico-quimicamente
bebida mista de graviola com água de coco, encontraram
resultado de pH de 3,98. Pereira et al. (2009) verificou que o
pH manteve-se abaixo de 4,5 em todas as formulações de
bebida mista de água de coco, polpa de abacaxi e acerola,
apresentando valores entre 3,82 e 4,32. Contudo nas
formulações de néctares deste trabalho, todos os valores de
pH foram superiores a 5,0. No estudo dos autores citados
anteriormente, a ATT variou de 0,24 a 0,52%, valores
superiores aos encontrados neste trabalho.
O néctar de abacaxi e hortelã elaborado por Cruz et al.
(2014) apresentou valores de pH iguais a 4,19, 3,97 e 3,96,
para as concentrações de 40, 45 e 50% de abacaxi e 1% de
hortelã, respectivamente, valores estes todos inferiores aos
encontrados nesse estudo. As ATT foram de 0,35%, 0,31% e
320
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
0,41%, onde se apresentaram superiores aos encontrados
nessa pesquisa.
Nos resultados obtidos por Bagano et al. (2013) para
SST, foi evidenciado teor de 15,5 °Brix no néctar de água de
coco e maracujá. Verificou-se muita semelhança aos
resultados obtidos no trabalho de Damiani et al. (2011) com
néctar misto de cajá-manga com hortelã, que foi de 15 °Brix,
embora tenham sido utilizados matérias- prima diferentes.
Em estudos com bebidas mista à base de água de coco
e suco de acerola, Lima et al. (2008) encontraram SST na
faixa de 11,93 a 12,15 °Brix e o néctar de abacaxi e hortelã
elaborado por Cruz et al. (2014), com 10,5, 10,25 e 10,06
°Brix. Pereira et al. (2009), ao desenvolverem bebidas mistas
à base de água de coco, polpa de abacaxi e acerola,
observaram que os teores de SST nas formulações
apresentaram pequenas variações, obtendo-se valores entre
10,33 e 11,76 °Brix. Os resultados obtidos por Daltro et al.
(2014) obteve um resultado de SST de 13,2 °Brix da bebida
mista de graviola com água de coco.
Todos estes trabalhos citados acima apresentaram SST
superiores aos encontrados nos néctares de abacaxi, água de
coco e hortelã que foi de 6,0 °Brix para as três formulações. O
aumento da proporção da mistura influenciou a quantidade de
SST nos estudos de Neves & Lima (2010), porém não
influenciou nos SST desse estudo.
Pereira et al. (2009), ao desenvolverem bebida mista à
base de água de coco, polpa de abacaxi e acerola, tratando-se
da relação SST/AAT, o néctar elaborado com 73,75g de água
de coco, 23,75g de polpa de abacaxi e 2,50g de polpa de
acerola obteve uma relação de 47,43, semelhante ao
encontrado neste estudo para a formulação N1 (47,12). No
321
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
néctar elaborado com 65,00g água de coco, 23,75g polpa de
abacaxi e 11,25g polpa de acerola, a relação foi de 40,26,
semelhante à encontrada nesse estudo com a formulação N2
(40,90). O néctar elaborado com 65,00g de água de coco,
15,00g de polpa de abacaxi e 20,00g de acerola, obteve um
relação de 34,37, resultado próximo ao encontrado no N3
(35,39).
322
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
graviola com água de coco, Daltro et al. (2014), obtiveram
valores de L* de 44,19, a* de 0,62 e b* de -1,17.
O chroma (C*), indicou que os néctares apresentaram
uma intensidade de cor neutra e ângulo de hue (h*) indicou
que os néctares possuem tonalidade entre a região do
amarelo/verde.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
323
AGREGAÇÃO DE VALOR A FRUTOS E PLANTA ATRAVES DO
DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR MISTO
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ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
CAPÍTULO 24
326
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
1 INTRODUÇÃO
327
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
2 MATERIAIS E MÉTODO
328
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 observa-se os resultados obtidos do teor
de água e sólidos solúveis totais das amostras de seriguelas
329
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
330
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
331
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
332
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
334
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
335
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
336
ESTABILIDADE DA SERIGUELA REVESTIDA COM PELÍCULA
BIODEGRADÁVEL
337
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
CAPÍTULO 25
1 INTRODUÇÃO
338
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
339
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
de escurecimento causadas pelas enzimas peroxidase e
polifenoloxidase, essa reação faz com que o produto fique
escuro e deprecie sua qualidade, sendo seu controle ou
prevenção facilmente realizado por meio da desidratação, do
armazenamento em baixas temperaturas, do tratamento
térmico, da eliminação do oxigênio do meio, da utilização de
agentes químicos, dentre outros (CABELLO, 2005; LUPETTI
et al., 2005; NEVES e SILVA, 2007).
Para prolongar a conservação desse tubérculo
recomenda-se desidratá-lo, podendo ser conservados por até
um ano quando guardados em recipientes herméticos
(MICHELS, 2005). No entanto, pode ocorrer ainda o
escurecimento em razão da oxidação enzimática, causando
alterações indesejáveis das características visuais que,
segundo RAMALHO e JORGE (2006), podem ser reduzidas
pelo emprego de antioxidantes.
O suco de limão pode ser empregado contra o
escurecimento oxidativo em vários alimentos, pois as frutas
cítricas são reconhecidas como fonte de constituintes
antioxidantes que apresentam várias ações benéficas ao ser
humano (SÁNCHEZ-MORENO et al., 2003; REBELLO et al.,
2008).
A secagem de produtos é um processo que é utilizado,
para preservar e/ou inibir a atividade enzimática. Esse
processo consiste na remoção de água e substâncias voláteis
de um produto diminuindo assim sua atividade de água
(CORRÊA et al., 2007).
A liofilização é um processo de desidratação de
produtos em condições de pressão e temperatura, tais que a
água previamente congelada, passa do estado sólido para o
estado gasoso por sublimação. Como esse é realizado a baixa
340
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
temperatura e ausência do ar atmosférico permite que as
propriedades químicas e sensoriais praticamente não se
alterem (MENEZES et al., 2009). Os produtos alimentícios em
pó são cada vez mais utilizados pela indústria de alimentos,
uma vez que eles reduzem significativamente os custos de
certas operações como embalagens, transporte,
armazenamento e, pela conservação, elevam o valor
comercial do produto (SANTOS et al.,2012).
Este trabalho teve como objetivo obter o pó da mistura
yacon com suco de limão através do processo de liofilização, e
caracterizá-lo quanto a parâmetros físicos e físico-químicos.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
341
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
formulação sem maltodextrina) e na outra porção foi
adicionada 10% de maltodextrina (FCM – formulação com
maltodextrina). Os dois tipos de amostras foram congeladas
em freezer doméstico durante 48 horas e submetidas ao
processo de liofilização, em liofilizador da marca Terroni
modelo LS 3000. Após a liofilização as amostras foram
trituradas em almofariz com pistilo obtendo-se o pó.
Foi realizada a caracterização físico-química e física,
em triplicata, das amostras quanto aos seguintes parâmetros:
teor de água; acidez total titulável, expressos em % de ácido
cítrico; pH, por leitura direta em phmetro de bancada; e sólidos
solúveis totais, leitura direta em refratômetro seguindo-se as
metodologias do Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005).
Também foi determinada a atividade de água a 25 °C, através
de leitura direta em higrômetro Aqualab 3TE (Decagon), e a
cor, realizada em espectrofotômetro portátil Hunter Lab Mini
Scan XE Plus, modelo 4500 L, obtendo-se os parâmetros
luminosidade (L*) (L* = 0 – preto; e L* = 100 – branco) e a* e
b* são responsáveis pela cromaticidade (+a* = vermelho; –a*
= verde; +b* = amarelo; –b* = azul).
Foi aplicado o teste de Tukey a 5% de probabilidade
para comparar as médias dos parâmetros analisados dos
tratamentos FSM e FCM liofilizadas utilizando-se o programa
computacional Assistat versão 7.5 Beta (SILVA e AZEVEDO,
2009).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 tem-se os valores médios dos parâmetros
físico-químicos e físicos analisados no yacon e no suco de
limão e nas formulações FSM e FCM após a mistura em
liquidificador. Observa-se que o yacon apresentou um teor de
342
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
água de 85,77% sendo compatível com o alto valor da sua
atividade de água que foi de 0,985, indicando que este produto
é bastante susceptível ao desenvolvimento de reações
indesejáveis causadas por micro-organismos.
VASCONCELOS et al. (2010) verificaram para a batata yacon
um teor de água superior de cerca de 91,10%; e BISINELLA et
al. (2015) encontraram teor de água para o yacon próximo de
cerca de 83,40%. O teor de água do suco de limão foi maior
do que o do yacon e o de FCM menor do que o de FSM, em
razão da adição de sólidos (maltodextrina). Entretanto, todas
as amostras avaliadas apresentaram altos teores de água.
As amostras apresentaram alta atividade de água uma
média de 0,98, sendo recomendando a desidratação como
forma de reduzir a atividade de água e aumento da vida útil.
Constata-se que o yacon é um tubérculo de baixa
acidez, apresentando um valor de 0,09% de ácido cítrico,
estando em consonância com o pH que apresentou valor
superior a seis, sendo considerado um alimento pouco ácido
(pH > 4,5). Estes valores são superiores aos encontrados por
PRATI et al. (2009) que foi de 0,05% de acidez total titulável e
pH de 6,02 para este mesmo tubérculo. TRINDADE et al.
(2012) encontraram para o yacon da cultivar Achat um teor de
acidez superior de 1,78%. Constata-se que o yacon apresenta
uma acidez baixa quando comparada com a batata doce que
tem 7,93% (LEONEL e CEREDA, 2002).
Os valores da acidez (7,19% em ácido cítrico) e pH
(2,24) obtidos para o suco de limão, comprovam que este é
um produto muito ácido (pH < 3,7), sendo uma característica
dos antioxidantes. DUZZIONI et al. (2010) confirmaram essa
atividade antioxidante ao estudarem essa propriedade em
limão tahiti. Observa-se que as formulações de yacon com
343
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
limão ficaram ainda na categoria de alimentos muito ácidos
(pH < 3,7).
344
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
era esperado em razão da maltodextrina ser um
polissacarídeo.
