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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E


AÇÃO COMUNITÁRIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MANUAL DE TIPOS DE ESTUDO

Anápolis

2019

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E


AÇÃO COMUNITÁRIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MANUAL DE TIPOS DE ESTUDO

Produção técnica do programa de pós-


graduação da odontologia para obtenção
da aprovação na disciplina de Métodos e
Técnicas de Investigação Científica.

Francielle N. de A. Romanowski
Mariane Boaventura de Castro
Naysa Wink Neris

Anápolis

2019

1
ÍNDICE

Introdução ............................................................................................................................3
Estudo de caso .....................................................................................................................5
Investigação experimental em laboratório...........................................................................7
Pesquisa populacional .........................................................................................................8
Estudos transversais .............................................................................................................11
Estudos ecológicos ..............................................................................................................13
Estudos observacionais ........................................................................................................15
Estudos de caso-controle......................................................................................................16
Estudos de coorte..................................................................................................................19
Estudos prospectivos e retrospectivos..................................................................................19
Estudos experimentais Intervencionais.................................................................................21
Ensaio clínico Randomizado.................................................................................................22
Ensaio clínico não Randomizado..........................................................................................24
Estudo Longitudinal..............................................................................................................25
Estudos de acurácia...............................................................................................................26
Estudo in sílico......................................................................................................................27
Estudo in vivo........................................................................................................................28
Estudo in situ.........................................................................................................................28
Revisão sistemática e Meta-Análise .....................................................................................30
Revisão Narrativa .................................................................................................................32
Considerações finais .............................................................................................................34
Referências ...........................................................................................................................35

2
Introdução

A base da pesquisa científica de qualidade é um bom delineamento de estudo, e a


definição do tipo de estudo é fundamental neste processo (ESTRELA,2018).
O pesquisador para planejar um experimento, deve seguir a seguinte lógica de
raciocínio: escolher entre os diversos tipos de pesquisa, aquela que se enquadra melhor nos seus
objetivos e na população a ser estudada; delinear corretamente o estudo para que os objetivos
possam ser alcançados (FONTELLES,2009).
De maneira geral os tipos de estudo podem ser classificados da seguinte forma
(GIL,1994):
Do ponto de vista de sua natureza:
• Pesquisa básica: Gerar conhecimento para avanço da ciência sem aplicação prática
prevista.
• Pesquisa aplicada: Gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidos à solução de
problemas específicos.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema:


• Pesquisa quatitativa: O que é quantificável. Traduzir opiniões e números em
informações que serão classificadas e analisadas.
• Pesquisa qualitativa: O que não pode ser trazido em números. A pesquisa é descritiva,
o pesquisador avalia seus dados indutivamente.

FREIRE & PATTUSSI,2005 3


Do ponto de vista dos objetivos:
• Pesquisa exploratória: objetivo de se ter maior familiaridade com o problema. Envolve
entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e
realizando análise de exemplos; levantamento bibliográfico; assume em geral a forma
de pesquisa bibliográfica e estudos de caso.
• Pesquisa descritiva: Descrever características de determinada população ou fenômeno,
ou estabelecer relações entre variáveis. Envolve técnicas de coleta de dados
padronizados tais como questionários, observação; em geral assume forma de
levantamento.
• Pesquisa explicativa: Identifica os fatores que determinam fenômenos, explica o porquê
das coisas; assume formas de pesquisa experimental e pesquisa ex-post-facto (o
pesquisador não dispõe de controle sobre a variável independente, que constitui o fator
presumível do fenômeno, porque ele já ocorreu).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos:
• Pesquisa bibliográfica: a partir de um material já publicado, seja livro, periódico, artigo,
internet, anais, etc.
• Pesquisa documental: a partir de material que não recebeu tratamento analítico.
• Pesquisa experimental: determina-se um objeto de estudo, selecionando as variáveis que
o influenciam, definindo as formas de controle e de observação dos efeitos que as
variáveis produzem no objeto.
• Levantamento: envolve o questionamento direto das pessoas ao qual comportamento se
deseja conhecer.
• Estudo de caso: estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de modo que se
tenha um amplo e detalhado conhecimento.
• Pesquisa ex-post-facto: o experimento se realiza depois dos fatos.
• Pesquisa ação: pesquisa associada a uma ação. Os participantes e pesquisadores da
situação ou problema estão envolvidos de forma cooperativa ou participativa.
• Pesquisa participante: desenvolvida pela interação entre pesquisadores e membros das
situações investigadas.

Podemos observar que existem várias formas de classificação de uma pesquisa, e os


autores não são unânimes quanto à padronização desta classificação. Propomos então a divisão
4
seguida pelo livro do Professor Carlos Estrela, Metodologia Científica: Ciência, Ensino,
Pesquisa (2018) para servir como orientação deste manual.
A disciplina de Métodos e técnicas de investigação científica através deste manual tem
como objetivo orientar os acadêmicos de graduação quanto à escolha do melhor tipo de estudo
para o desenvolvimento de sua pesquisa.

