Manual Nutricao PDF
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e Metabologia da SBD
Manual de Nutrio
Profissional da Sade
2009
Manual de Nutrio
Profissional da Sade
Departamento de Nutrio
e Metabologia da SBD
So Paulo
2009
INTRODUO
ste material foi elaborado pelos nutricionistas, membros do departamento de Nutrio e Metabologia da Sociedade Brasileira de Diabetes,
no binio 2006/2007 sob a coordenao de Gisele Rossi, com intuito de
informar, de maneira sucinta, o pblico leigo e profissionais de sade
sobre Nutrio e Diabetes.
O Manual foi apresentado no site da SBD, ao longo de 07 meses, em
forma de captulos abordando diversos temas sobre nutrio, incluindo
recomendaes nutricionais, plano alimentar para Diabetes tipo 1 e 2,
situaes especiais, dentre outros. Os mesmos temas foram desenvolvidos
nos Manuais para pacientes e profissionais da sade, sendo disponibilizados em 2 formatos on line: fascculo para a pessoa com diabetes, com
informaes bsicas, incluindo ilustraes para melhor fixao e manual
do profissional, com texto e indicaes de leitura adicional.
O grande nmero de visitao on line, assim como os inmeros pedidos
solicitando o envio dos Manuais pelos profissionais de Sade e pacientes
fez com que a atual gesto do Departamento de Nutrio e Metabologia,
com o apoio de Marlia Brito Gomes, presidente da SBD conseguissem
disponibilizar o material na verso impressa.
Assim, acreditamos que esta iniciativa seja um facilitador de acesso
ao contedo cientfico de Nutrio para a prtica dos profissionais que
trabalham com diabetes, bem como esclarecer pessoa com diabetes, familiares, e amigos, que a alimentao equilibrada e individualizada, sem
dvida, uma aliada para o controle metablico, buscando desta forma,
um estilo de vida mais saudvel.
Manual de Nutrio
Temas e Autores
Colaboradoras:
Ana Cristina Bracini de Aguiar
Josefina Bressan
Nutricionista, Especialista em Nutrio Clnica, M.Sc, Ph.D, Ps-PhD
Professora Associada e Coordenadora do Programa de Ps-Graduao (Mestrado e
Doutorado) em Cincia da Nutrio do Departamento de Nutrio e Sade da Universidade
Federal de Viosa (DNS/UFV)
Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq)
OS ALIMENTOS: CALORIAS,
MACRONUTRIENTES E
MICRONUTRIENTES.
Autor: Anelena Soccal Seyffarth
Colaborao: Josefina Bressan
Objetivo: Revisar os conceitos bsicos sobre a composio dos alimentos, suas funes e influncia no
controle glicmico e na sade.
Captulo 1 7
rapidamente absorvidos. Como exemplo temos acar de mesa, mel, acar do leite e das frutas, garapa, rapadura, balas, muitos chicletes, doces em geral,
refrigerantes, entre outros.
J os carboidratos complexos so formados por cadeias
mais complexas de acares, podendo sua digesto e
absoro ser mais prolongada.
Alguns alimentos que contm carboidratos complexos:
1 Cereais e derivados, como arroz, trigo, centeio,
cevada, milho, aveia, farinhas (de trigo, de man
dioca, de milho), massas, pes, biscoitos, tapioca,
cuscuz, macarro, polenta, pipoca;
2 Tubrculos: batata-doce, batata, inhame, car,
mandioca, mandioquinha;
3 Leguminosas: feijes, ervilha, lentilha, gro-debico e soja.
No entanto, o tamanho da cadeia ou estrutura qumica no o nico determinante da velocidade de
digesto e absoro sob a forma de glicose.Outros fatores relativos a composio dos alimentos e preparao, entre outros tambm tm influncia importante.
Muitos alimentos contm carboidratos e gordura,
incluindo-se a os doces, como bolos, tortas, sorvetes e biscoitos. Algumas combinaes de alimentos
compreendem os trs nutrientes - carboidrato, protena e gordura -, como pizzas, ensopados e sopas. Esta
caracterstica importante na considerao do valor
calrico da preparao e tambm no impacto que o
alimento pode ter na glicemia.
2.2. Protenas
As protenas so indispensveis ao corpo humano,
pois, alm de contriburem como fonte calrica, so
fornecedoras dos aminocidos, que servem de material construtor e renovador, isto , so responsveis
pelo crescimento e pela manuteno do organismo.
Suas fontes mais ricas so as carnes de todos os tipos,
os ovos, o leite e o queijo, enquanto as leguminosas
so as melhores fontes de protena vegetal. Outras
fontes vegetais incluem oas castanhas e nozes. As
fontes de protena de origem animal so de alto valor
biolgico, ou seja, apresentam melhor pool (composio) de aminocidos em relao s fontes proticas
vegetais. Para melhorar esse pool de aminocidos
dos alimentos de origem vegetal essencial ter uma
alimentao variada e combinar os alimentos numa
mesma refeio, como o caso do arroz com feijo
(complementao da protena de um cereal com a
protena de uma leguminosa).