Verifica-se, de acordo com os valores da luminosidade,
que o yacon (54,40) é mais claro do que o suco de limão
(25,35), em razão de que quanto maior L* mais clara é a
amostra. A formulação com maltodextrina (FCM) apresentou
menor luminosidade (42,53) em relação a FSM. O yacon é um
pouco mais escuro do que a mandioquinha salsa in natura que
apresentou L* = 64,69 (BORGES et al., 2013). O yacon teve
leitura na escala da intensidade de vermelho (+a*), enquanto
que o limão e as formulações na escala da intensidade de
verde (-a*). Todas as amostras apresentaram leitura na escala
da intensidade de amarelo (+b*) com o yacon com o maior
valor (20,69) e entre as formulações a FSM apresentou o
maior valor +b* (15,85).
Tem-se na Tabela 2 os resultados obtidos dos
parâmetros analisados para os pós de yacon com suco de
limão liofilizados com e sem adição de maltodextrina.
Constata-se que o teor de água na amostra com 10% de
maltodextrina apresentou um valor menor, que foi de 14,73%,
mostrando que incorporação de sólidos interferiu na retirada
da água do produto. Verifica-se que os teores de água dos pós
das misturas de yacon com suco de limão foram superiores ao
da mucilagem de inhame liofilizado determinado por
CONTADO et al. (2009) que foi de 4,36%; ao da farinha de
yacon secada em estufa a 55 ºC por 48 horas que apresentou
um teor de água de 6,59% (VASCONCELOS et al., 2010); e
ao da polpa de yacon com maltodextrina desidratada em
secador por atomização que obteve um pó com 2,34% de teor
de água (NISHI et al., 2013). Uma provável explicação para os
altos teores de água dos pós do presente trabalho deve-se a
345
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
etapa de trituração no almofariz fazendo com que a amostra
absorva água do ambiente.
347
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
luminosidade próximo foi encontrado por SANTOS et al.
(2010) para a farinha da batata ―Markies‖ seca em secador de
bandejas a uma temperatura de 60 ºC, com L* = 72,92.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
348
LIOFILIZAÇÃO DA MISTURA BATATA YACON COM SUCO DE LIMÃO
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352
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
CAPÍTULO 26
353
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
1 INTRODUÇÃO
354
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
2 MATERIAIS E MÉTODO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
356
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
359
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
363
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
364
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
365
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS APLICADAS NA ELABORAÇÃO DE
COOKIES: UMA REVISÃO DE LITERATURA
366
NUTRIÇÃO E
SAÚDE PÚBLICA
367
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
CAPÍTULO 27
1 NTRODUÇÃO
369
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
370
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
2 MATERIAIS E MÉTODOS
372
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Frequência
Variáveis
N %
Sexo
Feminino 07 38,9%
Masculino 11 61,1%
Faixa etária
>60 anos 14 77,88%
<60 anos 04 22,22%
Escolaridade
Não sabe ler/escrever 10 55,66%
Ensino Fundamental I 05 27,82%
Ensino Médio 04 16,7%
Estado Nutricional
Magreza 03 16,7%
Eutrofia 06 33,33%
Sobrepeso / Obesidade 09 50%
DCNT
Hipertensão 06 33,33%
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) 02 11,11%
Hipertensão e DM2 03 16,7%
Hipertensão e outras patologias 07 39,1%
Motivos da restrição
374
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
375
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
8
10 6
3 Sexo Feminino
5 1
0 Sexo Masculino
Sem risco Risco muito
elevado
376
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
377
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
378
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
62,89 66,22
70
Percentual (%)
60 55 55
50
40 30 30
30 22,42
19,07 21,58 Recomendado
15 17,77
15
20
10 Consumido
0
CHO
LIP
CHO
LIP
PTN
PTN
Mulheres Homens
379
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
4 CONCLUSÕES
380
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
381
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE
INDIVÍDUOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ACOMPANHADOS PELO GRUPO
TUTORIAL ESF E REDES DO PET-SAÚDE
382
NUTRIÇÃO E
GESTÃO EM
ALIMENTAÇÃO
COLETIVA
383
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
CAPÍTULO 28
1 INTRODUÇÃO
A alimentação é necessidade básica para qualquer
sociedade. Influencia a qualidade de vida por ter relação com
a manutenção, prevenção ou recuperação da saúde. Deve ser
saudável, completa, variada, agradável ao paladar e segura
para que, assim, possa exercer seu papel (ZANDONADI, et.
al., 2007).
Nutrição é a ciência que estuda os alimentos, seus
nutrientes, bem como sua ação, interação e balanço em
relação à saúde e doença, além dos processos pelos quais o
organismo ingere, absorve, transporta, utiliza e excreta os
nutrientes. Dieta é o conjunto de alimentos que o indivíduo
consome diariamente com as substâncias nutritivas
denominadas nutrientes (FISBERG, et al., 2005).
Uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) é
considerada como a unidade de trabalho ou órgão de uma
empresa que desempenha atividades relacionadas à
alimentação e à nutrição, independentemente da posição que
ocupa na escala hierárquica da instituição (CARDOSO;
SOUZA; SANTOS, 2005).
As UANs, portanto, são unidades que pertencem ao
setor de alimentação coletiva, cuja finalidade é administrar a
produção de refeições de forma nutricionalmente equilibrada,
com um bom padrão higiênico-sanitário para consumo fora do
lar, que possam contribuir na manutenção ou recuperação da
385
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
saúde de coletividades, e ainda, auxiliar no desenvolvimento
de hábitos alimentares saudáveis (COLARES e FREITAS,
2007).
Em uma unidade hospitalar, vários critérios são
estabelecidos com a finalidade principal de recuperar a saúde
do paciente, enquadrando nessas exigências a dieta, a qual
faz parte do seu tratamento. Assim, os funcionários, de um
modo geral, estão envolvidos nesse processo, mas aqueles
que trabalham em UAN hospitalar têm uma responsabilidade
particular, porque estão alimentando pessoas enfermas, cujo
sistema imunológico provavelmente encontra-se debilitado
(SOUSA e CAMPOS, 2003).
De acordo com a Resolução CFN 380/2005, o trabalho
de um nutricionista em uma UAN visa planejar, organizar,
dirigir, supervisionar e avaliar os serviços de alimentação e
nutrição, realizar assistência e educação nutricional a
coletividade ou indivíduos sadios ou enfermos em instituições
públicas e privadas. Além disso, no que se refere às UAN de
ambientes especiais, como em hospitais, o nutricionista tem
de prestar assistência dietética e promover educação
nutricional a indivíduos, sadios ou enfermos, visando à
promoção, manutenção e recuperação da saúde.
Dentre outras das atribuições específicas deste
profissional, estão as seguintes atividades: planejar cardápios
de acordo com a necessidade de seus clientes; coordenar e
executar os cálculos de valor nutritivo, rendimento e custo das
refeições e/ou preparações culinárias; e planejar, implantar,
coordenar e supervisionar as atividades de pré-preparo,
preparo, distribuição e transporte de refeições e/ou
preparações culinárias (ABREU; SPINELLI e PINTO, 2009).
386
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
Então, para garantir a qualidade, tanto do ponto de vista
nutricional quanto operacional da refeição servida por uma
UAN, um nutricionista deve dispor de ferramentas que o
auxiliem nessa tarefa. Para Akutsu et al. (2005), a Ficha
Técnica de Preparação (FTP) é um instrumento gerencial de
apoio operacional, pelo qual se fazem o levantamento dos
custos, a ordenação do preparo e o cálculo do valor nutricional
da preparação.
FTPs, ou também denominadas receitas padrão, são
fórmulas escritas para produzir um item alimentar em
quantidade e qualidade específicas para uso num determinado
estabelecimento. Esse item deve apresentar as quantidades e
qualidades exatas dos ingredientes juntamente com a
sequência correta de preparação e serviços. Com isso, tem
como objetivo: determinar a quantidade e a qualidade dos
ingredientes que devem ser usados; o rendimento que é
possível conseguir com a receita programada; o custo por
porção dos alimentos e o valor nutritivo de determinado prato
padrão (ABREU; SPINELLI e PINTO, 2009).
Assim, além de permitir uma padronização da qualidade
e um planejamento de operações e de custo, a FTP, permite
também que se incorporem novas receitas à unidade sem
esquecimento das demais e que, se um prato for retirado
temporariamente do cardápio, possa retornar com as mesmas
características. (ABREU; SPINELLI e PINTO, 2009).
Portanto, este trabalho tem como objetivo a elaboração
e implantação do uso de FTP na UAN de um Hospital
Psiquiátrico, em Natal, Rio Grande do Norte.
2 MATERIAIS E MÉTODO
387
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
388
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
O modelo de FTP (Apêndice 1) utilizada possui as
seguintes informações: ingredientes, descrição do peso líquido
(PL), valores per capita de PL, Fator de Correção (FC), Peso
Bruto (PB), quantidade total, medidas caseiras, modo de
preparo, cálculos referentes ao custo (total e per capita),
rendimento (porção média e total), ao Fator de Cocção (Fcç),
além do valor nutricional dos ingredientes da preparação.
Dessa forma, os ingredientes deveriam ser pesados,
antes de ir à cocção ou preparo, com o auxílio de balança com
capacidade para 150 kg, para obtenção dos valores de PB,
PL, quantidade total e, consequentemente, identificação das
medidas caseiras e cálculo do valor nutricional. Porém, devido
à ausência de balança nestas condições no local, estes
valores foram estimados pelo relato dos funcionários e,
quando possível, por aferição em balança digital de cozinha,
de marca Imperial, com capacidade máxima para 5 kg (valores
aferidos demonstrados no Quadro 1).
389
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
Pelo mesmo motivo anterior, foram utilizados os valores
teóricos para FC, segundo o livro ―Alimentos Per Capita‖
(ARAÚJO e GUERRA, 2007). E, de acordo com a lista de
pedido de gêneros, pertencente ao Hospital e fornecida pela
Nutricionista do local, foi estabelecido o custo dos
ingredientes.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A alimentação é caracterizada, portanto, como
fenômeno de extrema complexidade, que envolve aspectos
psicológicos, fisiológicos e socioculturais. (Recomendações de
Alimentação e Nutrição Saudável para a População Brasileira).
Em âmbito hospitalar, a preocupação com a alimentação e
com os indicadores do estado nutricional dos indivíduos
enfermos é ainda maior, uma vez que a desnutrição neste
ambiente continua sendo a causa mais frequente do aumento
390
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
da morbimortalidade na internação (SOUSA; GLORIA e
CARDOSO, 2011).
