Ofício-Circular 13 2021 Contratacao Tecnico Libras
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OFÍCIO-CIRCULAR Nº 13/2021/GAB/SETEC/SETEC-MEC
Brasília, 19 de fevereiro de 2021.
Senhores(as) Dirigentes,
1. Com os cordiais cumprimentos, encaminho para conhecimento
a Nota Técnica nº 14/2021/CGDP/DDR/SETEC/SETEC, com esclarecimentos
prestados pela Diretoria de Desenvolvimento da Rede Federal desta
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, acerca da contratação de
profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com
deficiência matriculadas regularmente em cursos técnicos de nível médio e
em cursos de nível superior nas instituições federais de ensino, nos termos
da Lei nº 8.745, de 1993.
2. Conforme registrado no referido documento, trata-se de
posicionamento firmado pela área técnica desta Secretaria a partir de
orientações e informações consignadas na Nota Conjunta SEI nº
02/2021/SGP/SEDGGME/SOF/FAZENDA-ME, das Secretarias de Gestão e
Desempenho de Pessoal - SGP/SEDGG-ME e de Orçamento Federal -
SOF/FAZENDA-ME, ambas do Ministério da Economia, e nos Pareceres
nº 00601/2020PGFN/AGU e nº 15738/2020/ME, da Procuradoria-Geral da
Fazenda da Advocacia-Geral da União – PGFN/AGU, que também seguem
anexos, para conhecimento.
3. Ressalto, por necessário, o disposto no item 2.25 da Nota
Técnica nº 14/2021/CGDP/DDR/SETEC/SETEC, que elenca a documentação
que precisa constar nas propostas para contratação temporária de que
trata o inciso XII do art 2º da Lei nº 8.745, de 1993, que serão
encaminhadas a este Ministério da Educação, conforme segue:
Atenciosamente,
PROCESSO Nº 23000.031576/2018-51
INTERESSADO: SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
- SETEC, : SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR (SESU)
ASSUNTO: Solicitação de esclarecimentos sobre critérios a serem
considerados nas instruções processuais de solicitação de autorização
para contratação temporária de excepcional interesse público, nos termos
da Lei nº 8.745, de 1993.
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1. Trata-se de solicitação de esclarecimentos sobre critérios a serem
observados nas instruções processuais de solicitação de autorização para
contratação temporária de profissional de nível superior especializado, para
atendimento a pessoas com deficiência matriculadas regularmente em cursos
técnicos de nível médio e em cursos de nível superior nas instituições federais de
ensino, nos termos do inciso XII, do art. 2º da Lei nº 7.845, de 1993.
2. ANÁLISE
2.1. Inicialmente, cumpre esclarecer que, por meio da Lei nº 13.530, de 7 de
dezembro de 2017, foi acrescido, à Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, que
dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público, dispositivo que permite a admissão de
profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com
deficiência, nos termos da legislação, matriculadas regularmente em cursos técnicos
de nível médio e em cursos de nível superior, nas instituições federais de ensino.
Art. 9o O caput do art. 2o da Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, passa a
vigorar acrescido do seguinte inciso XII:
“Art. 2o ....................................
.................................................
XII - admissão de profissional de nível superior especializado para atendimento a
pessoas com deficiência, nos termos da legislação, matriculadas regularmente
em cursos técnicos de nível médio e em cursos de nível superior nas instituições
federais de ensino, em ato conjunto do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão e do Ministério da Educação.
.....................” (NR)
2.2. Assim, a partir da alteração acima transcrita, considera-se necessidade
temporária de excepcional interesse público a admissão de profissional de nível
superior especializado para atendimento a pessoas com deficiência matriculadas
regularmente em cursos técnicos de nível médio e em cursos de nível superior nas
instituições federais de ensino. Para tanto, o dispositivo legal prevê que tal
contratação se dará por meio de ato conjunto do então Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, hoje Ministério da Economia, e do Ministério da Educação.