Tipos de Estudo

• Estudo de caso
O estudo de caso de caracteriza por uma análise de modo detalhado de um caso
individual que explica a dinâmica e a patologia de uma doença dada. É entendido como uma
metodologia de um objeto de estudo definido pelo interesse em casos individuais. Investiga um
caso específico, bem delimitado, contextualizado em tempo e lugar para que se possa realizar
uma busca circunstanciada de informações (VENTURA, 2007).
Possui um enfoque qualitativo e exploratório, embora possa ser quantificado.
Geralmente é utilizado em combinação com estudos quantitativos de natureza epidemiológica,
para compor um quadro mais completo da situação.
O relato de caso individual pode ser expandido para uma série de casos, onde descreve
características de um número de pacientes com uma determinada doença ou outro efeito. No
estudo de caso e de série de casos estão incluídos somente os casos, portanto não constituem
pesquisas epidemiológicas propriamente ditas, mas podem levar à formulação de novas
hipóteses (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

5
Estudo de caso/Série de casos

FREIRE &PATTUSSI,2005; ARAGÃO,2009

Exemplo de um artigo científico de Estudo de caso:


Souza AP, et al. Dental manifestations of patient with Vitamin D-resistant rickets. J Appl Oral
Sci. 2013, 21(6); 601-606.

6
Principais vantagens e limitações do estudo de caso (FREIRE & PATTUSSI, 2018).
VANTAGENS LIMITAÇÕES
• Facilidade de realização • Número reduzido de indivíduos
estudados dificultando a inferência
para outras populações
• Baixo custo • Subjetividade na apreciação dos fatos
• Pode se restringir a uma simples • Falta de indivíduos-controle
descrição ou sugerir explicações
sobre elementos pouco conhecidos na
etiologia e evolução de doenças
• Observação intensiva de cada caso

• Investigação experimental em laboratório

Geralmente realizado em animais, o experimento em laboratório também pode ser


realizado me seres humanos em casos específicos. O experimento em laboratório é útil quando
não se consegue por exemplo por condições éticas, realizar o estudo em seres humanos
(FREIRE & PATTUSSI, 2018).
Estudos in Vitro são realizados buscando simular condições biológicas reais em
laboratório fornecendo aos pesquisadores princípios a serem estudos posteriormente. Este
estudo tem sido bastante utilizado para testar novos materiais ou procedimentos terapêuticos ou
preventivos dentro da odontologia restauradora ou endodôntica (FREIRE & PATTUSSI, 2018).
A principal limitação da investigação experimental em laboratório é referente à
extrapolação de resultados para seres humanos, sendo esta uma questão fundamental, visto que,
no caso de estudos em animais, diferenças entre as espécies, mecanismo metabólico bem como
dosagens podem invalidar as generalizações (POUND et al.,2004).

7
Exemplo de um artigo científico de Estudo in Vitro:
Souza E, Espindola M, Diegoli NM, Kuroshima KN. Avaliação da alteração de cor de diferentes
compósitos restauradores. RGO. 2006, 54(1); 43-46.

• Pesquisa populacional ou epidemiológica

A pesquisa epidemiológica tem caráter empírico, pois é baseada na sistemática


observação, coleta de dados (ou informações) e quantificação sobre os eventos que ocorrem em
uma população definida. O tratamento numérico dos fatores investigados decorre em três
etapas: mensuração das variáveis aleatórias, estimativa de parâmetros populacionais e testes
estatísticos de hipóteses (BONITA et al.,2010).
A epidemiologia tem como objeto de estudo a ocorrência, distribuição e dos
determinantes dos eventos relacionados à saúde nas populações humanas, e a aplicação deste
conhecimento no controle de problemas de saúde relevantes. Fornece subsídios para auxiliar na
tomada de decisões tanto em nível coletivo quanto individual (PORTA,2014).
Algumas características diferem os métodos epidemiológicos dos conhecidos como
métodos clínicos descritivos:

8
Epidemiológico Clínico descritivo
Requerem estudo de pessoas doentes e Realizados em pacientes.
sadias (relaciona doença à população na qual
ela ocorre).
Determinam decisões sobre grupo de Determinam decisão sobre indivíduos .
pessoas, podendo ser a base para as políticas
de prevenção e o planejamento das ações de
saúde.
(FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Existem na literatura algumas variações quanto à classificação dos estudos


epidemiológicos, gerando diferentes terminologias. Na classificação tradicional e
frequentemente encontrada na literatura, os estudos são divididos em descritivos e analíticos
(BONITA et al., 2010).
Estudo descritivo Estudo Analítico
• Descrição da distribuição da doença, • Elucidar os determinantes ou fatores
incluindo consideração sobre associados à determinada doença,
população ou subgrupo que testando hipóteses cujo objetivo é
desenvolvem ou não a doença, em julgar se uma exposição está
qual localidade geográfica é mais associada, se causa ou previne
comum e como a frequência da doenças.
ocorrência varia com o tempo.
• Podem originar questões científicas • Podem gerar ideias para estudos
que forneçam indícios para a descritivos adicionais, assim como
formulação de hipóteses novas hipóteses.
epidemiológicas consistentes com o
conhecimento existente sobre a
ocorrência das doenças.