Em se tratando do Hospital Psiquiátrico em questão, as
refeições servidas pela UAN do mesmo são simples e,
geralmente, são produzidos os mesmos cardápios por cada
dia da semana. Por esse motivo, durante as 6 semanas de
análise, não foi possível a coleta de preparações distintas,
visto que o acompanhamento deste trabalho se deu em um
mesmo dia da semana. Mas, ainda assim, sabendo-se da
importância de FTP em um serviço de alimentação, foram
elaboradas nove FTP (de acordo com o modelo encontrado
em Apêndice 1) das três preparações principais servidas no
almoço, de três dias diferentes de análise, visto que nos outros
três dias de coleta as preparações se repetiram e, dessa
forma, foram selecionados os melhores dados para
elaboração das fichas. As preparações contempladas pela
elaboração das FTP se encontram descritas no quadro abaixo
(Quadro 2).
391
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
manipuladores de alimentos, ausência de padronização das
refeições e/ou FTP, forma de cocção ou preparo dos
alimentos.
Grande parte dos problemas relacionados à falta de
padronização na produção de refeições, deve-se a
funcionários que trabalham em turnos/escalas diferentes,
executando a mesma tarefa de forma diferente, acarretando
variabilidade no processo de produção e, consequentemente,
perdas em qualidade e em produtividade (CAMPOS, 1992).
Isso pode ser visto na UAN em questão, já que nos três dias
em que foram coletados os dados para as FTP, os
funcionários, principalmente os dois cozinheiros em escala,
eram diferentes. Dessa forma, percebeu-se claramente que a
refeição é produzida de acordo com a preferência do
funcionário responsável, fazendo uso dos ingredientes por
meio da disponibilidade, sua experiência e gosto pelos
gêneros, ao invés de seguir um padrão estabelecido.
A divergência na utilização e quantidade dos
condimentos e no modo de preparo do mesmo cardápio é
presente nos três tipos de preparação: arroz, feijão branco e
frango. No que diz respeito ao arroz, este foi preparado de
maneira refogada nos dias 1 e 3, e cozido no dia 2. Com isso,
o valor nutricional dos dias 1 e 3 foram bem próximos (74 e 73
Kcal, respectivamente); já no dia 2, a quantidade per capita
correspondeu apenas a 63 Kcal, considerando que foram
produzidos apenas 14Kg de arroz, ao invés de 16Kg, como
nos outros dias.
O feijão branco foi preparado de forma diferenciada nos
3 dias de análise. Nos dias 1 e 2, com o modo de preparo
semelhante, porém com condimentos diferenciados. E, no dia
392
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
3, com o acréscimo de farinha de mandioca e linguiça
calabresa, além dos condimentos já normalmente utilizados.
Dessa forma, o valor nutricional das preparações dos dias 1 e
2 se apresentaram bem semelhantes (77 e 76 Kcal,
respectivamente), enquanto que a preparação do dia 3, com
mais ingredientes em sua composição, representou 181 Kcal,
ou seja, mais do que o dobro das anteriores.
Com relação ao frango, foi preparado cozido no dia 1, e
assado nos dias 2 e 3. No dia 1, vale ressaltar, que foram
cozidos apenas 16 unidades de frango inteiro, com acréscimo
de verduras, representando um valor nutricional de 298 Kcal
per capita. Nos outros dois dias (2 e 3) foram assados, em
cada um, 25 unidades de frango inteiro, o que resultou em 504
Kcal e 511 Kcal per capita, respectivamente.
A utilização do sal de ervas nas preparações do dia 2
foi resultado de um teste para a implantação deste em
substituição ao sal refinado, com objetivo de prevenir de forma
ainda mais eficiente (visto que o consumo de sal já é reduzido
nesta instituição) o surgimento de doenças relacionadas ao
consumo de sal, principalmente a Hipertensão Arterial, além
de as ervas servirem também como tempero, resultando em
sabor maior às receitas. Percebeu-se o benefício, portanto,
desta implantação, ao comparar o valor nutricional do sódio
nestas preparações, o qual se encontra reduzido
significativamente em relação às preparações dos dias 1 e 3.
A análise do valor nutricional das preparações, assim
como o planejamento adequado dos cardápios a serem
servidos nesta instituição torna-se ainda mais importante, visto
que se trata de um Hospital Psiquiátrico, o qual atende em sua
maior demanda pacientes com dependência química, usuários
393
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
frequentes de substâncias psicoativas que podem
comprometer o estado nutricional dos usuário.
Deficiências nutricionais são comuns neste tipo de
paciente, normalmente causadas pelo aumento das
necessidades de nutrientes para desintoxicar ou metabolizar a
droga, pela inativação de vitaminas e coenzimas necessárias
para a metabolização de energia, pelos danos no epitélio
intestinal e fígado e pelo aumento da perda de nutrientes com
a diurese e diarreia decorrentes do consumo das substâncias
psicoativas (ADA, 1990).
Uma ingestão alimentar insuficiente é sempre atribuída
aos aspectos clínicos. No entanto, já tem se visto que
pacientes não ingerem boa parte da alimentação que lhes é
oferecida não apenas pela doença que lhe acomete, pela falta
de apetite e alterações do paladar, mas também devido a
mudança de hábitos e insatisfação com as preparações e o
ambiente hospitalar. Por isso, ainda se observa que
alimentação hospitalar é alvo de críticas e rejeições por parte
dos pacientes e da população em geral, sendo percebida,
geralmente, como insossa, sem gosto, fria, entre outras
atribuições (SOUSA; GLORIA e CARDOSO, 2011).
Em se tratando deste assunto, na UAN em questão,
não foi possível avaliar a sobra de comida, pois o que restava
no balcão de distribuição era servido, na maioria das vezes,
novamente aos pacientes, principalmente os do sexo
masculino e atendidos pelo SUS. Dessa forma, não se sabe
exatamente o quanto de um alimento pode ser rejeito ou
consequência de um planejamento superestimado, já que, por
meio de observações em horário da distribuição do almoço, foi
394
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
percebido que as pacientes do sexo feminino reclamaram e
rejeitaram bastante a refeição.
Em consequência disso, a falta de padronização e
utilização de medidas caseiras ou utensílios específicos para
determinação da porção média foi, também, um limitante para
elaboração das FTP e obtenção de um resultado fidedigno dos
rendimentos de cada preparação, visto que, por falta de
balança, o rendimento de todas as preparações prontas foi
estimado pela multiplicação do valor encontrado para a porção
média pelo número de refeições a serem servidas (280, em
média). Valor este, de porção média, estimado pela
observação dos funcionários responsáveis pela distribuição
das refeições, sabendo-se que as mulheres comem em
volume muito menor que os homens e que há um índice
relevante de rejeito por parte do sexo feminino, enquanto que
alta aceitação e repetição pelo sexo masculino.
Dessa forma, percebe-se que a FTP é de grande
importância para um melhor funcionamento da UAN deste
Hospital Psiquiátrico, já que esta proporciona o planejamento
adequado da quantidade de ingredientes utilizados,
minimizando as perdas em refeição e em custo, além de
padronizar a refeição servida, independente do funcionário
responsável que se encontre em escala e responsável pelo
preparo, atentando para a preferência e benefício da clientela.
4 CONCLUSÃO
Diante de todos os resultados expostos, analisados e
discutidos anteriormente, entende-se que, apesar das
limitações, principalmente pela utilização de valores
395
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
estimados, a elaboração e utilização de FTP podem beneficiar
o funcionamento do serviço prestado e, em geral, da UAN.
Apesar do Hospital Psiquiátrico em questão ser uma
instituição filantrópica e funcionar produzindo refeições que
dependem de ajudas/doações, é possível estabelecer
padronização para produção dos cardápios, visto que as
preparações são simples e, principalmente, que o padrão
estabelecido na produção poderia resultar, inclusive, em
benefício com redução de custos para o local.
Sugeriu-se, portanto, a implantação e uso das FTP
elaboradas na UAN do Hospital em questão, como também a
aquisição de balança para alimentos, com o objetivo de
garantir a continuação deste trabalho de forma ainda mais
fidedigna, com valores exatos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
396
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
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APÊNDICES
APÊNDICE 1. MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO (FTP)
FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO
Foto da
PREPARAÇÃO: ______________________________ PORÇÕES: X
preparação
PER CAPITA CUSTO (R$)
Descrição QUANTIDADE MEDIDA Kg
INGREDIENTES
do PL TOTAL CASEIRA /L/
PL FC PB TOTAL
mlh
/ fd
Somatória
Legenda: Kg= quilo; L: litro; mlh: molho; fd: fardo.
MODO DE PREPARO:
CÁLCULOS
RENDIMENTO CUSTO FATOR DE COCÇÃO (Fcç)
397
IMPLANTAÇÃO DE FICHAS TÉCNICAS DE PREPARO EM UNIDADE DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO DE UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO
Somatório dos PL‘s =
Número de porções =
Porção
Total Total Per capita Rendimento Total (Rt)=
média:
Fcç = Rt/PL‘s x Nº Porções
Fcç =
Tota
l
Con
vers
ão x4 x4 x9
para
Kcal
Tota
l em
Kcal
VCT (Kcal) =
Legenda: Fonte do valor nutricional dos alimentos.
398
NUTRIÇÃO
ESPORTIVA
399
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
CAPÍTULO 29
1 INTRODUÇÃO
401
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
trazendo benefícios para a saúde física e mental
(WERUTZKY, 2008). Neste âmbito esportivo, as alterações
orgânicas e o equilíbrio interno do atleta necessitam de
mecanismos de recuperação que são obtidos através de uma
alimentação correta. Uma alimentação saudável e adequadas
às exigências funcionais do gasto energético diário oferece ao
organismo os elementos essenciais para a síntese de novos
tecidos, bem como a reparação das células danificadas
durante o esforço físico,melhorando, assim, a qualidade do
treino, maximiza a performance e melhora o tempo de
recuperação após o esforço (SILVA; SILVA; SANTOS, 2012).
Os atletas adolescentes são bastante vulneráveis à
informação nutricional errônea e práticas não seguras que
podem prejudicar seu desempenho esportivo (SPEAR, 2005).
As necessidades nutricionais deste grupo incluem a reposição
das reservas hídricas e a ingestão adequada de
macronutrientes e micronutrientes para prevenir a fadiga,
promover a recuperação e manter a massa magra que é
crítica para a produção de potência, velocidade e força
(PETRIE; STOVER; HORSWILL, 2004). As necessidades de
energia, macronutrientes e micronutrientes são modificadas
com a prática de atividade física, variando de acordo com
peso, altura, gênero, idade, taxa metabólica, frequência,
intensidade e duração do treinamento (VIEBIG; NACIF, 2007;
DORFMAN, 2011). Ainda que não existam recomendações
nutricionais específicas para praticantes de futebol, as altas
exigências metabólicas e energéticas, em situações de treino
ou competição, fazem com que haja a necessidade de aportes
nutricionais adequados visando bom desempenho físico
(SILVA, SILVA e SANTOS, 2012).