Em alguns pacientes portadores de diabetes, principalmente do tipo 1 (DM 1), as protenas podem ser
convertidas em glicose muito facilmente, gerando efeitos negativos sobre o ndice glicmico, especialmente
OS ALIMENTOS: CALORIAS, MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES
Captulo 1 9
Captulo 1 11
nutrientes.Contudo, muitos alimentos essencialmente referidos como fontes de protena ou gordura tambm contm carboidrato.
A distribuio de carboidratos nas refeies e lanches
deve ser feita de maneira individualizada e de acordo com o estilo de vida e de tratamento. No entanto,
vale ressaltar que a ingesto espaada facilita a ao
da insulina na glicose do alimento ingerido.
3. Micronutrientes (vitaminas e
minerais)
As vitaminas e os minerais esto presentes em grande
variedade de alimentos. Cada um desses nutrientes
importante, pois exerce funes especficas, essenciais para a sade das nossas clulas e para o funcionamento harmonioso entre elas. Diferentemente
dos macronutrientes, as vitaminas e os minerais so
necessrios em pequenas quantidades. No entanto,
para atingir as recomendaes de consumo desses
nutrientes, o seu fornecimento atravs dos alimentos deve ser dirio e a partir de diferentes fontes. A
seguir apresentamos o resumo das funes dos micronutrientes e os alimentos que os contm.
3.1. Vitaminas
1 Vitaminas hidrossolveis: complexo B, cido flico e vitamina C.
2 Vitaminas lipossolveis: A,D,E,K.
Funes: No contm energia mas so necessrias para as reaes energticas; regulam as funes celulares; envolvidas nas funes de proteo
(imunolgicas).
3.2. Minerais
1 Clcio, ferro, sdio, potssio, magnsio, zinco e
selnio, entre outros.
12 Captulo 1
Captulo 1 13
Leitura Complementar:
1. Guia Alimentar para a populao brasileira: Promovendo
a alimentao saudvel. Ministrio da Sade,CGPAN
Braslia, 2005.
2. SHILS, M. at al. Tratado de Nutrio Moderna na Sade e na
Doena. 1. ed. Brasileira, So Paulo: Manole, 2003.
3. MAHAN,L.K.; ESCOTT-STUMP,S. Krause : Alimentos,
nutrio & dietoterapia. 10 edio . So Paulo: Editora Roca,
2002.
Captulo 1 15
Alimentao e hbitos
saudveis
1. Introduo
A alimentao variada refere-se seleo dos diferentes grupos de alimentos, considerando-se o nvel
de renda, de escolaridade, preferncias e a disponibilidade dos alimentos. Muitas vezes o padro e o
comportamento alimentar do indivduo portador de
diabetes mellitus esto seriamente comprometidos,
sendo caracterizados pela prtica de dietas restritivas e
aleatrias, uso indiscriminado de produtos dietticos
e a adoo de mtodos inadequados para controle da
glicemia, reduo e manuteno de peso.
Entende-se por padro alimentar a composio de
alimentos que constituem a dieta dos indivduos, seu
aporte calrico, a distribuio de macro e micronutrientes e a adequao s necessidades fisiolgicas.
Os horrios, a regularidade e a frequncia das refeies tambm podem compor a caracterizao do padro alimentar.
A alimentao variada refere-se seleo de alimentos
de diferentes grupos. Nenhum alimento completo
(exceto o leite materno para crianas at 6 meses de
idade), ou seja, nenhum possui todos os nutrientes
em quantidade suficiente para atender s necessidades do organismo.
A seleo de alimentos muito complexa e influenciada por vrios fatores. Embora se saiba que, quando os alimentos no esto disponveis, bem provvel
que ocorram deficincias, por outro lado a abundncia por si s no assegura tima nutrio devido ao
16 Captulo 2
2. Guias Alimentares
Guias ou Diretrizes as dieta so citaes de rgos
governamentais ou entidades reconhecidas por sua
autoridade cientfica que transforma recomendaes
nutricionais tcnico-cientficas em conselhos (mensagens) simples, fceis de compreender e prticas para
o pblico em geral.
Tem como objetivo assegurar a ingesto adequada de
nutrientes. Em suma, os guias da dieta so embasados
Alimentao e hbitos saudveis
Captulo 2 17
no conhecimento cientfico, nos problemas nutricionais, nos hbitos de consumo alimentar e no contexto
cultural e scio-econmico das populaes. Fatores
educativos tambm devem ser considerados na elaborao dos guias.
Podem ser classificados em qualitativos e quantitativos. Os qualitativos apresentam recomendaes somente sobre os alimentos a serem ingeridos ou evitados e os quantitativos fazem recomendaes a serem
ingeridas de cada grupo alimentar geralmente expressas em nmero e tamanho das pores.
Os guias da dieta de uma populao so ferramentas
de educao nutricional com o objetivo de estimular
mudanas indicadas, principalmente qualitativas, na
dieta de uma populao.
Captulo 2 19
legumes cozidos (ex.: cenoura, couve-flor, beterraba); 1 prato (sobremesa) de folhas cruas
picadas (ex.: espinafre, agrio, alface). - Grupo
das frutas: 1 fruta mdia (ex.: ma, laranja,
pra); 1 pote pequeno de frutas picadas cruas,
cozidas, congeladas ou enlatadas (sem calda);
1 fatia mdia de mamo, melo ou melancia; 1
copo de suco de fruta.
