Adolescência
Adolescência
Adolescência
Adolescência é uma etapa intermediá ria do desenvolvimento humano, entre a infâ ncia e a
fase adulta. Este período é marcado por diversas transformaçõ es corporais, hormonais e até mesmo
comportamentais. Nã o se pode definir com exatidã o o início e fim da adolescência (ela varia de
pessoa para pessoa), porém, na maioria dos indivíduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade
(período definido pela OMS – Organizaçã o Mundial da Saú de).
Adolescência e puberdade
Hormônios e comportamento
Socialização
No Brasil atual, a gravidez precoce tem se transformado num grande problema de saú de
pú blica. Com poucas informaçõ es e uma vida sexual ativa cada vez mais precoce, muitas
adolescentes estã o engravidando numa época da vida em que se encontram despreparadas para
assumir as responsabilidades de mã e. Ao se tornarem mã es, estas adolescentes acabam deixando
de lado uma importante fase de desenvolvimento (algumas até mesmo abandonam os estudos).
Mais preocupante sã o aquelas que buscam o aborto, tirando a vida de um ser e colocando em risco
suas pró prias vidas.
Muitas pessoas veem a adolescência como a fase mais difícil da vida. Pais, estudiosos,
lideres e até mesmo os pró prios adolescentes acham que esse período é a fase da vida em que as
crises e confusõ es, questionamentos, duvidas, curiosidades surgem.
De fato, adolescência é um período da vida de turbulências, mas que passa. É uma
passagem curta, difícil, mas também cheia de aventuras e tempos inesquecíveis. Sã o mais ou menos
sete anos para viver os dias mais intensos da vida. Essa é a fase mais importante da vida, pois é
nesse período que tomamos decisõ es que influenciam o resto da nossa vida. E nesse tempo é que
acontece “quase tudo”.
Acontecem as mudanças do corpo e se perde o corpo infantil. Essas mudanças acabam
despertando naturalmente o interesse pelo conhecimento do corpo. E também o interesse pelo sexo
oposto. Além disso, algumas famílias começam a viver um período mais difícil, na qual antes os pais
eram tudo, agora os amigos e outras pessoas se tornam as pessoas mais importantes. Muitos
adolescentes se distanciam dos pais e começam achar que já se sabem de tudo, que os pais estã o
querendo se intrometer na vida deles, e que as decisõ es agora sã o deles.
Durante esta etapa da vida é comum ocorrer, um apego exagerado aos os amigos e pessoas
que servem como modelos de identificaçã o. Outra característica típica dessa fase é a inconstância e
intensidade. Atitudes como comer demais ou dormir demais sã o muito comuns. Tudo é intenso. Os
altos e baixos na vida deles sã o muito comuns, tanto quanto o apego e o desinteresse pelas as coisas
e as pessoas.
Entã o o que fazer? Como reagir a algumas atitudes? Será nã o devo corrigi-los pelo que
estã o passando? O que preciso para poder ajudá -los?
É importante dizer antes de responder essas perguntas e outras que surgem que muitas
atitudes que os adolescentes têm e que geram tantos conflitos sã o na verdade o resultado da forma
na qual foram ensinados por seus pais quando eram crianças, como por exemplo, o limite, o
respeito e obediência. Muitos conflitos que nã o acontecem na infâ ncia devido a má educaçã o dada
pelos pais, aparecem na adolescência. Portanto, os problemas que acontecem na infâ ncia nã o têm
nada a ver com adolescência.
Depois de considerar essas coisas citadas acima. Posso dizer que conviver com o
adolescente, nã o é viver com um monstro, como alguns acham. Mas é saber que durante sete anos
ou mais eles estarã o vivendo com mudanças e que por isso é necessá rio conhecer sobre essas
alteraçõ es, ser atento a tudo que os envolve e conversar sobre todos os assuntos á luz a palavra de
Deus.
Quero concluir dizendo que viver a adolescência nã o é poder fazer as coisas por causa da
fase. Mas é poder ser alguém que apesar de tantas mudanças consegue ser uma pessoa normal. E
que pode se viver bem e passar por essa fase vivendo de uma maneira maravilhosa.