402
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
A energia adequada a um atleta é aquela que promove
equilíbrio entre a energia ingerida e a energia gasta, para que
a massa e composição corporal se mantenham a um nível
consistente com a manutenção da saúde e de um
desempenho atlético ótimo (EXTREIA, 2005). Entretanto, nem
todos os atletas consomem dietas variadas com quantidades
suficientes de energia (BURKE, 2011). Considerando que
frutas e verduras são as principais fontes de vitaminas e
minerais, a diminuição da ingestão destes alimentos pode
resultar na carência destes nutrientes que possuem
importantes funções orgânicas como atividade enzimática,
imunológica, antioxidante e anti-inflamatória. Estas carências
nutricionais são ainda mais preocupantes em atletas, pois os
micronutrientes contidos nos alimentos fontes participam de
processos celulares relacionados ao metabolismo energético,
contração, reparação e crescimento muscular e transporte de
oxigênio e diminuição do estresse oxidativo (TAGHIYAR et al.,
2013; LUKASKI, 2004), essenciais para um bom desempenho
físico.
Mesmo diante de tantos benefícios ao praticante de
atividade física, poucos estudos têm focado na análise dos
hábitos alimentares de adolescentes atletas. Portanto, diante
do exposto, este estudo foi conduzido com o objetivo de
avaliar os hábitos alimentares de adolescentes atletas de
futebol, a fim de observar a presença de comprometimento do
desempenho físico.
403
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
2 MATERIAIS E MÉTODO
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
404
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
Quando questionados sobre a quantidade de refeições
realizadas por dia, a maioria dos adolescentes atletas referiu
consumir de 3 a 4 refeições, e apenas 8% referiram o
consumo de 5 a 6 refeições por dia, conforme mostra a figura
1.
3 refeições
Avaliação dos Hábitos Alimentares de Adolescentes Atletas de Futebol de Campo
8%
3 a 4 refeições
24%
24% 4 a 5 refeições
5 a 6 refeições
44%
Mais de 6
refeições
405
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
entrevistados referiram o consumo superior a mais de 4
porções.
4%6%
2% 1 porção
26%
3 a 4 porções
3 a 4 porções
Mais de 4 porções
48% Nenhuma
406
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
1 porção
20%
2% 2 a 3 porções
42%
4% 3 a 4 porções
Mais de 4 porções
32%
Nenhuma
407
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
40%
60% Sim
Não
46% Sim
54% Não
Carboidratos
0% (Maltodextrina,
9% Dextrose)
Proteínas (Whey
30% Protein, Creatina,
BCAA)
Multivitamínico
39%
Outros
409
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
10% Próprio
6%
4% Médico
4% Nutricionista
2%
Treinados
74% Pais
Outros
410
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
FUTEBOL DE CAMPO
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
411
AVALIAÇÃO DOS HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES ATLETAS DE
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413
NUTRIÇÃO NA
SENESCÊNCIA
414
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
CAPÍTULO 30
415
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
dieta saudável está atrelado aos sentimentos e frustrações,
independente das condições econômicas e culturais.
Palavras-chave: Promoção da Saúde; Nutrição; Terceira
Idade.
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODO
418
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
A MAN foi adaptada pela própria pesquisadora sendo
constituída inicialmente de dados para obtenção de
caracterização da amostra (nome, sexo, idade) e os dados
adicionais, que compreendem 37 (trinta e sete) itens
agrupados em 5 (cinco) categorias: Antropometria (peso,
estatura, circunferências e perda de peso), triagem (cuidados
gerais); Avaliação global (número de refeições, ingestão de
alimentos, líquidos e autonomia para comer sozinho); Auto
avaliação e Exame físico (percepção do estado nutricional e
da saúde do indivíduo).
Desta forma, ao final de toda a avaliação as alternativas
marcadas em cada quesito foram somadas de acordo com o
escore que valia, classificando o estado nutricional, da
seguinte forma: valores de 17 a 23,5 pontos foram
considerados - risco de desnutrição e valores menores que 17
pontos - desnutrição. A pesquisadora ao adaptar a MAN
avaliou também o exame físico em relação a 12 itens (cabelos,
olhos, boca, pele, unhas, respiração, tecido subcutâneo,
sistema gastrointestinal, sistema muscular esquelético,
sistema nervoso, presença de patologia e os exames
laboratoriais realizados). Em se tratando da avaliação
antropométrica foram utilizados: medida da cintura, quadril,
relação cintura quadril, prega cutânea subescapular e altura
do joelho.
Todas as medidas foram aferidas e as informações
coletadas pela pesquisadora após treinamento prévio devido
ao fato de muitos idosos apresentarem demência senil, as
perguntas foram feitas aos funcionários/cuidadores. Todos os
procedimentos utilizados foram padronizados, como medida
de controle da qualidade e consistência das informações.
419
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
A pesquisa atendeu aos requisitos éticos, conforme
estabelece a Resolução 466/2012/CNS, sendo aprovada pelo
Comitê de Ética com processo nº CAAE
31863514.8.0000.5182.
Para a avaliação dos resultados utilizou-se o percentual
de cada categoria e o banco de dados foi construído no
programa Microsoft Excel for Windows (NEUFELD, 2003).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
422
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
Idosos
Parâmetro
N %
Cabelo
Cabelos finos 9 43
Cabelos secos 6 28
Cabelos com perda de brilho 4 19
Cabelos sendo fácil de arrancar 2 10
Olhos
Olhos com vermelhidão 11 52
Olhos com manchas 6 29
Olhos com inflamação Conjuntival 1 5
Nenhuma alternativa 3 14
Boca
Dente
Dentição incompleta 6 29
Dentição completa 3 14
Sem a presença de dentes 12 57
Língua
Língua com fissuras 12 57
Língua com inflamação 1 5
Nenhuma alternativa 8 38
Gengiva
Gengiva com inflamação 8 38
Nenhuma alternativa 13 62
Pele
Pele com manchas 1 5
Pele flácida 5 24
Pele ressecada 13 62
Nenhuma alternativa 2 9
Unhas
Unhas quebradiças 16 76
Unhas opacas 2 10
Unhas coloníqueas 3 14
Respiração
Nenhuma alteração 21 100
Tecido subcutâneo
Nenhuma alteração 21 100
Sistema gastrointestinal
Nenhuma alteração 21 100
Sistema muscular
Nenhuma alteração 21 100
Sistema nervoso
Demência 16 76
Desorientação aguda 1 5
Nenhuma alternativa 4 19
423
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
De todos os parâmetros avaliados os que mais
influenciam o processo de nutrição, estão ligados à boca,
parte integrante do sistema digestório. Os resultados do
presente estudo constataram que a maior parte dos idosos
não apresentavam dentição, fator que pode ter influenciado no
risco de desnutrição. A perda de dentes acarreta deficiência
na mastigação, podendo modificar a seleção de alimentos,
resultando no consumo de dieta rica em carboidratos e
carente de fibras e proteínas, acarretando assim, risco de má
nutrição (PEDRO, 2008). Segundo Cervato et al. (1997) e
Giglio (2003), o processo do envelhecimento pode acarretar
mudanças fisiológicas e estruturais em diversos órgãos do
aparelho digestivo do idoso, e em se tratando da boca,
referem que as mudanças na insuficiência da secreção salivar,
decorrente da atrofia da glândula parótida, degeneração
acinar, aderência e obstrução de ductos, agravados pelo
hábito da respiração bucal, próteses mal adaptadas, utilização
de algumas drogas e febre, causa consequências nas
alterações do paladar, além de dificuldades de mastigação e
deglutição que contribuem para má digestão e aceleração da
deterioração dos dentes. O autor também relata que as
alterações involuntárias dos dentes, gengiva, mandíbula e
maxilar, levam ao ressecamento da mucosa oral, que gera
processos inflamatórios e dificulta a mastigação.
Outro ponto que merece destaque é o fato de que 62%
dos idosos estudados apresentaram pele ressacada, condição
que está relacionada, entre outros fatores, com a pouca
ingestão de líquidos. A hidratação é fundamental nessa fase
da vida e na senilidade há uma redução do mecanismo de
sede, o qual decorre de alterações nos mecanismos
fisiológicos do equilíbrio hídrico do envelhecimento, sendo
424
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
necessária uma ingestão de dois litros de líquido por dia,
quando não existe contraindicação (DIOGO, 1996).
Brevis (2000) pontua que a perda de água causa
consequências na saúde do idoso, já que ela é um dos
nutrientes mais importantes para manter a homeostase do
organismo devido seu papel na regulação do volume celular,
no transporte de nutrientes, na remoção de resíduos e na
regulação da temperatura. Menciona que a água corporal total
diminui com a idade e que a sede se torna o principal
mecanismo de controle da ingestão de água, fato que alerta
para o risco de desidratação. A água também pode atuar
como proteção na hipertermia ou hipotermia, uma vez que
nessa fase da vida apresentam redução da resposta
termoregulatória e da sudorese. Assim, se torna relevante a
garantia da ingestão de quantidades suficientes de água pois
caso esteja presente a inabilidade para deglutir líquidos, corre-
se os riscos de agravar as situações citadas anteriormente,
ampliando as necessidades de cuidados e atenção (GIGLIO,
2003).
Diante do contexto, o exame físico foi muito importante
para o acompanhamento nutricional dos idosos, uma vez que
possibilitou um melhor diagnóstico, além de um conhecimento
suficiente de informação, obtendo assim, uma melhor
instrumentalização para obtenção de dados, interpretação na
assistência da nutrição.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
426
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
COM A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
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427
SITUAÇÃO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UM ESTUDO
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428
GESTÃO DE
RESÍDUOS
SÓLIDOS
429
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
CAPITULO 31
430
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
Palavras-chave: Meio Ambiente. Gerenciamento. Consciência
Ambiental.
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODOS
431
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
Objetivo geral
432
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
Procedimentos metodológicos
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
433
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
Figura 2. Estrutura organizacional da Prefeitura Municipal de Borborema - PB.
Fonte: Autor
434
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
seu funcionamento, bem como a produção de informações
para a comunidade.