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Desenho do estudo:

DESCRITIVO ANALÍTICO

EXPERIMENTAL OBSERVACIONAL

TRANSVERSAL COORTE

ECOLÓGICO

CASO-CONTROLE

Exemplo de um artigo científico epidemiológico:


Barbato PR, Nagano HCM, Zanchet FN, Boing AF, Peres MA. Perdas dentárias e fatores
sociais, demográficos e de serviços associados em adultos brasileiros: uma análise dos dados
do estudo epidemiológico nacional (Projeto SB Brasil 2002-2003). Cad. Saúde Pública. 2007,
23(8); 1803-1814.

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• Estudos Transversais

A situação de saúde de uma determinada população é avaliada a partir do estado de


cada indivíduo que a compõe. Medem a prevalência da doença (proporção da população que
tem a doença num determinado momento) e por isso são frequentemente chamados de estudos
de prevalência, porém, podem ser também chamados seccionais, corte-transversal e inquéritos
ou surveys. É realizado através de amostras aleatórias e representativas da população,
independentemente da existência da exposição e do desfecho (FREIRE & PATTUSSI, 2018).
Estudos transversais são bons em geral para levantar questões relacionadas à
presença de uma associação em vez de testar uma hipótese. Permitem estimar a prevalência de
uma doença e quando analítico pode fornecer uma estimativa da associação entre os
indivíduos expostos comparados aos não expostos. Os dados podem ser coletados através de
fontes diretas também chamadas de primárias ou a partir de fontes secundárias (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

(FREIRE & PATTUSSI, 2018).

11
FREIRE & PATTUSSI, 2005.

VANTAGENS LIMITAÇÕES
• Possibilita estudos de prevalência ou • Possibilidade de viés ao se avaliar fatores de
prevalência relativa; risco;
• Úteis para levantar a questão da presença • Não estabelece sequência de eventos;
de associações;
• Pode investigar diversas doenças ou efeitos; • Não é adequado para doenças raras;
• Pode ser repetida com maior rapidez; • Não possibilita estudo de incidência;
• Amostras e mensurações controlada; • Fracas para testar hipóteses;
• Menos dispendiosa; • Não possibilita o cálculo do risco relativo
verdadeiro;
• Rápida; • Menos precisa (nem sempre os grupos
comparados são similares);
(FREIRE & PATTUSSI, 2018).

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• Estudos ecológicos

Os estudos ecológicos (também chamados correlacionados) usam dados sobre


populações inteiras ou grupos de pessoas para comparar as frequências da doença ou outro
efeito entre diferentes grupos durante um mesmo período de tempo ou na mesma população em
diferentes pontos do tempo. Os grupos ou agregados pode ser classes em uma escola, industrias
e áreas geográficas, como: cidades, regiões, estados ou países. Os estudos ecológicos têm um
papel claro quando a variável de interesse é, por definição, uma medida de grupo ao invés de
uma medida individual. Alguns exemplos são as variáveis socioeconômicos e ambientais, como
o nível de renda da população, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o nível de
escolaridade e o percentual da população com acesso a saneamento básico (FREIRE &
PATTUSSI, 2018.).

Os estudos ecológicos são relativamente rápidos e de baixo custo porque dispensam


etapas, tais como amostragem e coleta de dados por meio de entrevistas e exames clínicos ou
acesso a registros médicos individuais (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Os dados a serem analisados nessa modalidade de estudo geralmente são secundários.


Três tipos de dados ou variáveis podem ser utilizados: agregadas, ambientais e globais (FREIRE
& PATTUSSI, 2018).