2.3. Nesse sentido, por meio do Ofício-Circular nº 2/2018/CGDP/DDR/SETEC-
MEC (SEI nº 0988940), de 20 de fevereiro de 2018, foi informado, aos Institutos
Federais, aos CEFETs e ao Colégio Pedro II, da alteração da Lei nº 7.845, de 1993,
e que as solicitações de autorização para contratação temporária de excepcional
interesse público deveriam ser encaminhadas à Setec, devidamente acompanhadas
das seguintes informações:
a) justificativa para contratação, com informações que comprovem o
seu enquadramento em alguma das hipóteses previstas no art. 2º, da
Lei nº 8.745, de 1993;
b) informações sobre a força de trabalho atual do órgão ou entidade,
discriminando natureza do vínculo, por unidade e setor;
c) fundamentação específica da necessidade temporária de excepcional
interesse público, com demonstração da insuficiência da força de
trabalho atual para atender o volume do trabalho do órgão ou
entidade;
d) informações sobre o pessoal a ser contratado, tais como:
quantitativo, remuneração, classificação das atividades no caso de
contratação para desempenho de atividades especializadas;
e) distribuição do pessoal a ser contratado nas unidades/setores que
compõem o órgão ou entidade;
f) declaração do ordenador de despesa do órgão ou entidade
atestando a existência de disponibilidade orçamentária e financeira
para cobrir as despesas com as contratações; e
g) minuta de contrato, elaborada de acordo com normas previstas na
lei nº 8.745, de 1993, com descrição específica das atividades a serem
desempenhadas pelos contratados de acordo com a área de atuação.
2.4. Todavia, no momento da análise e da instrução dos processos de
solicitação para contratação temporária em comento, foram identificadas algumas
dificuldades, tendo em vista que a Lei nº 8.745, de 1993, é silente quanto à duração
do contrato, ao regime de trabalho, à fonte de recurso para tal contratação e não
traz clareza quanto ao processo seletivo para contratação dos profissionais
DESPACHO
De acordo. Encaminhe-se na forma proposta.
Assunt o: Consolidação de procediment os para cont rat ação de prof issional para
at endiment o a pessoa com def iciência.
[...]
14 . No caso contratação fundamentada no inciso XII do art. 2º, no qual visa o
atendimento a pessoa com deficiência matriculada em instituição federal, recomenda-se
que a proponente apresente as informações gerais sobre a demanda dos alunos que
necessitam de atendimento de profissionais especializados, explicitando a inexistência,
em seu quadro de cargos, de servidores aptos ao desempenho das atividades que os
contratados exerceriam, bem como, para melhor justificar a proposta, também informar
a deficiência dos estudantes matriculados e de que maneira a contratação de
profissional seria essencial para a permanência e o aprendizado desses na instituição
de ensino.
15. Ademais, entende-se que o próprio Ministério da Educação, no uso de suas
competências como órgão central do sistema educacional e melhor conhecedor da
estrutura do quadro de pessoal das instituições de ensino, indique, respeitadas as
balizas normativas, as informações que devam ser prestadas pelos solicitantes de
autorização para contratação temporária do art. 2º, inciso XII, da Lei nº 8.74 5, de
1993.
16. Em tempo, retoma-se que as demandas para contratação temporária
de profissional especializado ocorrem de acordo com a necessidade dos alunos
matriculados nos cursos, não havendo, portanto, previsibilidade da quantidade de
profissionais necessários ou possibilidade de antecipação do perfil profissional
desejado. Assim, este Ministério somente se manifesta quando provocado pelo
Ministério da Educação.
17. Em observância ao disposto no art. 5º da Lei nº 8.74 5, de 1993, acerca da
programação orçamentária específica em que deve ser analisada a disponibilidade de
recursos com vistas às contratações temporárias de profissionais de nível superior
especializados para atendimento a pessoas com deficiência regularmente matriculadas
em cursos técnicos das instituições federais de ensino, informa-se que mediante Nota
Técnica SEI nº 196/2019/CGDPS/SEAFI/SOF/FAZENDA-ME (3792691), a
Secretaria de Orçamento Federal assim se pronunciou:
18. Não obstante, a disposições do inciso XII do art. 2º da Lei nº 8.74 5, de 1993, a
busca de medidas alternativas para a melhoria do desempenho institucional
especificamente quanto à atendimento a pessoa com deficiência matriculada em
instituição federal conta com a efetiva participação deste Ministério da Economia no
âmbito de suas competências regimentais. Nesse contexto, e com vistas a diminuir tais
dificuldades e propiciar maior celeridade pelas Instituições Federais de Ensino em
relação à demanda de profissional especializado foi editada a Portaria nº 4 4 3, de 27
de dezembro de 2018, que estabelece os serviços que serão preferencialmente objeto
de execução indireta, em atendimento do disposto no art. 2º do Decreto nº 9.507, de 21
de setembro de 2018, o qual dispõe que ato do Ministro de Estado do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão estabelecerá os serviços que serão preferencialmente
objeto de execução indireta mediante contratação.