Segundo a Secretaria de Infraestrutura, entre suas
atribuições, encontram-se: identificar a necessidade de
serviços e obras de engenharia e limpeza urbana bem como
iluminação pública, tais como, varrição, capina, coleta de lixo e
disposição final de resíduos sólidos sob a forma de concessão
e permissão. Como consequência de não ter estrutura e apoio
técnico (pessoas capacitadas e fator financeiro), falta, na
secretaria, Equipamento de Proteção Individual - EPI‘s tanto
para os trabalhadores que fazem os serviços de limpeza
urbana, quanto para os que coletam os resíduos e que
efetivam sua destinação e disposição final.
435
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
436
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
limpeza de todos os logradouros da zona urbana. Estes são
inadequados para realizar os serviços de limpeza urbana, já
que não possuem estrutura especial para transportar os
resíduos sólidos, estando sujeito a implicar desconforto ao
trabalhador, sendo um deles, o incomodo olfativo.
Segundo a Secretaria de Infraestrutura do município, a
mesma solicita equipamentos de segurança para os
trabalhadores que operam nos serviços de limpeza e manejo
dos resíduos sólidos, mas ainda não foi atendida. Esta
também tentou realizar reuniões a respeito da problemática
dos resíduos sólidos, entretanto, não se concretizaram.
Os serviços de limpeza atendem a zona urbana, mas
não atendem a zona rural. Os resíduos sólidos gerados na
zona rural são dispostos no solo e queimados quando há uma
certa concentração de resíduos.
Destaca-se também, a ampla variedade de serviços
realizados pela secretaria de Infraestrutura do município de
Borborema. Apesar de haver recursos operacionais e
humanos limitados, os serviços são executados.
Na área urbana, 100% dos domicílios são atendidos
pela coleta de lixo. A coleta é realizada de forma regular, ou
seja, de forma mista, coletando todos os tipos de resíduos de
uma só vez, incluindo também os rejeitos. O município não
apresenta coleta diferenciada para os resíduos especiais
(RSS). Vale ressaltar que no município não é cobrada tarifa
pelos serviços de limpeza e manejo dos resíduos sólidos,
sendo os custos arcados com recursos próprios da prefeitura
municipal. Não há dados relativos à quantidade de resíduos
gerados na zona urbana e rural.
437
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
438
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
439
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
440
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
441
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
No que se refere à existência de legislação pertinente à
questão dos resíduos sólidos no âmbito local, o município de
Borborema não possui uma legislação que dê norteamento
aos problemas relacionados ao meio ambiente, e mais
especificamente, aos resíduos que são gerados no município.
Buscou-se também, nesta pesquisa, identificar ações
concretizadas pela prefeitura municipal junto à secretaria de
Infraestrutura do município que visassem o atendimento das
diretrizes da Política Nacional dos Resíduos Sólidos - PNRS.
Feito isso, foi elaborado um organograma que ilustra as ações
que consistiram no atendimento das diretrizes da PNRS. Na
Figura 7 é apresentado o resultado deste levantamento:
442
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
e as não implementadas, as que não tiveram nenhum passo
dado para o atendimento das diretrizes da PNRS.
Segundo a gestão responsável pela Prefeitura
Municipal de Borborema, os representantes do município já se
reuniram três vezes com vários outros gestores dos
municípios da microrregião do Brejo Paraibano, na qual o
município está inserido, para debater sobre a criação de um
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos
Municípios - PMGIRS e realizar encaminhamentos no sentido
de se agruparem em consórcio e construir um grande aterro
sanitário na região, a fim de depositar todo rejeito gerado em
cada município, oferecendo assim, o seu destino
ambientalmente adequado, conforme previsto na legislação.
Outros dois propósitos são realizar a reciclagem dos materiais
passíveis de tratamento e criar uma usina de compostagem de
materiais orgânicos. Ainda segundo a gestão responsável pela
Prefeitura Municipal de Borborema, os prefeitos envolvidos em
questão assinaram um termo de cooperação se
comprometendo em formar o consórcio.
4 CONCLUSÕES
443
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
O referido diagnóstico nos fez concluir que o município
de Borborema não possui uma política de gestão relativa aos
resíduos sólidos. De forma que ainda não se adequa à PNRS
e ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos que juntos dispõem
sobre a criação dos PMGIRS que tinha prazo inicial de até 02
de agosto de 2012. No caso o prazo já encerrou e até o
momento o município ainda não começou o processo para a
elaboração do PMGIRS.
A atual gestão da secretaria promove a destinação e
disposição de todos os tipos de resíduos, exceto os RSS, sem
qualquer tratamento prévio, em local inadequado, em lixão.
Outro fator inconveniente é a prática de queima dos resíduos,
feita frequentemente na área do lixão, com o propósito de
minimizar os patógenos.
Através das visitas técnicas à secretaria de
Infraestrutura, foi possível constatar quanto precária é a sua
situação organizacional, tanto no que diz respeito à dimensão
dos espaços disponíveis, quanto às condições de trabalho.
A realização deste diagnóstico da gestão dos resíduos
sólidos do município de Borborema contribui para subsidiar a
elaboração do PMGIRS, à medida que representa a
conjuntura atual, detalhando os aspectos concernentes à
gestão dos resíduos sólidos do município.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
444
DIAGNÓSTICO DO MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DO
MUNICÍPIO DE BORBOREMA - PB
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=250270&se
arch=paraiba|borborema|infograficos:-informacoes-completas. Acesso em:
12/07/2015;
Agradecimentos
À prefeitura municipal de Borborema – PB, em especial à
Secretaria de Infraestrutura pelo atendimento cordial e disponibilização de
dados e entrevistas.
445
NUTRIÇÃO E
MICROBIOLOGIA
446
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
CAPÍTULO 32
447
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
apontam para a necessidade de implementação de medidas
de segurança higiênico-sanitária através do emprego rotineiro
das boas práticas pelos manipuladores das áreas de pré-
preparo a fim de reduzir ou evitar os riscos de contaminação.
Palavras-chave: Higienização. Contaminação.
Microrganismos.
1 INTRODUÇÃO
448
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
A higienização deficiente de equipamentos e utensílios
tem sido responsável, isoladamente ou associada a outros
fatores, por surtos de doenças de origem alimentar ou por
alterações de alimentos processados (ANDRADE, 2008;
DOMÉNECH-SÁNCHEZ et al., 2011). Outro fator importante é
o desgaste destes utensílios e equipamentos com o uso, o que
pode favorecer a multiplicação microbiana (MÜRMANN et al.,
2008).
De acordo com Souza (2004), as bactérias tem a
capacidade de se multiplicar em resíduos que permanecem na
forma de biofilmes nos utensílios, equipamentos e no
ambiente de trabalho, contaminando de forma cruzada os
alimentos.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2010),
mostram que mais de 60% dos casos de doenças de origem
alimentar decorrem do descuido higiênico-sanitário de
manipuladores, das técnicas inadequadas de processamento
e da deficiência de higiene da estrutura física, utensílios e
equipamentos.
Em serviços de alimentação, o controle higiênico-
sanitário é algo dinâmico e constante, por se basear em ações
que fazem parte da rotina de trabalho que envolve esses
procedimentos, objetivando a produção de refeições com
qualidade higiênico-sanitária, reduzindo os riscos de doenças
alimentares para seus consumidores (CARNEIRO; LANDIM,
2013).
Para que a qualidade dos alimentos seja garantida ao
consumidor, devem-se evitar as doenças de origem alimentar,
enfatizando as situações que visem à prevenção da
veiculação de agentes patogênicos de maior severidade e as
condições de maior risco (ABREU; PINTO; SPINELLI, 2013).
449
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
Neste sentido, este trabalho teve como objetivo verificar
o nível de contaminação microbiológica das superfícies de
equipamentos e utensílios das áreas de pré-preparo de carnes
e hortifrutis quanto à contagem de bactérias aeróbias
mesófilas, coliformes totais e termotolerantes, após os
procedimentos de higienização em uma Unidade de
Alimentação e Nutrição Institucional do município de Cuité-PB,
como forma de se verificar a eficácia dos procedimentos de
higienização adotados pelo serviço.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utensíliosa Contagens
(UFC/utensílio)
˃ 3,0 x 105
Faca (setor de vegetais) ˃ 3,0 x 105
Faca (setor de carnes) ˃ 3,0 x 105
Tábua de corte (setor de vegetais) ˃ 3,0 x 105
Tábua de corte (setor de carnes)
Equipamentosa Contagens
(UFC/cm2)
Amaciador de carnes 1,6 x 105
Cortador de legumes 1,5 x 104
Padrão Oficial Internacionalb
Utensílios 100 UFC/utensílio
Superfície de equipamentos 2,0 UFC/cm2
Recomendação Nacionalc
Utensílios e equipamentos ≤ 50 UFC
a
Examinado pela técnica de swab.
b
APHA (EVANCHO et al., 2001)
c
Proposto por Silva Jr et al. (2010)
452
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) e às Boas
Práticas na referida UAN para sistematizar e padronizar a
higienização. Porém, a simples existência dos procedimentos
e normas escritas não garante a sua execução, sendo
necessário, além do treinamento dos manipuladores, também
um constante monitoramento e avaliação dos processos por
parte do Nutricionista.
Em estudo conduzido por Barros e Strasburg (2014), ao
avaliarem utensílios utilizados na área de vegetais de uma
Unidade Produtora de Refeição, obtiveram contagens totais de
bactérias aeróbias acima de 100 UFC/utensílio. Outro estudo
realizado por Castro et al. (2013), ao pesquisarem em uma
Unidade de Alimentação Industrial, constataram contagens de
3,3 x 103 UFC/mL a 2,5 x 104 UFC/mL para utensílios da área
de pré-preparo de carnes, excedendo o limite recomendado.
Estes resultados assemelham-se aos encontrados no presente
estudo. Em contrapartida, utensílios da área de pré-preparo de
vegetais apresentaram valores abaixo de 10 UFC/mL que, de
acordo com a recomendação de Silva Jr et al. (2010),
constituem condições satisfatórias para o uso, divergindo dos
os resultados obtidos no presente estudo.
Considerando que estes utensílios têm utilização
constante nas atividades de pré-preparo e preparo de
alimentos, o surgimento de danos à sua superfície por
excesso de uso ou quedas pode contribuir para o surgimento
de biofilmes, comprometendo a segurança dos alimentos
(BARROS; STRASBURG, 2014).
Em outra pesquisa realizada por Coelho et al. (2010),
ao analisarem três restaurantes comerciais, encontraram
valores de 2,2 x 107 a 8,3 x 107 UFC/cm2 em um equipamento
da área de pré-preparo de vegetais, cujas contagens foram
453
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
expressivamente maiores em relação ao encontrado no
presente estudo. Esses resultados indicam condições
insatisfatórias quanto à segurança dessas superfícies,
podendo comprometer a qualidade microbiológica dos
alimentos, especialmente se este for consumido cru.