As fontes de registros de dados rotineiramente, geralmente por sistemas e informações


oficiais, exemplo: banco de dados populacionais. (FREIRE & PATTUSSI, 2018)

Alguns autores classificam os estudos ecológicos em dois subgrupos: transversais e


longitudinais (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Os estudos transversais indicam a frequência com que a determinada doença ou outro


efeito de interesse ocorrem em uma determinada população ou área geográfica num
determinado momento. São feitas análises comparativas entre as variáveis ecológicas,
geralmente por meio de correlação entre indicadores de condição de vida e indicadores de
saúde. Os estudos ecológicos longitudinais usam vigilância em andamento ou estudos
transversais frequentes para medir a tendência das taxas de doença ao longo do tempo, em uma
determinada população ou área geográfica. Através deste último é possível determinar, por
exemplo, o impacto de mudanças populacionais (tais, como guerras, imigração, introdução de
vacinas ou antibióticos) em suas taxas de doenças (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

13
Estudos ecológicos permitem obter respostas rápidas. Embora sejam uteis para a
formulação de hipóteses, nem sempre podem ser usados para testá-los, devido a algumas
limitações que lhes são inerentes (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Apesar desses problemas, os estudos ecológicos têm sido uteis para descrever
diferenças em populações e para planejar ações em saúde pública (FREIRE & PATTUSSI,
2018).

O uso dessa modalidade de estudo em odontologia tem sido crescente e tem


contribuído para evidenciar a determinação social das doenças e agravos bucais (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

Artigo como exemplo: Grasiela P, Wilton RM, Andressa VC, Felipe FE, Renata C, Danilo SS.
Mortalidade em Idosos por doenças cardiovasculares: Análise comparativa de dois
quinquênios. Arq Bras Cardiol. 2015; 105(4): 371-380.

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• Estudos observacionais

Neste tipo de estudo, o investigador atua meramente como expectador de fenômenos


ou fatos, sem, no entanto, realizar qualquer intervenção que possa interferir no curso natural
e/ou no desfecho dos mesmos, embora possa, neste meio tempo, realizar medições, análises e
outros procedimentos para coleta de dados. As pesquisas observacionais podem ser conduzidas
sob a forma de quatro tipos de estudo, conforme o delineamento. São eles: série de casos, estudo
de corte transversal, estudo de coorte e estudo caso-controle (FONTELLES, 2009).

Embora os estudos experimentais sejam mais adequados para estabelecer a associação


causal entre um fator e uma doença, os estudos observacionais proporcionam uma grande
contribuição para a compreensão de muitas doenças ou outros eventos de interesse. Uma das
vantagens dos estudos observacionais é que são geralmente realizados em condições mais
naturais, e com isso a população de estudo é mais representativa da população-alvo. Essa
característica tem importantes implicações para aqueles que atuam no planejamento das ações
de saúde e que baseiam suas decisões parcialmente nos resultados das investigações
epidemiológicas (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Uma dificuldade inerente a esse tipo de estudo é que os grupos observados geralmente
diferem em algumas características, além do fator específico que está sendo estudado. Devido
a essas características, chamadas de fatores de confundimento, as quais muitas vezes não podem
ser medidas, o papel de uma determinada exposição sob investigação é mais difícil de
demonstrar. Para ser considerado um fator de confundimento, a variável deve ser associada com
a exposição e com o desfecho e não fazer parte da cadeia causal que leva essa exposição ao
desfecho (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Fatores de confundimento podem ser controlados no planejamento do estudo, através,


da restrição ou pareamento de indivíduos em determinados grupos ou durante a análise dos
dados, utilizando-se métodos estatísticos específicos (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

15
Exemplo desse tipo de estudo: Marcia ACO, Vanessa ECS, Andreia BFC, Maria
GQM, Michelle AVP, Viviane VM. Catetetização venosa periférica por profissionais de
enfermagem estudo observacional. Ver enferm UFPE online, Recife. 2017; 11(3): 1262-1268.

• Estudo de casos controle

Neste tipo de estudo, um grupo ou série de pacientes que têm um determinada doença
de interesse (caso) e um grupo de indivíduos sem a doença (controle) ou grupo de comparação
são selecionados para investigação. (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

O tipo de estudo de caso controle (ECC), são estudos epidemiológicos observacionais,


longitudinais, retrospectivos e analíticos ². Já que geralmente o investigador está olhando para
o passado a partir da doença para uma possível causa e ambos já ocorreram (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

16
A principal vantagem é a possibilidade de se investigar doenças raras, com longo
período de indução ou latência, sem a necessidade de acompanhamento de uma grande
população por um longo período para verificar a ocorrência (OLIVEIRA, 2015).

Além de ser relativamente rápido e barato se comparado a outros estudos analíticos. É


particularmente apropriado para a investigação de doenças com períodos de latência longos.
Permite examinar fatores etiológicos múltiplos para uma única doença. (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