[...]
21. Desse modo, desde dezembro de 2018, as Instituições Federais de Ensino podem
se valer das disposições da Portaria nº 4 4 3 de 2018, sem necessidade de ingerência
desta Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal para a contratação. Destaque-se
que tal medida visa à melhoria da prestação do serviço público e promover maior
celeridade nas contratações de profissional especializado para atender a demanda dos
5. Por conseguinte, a consulta versa sobre qual o instrumento jurídico mais adequado
para a contratação de pessoal especializado para a contratação de pessoal
especializado para atender aos alunos matriculados nas Instituições Federais de
Ensino que necessitem de atendimento especial, a saber: o inciso XII do art. 2º da Lei
nº 8.74 5, de 9 de dezembro de 1993, ou Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018,
c/c a Portaria nº 4 4 3, de 27 de dezembro de 2018.
6. A despeito de não caber os órgãos de consultoria avaliar qual a melhor opção para
que seja efetivada a contratação de pessoal para atender a demandas específicas, é
cediço que a contratação temporária dever ser empreendida apenas na hipótese em que
a demanda não possa ser atendida por meio de execução indireta. Nesse sentido,
confira-se a Instrução Normativa nº 1 , de 27 de agosto de 2019, da Secretaria
Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia:
[...]
7. Desse modo, a contratação temporária é instituto jurídico que deve ser utilizado de
forma subsidiária, conforme a Instrução Normativa nº 1, de 27 de agosto de 2019, da
Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da
Economia, somente sendo viável a contratação temporária em caso de demonstração
da impossibilidade da execução indireta de que trata o Decreto nº 9.507, de 21 de
setembro de 2019, e a Portaria nº 4 4 3, de 27 de dezembro de 2018.
III - CONCLUSÃO
8. Diante do exposto, concluí-se que a contratação temporária é instituto jurídico que
deve ser utilizado de forma subsidiária, conforme a Instrução Normativa nº 1 , de 27
de agosto de 2019, da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
Digital do Ministério da Economia, somente sendo viável a contratação temporária em
caso de de demonstração da impossibilidade da execução indireta de que trata o
Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018, e a Portaria nº 4 4 3, de 27 de dezembro
de 2018.
9. Nesse contexto, por envolver matéria relacionada a contratação pública, o processo
deve ser encaminhado para a Coordenação-Geral de Licitações e Atos Normativos em
Contratação Pública da Procuradoria-geral Adjunta de Consultoria de Contratos e
Disciplina avaliar as ponderações apresentadas pela Secretaria de Gestão e
Desempenho de Pessoal e pela Secretaria de Orçamento Federal no que se refere às
limitações à contratação de pessoal por meio da execução indireta.
8. Dessa maneira, a contratação temporária de que trata o inciso XII do art 2º da Lei nº 8.745,
de 1993, de profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com deficiência,
deve ser classificada como despesa com pessoal e encargos sociais (GND 1), nos termos do art. 116, §
2º , da Lei nº 14.116, de 31 de dezembro de 2020, Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2021, LDO-
2021. Contudo, quando a contratação desse profissionais se der com base no Decreto nº 9.507, de 2018,
os recursos deverão ser alocados em outras despesas correntes (GND 3).