Na pesquisa realizada por Carneiro e Landim (2013), os
resultados encontrados para bactérias aeróbias mesófilas em
utensílios e equipamentos de uma UAN, tiveram contagens
abaixo de 1,0 x 101 UFC/cm2, sendo considerado adequado de
acordo com a recomendação descrita por Silva Jr et al. (2010),
diferindo das contagens obtidas neste estudo. Porém, os
autores ressaltam que mesmo com valores abaixo do
aceitável, deve-se atentar para as contagens destes
microrganismos, pois podem encontrar condições favoráveis
para proliferação microbiana.
As superfícies de equipamentos e utensílios podem
demonstrar-se visualmente higienizadas, dando falsa
percepção de segurança. Uma vez que essas superfícies
permaneçam úmidas e com presença de resíduos alimentares,
favorecem a adesão desses microrganismos, pois algumas
colónias bacterianas tendem a aderir às superfícies como
estratégia de sobrevivência e podem gerar matriz extracelular
formando biofilmes (ANDRADE, 2008; DOMÉNECH-
SÁNCHEZ et al., 2011) justificando, portanto, os achados
verificados nos estudos relatados. A produção dessa matriz
confere maior capacidade de resistência à limpeza e
sanitização (SÃO JOSÉ, 2012).
Os resultados obtidos nas análises microbiológicas de
coliformes totais e termotolerantes dos equipamentos e
utensílios das áreas de pré-preparo de vegetais e carnes,
estão apresentados na Tabela 3.
454
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
Equipamentosa
Amaciador de carne 3 3
Cortador de legumes 7,2 3,6
a
Determinado pela técnica de tubos múltiplos da APHA (EVANCHO et al.,
2001)
4 CONCLUSÕES
457
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
higienização não estiver sendo realizada corretamente, pode-
se expor os alimentos ao risco de contaminação.
Diante dos resultados obtidos neste estudo para
bactérias aeróbias mesófilas nas superfícies dos
equipamentos e utensílios, e considerando que estes
microrganismos são indicadores do grau de higienização,
infere-se condições higiênicas insatisfatórias que podem
comprometer a qualidade microbiológica dos alimentos que
entram em contato com estas superfícies durante seu pré-
preparo. Este achado pode indicar a existência de falhas na
padronização dos procedimentos de higienização no serviço
pesquisado. Em contrapartida, as baixas contagens de
coliformes totais e termotolerantes, indicam ausência de risco
para contaminação fecal nos utensílios e equipamentos
analisados, mostrando que a sanitização empregada foi eficaz
para este grupo de bactérias.
Os equipamentos e utensílios são as principais
ferramentas de trabalho em serviços de alimentação e, por
isso, para prevenir com segurança a ocorrência de doenças de
origem alimentar é importante à adoção de medidas rigorosas
de higiene com manutenção periódica desses procedimentos.
Neste sentido, deve-se implementar na rotina diária as
boas práticas, a fim de nortear os procedimentos higiênico-
sanitários no serviço e atender a legislação sanitária vigente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
458
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
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ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS DE UMA
UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INSTITUCIONAL
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461
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
CAPÍTULO 33
1 INTRODUÇÃO
463
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
ou deteriorantes, podendo comprometer a qualidade
microbiológica do produto final, desde que ocorram falhas e
não conformidades em seu processamento (MARQUES et al.,
2006).
Diversas podem ser as fontes de introdução destes
agentes na cadeia alimentar, como condições inadequadas de
abate e evisceração, nas quais as carcaças podem ser
contaminadas por enterobactérias presentes no trato
gastrintestinal (MARQUES et al., 2006). Além deste aspecto,
segundo Bezerra et al. (2012), os envoltório, os temperos ou
condimentos, bem como a água utilizada em todas as
operações de limpeza e manutenção, manipulação de
equipamentos e utensílios compreendem prováveis fontes de
contaminação.
Dentre os microrganismos patogênicos que
potencialmente podem estar presentes no produto final
destacam-se Salmonella spp., Staphylococcus aureus e
Escherichia coli (MARQUES et al., 2006).
A presença destes agentes nos produtos cárneos, além
de favorecer a deterioração e/ou redução da vida útil desses
produtos, possibilita a veiculação de patógenos, podendo
constituir sérios problemas a saúde pública por serem causas
comuns de toxinfecções alimentares, acarretando riscos à
saúde do consumidor (MARQUES et al., 2006; BEZERRA et
al., 2012).
O objetivo deste trabalho consiste em avaliar a qualidade
higiênico-sanitária de linguiças tipo frescal produzidas
artesanalmente e comercializadas em Pombal/PB.
464
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
2 MATERIAIS E MÉTODO
465
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
Os tubos que apresentaram-se positivos no caldo EC
foram semeados com o auxílio de uma alça de repique, em
placas de Petri contendo o meio Eosina Azul de metileno
(EMB), sendo as placas invertidas e incubadas à 35°C durante
48 horas. Os resultados foram expressos como ausência e
presença do microrganismo por grama da amostra.
A análise de Salmonella sp. foi realizada por meio de
enriquecimento seletivo com meio R ambach e por
confirmação preliminar das colônias típicas, com resultados
expressos como ausência e presença do microrganismo em
25g de amostra.
A análise de Staphylococcus spp. foi realizada por
plaqueamento em superfície utilizando o meio Ágar Sal
Manitol, sendo as placas incubadas à 35°C por 48 horas. A
contagem foi determinada multiplicando o número de colônias
típicas pelo inverso da diluição, sendo o resultado expresso
em UFC/g.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
466
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
3 2 3 2
Sup. C > 1,1 x 10 4,6 x 10 > 1,1 x 10 8,9 x 10
3 2 1 2
Sup. D > 1,1 x 10 4,6 x 10 2,3 x 10 5,3 x 10
Tabela 1. Média dos resultados de Coliformes à 35°C (NMP/g) para as
linguiças produzidas artesanalmente e comercializadas em
Pombal/PB.
467
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
Bezerra et al. (2012) em estudo com linguiça Toscana
comercializada em Mossoró/RN, ao analisarem 28 amostras
coletas em 6 supermercados, não registraram contaminação
por bactéias desse grupo.
Foi observado presença de Escherchia coli em 75% das
amostras de linguiça analisadas, conforme expresso na
Tabela 3. Pelo menos uma amostra de cada estabelecimanto
comercial analisadas apresentou contaminação por este
microrganismo indicador de contaminação de origem fecal.
Iglesias (2010) ao analisar 60 amostras de linguiça suína
tipo frescal, verificou que 58% apresentaram contaminação
por coliformes fecais acima dos padrões vigentes na
legislação, e em 50% dessas amostras foram confirmadas
colônias características de E. coli. Artesanalmente
468
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
Hoffmann et al. (1996) em estudo com uma amostra de
linguiça de frango adiquirida em comercio varejista e três
formulações produzidas em laboratório, confimou presença em
3 das 4 amostras analisadas, tanto no dias da coleta e
elaboração, como 15 dias depois.
Na Tabela 4 estão expressos os resultados obtidos para
staphylococcus spp.. A legislação estabele presença máxima
de 5 x 103 UFC/g (BRASIL, 2001), conforme pode-se observar,
apenas o supermercado A e D apresentaram amostras com
contagens acima do estabelecido, 9,31 x 10 3 e 6,86 x 103
UFC/g, respectivamente.
No estudo de Marques et al. (2006) com linguiças tipo
frescal comercializadas nos municípios de Três Crações
Lavras/MG, ao avaliarem 40 amostras, constataram que 16
(35%) delas encontravam-se improprias para o consumo por
apresentar contagens elevadas de Staphylococcus spp.,
podendo oferecer riscos a saúde do consumidor.
470
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
Esses resultados são diferentes dos encontrados por
Adami et al. (2015) que em 11 amostras, detectaram
contaminação por Salmonella sp. em apenas 1. Bezerra et al.
(2012), registraram presença em 17,85% das 40 amostras.
Alberti & Nava (2014) detectaram presença em 67% das 6
amostras coletadas em estabelecimentos comerciais na
cidade de Xaxim/SC. Hoffmann et al. (1996) confirmaram
presença de Salmonella sp. em 100% (4) das amostras
analisadas tanto em t=0 dias, como em t=15 dias.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
471
LINGUIÇA FRESCAL ARTESANAL PRODUZIDA E COMERCIALIZADA NO
MUNICÍPIO DE POMBAL/PB: QUALIDADE HIGIÊNICO-SANITÁRIA
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473
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
CAPÍTULO 34
1. INTRODUÇÃO
476
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
Outro microrganismo de grande importância para a
segurança alimentar é a Salmonella spp., a qual é
mundialmente reconhecida como um dos principais
causadores de infecções de origem alimentar. A salmonelose
é ocasionada pela ingestão de água, alimentos ou fômites
contaminados por fezes de animais ou de pessoas infectadas.
Esse microrganismo é responsável por, aproximadamente,
metade dos casos registrados em surtos de gastrenterites em
decorrência da ingestão de vegetais crus (BESSA, 2004;
CASTAGNA, 2004; GIL-SETAS, 2002; FILHO, 2001;
SANTARÉM, 2012).
Diante do exposto e da relevância do tema, fica
evidente que é de grande importância para a Saúde Pública a
realização de estudos que avaliem a condição higiênico-
sanitária e que investiguem a presença de possíveis
patógenos nos alimentos. O presente trabalho teve como
objetivo analisar a qualidade microbiológica de hortaliças
comercializadas em estabelecimento formal e não formal da
cidade de João Pessoa, Paraíba.
2. MATERIAIS E MÉTODO
477
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
estabelecimento estudado. As amostras foram
acondicionadas, sem contato manual, em sacos plásticos de
polietileno descartáveis de primeiro uso, identificadas e
transportadas em caixas isotérmicas com gelo, sendo
imediatamente levadas ao laboratório de Microbiologia do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da
Paraíba, campus João Pessoa, para análise. As análises
microbiológicas foram realizadas com base na metodologia
descrita por Silva et al. (2014). Para isso, considerou-se como
unidade amostral 25g das hortaliças. Para verificar a presença
de coliformes totais e termotolerantes, empregou-se a técnica
de tubos múltiplos que consiste em duas etapas: o teste
presuntivo e o teste confirmativo. Inicialmente, colocou-se as
25g das hortaliças em um frasco estéril contendo 225mL de
água peptonada tamponada. Após este procedimento, as
amostras foram liquidificadas assepticamente, obtendo-se, ao
final, a diluição 10-1. Posteriormente, foram preparadas
diluições decimais seriadas até 10-3. Para se obter a diluição
10-2, transferiu-se 1mL da diluição 10-1 para um béquer
contendo 9mL de água peptonada. O mesmo procedimento foi
feito com a diluição 10-2, obtendo-se, portanto, a diluição 10-3.