Já as limitações são: é ineficiente para investigação de exposições raras, a menos que


o percentual de risco atribuível seja alto. Não permite registrar as taxas de incidência da doença
em indivíduos expostos e não expostos. EM algumas situações e doença pode ser difícil de
estabelecer. É particularmente sujeito a viés se comparado a outros tipos de estudos analíticos,
principalmente viés de seleção e observação (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Os dados para um caso controle geralmente são coletados diretamente por meio de
entrevistas e questionários ou pesquisa em registros de saúde (prontuários) além de amostras
de material biológicos, como sangue e saliva (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Após a definição de onde se selecionar os controles, é importante definir-se a


proporção de controles para cada caso, bem como o número de grupos que serão utilizados para
comparação. O aumento da proporção de controles para cada caso aumenta o poder do estudo.
Argui-se, entretanto, que esse ganho ocorre até a proporção de 4:1, e que a partir daí, o ganho
estatístico não se justifica em termos de custo-benefício. A maioria dos ECC é realizada com
apenas um (1) grupo controle. O aumento do número de grupos (dois, três) pode ser requerido
quando se deseja escapar de potencial de viés introduzido por um dado grupo ou quando cada
grupo tem deficiências específicas, mas nenhum é claramente superior ao outro. No entanto, o
procedimento mais recomendado é a definição cuidadosa do grupo com o qual se pretende
trabalhar (parente, vizinhos, amigos, o próximo paciente a ser internado), e a seleção de um
grupo único (OLIVEIRA, 2015).

Uma das técnicas para se proceder a seleção de controles é o pareamento. Este


procedimento tem como objetivo o controle do desenho do estudo, do efeito de variáveis que
podem atuar como confundidoras. Sua aplicação deve ocorrer quando existirem variáveis que
seguramente são fatores de risco para a doença. Os controles são selecionados individualmente

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formando pares, trios, quartetos. Ou seja, para cada caso, um ou mais controles são relacionados
de acordo com regras e critérios previamente definidos (OLIVEIRA, 2015).

Já na técnica de não pareados o não pareamento no desenho do estudo e os fatores de


confundimento são controlados na análise dos dados (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Esse tipo de delineamento tem sido pouco utilizado em Odontologia. Um exemplo é o


estudo de base hospitalar que investigou fatores dietéticos associados com o câncer oral. Para
isso, 366 pacientes com câncer de boca ou faringe (casos) foram comparados com 469 não
portadores de câncer ou outras condições associados (controles). O consumo de arroz e feijão
foi mais frequente entre os indivíduos do grupo-controle, indicando que esses alimentos são
fatores de proteção para o câncer, independentemente de outros fatores de risco (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

Exemplo de artigo sobre caso-controle: Josimar SM, Maria AAp, Maria JCB, Maria AAC,
Maria JCC. Estudo caso-controle sobre exposição precoce ao leite de vaca e ocorrência de
Diabetes Mellitus tipo 1 em Campina Grande, Paraíba. Ver. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife.
2003; 3(3): 271-280.

18
• Estudo de coorte

Um estudo de coorte é um estudo observacional no qual os indivíduos são classificados


ou selecionados segundo o status de exposição expostos e não expostos, sendo seguidos para
avaliar a incidência da doença em determinado período de tempo (RÊGO, 2010).

Os estudos de coorte também podem ser utilizados para avaliar riscos e benéficos do
uso de determinada medicação. Esse tipo de estudo geralmente é chamado de longitudinal pois
os dados são coletados em diferentes pontos do tempo (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Esses estudos podem ser úteis também para conhecer a história natural das doenças e
para avaliar o seu prognóstico (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

• Estudos prospectivos e retrospectivos:

Esses termos referem-se à relação temporal entre o início do estudo pelo investigador
e a ocorrência da doença em estudo (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

A característica que distingue uma coorte prospectiva de uma retrospectiva é


unicamente se a doença de interesse já ocorreu ou se ainda não aconteceu no momento em que
o investigador inicia o estudo (RÊGO, 2010).

Assim como o estudo de coorte prospectivo, o retrospectivo também pode estabelecer


que os possíveis fatores causais precedem a doença ou outro desfecho. Pelo fato de os dados
serem coletados antes que a doença seja conhecida, esse tipo de estudo pode também garantir
que as medidas dos prováveis fatores causais não foram influenciados pelo conhecimento de
quais indivíduos tiveram a patologia de interesse. Esse tipo de estudo apresenta uma vantagem
em relação ao estudo de caso-controle, já que todos os indivíduos que desenvolveram a doença
ou outro desfecho (casos) e todos aqueles que não desenvolveram (controles) vêm da mesma
população. Isso minimiza o potencial de viés ou tendência que pode surgir na seleção de casos
e controles de diferentes fontes. Contudo, como esse tipo de estudo geralmente não é pré-
planejado, o investigador deve buscar dados pré-existentes, os quais podem não ter sido
coletados para aquele fim ou de forma confiável ou estruturada. O seguimento também pode

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ser incompleto. Embora coortes retrospectivos possam ser eficientes para identificar exposições
raras ou incomuns, muitos vieses podem ocorrer (FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Os estudos de coorte são um tipo específico de desenho de estudo observacional que


apresenta um nível de evidência maior que os outros observacionais, como: série, relato de
casos, casos-controles e estudos transversais, mas menor nível de evidência que os estudos
experimentais (RÊGO, 2010).