3 Grupo do leite e substitutos: 1 copo de leite
ou iogurte; 2 fatias de queijo branco; 3-4 fatias
de mussarela; 2 colheres de (sopa) de queijo
ralado.
4 Grupo das carnes e substitutos: 2 colheres
(sopa, 60g) de carne moda, ave ou peixe; 2 ovos;
4 colheres (sopa) de oleaginosas ou sementes; 4
colheres (sopa) de ervilhas, feijo ou lentilha; 4
cubos de tofu; 4 colheres (sopa) de soja.
5 Grupo dos leos e extras: 1 colher (ch) de
leo (5g) ou at 8 colheres (ch) de acar.
My Pyramid 2005
Captulo 2 21
Hortalias
Frutas
Leite
Carnes
leos
Gros
1.200
1,5 (90g)
1.400
2 (115g)
1.600
2,5 (145g)
1.800
2,5 (145g)
2.000
2,5 (160g)
2.200
3 (175g)
Pirmide alimentar
adaptada, 2005
7- Progressos graduais
O profissional de sade deve auxiliar o indivduo a
realizar mudanas e orientar que quando se iniciam
mudanas, essas devem ser passo a passo e em pequenos passos. A definio de objetivos realistas e alcanveis aumenta a probabilidade de sucesso em alcan-los, ou seja, melhor definir objetivos que faam
mudanas aos poucos, para alimentao e atividade
fsica, do que fazer tentativas de mudanas grandes,
e todas de uma vez. Fazer um planejamento e segulo, cumprindo horrios para as refeies e atividade
fsica, so essenciais para alcanar os objetivos. O
uso de dirio, como forma de auto-monitoramento,
22 Captulo 2
Leitura Complementar:
1. Danone, I., Alimentao equilibrada para a populao
brasileira, 1998, Insituto Danone, p.114.
2. Food Pyramids What should you really eat? 2005.
Disponvel em:htpp://hsph.harvard.edu/nutritionsource/
pyramids.html.
3. Food and Nutrition board. Eat for life: food and Nutrition
Boards guide to reducing your risk of chronic disease. 1992:
Washington, DC: National Academy Press.
4. Oliveira, J. E. D. et al. Normas e Guias alimentares para
a populao brasileira delineamentos metodolgicos e
critrios tcnicos. 2002, So Paulo: Instituto Danone.
5. Sanabria, M. C.; Molina, V.; Fischer, M. Guias Alimentares,
IN: Inquritos Alimentares: mtodos e bases cientficas.,
6. Phillip ST,Ribeiro LC,Latterza AR,Cruz ATR. Pirmide
Alimentar Adaptada, 2005.
7. Fisberg, R. M. et al., Manole: So Paulo, 2005.
Alimentao e hbitos saudveis
Captulo 2 23
DETERMINANDO O PLANO
ALIMENTAR
1. Introduo
A terapia nutricional para o diabetes inclui o processo
e o sistema pelo qual o cuidado nutricional ser promovido, bem como as recomendaes especficas para
cada indivduo. O plano alimentar deve ser definido,
prescrito e acompanhado, pois este far parte de um
processo educativo contnuo. Assim, as recomendaes
no devem se basear apenas em evidncias cientficas,
mas devem tambm levar em considerao as alteraes no estilo de vida que o indivduo possa fazer e
manter. As preferncias culturais e financeiras precisam ser analisadas, respeitando as escolhas individuais, e os pacientes devem estar envolvidos nas decises.
Neste sentido, a avaliao nutricional um componente essencial para o cuidado nutricional do paciente.
Ela pode ser definida como a interpretao da informao obtida por estudos dietticos, antropomtricos
e clnicos e tem por objetivo determinar o estado nutricional do indivduo a fim de traar o plano de cuidado nutricional. A avaliao nutricional completa faz
com que a educao nutricional se torne mais eficaz.
Alguns parmetros para a avaliao do estado
24 Captulo 3
Captulo 3 25
Macronutrientes e micronutrientes
As quantidades de macro e micronutrientes a serem oferecidos ao paciente dependero do estado
26 Captulo 3
nutricional e dos objetivos quanto ao perfil metablico. Estas diferem quanto porcentagem entre os
diversos comits, porm no so muito distintas as
porcentagens de nutrientes de uma pessoa saudvel
para as de um paciente diabtico.
Adoantes artificiais
H fortes evidncias de que os adoantes artificiais
so seguros para pessoas com diabetes desde que consumidos nos nveis seguros estabelecidos.
A ingesto atual muito menor do que a ingesto diria aceitvel, definida como a quantidade que um
aditivo alimentar pode ser consumido seguramente
em um dia. Ainda no sabido se o uso de adoantes artificiais melhoram o controle glicmico a longo
prazo ou auxiliam a perda de peso.
Adoantes nutritivos
Evidncias disponveis de estudos clnicos demonstram que a sacarose diettica oferecida como nutriente
simples, como parte de um alimento, preparao ou
refeio, no aumenta a glicemia mais do que quantidades isocalricas de amido.
Assim, se a sacarose fizer parte de um plano alimentar, ela dever ser substituda por outras fontes
de carboidrato ou se for adicionada, ser necessrio
ajustar as doses de insulina ou de outra medicao
hipoglicemiante.