Para o teste presuntivo, utilizou-se três séries de três
tubos, com tubo de Durham invertido, contendo 9mL de caldo
lactosado simples. Foram inoculadas alíquotas de 1mL da
amostra correspondente a cada diluição. Após serem
inoculados, os tubos foram incubados em estufa bacteriológica
a 35°C por 48 horas. Os tubos considerados positivos foram
aqueles em que houve formação de gás no tubo de Durham.
Quando da presença de tubos positivos, realizou-se o teste
confirmativo, que consiste na repicagem da amostra para
478
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
tubos contendo 10mL de caldo VB e caldo EC com tubo de
Durham invertido. Os quais foram, por conseguinte, incubados
em estufa bacteriológica a 35°C por 48 horas e 44,5°C por 24
horas, respectivamente. Se ao final do período determinado,
fosse constatada a formação de gás no tubo de Durham, o
teste era considerado positivo. O resultado final depende da
combinação de positivos, sendo expresso em NMP
consultando-se a tabela de Hoskins.
A pesquisa do microrganismo Salmonella spp. baseou-
se na metodologia descrita por Dal‘molin et al. (2013), onde
utilizou-se o meio de cultura Ágar Salmonella-Shigella. Por
meio da técnica spread plate, inoculou-se no meio de cultura
alíquotas de 0,1mL da amostra correspondente a cada
diluição, as quais foram distribuídas de maneira uniforme na
superfície do ágar com o auxílio da alça de Drigalski. As
análises foram feitas em duplicata. Em seguida, as placas
foram incubadas em estufa bacteriológica a 35°C por 24
horas. A interpretação dos resultados foi feita com base no
manual da Anvisa (ANVISA, 2004).
Para verificar a eficiência da sanitização, as hortaliças
foram previamente tratadas com um sanitizante comercial que
tem como princípio ativo hipoclorito de sódio a 2%, durante 10
minutos, obedecendo as especificações do fabricante e,
posteriormente, submetidas aos procedimentos de análise
acima descritos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
479
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
41,7% das hortaliças foram consideradas impróprias para o
consumo humano. Desse número, 80% foram consideradas
impróprias devido à presença do microrganismo Salmonella
spp. e 20% por apresentarem quantidades de coliformes
termotolerantes acima do permitido pela legislação vigente.
Ao comparamos os dois tipos de hortaliças estudadas,
vemos que do total de amostras em desacordo com a
legislação, ou seja, do total de amostras consideradas
impróprias para o consumo humano, 30% eram amostras de
coentro (Tabelas 1 e 2) e 70% eram amostras de rúcula
(Tabelas 3 e 4). Do mesmo modo, ao compararmos os dois
tipos de estabelecimentos estudados, vemos que 30% das
amostras eram oriundas de estabelecimento formal (Tabelas 2
e 4) e 70% eram oriundas de estabelecimento não formal de
comércio (Tabelas 1 e 3).
No que diz respeito à sanitização das hortaliças, têm-se
que em 100% dos casos em que se empregou o hipoclorito de
sódio a 2%, houve uma redução na contagem tanto de
coliformes totais quanto de coliformes termotolerantes. Porém,
em algumas situações esse tratamento não foi suficiente para
eliminar o microrganismo Salmonella spp.
480
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
Tabela 1.Ocorrência de coliformes totais, termotolerantes e Salmonella
spp. em amostras de coentro (Coriandrum sativum L.) comercializadas em
estabelecimento não formal de João Pessoa – PB, submetidas (*) ou não a
tratamento com hipoclorito de sódio a 2%.
481
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
Tabela 3. Ocorrência de coliformes totais, termotolerantes e Salmonella
spp. em amostras de rúcula (Eruca sativa L.) comercializadas em
estabelecimento não formal de João Pessoa – PB, submetidas (*) ou não a
tratamento com hipoclorito de sódio a 2%.
482
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
Em discordância ao encontrado por Santos et al.
(2010), em que o coentro apresentou a maior frequência de
coliformes termotolerantes e Escherichia coli quando
comparado às demais hortaliças estudadas (alface, menta e
repolho), o coentro foi a folhosa que apresentou a menor
frequência de contaminação por coliformes termotolerantes
(8,3%) em comparação à rúcula (25%). Ainda com relação a
esse mesmo trabalho, não foi detectada presença do
microrganismo Salmonella spp. em nenhuma das trinta e cinco
amostras de coentro analisadas, resultado este que também
difere do encontrado no presente trabalho, onde duas
amostras foram positivas para Salmonella spp.
Já no tocante a rúcula, Prado et al. (2008), ao
analisarem amostras de rúcula minimamente processadas
(n=3) encontraram quantidades de coliformes a 45°C acima do
tolerado pela legislação em vigor, constatando, ainda, a
presença de Escherichia coli em número elevado, com valores
da ordem de 3,0 log NMP/g. Em concordância com Prado et
al. (2008), também se constatou uma alta contagem de
coliformes termotolerantes em três das doze amostras de
rúcula analisadas, valores estes acima do permitido pela
legislação vigente. Ainda com relação a esse mesmo trabalho,
não foi detectada a presença do microrganismo Salmonella
spp. em nenhuma das amostras de rúcula analisadas,
resultado este que difere do encontrado no presente trabalho,
onde seis amostras foram positivas para Salmonella spp.
No tocante aos coliformes totais, embora não exista um
padrão estabelecido na legislação, preconiza-se que alimentos
contendo contagens da ordem de 105-106 NMP.g-1 sejam
considerados impróprios para o consumo humano devido a
483
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
fatores como perda do valor nutricional, alterações sensoriais,
etc. (NUNES, 2010). Dito isso, infere-se que os valores
encontrados para coliformes totais neste trabalho foram
consideravelmente inferiores aos valores preconizados, sendo,
portanto, considerados próprios para o consumo segundo
esse parâmetro.
Estudos anteriores que comparam a carga microbiana
presente em alimentos comercializados em estabelecimentos
formais e não formais de comércio estão disponíveis na
literatura. Bautista et al. (2011) apontam que um dos motivos
pelo qual alimentos oriundos de estabelecimentos não formais,
tais como mercados públicos e feiras livres apresentam um
maior grau de contaminação em comparação aos alimentos
oriundos de estabelecimentos formais, tais como
supermercados e hipermercados, como encontrado no
presente trabalho, é o fato desses produtos não receberem
refrigeração adequada, sendo comercializados, em sua
maioria, à temperatura ambiente, fazendo com que os
microrganismos se multipliquem mais rapidamente. No
entanto, se faz necessário esclarecer que no caso específico
de Salmonella spp., o resfriamento não inviabiliza a presença
de bactérias desse gênero nos alimentos, assim como
explanado por Santos et al. (2000), o que poderia explicar o
fato de duas amostras de rúcula comercializadas em um
estabelecimento formal sob refrigeração terem sido positivas
para Salmonella spp. no presente trabalho.
Uma vez constatada contaminação por coliformes
termotolerantes nas hortaliças estudadas, não se pode,
porém, afirmar com certeza a origem de tal contaminação,
visto que esta pode ter sido ocasionada por uma gama de
484
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
agentes, tais como transporte e armazenamento inadequados,
contaminação cruzada, a mão dos manipuladores de
alimentos, a água utilizada para a irrigação das culturas, etc.
Existem relatos na literatura de que muitas hortaliças
brasileiras são irrigadas com água contaminada por matéria
fecal, e em alguns casos, inclusive, adubadas com dejetos
humanos. É por este e outros motivos que o consumo de
verduras cruas constitui um meio importante na transmissão
de doenças infecciosas e parasitárias na população (ABREU,
2011; BALBANI, 2001; SOUZA, 1983). Segundo Tirolli et al.
(2006) a ocorrência de salmonelas se deve, dentre outras
coisas, a deficiências de saneamento básico e as más
condições higiênico-sanitárias, aliadas a um controle de
qualidade precário.
Em relação ao processo de sanitização das hortaliças,
infere-se que o hipoclorito de sódio a 2% se mostrou eficiente
na redução do número de coliformes totais e termotolerantes
presentes nos alimentos estudados.
4. CONCLUSÕES
485
ANÁLISE DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE HORTALIÇAS
COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
maiores índices de contaminação (70%) em comparação ao
estabelecimento formal (30%). Ressalta-se, portanto, a
importância de esclarecer a população quanto a necessidade
de lavar e sanitizar as hortaliças com sanitizantes como, por
exemplo, hipoclorito de sódio previamente ao consumo, visto
que, na maioria dos casos, este se mostrou eficiente na
redução da carga microbiana presente nos alimentos
estudados neste trabalho, contribuindo, desse modo, para a
segurança microbiológica dos mesmos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
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488
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COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTO FORMAL E NÃO FORMAL DE
JOÃO PESSOA - PB
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489
CAPÍTULO 35
490
importante é que 64,3% dos funcionários com queixas de
onicomicose nos quirodáctilos, destes 42,8% fizeram uso de
medicação, logo apenas 21,5% tem resultado positivo
fidedigno. Com isso espera-se introduzir nos exames
periódicos, o micológico das unhas das mãos como critério de
controle de saúde pública.
Palavras-chave: intoxicação alimentar, onicomicose, saúde
pública.
2 INTRODUÇÃO
491
e das práticas de controle durante a manipulação e
distribuição de alimentos (SILVA,2008).
Denomina-se manipulador de alimentos todos os
indivíduos responsáveis pela produção de produtos
alimentícios, sejam por contato direto ou indireto com
alimentos e limpeza do local de trabalho, ou seja, pessoas que
manuseiam água e desinfetante em profissões específicas,
tais como: cozinheiros, auxiliares de cozinha, copeiros, estes
são mais susceptíveis adquirir infecções da ordem já
mencionadas como paroníquias e onicomicoses, distrofias e
candidíase intertriginosas (PASSOS, 1995; FERREIRA,et al,
2013 e REIS, 2010).
Ferreira, et al (2013) menciona que a maioria dos
alimentos contaminados não apresentam alterações nas
características organolépticas, assim como relata fato de que
a utilização das luvas não substituem a higiene das mãos e,
por isso, só devem ser colocadas após sua higienização.