O estudo de coorte pode ser utilizado com os seguintes propósitos: descrever a


incidência (novos casos) de determinadas doenças ou outras condições num intervalo de tempo.
Por essa razão, esse tipo de estudo é também chamado de estudo de incidência ou de
seguimento. Analisar associações entre fatores de risco e doenças ou outros eventos (FREIRE
& PATTUSSI, 2018).

As principais vantagens do estudo de coorte são: é de grande valor quando a exposição


é rara. Permite examinar eventos múltiplos de uma única exposição. Permite elucidar a relação
temporal entre exposição e doença. Se o estudo for prospectivo, minimiza o viés da
determinação da exposição. A seleção dos controles é relativamente simples, ao contrário dos
estudos de casos-controle. Permite medir diretamente a incidência da doença nos grupos
exposto e não exposto. Não apresenta problemas éticos quanto à exposição dos participantes a
fatores de risco ou tratamento, como ocorre nos estudos experimentais (RÊGO, 2010).

Quanto as limitações: é ineficiente para a investigação de doenças raras, a menos que


o percentual de risco atribuível seja alto. Se o estudo for prospectivo, pode ser caro e demorado.
Se for retrospectivo, requer a disponibilidade de registros adequados. E a validade dos
resultados pode ser seriamente afetada pela perda de casos no seguimento (FREIRE &
PATTUSSI, 2018).

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Exemplo de artigo do estudo coorte: Franklin D, Elizabete JP, Ana Marlúcia AO. Fatores
associados à interrupção precoce do aleitamento materno: um estudo de coorte de nascimento
em dois municípios do Recôncavo da Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2012, 28(8):1614.

• Estudos Experimentais (Intervencionais)

Os Estudos Experimentais ou Intervencionais são estudos onde o pesquisador além de


observar intervém no estudo de alguma forma. Exemplo: Numa pesquisa onde é pesquisado
uma nova medicação para uma determinada doença, o pesquisador receita uma medicação
padrão ou placebo para o grupo A- Grupo controle e a medicação pesquisada para o grupo B-
Grupo de tratamento. (NEBEL, 2016)
Este tipo de estudo pode ser estudo clínico randomizado ou estudos clínicos não
randomizado de acordo com os critérios de alocação dos indivíduos nos dois grupos. Essa
alocação pode ser determinada pelo próprio pesquisador (não randomizado) ou de forma
aleatória (Randomizado). (HOCHMAN, 2005)

21
• Ensaio clínico Randomizado

É um estudo considerado como padrão-ouro, pois os participantes do grupo controle e


de intervenção são distribuídos de forma aleatória, de tal forma que os grupos sejam compostos
pelos participantes com as características mais parecidas. Além disso, os participantes devem
ter a mesma oportunidade de receber ou não a intervenção em ambos os grupos. Ainda, neste
tipo de estudo é possível que haja vários grupos controles para apenas um grupo de tratamento;
como também um grupo controle em determinado momento pode se tornar um grupo de
tratamento posteriormente e vice-versa. (NEBEL, 2016)

Podem ser subclassificados em unicego (apenas a equipe sabe qual grupo em que o
participante está), duplo-cego (quando nem a equipe nem o participante sabe qual o grupo em
que ele pertence). (NEBEL, 2016)

Vantagens Limitações

Pode produzir a evidência mais forte para Muitas questões de pesquisa não são
causa e efeito. apropriadas para desenhos experimentais,
devido a barreiras éticas ou eventos muito
raros.

Pode ser o único desenho possível para Intervenções padronizadas podem ser
algumas questões de pesquisa. diferentes da prática comum, o que reduz a
possibilidade de generalização.

Pode, as vezes, produzir uma resposta mais Experimentos tendem a restringir a


rápida e barata à questão de pesquisa do que abrangência e estreitar a questão estudada.
estudos observacionais.

Experimentos são geralmente caros e exigem


mais tempo.
(FREIRE & PATTUSSI, 2018).

22
Artigo como exemplo: TESTON, EF et al. Consulta de enfermagem e controle
cardiometabólico de diabéticos: ensaio clínico randomizado. Rev Bras Enferm. 2017; 70 (3):
468-474.

23
• Ensaio clínico não randomizado (estudo quase experimental)

É um estudo onde não há uma aleatorização prévia para preenchimento dos grupos de
controle e de intervenção. Neste tipo de estudo a escolha dos participantes fica a critério do
pesquisador. É utilizado em estudos de antes e depois. Esta é a principal diferença do Estudo
clínico Randomizado onde há uma aleatorização dos participantes para preenchimento dos
grupos. (NEBEL, 2016)

Artigo como exemplo: Taets GGC, Figueiredo NMA. A quase-experimental nursing study on
pain in comatose patients. Ver Bras Enferm. 2016; 69(5): 871-6.