Diversos comits recomendam que a ingesto de acar simples no ultrapasse mais que 10% do valor calrico total da dieta e que tal consumo deve estar inserido no contexto de uma dieta saudvel. Ademais,
indivduos sobrepeso ou com hipertrigliceridemia,
recomenda-se a utilizao de adoantes.
Em indivduos com diabetes a frutose produz uma
DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR
Captulo 3 27
resposta ps-prandial menor do que quando substitui a sacarose ou amido da dieta, no entanto este benefcio contraposto pelos efeitos adversos de que a
frutose produz nos lpides plasmticos. Assim, o uso
de frutose adicionado como adoante no recomendado, no entanto no h razo para recomendar que
diabticos evitem a frutose encontrada nas frutas, vegetais e outros alimentos.
Fibras
Assim como para a populao em geral, pessoas com
diabetes devem ser encorajadas a escolher uma variedade de alimentos que contm fibras, tais como
gros integrais, frutas e vegetais.
Evidncias cientficas demonstram que o consumo de
fibras viscosas reduz as taxas de esvaziamento gstrico e de digesto e absoro de glicose, com benefcios a curto e mdio prazo no controle glicmico, e
tambm apresentam efeitos benficos no metabolismo dos lipdeos. J as fibras no viscosas no agem
diretamente neste quesito, porm podem contribuir
para a saciedade e controle de peso, alm de preservar a sade intestinal.
Artigos complementares
1. American Diabetes Association. Nutrition Principles and
Recommendations in Diabetes. Diabetes Care 27: S36, 2004.
2. H. Connor et al. The implementation of nutritional advice
for people with diabetes. Diabetes UK. Diabetic Medicine 20,
786 807, 2003.
3. The Diabetes and Nutrition Study Group (DSNG) of the
European Association for the Study of Diabetes (EASD),
1999: Recommendations for the nutritional management of
patients with diabetes mellitus. European Journal of Clinical
Nutrition 2000: 54, 353-355.
28 Captulo 3
Captulo 3 29
1. Introduo
Desde o incio deste projeto temos mostrado a importncia do plano alimentar no controle do diabetes
e do acompanhamento com o profissional nutricionista, que, juntamente com a equipe (e esta inclui o
portador de diabetes), desenhar um plano que leve
em considerao os objetivos de tratamento, o esquema insulnico, os hbitos alimentares e o horrio de
atividade fsica.
Existem vrias abordagens nutricionais para o controle do diabetes, e a melhor aquela com que portador
de diabetes e o profissional que o acompanha se sintam mais confortveis, alm de conseguirem o melhor
controle. Algumas vezes, percebe-se que aquele plano alimentar desenhado no incio do diagnstico da
doena no mais se ajusta s expectativas e aos tratamentos atuais, e a a necessidade de um novo plano
mostra-se evidente. Lembre-se de que a monitorao
da glicemia em casa sempre ser o nosso grande guia
de tratamento. E para isso existem algumas estratgias: pirmide alimentar, substituies e/ou equivalncias e contagem de carboidratos.
30 Captulo 4
Captulo 4 31
GRUPO
Pes
15g
01 ft Po Forma,
Po Francs
03 col.(sopa) Arroz
01
Leite
12g
01
Fruta
15g
01 Ma (peq.)
01 Copo (150ml) Sal. Frutas
01
Vegetais
05g
01 (Pires) Ch Cr
02 Col. (sopa) Cozido
00
Carne
0g
---
00
Gorduras 0g
---
00
4. Contagem de carboidratos
uma estratgia nutricional em que contabilizamos
os gramas de carboidratos consumidos em refeies
e lanches, com o objetivo de manter a glicemia dentro dos limites convenientes. A razo pela qual voc
deve se focalizar em contar gramas de carboidratos
porque eles tendem a ter maior efeito na sua glicemia.
A contagem de carboidratos pode ser utilizada por
32 Captulo 4
Captulo 4 33
34 Captulo 4
Qualquer que seja a estratgia escolhida, importante que o plano alimentar esteja includo como
parte do tratamento do diabetes. O objetivos devem
ser checados com frequncia, e se eles no estiverem
sendo alcanados, sinal de que sua estratgia precisa ser modificada.
Leitura Complementar:
1. Holler,JH.,Pastors,JG.Diabetes Medical Nutrition Therapy A
professional Guide to Management and Nutrition Education
Resources, American Diabetes Association, 1997;3-284.
2. Franz,MJ,Nutrition Recomendations and Principles for
People with Diabetes Mellitus. Diabetes Care, volume
24,Suppl 1, january, 2001.
3. Franz,MJ et al, Evidence-based Nutrition Principles anda
Recommendations for the Treatment and prevention
of Diabetes and Related Complications. Diabetes Care
26:S51-S61, 2003
4. The DCCT research group. The effect of intensive treatment
of diabetes on the development and progression of longterm complications in insulin-dependent Diabetes Mellitus.N
Engl J Med 1993;239;977-86.
5. United Kingdom Prospective Diabetes Study. Intensive blood
glucose control and sulphonylureas or insulin compared
with conventional treatment and risk of complications in
patients with type 2 diabetes. Lancet 1998:352;837-853.