Uns parecem estar no mundo da lua. Outros, num ringue de boxe. Para driblar essas
atitudes que prejudicam suas aulas, é preciso conhecer e respeitar as mudanças que ocorrem na
adolescência, ganhar a
confiança da turma e
aproximar o conteú do
escolar do cotidiano da
garotada
Joyce Costa
Batista, 16 anos, Marcos
Amaral,16 anos, Morizi
Salles Martins,16 anos,
Beatriz Maria Minghetti,17 anos, Antonio Carlos de Souza Jr., 17 anos, Fernando Ferreira
Garabedian, 16 anos, Erick Tavares Albunaz, 18 anos, Joice Alves dos Santos, 16 anos
"A culpa é dos hormô nios." Até a bem pouco tempo, a indisciplina e o comportamento
emocionalmente instá vel dos adolescentes eram atribuídos à explosã o hormonal típica da idade.
Pesquisas recentes mostram, no entanto, que essa nã o é a ú nica explicaçã o para a agressividade, a
rebeldia e a falta de interesse pelas aulas, que tanto preocupam pais e professores. Nessa fase, o
cérebro também passa por um processo delicado, antes desconhecido: as conexõ es entre os
neurô nios se desfazem para que surjam novas. Simplificando: o cérebro se "desmonta", reorganiza
as partes e em seguida se "monta" novamente, de forma definitiva para a vida adulta (veja quadro).
Entre 13 e 19 anos, é comum os jovens apresentarem reaçõ es e comportamentos que
independem da vontade deles. Portanto, nem sempre palavras ditas de maneira agressiva ou
arrogante sã o fruto da falta de educaçã o. Para quem convive diariamente com turmas dessa faixa
etá ria - que ora parecem estar no mundo da lua, ora com pane no sistema - e quer conquistá -las, a
saída é agir de forma firme, mas respeitosa.
A primeira "liçã o" para quem trabalha com adolescentes é nã o tomar para o lado pessoal
qualquer tipo de afronta vinda de um aluno. Responder a uma provocaçã o no mesmo tom só faz
você perder o respeito e a admiraçã o do grupo o que dificulta o trabalho em classe. Além disso,
ao perceber que tirou o professor do sério, o jovem se sente vitorioso e estimulado a repetir a dose.
"Educar nã o é um jogo em que se determina quem vence ou perde", afirma a psicopedagoga Maria
Helena Barthollo, do Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infâ ncia, no Rio de Janeiro. Ela
sugere que a luta com a garotada dê lugar a parcerias. Os acordos incluem regras, direitos e limites
que valem para todos, inclusive você.
O jovem, a partir dos 12 ou 13 anos, está passando por um período de instabilidade
psicoló gica natural. De acordo com a psicopedagoga Nadia Bossa, professora da Universidade Santo
Amaro, em Sã o Paulo, nesse período ele revive conflitos típicos da infâ ncia. "Aos 2 ou 3 anos,
quando a criança percebe sua fragilidade, grita, teima, testa os adultos. Quando a mã e, por exemplo,
impõ e um limite, ela tem a garantia de que está sendo cuidada", explica. O adolescente faz o mesmo.
"Ele testa os limites dos adultos numa tentativa de estabelecer novos parâ metros de poder sobre
sua realidade." Considerando a informaçã o, fica mais fá cil para você nã o interpretar reaçõ es
intempestivas como uma agressã o pessoal.
O professor de Histó ria Renato Mota Duarte, da Escola Municipal de Ensino Fundamental e
Médio Derville Allegretti, em Sã o Paulo, já se deu conta de particularidades dessa fase. "Nã o grito
quando os alunos ignoram que eu entrei na sala. Dou bom dia e começo a chamada em voz baixa.
Aos poucos eles se acalmam." Mas quando o professor encontra a turma na maior briga? É hora de
estabelecer a ordem e ouvir os motivos da discussã o. "Nã o adianta fingir que nada aconteceu
porque a cabeça deles está longe da matéria", observa o professor de Ciências e Biologia Jefferson
Marcondes de Carvalho, do Colégio Madre Alix, também em Sã o Paulo. Nessas situaçõ es, ele age
como um intermediá rio, levando os estudantes a entrar em acordo, mantendo sempre o respeito.
Você evita prejudicar suas aulas quando lida adequadamente com reaçõ es típicas da
adolescência.
Desinteresse O jovem está mais preocupado com a roupa que vai usar do que com os
presidentes da época da ditadura. Tente saber o que passa pela cabeça dele e contemple em suas
aulas as dú vidas que traz sobre sexualidade, por exemplo, por meio de dinâ micas, pesquisas ou
debates. Para nã o expor ninguém, procure ter conversas particulares. O estudante precisa sentir
que a escola satisfaz suas expectativas.