24
• Estudo Longitudinal

São estudos que pesquisam a prevalência de novos casos de uma determinada


doença numa população, podem ser realizados em diferentes intervalos de tempo. É aplicado
por um tempo maior e possui um custo mais elevado. É focado em apenas uma variável.
(FREIRE & PATTUSSI, 2018).

Artigo como exemplo: Vicente, Filomena Et al. Estudo longitudinal dos fatores
associados à evolução de sintomas depressivos em idosos institucionalizados. J bras. Psiquiatr.
2014, 63 (4): 308-316.

25
• Estudos de acurácia (Estudos diagnóstico)

São estudos considerados transversais em que avaliam a eficácia dos diagnósticos de


determinada doença, que estão em estudo. Então, determinam o melhor método de diagnóstico
das patologias. (HOCHMAN,2005)
São compostos por dois grupos onde há o grupo de pessoas acometidas pela doença
e o outro grupo por pessoas saudáveis, utiliza-se o novo teste diagnóstico em ambas e através
dos resultados compara o novo método de diagnóstico com o método de diagnóstico padrão-
ouro para aquela determinada doença. Sendo assim, através dos resultados é possível determinar
se o novo método apresentou alta sensibilidade de diagnóstico da doença em questão podendo
ser validado. (HOCHMAN,2005)

Artigo como exemplo: Pereira AS, Carmo Filho JR, Tognim MCB, Sader HS. Avaliação da
acurácia de testes laboratoriais para detecção de amostras de Klebsiella pneumoniae produtora
de betalactamase de espectro estendido. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial.
2003, 39(4); 301-308.

26
• Estudo in sílico

São estudos alternativos em que não são utilizados animais, são realizadas
simulações através do computador. Estes testes não eliminam os testes in vivo mas reduzem a
quantidade de testes desta maneira. (GOMES, 2010)
Estas simulações do computador modelam um processo natural ou de laboratório.
(GOMES, 2010)

Artigo como exemplo: Lima AR, Marinho EM, Silva J, Marinho MM, Marinho ES. Estudo in
sílico do flavonoide antitrombótico ternatin, presente nos capítulos florais de egletes viscosa
less “Macela-da-Terra”. Revista Expressão Católica Saúde. 2017, 2(1)

27
• Estudo in Vivo

São estudos realizados dentro de um organismo vivo ou parcialmente morto,


geralmente animais. São fundamentais para estudos onde é necessário que a célula mantenha
todos os seus sinais vitais. (GOMES, 2010)

Artigo como exemplo: Ventin, D. Topografia de restaurações realizadas através do tratamento


restaurador atraumático (ART): Estudo Piloto in vivo. Pesquisa Brasileira em Odontopediatria
e clínica integrada. 2007, 7(3).

• Estudo in Situ

São estudos onde são realizados exatamente no local em que o fenômeno estudado
acontece. As vantagens desses estudos estão: execução na cavidade oral humana ao invés de
pesquisas realizadas no laboratório ou em animais; facilidade de controle das variáveis e
possibilidade de realização de experimentos impossíveis de serem efetuados em ensaios

28
clínicos; maior sensibilidade e validade das metodologias; menor duração e custo em relação
aos ensaios clínicos. (SANTOS, 2014)

Artigo como exemplo: Morais AP, Souza IPR, Chevitarese O. Estudo in situ do esmalte dental
humano após aplicação de tetrafluoreto de titânio. Pesq Odont Bras. 2000, 14 (2); 137-143.

29
• Revisão Sistemática e Meta-análise

A revisão sistemática é uma revisão planejada para responder uma pergunta específica
e que utiliza métodos explícitos e sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente
os estudos, e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão. Os trabalhos
de Revisão Sistemática, são considerados trabalhos originais, pois, além, de utilizar como fonte,
dados a literatura sobre determinado tema, são elaborados com rigor metodológicos (ROTHER,
2007).

A metodologia para a realização de uma revisão sistemática pode ser encontrada nas
publicações Cochrane Handbook produzida pela Colaboração Cochrane, e no CDR Report pelo
NHS Centre for Reviews and Dissemination (ROTHER, 2007).

