FARACO VIEIRA 2016 Gramaticas Brasileiras
FARACO VIEIRA 2016 Gramaticas Brasileiras
FARACO VIEIRA 2016 Gramaticas Brasileiras
Andréia Custódio
Diagramação e capa: Telma Custódio
Revisão: Karina Mota
G771
Gramáticas brasileiras : com a palavra, os leitores / Xoán Carlos Lagares
... [et. al.] ; organizadores Carlos Alberto Faraco, Francisco Eduardo Vieira. -
1. ed. - São Paulo : Parábola Editorial, 2016.
336 p. ; 23 cm. (Lingua[gem] ; 71)
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ISBN: 978-85-7934-121-2
© do texto: Carlos Alberto Faraco & Francisco Eduardo Vieira, 2016
© da edição: Parábola Editorial, São Paulo, junho de 2016
Sumário
Apresentação
Francisco Eduardo Vieira e Carlos Alberto Faraco.........................7
Capítulo 1
G ramatização brasileira contemporânea
do português: novos paradigmas?
Francisco Eduardo Vieira............................................................ 19
Capítulo 2
G ramática Houaiss: o impossível equilíbrio
entre descrição e prescrição
Xoán Carlos Lagares.................................................................... 71
Capítulo 3
G ramática pedagógica do português
brasileiro: apontamentos portugueses
Fernando Venâncio....................................................................... 93
Capítulo 4
Moderna gramática portuguesa:
Habemus Grammaticam?
Roberto Mulinacci.......................................................................113
Capítulo 5
Nova gramática do português brasileiro:
um olhar sociolinguístico
Ana Maria Stahl Zilles................................................................149
5
Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
Capítulo 6
G ramática da língua portuguesa padrão:
(des)continuidades?
Marcelo Alessandro Limeira dos Anjos.........................................................................187
Capítulo 7
G ramática de usos do português:
metalinguagem em função
Ana Lima...............................................................................................................................215
Capítulo 8
G ramática de usos do português: “usos na gramática”
e “gramática dos usos”
Maria Filomena Gonçalves...............................................................................................237
Capítulo 9
G ramática do português brasileiro
José Borges Neto...............................................................................................................267
Capítulo 10
Gramáticas em perspectiva
Carlos Alberto Faraco e Francisco Eduardo Vieira....................................................293
Referências............................................................................................................................319
Os leitores.............................................................................................................................331
6
Apresentação
Francisco Eduardo Vieira e Carlos Alberto Faraco
E
m apenas quinze anos, no interstício de 1999 a
2014, assistimos no Brasil a um boom gramatical:
novas e diferentes gramáticas monoautorais da
língua portuguesa vieram à luz. Se distribuíssemos
essas gramáticas ao longo desse intervalo de tempo,
teríamos aproximadamente uma gramática a cada
dois anos.
Não se via tanta produção assim, em tão cur-
to espaço de tempo, desde os anos que se seguiram
à publicação da portaria ministerial que fixou, em
1959, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) –
documento oficial responsável pela padronização das
propostas descritivas e taxonômicas das gramáticas
existentes, como também pelo aparecimento de outras
tantas, todas “de acordo com a NGB”. No entanto, as
gramáticas do século XXI, por assim dizer, vêm sendo
produzidas a partir de múltiplas diretrizes teórico-
-metodológicas e, em geral, sem o cego compromisso
com o modelo terminológico da NGB.
Essa diversidade de gramáticas contemporâneas
do português tem, claro, atraído o interesse do públi-
co em geral e particularmente do público mais espe-
cializado, como linguistas, professores de português e
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Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
8
Apresentação
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Há quem se incomode com o qualificativo “tradicional” e busque torneios verbais
para escapar dele. Não nos impomos esse truque retórico, porque não usamos o qualifi-
cativo pejorativamente. Quando aplicado às gramáticas que se fizeram e se fazem pelo
modelo greco-latino, ele apenas as identifica como ligadas a essa tradição analítica.
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Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
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Apresentação
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Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
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Apresentação
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Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
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Apresentação
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Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores
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Cf. Borges Neto (2012, 2013a).
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Apresentação
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Os textos que compõem esta coletânea foram escritos por linguistas brasileiros
e também por não brasileiros. Assim, os originais nos chegaram com variações ortográ-
ficas. Como a ortografia de 1990 é a única vigente no Brasil desde 1º de janeiro de 2016,
uniformizamos segundo ela todos os textos. Os aspectos tornados facultativos pelo Acor-
do de 1990 foram mantidos conforme estavam nos originais, considerando que, nesses
casos, o Acordo não estipulou limites geográficos para as formas alternativas. Não se es-
tranhe, portanto, a ocorrência de acento agudo em palavras que normalmente são acen-
tuadas no Brasil com acento circunflexo. Não se estranhe também a grafia facto (assim
pronunciada e grafada em vários espaços em que se fala português), nem objectivo (forma
constante da 5a ed. do VOLP da Academia Brasileira de Letras. Desse registro, se infere
que tal grafia reproduz pronúncia ocorrente no Brasil ao lado de objetivo, lembrando que
as consoantes ‘c’ e ‘p’ que ora são pronunciadas, ora não, só devem ser grafadas, segundo
as normas do Acordo de 1990, quando efetivamente pronunciadas).
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Os capítulos desta obra revelam a heterogeneidade do conjunto
das gramáticas brasileiras contemporâneas do português. Se
o termo “gramática”, em princípio, identifica um livro que
tem como assunto uma apresentação abrangente de elementos
constitutivos de uma língua ou de uma variedade dessa língua,
o conteúdo de cada um dos livros analisados aqui é tão amplo
e diverso que não é absurdo nos perguntarmos: o que é, afinal,
uma gramática?
Essa amplitude de escopo, contudo, não é obviamente um
ponto negativo. Bem ao contrário. A língua é de tal modo
complexa que, no seu estudo sistemático, é mais que desejável
a existência de múltiplas aproximações e múltiplos enfoques.
Por outro lado, pode-se reconhecer um gênero “gramática”
relativamente estável nos contornos dessas publicações.
Gramáticas brasileiras: com a palavra, os leitores foi feito
para ser lido tanto por quem já está familiarizado com as
gramáticas aqui em tela, quanto por aqueles que desconhecem
esse rico e recente acervo de gramáticas. As obras aqui
analisadas constituem um momento precioso não só para a
gramaticografia e o ensino do português, mas principalmente
para motivar um sempre necessário debate epistemológico
crítico da linguística como ciência.