Teste de AAAP
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De acordo com Lobato (1991), em seu artigo intitulado ´´A ´troca de mulheres´: destino ou
opção´´ concluiu que em todas as sociedades conhecidas, as relações entre os sexos, tendo
em vista a procriação e o cuidado com a prole, implicam a subordinação da mulher e de sua
progenitura ao homem, não significa que essa relação não possa se dar de uma outra forma
e nem que essa outra forma reduza o papel do homem, nesse processo, ao de fecundador da
mulher.
Não estou de acordo com a afirmação. A fragilidade desta explicação deve-se ao fato de ela
não levar em conta um factor inegável: o de que é sobre as relação de parentesco, e não
sobre as relações de consangüinidade, que a proibição do incesto se constitui. A prevalência
dos laços de parentesco sobre os de consangüinidade, na instituição da proibição do incesto,
aparece claramente em sociedades cujo sistema de parentesco é unilinear. Com efeito,
nessas sociedades a relação tida como incestuosa atinge certos parentes, os primos paralelos
(filhos de irmãos do mesmo sexo), que, do ponto de vista da consangüinidade, são idênticos
aos primos cruzados (filhos de irmãos de sexo diferente), sobre cujo relacionamento não há
nenhuma interdição, uma vez que, de acordo com o sistema unilinear, eles não são parentes
entre si, já que cada um deles pertence a um grupo de parentesco diferente.
Num outro entendimento, haveria um horror natural ao incesto, devido a fatores genéticos
ou a tendências psíquicas ligadas “ao papel negativo dos hábitos cotidianos sobre a
excitabilidade erótica”. Como contestação a esse tipo de explicação, basta considerar que,
se houvesse um horror natural ao incesto e a conseqüente falta de desejo de praticá-lo, não
seria preciso proibi-lo, pois só se proíbe aquilo que se deseja. Além disso, as constantes
violações da proibição são uma prova suplementar de que não há nenhum horror instintivo
a esse tipo de relação. É preciso observar também que se o incesto é interdito socialmente é
porque ele ameaça, de alguma forma, a ordem social.