No Brasil, a Colaboração Cochrane recomenda que a revisão sistemática seja efetuada em sete
passos (ROTHER, 2007):

1) Formulação da pergunta: a realização de uma revisão sistemática deve ser iniciada com
a formulação de uma pergunta onde são definidos os pacientes/doença e a intervenção
são a base para decisão do que deve ou não ser incluídos na revisão.
2) Localização dos estudos: devem ser utilizadas várias fontes de busca para localização e
identificação dos estudos, devendo ser incluídos estudos relevantes das principais bases
de dados eletrônicas: Medline, Cinahl, Embase, Lilacs, Cochrane Controlled Trials
Database, SciSearch além de outras fontes de informação como: trabalhos publicados
em anais de congressos; estudos de especialistas e buscas manuais em revistas não
disponíveis nas bases de dados. Para cada uma dessas fontes utilizadas deve ser
detalhada a estratégia de busca utilizada.
3) Avaliação crítica dos estudos: são critérios para determinar a validade dos estudos
selecionados. Essa avalição critica permite determinar quais estudos irão ser utilizados
na revisão. Os que não preencheram os critérios de validade deverão ser citados e
explicados o motivo de sua exclusão.
4) Coleta de dados: todas as variáveis estudadas devem ser observadas nos estudos e
resumidas, além das características do método, dos participantes e dos desfechos
clínicos, que permitirão determinar a possibilidade de comparar ou não os estudos
selecionados.

30
5) Analise e apresentação dos dados: os estudos deverão ser agrupados na semelhança
entre os estudos. Cada um desses agrupamentos deverá ser preestabelecido no projeto,
assim como a forma de apresentação gráfica e numérica, para facilitar o entendimento
do leitor.
Quando realizado um método estatístico na alise e síntese dos resultados dos estudos
incluídos, tem-se uma revisão sistemática com meta-análise.
6) Interpretação dos dados: é determinada a força da evidencia encontrada, a aplicabilidade
dos resultados, o custo e a pratica corrente que sejam relevantes, determinado
claramente os limites entre os benefícios e os riscos.
7) Aprimoramento e atualização da revisão: uma vez publicada receberá sugestões e
críticas que devem ser incorporadas as edições subsequentes, caracterizando dinâmica
que deve ser atualizada cada vez que surjam novos estudos no tema.
As orientações do NHS/York, sugerem que as revisões sistemáticas sejam feias em nove
passos agrupados em três estágios, apresentando pequena diferença entre as fases
recomendadas pela Colaboração Cochrane.

Assim, a revisão sistemática metodológica utiliza toda essa metodologia e estrutura


com o objetivo de evitar viés ou tendenciosidade no resultado. A meta análise é o método
estatístico utilizado na revisão sistemática para integrar os resultados dos estudos incluídos
(ROTHER, 2007).

Em estudos de metanálise, ao se combinar amostras de vários estudos, aumenta-se a


amostra total, melhorando o poder estatístico da análise, assim como a precisão da estimativa
do efeito do tratamento (SAMPAIO, 2007).

31
Exemplo de artigo revisão sistemática: Valéria P, Maria Márcia B, Erika AS. Autoavaliação da
saúde por idosos brasileiros: revisão sistemática da literatura. Rev Panam Salud Publica. 2013,
33(4).

• Revisão Narrativa

As revisões narrativas são publicações amplas, apropriadas para descrever e discutir o


desenvolvimento ou o “estado da arte” de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico
ou contextual. As revisões narrativas não informam as fontes de informação utilizadas, a
metodologia para buscas das referências, nem os critérios utilizados na avaliação e seleção dos
trabalhos. Constituem, basicamente de análise da literatura publicada em livros, artigos de

32
revista impressas e/ou eletrônicas na interpretação e analise critica pessoal do autor (ROTHER,
2007)

Essa categoria de artigos têm um fundamento papel para a educação continuada pois,
permitem ao leitor adquirir e atualizar o conhecimento sobre uma temática especifica em curto
espaço de tempo; porém não possuem metodologia que permitam a reprodução dos dados e
nem fornecem repostas quantitativas para questões específicas. São considerados artigos de
revisão narrativas e são qualitativos. Um artigo de Revisão Narrativa é constituído de:
Introdução, Desenvolvimento (texto dividido em seções definidas pelo autor com títulos
definidas pelo autor com títulos e subtítulos de acordo com as abordagens do assunto),
Comentários e Referências (ROTHER, 2007).

Exemplo de artigo revisão narrativa: Ana MCS, Dayse MG, Mariana S. Dor aguda e crônica:
revisão narrativa da literatura. Acta Paul Enferm. 2012;25(Número Especial 1):150-4.

33
Considerações finais

O tipo de estudo e o delineamento de uma pesquisa é decidido de acordo com os


objetivos pré-determinados da pesquisa, além do tempo e orçamento disponível. Um estudo
pode ser classificado de várias formas dependendo do ângulo em que é observado.

Há uma pirâmide de classificação dos artigos de acordo com seu nível de evidência
no mundo científico, no topo se encontra os artigos de alta qualidade e a base formada pelos
artigos de menor qualidade, os quais possuem mais erro e viés. (PAOLUCCI, 2007)

Figura 1 Pirâmide de nível de evidência científica. Fonte: Oliveira, 2007.

34
Referências

Ana MCS, Dayse MG, Mariana S. Dor aguda e crônica: revisão narrativa da literatura. Acta
Paul Enferm. 2012;25(Número Especial 1):150-4.

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