Captulo 4 35
Introduo
A dieta e o comportamento alimentar esto diretamente associados ao controle e preveno do
diabetes mellitus. Estudos longitudinais suportam a
hiptese de que a resistncia insulina seria consequncia da obesidade. Os cidos graxos livres fornecidos
pelo tecido adiposo na liplise induzem a resistncia
insulina na utilizao perifrica da glicose, assim
como exercem ao inibitria na secreo de insulina pela clula (lipotoxicidade). O tecido adiposo
o maior rgo endcrino pela quantidade de hormnios e citocinas que capaz de sintetizar e secretar.
As citocinas so protenas moderadoras da resposta
inflamatria, produzidas e liberadas por vrios tecidos e clulas, tais como macrfagos, moncitos, adipcitos e clulas endoteliais. O TNF- produzido
pelo tecido adiposo, moncitos e macrfagos tendo
ao pr-inflamatria e imuno-regulatria. A IL-6
uma citocina pr-inflamatria produzida por vrios tecidos tais como leuccitos ativados, adipcitos
e clulas endoteliais. Estimula a produo heptica
de protena C-reativa (PCR), o principal mediador da
resposta inflamatria na fase aguda. Outra citocina
produzida a resistina secretada pelos adipcitos maduros e que poderia ser o elo entre a obesidade e o
desenvolvimento da resistncia insulina. Tambm
produzida a adiponectina uma protena especfica
36 Captulo 5
Plano alimentar
A terapia nutricional do DM vem sofrendo modificaes importantes ao longo do tempo. Era consenso
antes de 1921 a recomendao do que se denominava
de regime de fome ou inanio, pois o conhecimento ainda precrio a respeito da doena e da resposta metablica aos nutrientes energticos, no permitia oferta adequada de nutrientes e de energia. A
partir de 1922, quando a perspectiva de sobrevida foi
Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2
Captulo 5 37
38 Captulo 5
Ingesto recomendada
Carboidratos (CHO)
Sacarose
At 10%
Frutose
Fibra alimentar
At 30% VET
At 10% do VET
Colesterol
< 200mg/dia
Protena
Quanto composio do plano alimentar, recomenda a adoo do modelo Dietary Approaches do Stop
Hypertension (DASH), que associada a um estilo de
vida mais saudvel pode promover aumento da sensibilidade insulina. Este modelo diettico enfatiza o
consumo de alimentos naturais com consequente reduo de industrializados, o que se traduz em menor
consumo lipdico, principalmente de cidos graxos saturados e na forma trans (cido eladico), assim como
reduz o teor de sdio da dieta. Incentiva tambm maior
consumo de alimentos vegetais, o que inclui hortalias,
frutas, cereais pouco refinados e leguminosas, desta
forma incrementando o consumo de fibras, vitaminas,
minerais e substncias antioxidantes.
Quanto ao sdio diettico, recomenda que o cloreto de sdio (sal de cozinha) esteja limitado a 6g/dia,
Plano alimentar e diabetes mellitus tipo 2
Captulo 5 39
nutricionais preconizadas, muitas vezes possuem pouco ou nenhum respaldo na cincia. J h evidncias
suficientes suportando que a dieta muito restrita preconizada anteriormente deu lugar a uma alimentao
balanceada, ajustada individualmente, que permite ao
indivduo uma vida ativa, perfeitamente integrada ao
seu grupo social. Desta forma, essencial que toda a
equipe de sade, e no somente o nutricionista, tenha
conhecimento das recomendaes nutricionais baseadas em evidncias para otimizar o cuidado em DM.
Leitura complementar:
1. Clare NOJ, Pei D, Satris P, Polonsky K, Chen YD, Reaven
GM. Alterations in the glucose stimulate insulin secretory
dose response curve and insulin clearance in nondiabetic
insulin resistant individuals. JCEM, 1997; 82(6): 1834-8.
2. Matsuzawa Y, Funahashi T, Nakamura T. Molecular
mechanism of metabolic sndrome X:contribution of
adipocytokines adipocyte-derived bioactive substances. Ann
NY Acad Sci 1999, 892:146-54
3. Cooling J, Blundell J. Differences in energy expenditure and
substrate oxidation between habitual high fat and low fat
consumers (phenotypes). Int J Obes, 1998;22(7):612-618.
4. Green SM, Blundell JE. Effect of fat and sucrose containing
foods on the size of eating episodes and energy intake
in lean dietary restrained and unrestrained females:
potential for causing overconsumption. Eur J Clin Nutr,
1996;50(9):625-635.
5. Jenkins DJA, Wolever TMS, Taylor RH, et al. Glycemic index
of foods: a physiological basis for carbohydrates exchange.
Am J Clin Nutr, 1981; 34: 362-6.
6. Crapo PA, Reaven G, Olefsky J. Postprandial plasma-glucose
and insulin responses to different complex carboydrates.
Diab, 1977; 26: 1178-83.
7. ADA - American Diabetes Association Nutrition Principles
and Recommendations of the committee on the diagnosis
and classification of diabetes mellitus. Diabetes Care, 2004;
27(1):36S- 45S.
8. American Diabetes Association. Nutrition Recomendations
and Interventions for Diabetes. Diabetes Care, 2007; 30: S1.
9. Tratamento e Acompanhamento do Diabetes Mellitus.
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes Sociedade
Brasileira de Diabetes. Princpios para Orientao Nutricional
no Diabetes Mellitus., 2009.
