Intoxicação Por Cromo e Seus Efeitos No Organismo - 8538
Intoxicação Por Cromo e Seus Efeitos No Organismo - 8538
Intoxicação Por Cromo e Seus Efeitos No Organismo - 8538
Jovana Simonetti Bulegon1, Marcos Guilherme Schäfer1, Bruna Barcellos Negrete1, Tiago
Antonio Heringer1, Roberta Cattaneo Horn2
INTRODUÇÃO
O crômio ou cromo (Cr) é o sétimo elemento químico mais abundante na Terra, tendo
número atômico 24 e estando em estado sólido na temperatura ambiente. Trata-se de um metal
descoberto em 1797 por Louis Nicolas Vauquelin no mineral crocoíta, na Rússia (LOZI, 2019;
MARCELINO, 2013; JAISHANKAR, et al, 2014).
O cromo pode se apresentar no estado pentavalente, mas se destacam dois estados: em
estado de redução é comum encontrar o cromo trivalente, Cr (III), identificado de forma
natural no ambiente e insolúvel em água. Em estado de oxidação é possível identificar o cromo
tetravalente, Cr (IV), sendo geralmente produzidos por processos industriais, sendo solúvel e
um agente altamente carcinogênico e genotóxico para humanos, animais e plantas
(JAISHANKAR, et al., 2014).
Tem sido tema de grande interesse a investigação da assimilação de metais pesados,
dentre eles o cromo, pelos diferentes organismos vivos. A bioacumulação é um processo em
que ocorre a acumulação desses metais pesados nos seres vivos, podendo ser transmitida para
outro organismo através da cadeia trófica, como pode ocorrer entre humanos que consomem
peixes provenientes de águas contaminadas, deste modo assimilando o elemento químico
através da alimentação (VOIGT; SILVA; CAMPOS, 2016).
O cromo é um metal pesado que traz consequências mais graves quando entra em
contato com o organismo humano, seus efeitos podem levar a quadros graves de dermatites e
induzir ação cancerígena (JAISHANKAR, et al., 2014).
Sabendo dos perigos do contato deste agente tóxico, têm-se como objetivo deste
estudo realizar uma revisão bibliográfica que permita identificar pontos principais ligados ao
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Discentes do curso de Biomedicina, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail:
jovanasbulegon@gmail.com, guilhermeschafer94@gmail.com, brunanegrete@gmail.com,
antoniother408@gmail.com
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Docente da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail: rcattaneo@unicruz.edu.br
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FONE: (55) 3321.1606 I 3321.1545 | EMAIL: pesquisa@unicruz.edu.br ; extensao@unicruz.edu.br
Campus Universitário Dr. Ulysses Guimarães - Rodovia Municipal Jacob Della Méa, km 5.6 –
Parada Benito. CRUZ ALTA/RS - CEP- 98005-972 I UNICRUZ.EDU.BR
cromo, tais como suas propriedades químicas, mecanismos de toxicidade e manifestações
clínicas resultantes de intoxicações.
MATERIAIS E MÉTODOS
DISCUSSÃO
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bloqueador. Uma vez absorvido como Cr (VI) se torna um componente ativo se distribuindo
pelo organismo e depositando-se nos tecidos e espaços intracelulares devido sua solubilidade,
sendo dificilmente excretado. Nesta forma, o cromo pode gerar espécies reativas de oxigênio
como íons superóxido, peróxido de hidrogênio e radicais hidroxila, que atuam ativamente no
estresse oxidativo (JAISHANKAR, et al., 2014).
Esse metal é comumente usado na metalurgia em processos de revestimento de
materiais, na mineração, queima de óleo e carvão e na perfuração de poços petrolíferos, sendo
conhecido em virtude da sua alta resistência ao desgaste, possuindo uma longa vida média.
Visto isto, as principais formas de intoxicações ocorrem de forma ocupacional em indústrias de
mineração, transformação, metalúrgicas e petroleiras. Além disso, tais atividades podem levar
a poluição de águas, do solo e do ar, aumentando expressivamente as concentrações deste
metal na natureza e favorecendo a exposição da população a esses contaminantes
(JAISHANKAR, et al, 2014; HIGUERA-COBOS, 2015).
Através de pesquisas em ratos, algumas ações do cromo foram observadas, como a
indução a formação de espécies reativas de oxigênio, superóxidos e radicais hidroxilas, que em
grandes concentrações levam a danos no funcionamento do sistema de reparo do DNA,
contribuindo para o desenvolvimento de doenças, como o câncer, além de proliferação celular
(MARCELINO, 2013; WANG, et al, 2011).
Atualmente, o cromo foi classificado pela International Agency for Research on Cancer
(IARC) como Grupo 1, carcinogênico para humanos, com uma ligação bem estabelecida com
o câncer de pulmão, assim como está associado a neoplasias das regiões nasal e sinonasal e
reações de hipersensibilidade cutâneas (LOZI, 2019; MARCELINO, 2013; INCA, 2012).
CONCLUSÃO
Pode-se observar que a toxicidade causada pela exposição ao cromo está relacionada a
vários distúrbios no organismo humano. Tendo em vista que sua forma de absorção pelo
organismo pode ser por diversas vias, sua entrada e ação tornam-se mais rápida, inserindo-se
aos sistemas e causando seus efeitos.
Em virtude de seus efeitos de alterações no DNA, formação de espécies reativas de
oxigênio e suas relações em numerosos casos de carcinogênese, fazem-se necessárias ações
rigorosas para a segurança desses trabalhadores durante seu trabalho com os metais pesados,
monitoração de indústrias que utilizam o cromo como matéria prima para seu descarte correto,
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assim não ocorrendo casos de contaminação de água, solo e ar, que culmina na propagação
desses elementos para toda a população.
REFERÊNCIAS
INCA - Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva. Ministério da Saúde.
Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Brasil 2012. Disponível
em: <http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/diretrizes_cancer_ocupa.pdf>. Acesso em: 27 ag.
2019.
JAISHANKAR M, et al. Toxicity, mechanism and health effects of some heavy metals.
Interdiscip Toxicol., v.7, n. 2, p. 60–72, Jun, 2014.
LOZI, AA. Toxicidade comparada dos metais pesados, arsênio, cádmio, chumbo, cromo
e níquel, sobre parâmetros reprodutivos de camundongos machos adultos após exposição
aguda. 2019. 156 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de
Viçosa, Minas Gerais, 2019.
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