Mencionada no artigo de Ribeiro, et al(2004), as
infecções por Cândida em âmbito hospitalar merecem
relevância a partir de 1980 com o surgimento de
microrganismos resistentes graças ao uso irracional de
fármacos, por tratar os pacientes baseados meramente no
diagnóstico empírico, ou tardiamente contribuindo para os
altos índices de mortalidade observados em infecções
fúngicas invasivas, uma vez que a levedura acima dita tem
capacidade de emitir largos filamentos em direção à
profundidade dos tecidos a depender da disponibilidade de
nutrientes.
Particularmente, a Cândida albicans por está presente
em muitos sitos anatômicos, em Tamura, et al (2007),
verificou-se infecção hematogênica pela levedura nos
492
pacientes de UTI oriunda das mãos dos profissionais de
saúde, uma contaminação por via exógena. Pode-se também
encontrar candidemia por via endógena, provavelmente
provocada por um desequilíbrio de microbiota ou uma lesão de
mucosa gastrointestinal capaz de facilitar a translocação da
levedura até os capilares mesentéricos provocando infecção
(COLOMBO;GUIMARÂES, 2003; TAMURA, 2007).
No âmbito dos hospitais o controle higiênico sanitário
deve ser rigoroso a fim de garantir a segurança alimentar para
funcionários e clientes. Estabelecer medidas de boas práticas
para o controle de qualidade alimentar especialmente junto
aos manipuladores é um dever precípuo dos gestores, pois
são pessoas que mesmo sendo assintomáticas podem
transmitir doenças a partir do manuseio e contaminação dos
alimentos.
Esta pesquisa se propõe traçar um perfil dos
manipuladores de alimentos no ambiente hospitalar,
quantificar percentualmente a positividade de colonização por
Cândida spp dentro do espaço amostral e estabelecer um
perfil epidemiológico com os dados coletados na pesquisa.
3 MATERIAIS E MÉTODO
493
O estudo foi do tipo observacional transversal clínico
laboratorial, ou seja, focou na frequência de positividade das
amostras para leveduras. Tanto a exposição quanto a
colonização ou doença, foram determinados simultaneamente.
A estatística descritiva obtida foi de um estudo transversal, ou
seja, com medida de prevalência que compreende a
proporção de indivíduos que apresentam a doença ou
colonização em um determinado ponto de tempo, dentro de
um grupo escolhido previamente. Os indivíduos da amostra
não foram designados em grupo por processo aleatório, mas
já estavam classificados no respectivo grupo desde o início da
pesquisa, uma vez que, o grupo escolhido compreende
profissionais manipuladores de alimentos, não sendo desta
forma, fruto de um experimento.
Houve ,em primeiramente, aplicação de um
questionário profissionais tomando como construção humana
significativa, destacando como critério a saber: sexo, idade,
tempo de exposição as atividades de manipulador de
alimentos, queixas nas unhas. Este questionário foi aplicado
de acordo com as diretrizes da Resolução 466 \12 e também
foi assinado por parte dos participantes, o Termo de
Consentimentos Livre e Esclarecido, o qual garante ao
anonimato deles.
A coleta de material obedeceu aos critérios técnicos
laboratoriais baseados em Lacaz (1998) e Sidrim;
Rocha(2010). As escamas ungueais dos quirodáctilos foram
coletadas com material estéril e o local previamente asséptico
com gaze umedecido com álcool a 70%. Procurou-se retirar o
material da região de progressão e confluência do tecido
doente e na ausência de lesão. Foi retirado material da região
subungueal de todos os dez dedos das mãos.Nos casos de
494
unhas hiperqueratosas, ou seja, crescimento exacerbado de
queratina nas unhas. Procurou-se desprezar parte da
hiperqueratose formada na parte mais distal e procurou retirar
o material das regiões mais próximas da matriz ungueal.
Todas as amostras foram clarificadas por hidróxido de
potássio a 20% e após trinta minutos de descanso,
examinados em microscopia ótica. Para amostras positivas ao
exame micológico foram considerados quando visualizados
células leveduriformes e pseudohifas e\ou blastoconídios.
As culturas foram feitas em meio Ágar Sabouraund em
tubo inclinado à temperatura ambiente.Para o semeio, foi
utilizado um garfo, ou seja, uma pequena haste de metal,
achatada na extremidade, dobrada em ângulo de 90 C e
fixada a um cabo khole, previamente flambada em bico de
Bunsen, algumas escamas ungueais inoculadas, a com uma
profundidade do meio em três locais equidistantes do tubo
contendo ágar Sabouraud com cloranfenicol(figura 1) e
incubado a temperatura ambiente por 72 horas.
Com observação diária começando no segundo dia de
incubação Após 72 horas as colônias que segundo Neufeld
(1999) apresentaram-se com textura pastosa ou mucoide,
foram ressemeados em meio cromogênico chamado
CrhomAgar em placas e incubados a 37 C por 24 horas, com
a finalidade de identificar presuntivamente as principais
espécies de Cândida, que segundo o autor supra citado, a
coloração é um importante critério de exclusão. Após 24 horas
foi realizada a leitura à saber: a cor verde corresponde a C.
albicans; a cor azul: (figura 2), C. tropicalis; a cor rósea: C.
parapsilosis e a cor rósea flocoso: C. krusei.
495
Figura 1: Tubo de ensaio com meio Agar Sabouraud com cepas de Cândida sp
Fonte: foto da própria autora
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
496
Foram estudados 56 manipuladores de alimentos que
atuam em um hospital terciário no município de João Pessoa-
Paraíba, destes 87% é do sexo feminino e 13% do sexo
masculino (Figura 3).
13; 13%
87; 87%
Masculino Feminino
497
prevalência de onicomicose por leveduras foi de 82,95%
feminino.
Autores como Bart(2012), Silva (2008), Almeida(2012) e
Ferreira (2013).sugeriram em seus artigos a casuística de
leveduras nas mãos do sexo feminino ao fato deste grupo
exercer cargos que exijam manter as mãos constantemente
em contato com a água e produtos alvejantes, assim como
também a retirada de cutículas por estética, expondo os
quirodáctilos a solução de continuidade, facilitando a
colonização das espécies de Candida sp.
Silva (2005), relatou um fato relevante quanto a
possibilidade de infecção secundária por bactérias nas
onicomicoses, uma vez que a espécie Staphylococcus aureus
possui grande capacidade de contaminar alimentos, graças a
sua habilidade em produzir enterotoxina, aliada a sua
flexibilidade de crescer em ampla faixa de temperatura (7 aa
48) e de ph (4,2 a 9,3) contribuindo na produção de
intoxicações alimentares.
Nesta pesquisa a faixa etária mais frequente encontrada foi
dos 40 a 45 anos, obtendo 34%, muitos embora a segunda
mais comum obtivesse 28,6%, compreendendo uma diferença
percentual ínfima (Figura 4).
498
18% 19%
34% 29%
De 30 a 35 anos De 36 a 40 anos
499
20% 21%
14%
16%
11%
18%
500
41%
50%
5%
4%
Descolamento distal Paroníquia
501
Já a paroníquia é uma característica clínica mais
plausível para encontrar infecção e ou inflamação ungueal
provocado pela Candidasp, como ficou evidenciado nos 3,6%
na pesquisa, as unhas com distrofia e coloração esverdeada
observou-se uma colonização mista de bactérias gram
negativas, possivelmente Pseudomonasspp e
Candidaalbicans. A presença de bactéria é justificada pela
característica da levedura Ca ser queratinofílica, ou seja,
destrói a queratina ungueal, favorecendo a solução de
continuidade para instalação de outros germes invasores
(LIMA, 2005).
Em Reis, et al (2010), a descrição de inflamação na
região subungueal proximal dos quirodáctilos como
característica clássica de infecção por Candida spp.
A importância da onicomicosereside no aumento de sua
prevalência entre os manipuladores de alimentos. Araújo,
Bastos, Souza e Oliveira (2003), encontraram uma prevalência
de colonização de 17, 43%, entre os homens e 20,53% entre
as mulheres manipuladores de alimentos.
Silva (2005), no mesmo tipo de pesquisa com
manipuladores de alimentos de restaurantes, padaria,
lanchonetes, escolas, bar e supermercados, no município de
Ribeirão Preto, SP, constatou um percentual de 34,8% de
onicomicose pelo Gênero Cândida.
Em se tratando da incidência de colonização do Gênero
Cândida spp nos quirodáctilos, ou seja, nos dedos das mãos
de profissionais de saúde no âmbito hospitalar em Passos, et
al (2000), 73,3% dos enfermeiros, outros profissionais e
médicos do serviço de pediatria do hospital materno-infantil de
goiana, Goiás, possuíam leveduras nas mãos com
predominância de Cândida albicnas.
502
Dos 56 funcionários, 87% são do sexo feminino e os
13% dos homens não foi detectado presença de fungos nos
quirodáctilos. No entanto, foi encontrado positividade em 12%
das amostras do grupo feminino.
13%
17%
70%
5 CONCLUSÕES
504
alimentício, assim como já é comumente na rede privada,
como medida de saúde pública.
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506
O SIMPÓSIO NACIONAL DE SAÚDE MEIO AMBIENTE está
destinado a estudantes e profissionais da área saúde (nutrição,
farmácia, enfermagem, fisioterapia, educação física) e áreas afins e
tem como objetivo de proporcionar, por meio de um conjunto de
palestras, mesa redonda e apresentações de trabalhos, subsídios para
que os participantes tenham acesso às novas exigências do mercado e
da educação no contexto atual. E ao mesmo tempo, reiterar o intuito
Educacional, Biológico e Ambiental de inserir todos que formam a
Comunidade Acadêmica para uma Educação sócio-ambiental para a
Vida.
Foram abordados diversos temas durante o evento, entre eles:
Uso racional de medicamentos, Aplicações da Biotecnologia na Saúde,
Política Nacional de Alimentação e Nutrição, Gastronomia, meio
ambiente e sustentabilidade, Patógenas emergentes associados ao
abastecimento de água para consumo humano, A saúde mental no
século XXI, um desafio dos profissionais de saúde, ducação Alimentar
e Nutricional: uma estrategia de Segurança Alimentar do século XXI.
Diante da grandiosa contribuição dos artigos aprovados, os livros
frutos desse Evento: ODONTOLOGIA SAÚDE E MEIO AMBIENTE: e
NUTRIÇÃO E SAÚDE: conhecimento, integração e tecnologia
,contribuirão para o conhecimento dos alunos da área de Ciencias
biológicas e Saúde.
507