Captulo 5 41
Introduo
O Diabetes Mellitus (DM) uma doena que atinge vrios rgos do corpo e tem como caractersticas
alteraes no metabolismo de carboidratos, lipdios
e protenas. Essas alteraes metablicas, quando
no controladas, levam a complicaes agudas e/ou
crnicas.
As complicaes agudas, como a hipoglicemia e a hiperglicemia ocorrem eventualmente, enquanto que
as crnicas (nefropatia, retinopatia e neuropatia) so
geralmente ocasionadas pelo mau controle metablico e demoram vrios anos para se manifestarem. As
dislipidemias no DM podem ser secundrias ao mau
controle metablico.
Na presena de algumas complicaes do diabetes,
como hipoglicemia, nefropatia e dislipidemias, a terapia nutricional passa a ter a funo de tratamento alm de ter que atender s necessidades nutricionais basais.
Hipoglicemia
a diminuio da glicose no sangue para menos de
50mg/dl, sendo a complicao aguda mais comum no
42 Captulo 6
DM. As causas mais comuns que favorecem a hipoglicemia so: Atraso em se alimentar, muito exerccio fsico sem monitorar a glicemia, erro na administrao da medicao (hipoglicemiante ou insulina).
Os sintomas da hipoglicemia podem variar de pessoa
para pessoa, mas em geral existe uma sensao de
fome importante, o raciocnio comea a ficar lento,
h sensao de fraqueza, suor exagerado, tremores
nas extremidades (mos e pernas), bocejos, corao
acelerado, viso dupla, podendo haver perda total
da conscincia. Em algumas pessoas esses sintomas
podem passar despercebidos. Alm do autoconhecimento, importante o envolvimento da famlia, dos
colegas do trabalho e da escola no sentido de tambm
conhecerem os sinais e ficarem atentos s manifestaes da hipoglicemia, para assim intervirem logo.
A pessoa com diabetes precisa sempre andar com o
carto que a identifica como portadora de DM.
A hipoglicemia deve ser corrigida rapidamente para
evitar possveis danos cerebrais e o nutriente mais
adequado para aumentar a glicemia a sacarose.
1 Oferecer 1 colher de sopa de acar (15g de carboidrato) misturado com gua ou
2 Outros alimentos com 15g de carboidratos como
suco de laranja (um copo de 150ml), caramelos
(trs unidades) ou refrigerante comum (um copo
de 150ml).
A hipoglicemia precisa ser monitorizada e a glicemia capilar (ponta de dedo) deve ser realizada aps
15 minutos da administrao da sacarose ou similar.
Caso a glicemia no tenha voltado a meta do tratamento, deve-se voltar a oferecer 15g de carboidrato
e antecipar a refeio.
Nas hipoglicemias graves existem outras formas de se
corrigir a glicemia mas que necessitam de orientao
prvia do mdico (ex: uso de glucagon). Na ausncia
desses conhecimentos e no caso da correo feita com
a alimentao no ter sido suficiente, deve-se levar o
indivduo para uma emergncia hospitalar.
Na vigncia da hipoglicemia deve-se evitar produtos
Plano Alimentar em algumas complicaes metablicas do Diabetes Mellitus:
Hipoglicemia, Nefropatias e Dislipidemias
Captulo 6 43
como biscoitos e chocolates ou outros alimentos ricos em gorduras, pois so absorvidos mais lentamente provocando demora no aumento da glicemia e
um aumento excessivo na glicemia horas aps a sua
administrao.
Os alimentos citados podem ser includos no plano
alimentar em um outro momento, desde que quantificados e orientados pelo nutricionista. E vale lembrar que a hipoglicemia um momento em que o
corpo est debilitado e as funes normais no esto plenas, por isso o prazer da alimentao tambm
fica prejudicado.
Nefropatia diabtica
A nefropatia diabtica uma doena que acomete
os rins e a sdrome clnica que ocorre em consequncia do processo de microangiopatia, acometendo
pacientes com DM 1 e 2, e que tem a capacidade de
evoluir com o tempo, danificando de modo progressivo e irreversvel os rins e reduzindo a expectativa
de vida dos indivduos afetados.
A nefropatia diabtica se d em consequncia a um
processo de hiperglicemia crnica. A identificao do
incio da nefropatia no muito fcil, mas em geral
ela diagnosticada pela microalbuminria, mostrando que o nefro est comeando a falhar. Com o aumento da gravidade da leso no nefro, a quantidade
de protenas na urina e a presso arterial sistmica
se elevam. Sinais e sintomas surgem e a nefropatia
diabtica est estabelecida.
O plano alimentar na nefropatia diabtica, alm de
ser individualizado, ir variar de acordo com o estgio da falncia renal. O nutriente mais afetado a
protena, e com a progresso da doena h necessidade tambm de controlar alguns minerais (sdio,
potssio, etc).
O tratamento da nefropatia diabtica pode ser dividido em trs etapas (primria, secundria e terciria),
de acordo com o comprometimento dos rins.
44 Captulo 6
Na primria deve-se se ter preocupao com os seguintes itens: controle rigoroso da glicemia, controle da presso arterial, controle da dislipidemia e suspenso do tabagismo.