Agressividade Vandalismo e agressõ es verbais e físicas, por exemplo, podem ser
resposta do jovem ao mundo que o cerca. Cobranças por bom desempenho escolar e por atitudes
maduras geram ansiedade e reaçõ es inadequadas, já que ele nã o se sente apto a atender à s
expectativas. Procure saber como é o relacionamento do aluno com os pais e que idéia faz de si
mesmo e de seu futuro. Se ele encontrar na escola um local para expressar seus pensamentos e
descobrir suas aptidõ es, o nível de ansiedade e a agressividade diminuem.
Arrogância O adolescente acha que pode tudo. A ideia de que está sempre certo faz com
que ele desdenhe do que é dito ou imposto. Em vez de responder à altura, uma boa soluçã o é
questioná -lo. Peça que explique o que tem em mente e pergunte porque usou aquele tom de voz.
Para responder, ele vai formular melhor os argumentos. Pode ser que reconheça o erro, mas,
mesmo se ele mantiver o que disse, já terá ao menos aprendido a se expressar de forma educada.
Rebeldia Você sugere à turma a apresentaçã o oral de um conteú do estudado.
Responder com um baita "Ah, nã o!" geralmente é a primeira reaçã o. Os motivos podem ser
insegurança ou mesmo uma forma de se auto afirmar frente aos colegas. O problema é quando a
negaçã o vem de forma brusca. O melhor a fazer, nesse caso, é nã o entrar no embate já que o jovem
testa os mais velhos para ver até onde pode ir. Ao falar o que é necessá rio e deixar claro o papel de
cada um, você conquista o respeito deles pelo bom exemplo.
Resistência O jovem quer experimentar tudo, viver tudo, saber de tudo. Só que tem
sempre um adulto dizendo o que ele nã o pode fazer. Mesmo que essas sejam orientaçõ es sensatas, é
preciso compreender que sensatez ainda nã o é uma qualidade que eles valorizam. O adulto é quem
impede as coisas que dã o prazer. Por isso a resistência ao que vem do professor ou dos pais (e nisso
se inclui o conteú do escolar). Antes de começar a aula, por que nã o bater um papo rá pido sobre algo
que interessa à moçada? Aberto o espaço, os jovens baixam a guarda e percebem que para tudo tem
hora.
A neurologia explica
Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes tem explicaçã o
neuroló gica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é conseqü ência de uma revoluçã o nas
sinapses (conexõ es entre as células cerebrais os neurô nios). Nessa etapa da vida, uma série de
alteraçõ es ocorre nas estruturas mentais do có rtex pré-frontal á rea responsá vel pelo
planejamento de longo prazo e pelo controle das emoçõ es , daí a explicaçã o para açõ es
intempestivas e à s vezes irresponsá veis.
Por volta dos 12 ou 13 anos, o cérebro entra num processo de reconstruçã o. "É o que eu
chamo de 'poda' das sinapses para que outras novas ocupem o seu lugar", afirma o psiquiatra Jorge
Alberto da Costa e Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que estuda essas
alteraçõ es na Escola Médica de Nova York. Segundo Silva, o cérebro faz uma limpeza de conexõ es
que nã o têm mais utilidade como as que surgiram para que a criança aprendesse a andar ou a
falar, por exemplo e abre espaço a novas.
Grosso modo, funciona assim: quanto mais sã o usadas, mais as conexõ es se desenvolvem e
amadurecem. Imagine que para tocar um instrumento o indivíduo necessite de algumas sinapses.
Quanto mais ele pratica, mais "fortes" ficam as conexõ es. Se nã o sã o usadas, elas ficam lá só
ocupando espaço e sã o descartadas na adolescência. Ao mesmo tempo, o que a pessoa aprende
nesse período fica para a vida inteira.
Esse intenso processo de monta e desmonta remodela toda a estrutura bá sica cerebral. Por
isso, afeta "desde a ló gica e a linguagem até os impulsos e a intuiçã o", explica a jornalista Barbara
Strauch, editora de medicina do jornal norte-americano The New York Times e autora do livro Como
Entender a Cabeça dos Adolescentes, que apresenta as ú ltimas pesquisas sobre o assunto.
Giovana Girardi