CONCLUSÃO
9. Ante o exposto, considerando a manifestação jurídica levada a efeito no Parecer nº
00601/2020/PGFN/AGU, aprovado pelo Despacho nº 03689/2020/PGFN/AGU, da Coordenação-Geral
de Pessoal, e a manifestação jurídica disposta no Parecer nº 15738/2020/ME, da Coordenação-Geral de
Licitações e Atos Normativos em Contratação Pública, ambas da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional, quanto à contratação de pessoal para atender aos alunos matriculados nas Instituições Federais
de Ensino que necessitem de atendimento especial, tem-se a informar que:
a) a contratação temporária é instituto jurídico que deve ser utilizado de forma subsidiária,
conforme a Instrução Normativa nº 1, de 27 de agosto de 2019, da Secretaria Especial de
Desburocratização, Gestão e Governo Digital deste Ministério da Economia, somente sendo
viável a contratação temporária em caso de demonstração da impossibilidade da execução
indireta de que trata o Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018, e a Portaria nº 443, de
27 dezembro de 2018, porquanto se trata de modalidade contratual preferencial;
d) a contratação temporária, de que trata o inciso XII do art 2º da Lei nº 8.745, de 1993, de
profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com deficiência,
deve ser classificada como despesa com pessoal e encargos sociais (GND 1), nos termos
do art. 116, § 2º , da Lei nº 14.116, de 2020, Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2021,
LDO-2021. Contudo, quando a contratação desse profissionais se der com base no Decreto
nº 9.507, de 2018, os recursos deverão ser alocados em outras despesas correntes (GND 3);
e
10. Com tais informações, sugere-se o encaminhamento da presente Nota Técnica Conjunta à
Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Educação para conhecimento e demais
providências, inclusive ofertar ampla divulgação a sua Subsecretária de Planejamento e Orçamentos, bem
como às Universidades Federais e as Instituições Federais de Ensino vinculadas aquele órgão, da
orientação consolidada.
À consideração superior.
04. Conforme sustentado pelo Ministério da Educação, haveria divergência entre os posicionamentos
externados pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF) e pela Secretaria de Gestão e Desenvolvimento
de Pessoal (SGP), ambas do Ministério da Economia. A fim de compreender a questão, vale a transcrição
de seguinte excerto da Nota Conjunta SEI nº 1/2020/SGP/SEDGG-ME/SOF/FAZENDA-ME (SEI nº
8234410):
05. Após a análise do caso, realizada na predita Nota Conjunta, a área técnica entendeu necessária a
submissão do assunto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, para conhecimento e manifestação,
“em razão da possibilidade de contratação de profissionais de nível superior especializado para
atendimento a pessoas com deficiência tanto por meio da Lei nº 8.745, de 1993, quanto pelo Decreto nº
9.507, de 2019, de gerando insegurança nos gestores das áreas de recursos humanos em virtude de
aplicações diferentes para casos semelhantes e consultas excessivas ao Ministério da Economia” (SEI nº
8234410).
06. O processo administrativo foi, então, encaminhado para a Coordenação-Geral de Pessoal desta
PGFN, que, instada a se manifestar, elaborou o Parecer nº 00601/2020/PGFN/AGU (SEI nº 10330780)
e, após a análise da demanda, recomendou o envio dos autos para esta Coordenação-Geral de Licitações
e Atos Normativos em Contratação Pública. Eis a conclusão do referido opinativo:
II
07. No caso dos autos, a questão versa sobre a contratação de Profissional Técnico Especializado de
nível médio e superior para atender aos alunos matriculados nas Instituições Federais de Ensino que
necessitem de atendimento especial, com vista a promover uma maior eficiência na prestação de serviços
públicos ofertados à sociedade.
09. Por outro lado, a Portaria nº 443, de 27 de dezembro de 2018, que estabelece os serviços que serão
preferencialmente objeto de execução indireta no âmbito da Administração Federal, dispõe, no art. 1º ,
incisos XXVI e XXXI, que os serviços de tradução, inclusive tradução e interpretação de Língua
Brasileira de Sinais (Libras), bem como a monitoria de inclusão e acessibilidade, serão preferencialmente
objeto de execução indireta.