Na secundria entram todos os itens da primria e
mais: plano alimentar com quantidade controlada de
protenas. Essa recomendao visa no sobrecarregar ainda mais os rins e a restrio proteica (carnes,
leites, ovos, leguminosas, etc.) pode variar de 0,8 a
0,6/kg/dia em adultos.
O plano alimentar fica bem restrito e as substituies
passam tambm a respeitar a quantidade de protena
do alimento. As fontes de protenas de alguns vegetais como a soja e frango parecem ser menos agressivas ao rim, no entanto existem poucos estudos que
suportam tal teoria.
A restrio proteica em crianas e adolescentes, cujo
crescimento ainda no se completou, deve respeitar
a recomendao nutricional normal para a idade. O
ajuste das protenas no plano alimentar deve ser reavaliado juntamente com a progresso da doena renal.
Na fase terciria da nefropatia diabtica h a perda
irreversvel da funo renal, devendo-se introduzir
mtodos de substituio do rim: hemodilise, dilise
e transplante. O plano alimentar fica menos rigoroso e a ingesto proteica precisa ser corrigida de acordo com as perdas no processo de filtrao artificial.
Dislipidemias
As dislipidemias tm importante papel na acelerao do aparecimento das doenas cardiovasculares
na pessoa com diabetes. Os indivduos com diabetes
mellitus tm duas a trs vezes maior chance de apresentar problemas cardiovasculares do que pessoas
no-diabticas.
O padro mais comum de dislipidemia em diabticos
do tipo 2 a hipertrigliceridemia associada a nveis
baixos de HDL-colesterol . O LDL-colesterol tambm
Plano Alimentar em algumas complicaes metablicas do Diabetes Mellitus:
Hipoglicemia, Nefropatias e Dislipidemias
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pode se apresentar alto e possui caractersticas especficas com predomnio de partculas pequenas e
densas, que esto associadas a aumento de aterogenicidade e risco cardiovascular. No diabtico tipo 1, a
ocorrncia de dislipidemia est geralmente associada
ao controle glicmico. Em pacientes bem controlados
no h diferena na caracterstica das gorduras (LDLcolesterol) e o perfil lipdico no sangue normal.
Nas dislipidemias, os valores desejveis para diabticos maiores de 20 anos so: LDL < 100mg/dl; colesterol total < 200mg/dl; HDL-colesterol 60mg/
dl e triglicrides < 150mg/dl.
O tratamento diettico das dislipidemias deve levar
em considerao a mudana no estilo de vida, incluindo hbitos alimentares saudveis, com restrio de
gordura saturada e colesterol, incentivo a gordura monoinsaturada e controle do excesso de peso corporal.
A absteno do consumo de lcool recomendada
em todos os casos de dislipidemia. A atividade fsica
regular dever ser sempre estimulada, pois aumenta
o HDL-colesterol e favorece o controle do peso.
A alimentao recomendada para prevenir e tratar a
dislipidemia deve conter, por exemplo, carnes magras,
leite desnatado, cereais integrais, legumes, verduras
e frutas. Dessa forma possvel fornecer uma quantidade adequada de vitaminas, minerais e fibras, que
so importantes no combate s dislipidemias.
As fibras solveis representadas pela pectina (frutas)
e pelas gomas (aveia, cevada e leguminosas: feijo,
gro-de-bico, lentilha e ervilha) reduzem o tempo
de trnsito intestinal e ajudam na eliminao do
colesterol.
As fibras insolveis, representadas por celulose (trigo), hemicelulose (gros) e lignina (hortalias) no
atuam diretamente sobre a hipercolesterolemia, no
entanto aumentam a sensao de saciedade, auxiliando na reduo do peso.
Na alimentao diria, a gordura saturada deve fazer
parte de menos de 10% do total de calorias. Devemse evitar: carnes gordas (carne de porco, carne-seca,
46 Captulo 6
Leitura complementar:
1. Expert Panel on detection, evaluation, and treatment of
hight blood cholesterol in adults.Executive Summary of the
Third Report of the National Cholesterol Education Program
Expert Panel on Detection, Evaluation, and Treatment of
High Blood Cholesterol in Adults (Adult Tretment Panel III).
JAMA 2001, 285:2486-97.
2. Goldberg RB. Cardiovascular disease in diabetic pacient.
Medical Clinics of North America, 2000, 84:81-93.
3. Pinto JESS, Oliveira JEP. Complicaes do Diabetes Mellitus.
In: Diabetes Mellitus clinica, diagnstico, tratamento
multidisciplinar. Oliveira JEP, Milech A Ed. Atheneu, SP,
2004.
Plano Alimentar em algumas complicaes metablicas do Diabetes Mellitus:
Hipoglicemia, Nefropatias e Dislipidemias
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Introduo
A terapia nutricional em Diabetes tem sido identificada como o ponto chave para o adequado controle
metablico do Diabetes. Sabe-se que, em casa, coberto por todos os cuidados familiares, seguir o plano alimentar prescrito, torna-se muito simples e, por
muitas vezes esta situao refora a impossibilidade
de vivnciar situaes importantes para o desenvolvimento humano em qualquer fase da vida. A seguir,
abordaremos algumas destas situaes:
Escola
Depois da famlia o convvio escolar o contato social
mais importante para todas as crianas. Entretanto
existem alguns cuidados essenciais, para que ambos,
criana e famlia possam desfrutar deste momento
com segurana. A equipe de sade deve orientar famlia e paciente, no sentido de fornecer orientaes
quanto aos cuidados requeridos pela pessoa com diabetes, tais como :
1
48 Captulo 7
Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
de doenas
49
Trabalho
Os indivduos com diabetes que realizam refeio
Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
de doenas
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Festas
As festas so importantes eventos socias, onde as
pessoas comemoram, brincam, compartilham, se
reencontram e acima de tudo vivnciam momentos felizes. Embora a probio do acar ou alimentos que contenham acar, no seja uma orientao
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Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
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nutricional essencial para o bom controle do diabetes importante estar atento a outros componentes,
muito comuns nestas situaes:
1 As crianas vo as festas para brincar e no para
comer, havendo portanto maior risco de hipoglicemia durante ou at algumas horas aps o
trmino da mesma.