11. Sobre essa questão, inclusive, a Coordenação-Geral de Pessoal da PGFN, no mencionado Parecer nº
00601/2020/PGFN/AGU (SEI nº 10330780), já esclareceu que a contratação temporária somente deve
ser utilizada nos casos em que a execução indireta não for possível, conforme se extrai do trecho a
seguir: “a contratação temporária é instituto jurídico que deve ser utilizado de forma subsidiária, conforme
a Instrução Normativa nº 1, de 27 de agosto de 2019, da Secretaria Especial de Desburocratização,
Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, somente sendo viável a contratação temporária em
caso de demonstração da impossibilidade de execução indireta de que trata do Decreto nº 9.507, de 21
de setembro de 2018, e a Portaria nº 443 de, de 27 de dezembro de 2018”.
13. Desse modo, considerando-se que o serviço deve ser, preferencialmente, executado de forma
indireta, identificou-se eventual óbice no fato de que a Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005, que
dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativo em Educação, no
âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da Educação, prevê o cargo de
“tradutor e intérprete de linguagem de sinais – Classe D -, Médio completo + proficiência em LIBRAS”,
o que esbarraria, em tese, na vedação contida no art. 3º , IV, do Decreto nº 9.507, de 2018.
14. Em suma, o cerne da questão é definir se a existência do cargo de “tradutor e intérprete de linguagem
de sinais – Classe D -, Médio completo + proficiência em LIBRAS” impede, de forma abrangente, a
contratação de tradutor e intérprete de sinais por meio de execução indireta.
15. Ao analisar essa questão, a área técnica se manifestou conclusivamente na Nota Conjunta SEI nº
1/2020/SGP/SEDGG-ME/SOF/FAZENDA-ME:
16. De fato, a Lei nº 11.091, de 2005, prevê apenas o cargo de tradutor e intérprete de linguagem de
sinais – Classe D -, Médio completo + proficiência em LIBRAS, com requisitos específicos
relacionados ao cargo, nada dispondo acerca desse profissional com a qualificação de nível superior.
17. Assim, deve-se concluir que a vedação à utilização da execução indireta, no presente caso, se
restringe às hipóteses em que as atividades possam ser desempenhadas por profissionais que devem ser
contratados para o exercício do cargo de “tradutor e intérprete de linguagem de sinais – Classe D -,
Médio completo + proficiência em LIBRAS”, de acordo com a Lei nº 11.091, de 2005.
18. A Portaria nº 443, de 2018, no art. 1º , XXVI e XXXI, prevê, de forma genérica, que os serviços de
tradução, inclusive tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras), e monitoria de
inclusão e acessibilidade, serão preferencialmente objeto de execução indireta. Ou seja, a norma traz
previsão abrangente, sem especificar as qualificações dos profissionais, de forma que deve ser
interpretada no sentido de que apenas as funções que são próprias do cargo de “tradutor e intérprete de
linguagem de sinais – Classe D -, Médio completo + proficiência em LIBRAS” não podem ser objeto de
execução indireta.
19. Portanto, conclui-se que, no caso em apreço, a execução indireta, com fulcro na Portaria nº 443, de
2018, é o regime preferencial, nos termos do Parecer nº 00601/2020/PGFN/AGU (SEI nº 10330780),
Parecer nº 15738/2020/ME (2274706) SEI 23000.031576/2018-51 / pg. 33
porém não será cabível quando as atividades objeto da contratação se enquadrarem nas atribuições que
são próprias do cargo de “tradutor e intérprete de linguagem de sinais – Classe D -, Médio completo +
proficiência em LIBRAS” (previsto na Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005), em obediência ao que
dispõe o art. 3º , IV, do Decreto nº 9.507, de 21 de setembro de 2018.
III
20. Pelo exposto, restrita a presente análise aos aspectos jurídico-formais dos autos, conclui-se que, no
caso em apreço, o regime de execução indireta não será cabível quando as atividades objeto da
contratação se enquadrarem nas atribuições que são próprias do cargo de “tradutor e intérprete de
linguagem de sinais – Classe D -, Médio completo + proficiência em LIBRAS” (previsto na Lei nº
11.091, de 12 de janeiro de 2005), em obediência ao que dispõe o art. 3º , IV, do Decreto nº 9.507, de 21
de setembro de 2018.