2 Caso a criana esteja em esquema insulnico tradicional (uma ou duas doses de insulina/dia) e a
festa esteja acontecendo em horrio de almoo,
lanche da tarde ou jantar, importante oferecer
algum alimento, ainda em casa, buscando prevenir a hipoglicemia por atraso de refeio.
3 Utilizando o exemplo acima, uma outra opo
seria buscar informaes com o nutricionista,
sobre lista de equivalentes de alimentos e Contagem de Carboidratos, para a correta substituio
destas refeies.
4 Caso a criana esteja em esquema insulnico de
mltiplas doses ou sistema de infuso de insulina, a orientao da equipe ser essencial para
adequada contagem de carboidratos e ajuste da
dose de insulina ultra rpida, quando necessrio.
5 Como as crianas, em festas os jovens esto mais
interessados em danar, conversar e ficar mais
do que se alimentar. Tudo isso associado ao consumo, muitas vezes excessivo de lcool, maximizando o risco da hipoglicemia.
6 Os jovens devem ser orientados a se alimentar
antes de sair para as baladas evitar ou pelo
menos restringir o consumo de bebidas alcolicas, ou ainda se alimentar enquanto estiverem
consumindo bebida alcolica .
7 Os jovens devero ser orientados a sempre levar
consigo o monitor de glicose, bem como alimentos para o adequado tratamento da hipoglicemia.
8 Os itens 2 e 3 so vlidos tambm para jovens
em festas.
9 Os adultos, devero ficar atentos para no torPlano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
de doenas
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Restaurantes
Ir a um restaurante um evento social cada vez mais
comum, principalmente nos grandes centros, quer
seja para discutir um negcio, ou comemorar uma
data especial. Assim como em festas, est uma situao onde as pessoas saem da rotina e algumas dicas
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Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
de doenas
Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
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Captulo 7 53
tes a doena e o que fazer em caso de emergncia, bem como ter registrado os telefones de
familiares ou responsveis.
Dias de doena
Por mais que se mantenha hbitos saudveis, muitas
vezes impossvel escapar de um mal estar, causado
por exemplo pelo consumo de um alimento deteriorado, sem que seja perceptvel, causando diarria, vmitos, febre, bem como indisposio ou inapetncia
consequncia muitas vezes de resfriados. Sabemos
que estas situaes podem causar um forte impacto
no controle do diabetes, havendo a necessidade de
estar atento aos seguintes pontos:
1 Importante entrar em contato com o mdico para
verificar a necessidade de prescrio de medicamento especfico, bem como ajuste na medicao
(medicao oral / insulina).
2 Manter o plano alimentar prescrito, utilizando as
listas de equivalentes de alimentos e contagem
de Carboidratos, para adaptao dos alimentos,
proporcionando maior aceitao dos mesmos.
3 As pessoas com diabetes em esquema insulnico de multiplas doses ou sistema de infuso de
insulina, devero solicitar orientao da equipe
quanto a contagem de carboidratos e provvel
ajuste da dose de insulina ultra rpida s refeies, principalmente em casos de diarria e vmitos.
4 Aumentar o consumo de lquidos, para prevenir a desidratao. O soro caseiro, oferecido em
intervalos curtos poder ser tima opo neste
caso.
5 Fracionar as refeies em pequenas pores ao
longo do dia poder facilitar a aceitao dos alimentos.
6 A monitorao da glicemia ser o guia para o
tratamento, tambm nestes situaes especiais.
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Plano alimentar nas situaes especiais: escolas, trabalho, festas, restaurantes e dias
de doenas
Leitura complementar:
1. Beaser,R.S.;Hill,J.V.C.The Joslim Guide to Diabetes,1995
2. Holler,J.H.;Pastors,J.G.Diabetes Medical Nutrition
Therapy A professional Guide to Management and
Nutrition Education Resources. American Diabetes
Association,1997;83-91.
3. Lawlor;M.T. et al. Caring for Yong Children Living with
Diabetes.Joslim Diabetes Center,1997.
4. Seyffarth,A.S. et al.Abordagem Nutricional em Diabetes
Mellitus.Ministrio da Sade,2000;69-79.
5. American Diabetes Association. Nutrition Recomendations
and Interventions for Diabetes. Diabetes Care, volume 30,
supp 1, january,2007
6. Goveia, G. R. ; Bruno, L. P.C. ; Pascali, P.M. . Contagem de
Carboidratos & Monitorizao - 101 respostas. 1. ed. So
Paulo: Preventa, 2001.
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