Aula 6 - Substratos
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SUBSTRATOS
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O QUE É SUBSTRATO?
Substrato é o meio poroso onde se desenvolvem
as raízes das plantas cultivadas fora do solo. Pode
ser formado por um único material, como, por
exemplo, o pó de coco ou a casca de pinus, ou
pela mistura de dois ou mais materiais, como a
casca de pinus + a vermiculita, a turfa + a casca
de arroz etc.
Vermiculita + turfa
Substrato
Substrato é o meio que serve de suporte às
plantas e onde desenvolvem as raízes das
mudas produzidas em viveiros de espécies
ornamentais, oleícolas, frutíferas e silvícolas.
(Grolli, 1991)
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Substrato
Por que usar um substrato:
Pode ser usado em recipientes;
Pode ser transportado;
Pode ser melhorado;
Pode ser facilmente manuseado.
É mais adequado ecologicamente.
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Objetivos de um substrato
FÍSICO – Melhorar a textura, erodibilidade, estrutura,
drenagem e aeração: aumentar a capacidade de
retenção d’agua disponível às plantas.
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Seleção de materiais para
substratos
Misturas aleatórias OU Propriedades selecionadas ?
• Caracterização de cada material;
• Seleção pelas propriedades e objetivos do uso
• “A qualidade final da mistura é determinada pelo
componente de mais baixa qualidade integrante da
mistura.”
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Seleção de materiais para
substratos
Figura 1 – Composição genérica de um substrato
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MATERIAIS BÁSICOS
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MATERIAIS BÁSICOS
Alternativos:
São característicos de cada pólo produtor, mostrando
particularidades regionais. São a casca de acácia negra, os
produtos de compostagem (fibrosos), a palha de carnaúba, os
caroços de açaí, a casca de amendoim, o capulho de algodão, a
casca-de-arroz etc.
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MATERIAIS BÁSICOS
COMPLEMENTOS
Os complementos são os materiais selecionados com a
função de melhorar as propriedades dos materiais básicos. O
critério de seleção deve ser baseado na análise de cada
componente. Os complementos são usados normalmente em
quantidades de 30% a 40% do volume da mistura. São
exemplos de complementos: a casca-de-arroz carbonizada, a
vermiculita e os produtos de compostagem.
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MATERIAIS
ADITIVOS
Os aditivos são os componentes opcionais, adicionados à
mistura em pequenas quantidades, mas com funções definidas.
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SÓLIDOS E POROS
Ao observar qualquer substrato de perto, constata-se que
este é formado por partículas com espaços entre elas. As
partículas são denominadas de sólidos (S), enquanto os
espaços são os poros (P).
Há materiais onde os sólidos predominam, como na areia,
por exemplo. Em outros materiais ocorre o inverso, com mais
poros do que sólidos, e um exemplo típico é o pó de coco.
Características que descrevem a
qualidade de um substrato
•Densidade •pH
•Porosidade •Salinidade
•Retenção/ •Qualidade
liberação de água fitossanitária
•Outras ...
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Analisar : para quê? Porquê?
Fases O que buscar com as análises?
Antes do Conhecer um produto ou um
cultivo: componente.
Caracterizar o efeito da mistura
(interação) de componentes.
Durante o Monitorar as condições do substrato.
cultivo: Esclarecer problemas observados no
cultivo em vaso.
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Situação ideal:
Rede de Laboratórios (governamental / particular);
√ Acessibilidade, confiabilidade e
rapidez;
√ Laudos técnicos padronizados;
√ Interpretação dos resultados;
√ Sugestões de ações / próximos
passos.
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Situação ideal
Situação real
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Testes rápidos exploratórios
Vantagens Limitações
Objetivo, rápido, de baixo Aplicação restrita para
custo; cada caso
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Métodos rápidos: Observação direta
Características Propriedades associadas
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Métodos rápidos: Testes exploratórios
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Funções do Substrato
• Prover água;
• Suprir nutrientes;
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Misturas com terra
• Vantagens
• Nutrição mais fácil;
• Deficiência com micronutrientes é raro;
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Misturas com terra
Desvantagens
• Dificuldade no obtenção de solo adequado;
• Continuidade de suprimento;
• Controle de qualidade difícil;
• O solo precisa ser secado e esterilizado antes do uso;
• A mistura torna-se pesada e de difícil manuseio;
• Torna-se mais caro para se preparar;
• Destruição irreparável da camada arável;
• Contaminação de doenças, pragas e plantas indesejáveis.
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Misturas sem terra
Vantagens
• Maior grau de padronização, com menor variação entre os
lotes sucessivos;
• Não necessita esterilização;
• Mais barato para se preparar;
• Mais leve;
• Maior controle do crescimento das plantas, através do
controle dos nutrientes e da água.
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Misturas sem terra
Desvantagens
• Controle de nutrientes é mais difícil;
• Maior dependência da nutrição líquida.
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Materiais Orgânicos, usados como substrato
• Turfa, esfagno, Hypnum, serapilheira;
• Lodo de esterco;
• Terra (condenado);
• Bolinha de isopor;
• Espuma de poliuretano;
• Sucatas;
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Características de um substrato para
plantas
• Ter corpo e firmeza;
• Possuir boa capacidade de retenção de água;
• Boa capacidade de arejamento;
• Boa capacidade de drenagem;
• Livre de organismos nocivos;
• Não deve ser salino;
• Permita a esterilização química e física;
• Ser uniforme em toda extensão;
• Ser de manuseio fácil;
• Não deve ser muito alcalino ou ácido. 31
Características de um substrato para
plantas
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O substrato deve conter:
• Todos os nutrientes necessários durante o período de
produção da muda;
presença de fermentação; e
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Exercício: Determinar o volume dos sólidos
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Exercício: resultados
Registrar sempre!
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Exercício:
Calculando Relação P : S *
1 litro de substrato seco + 1 litro de água
Material Vol. Poros Vol. P/S Relação
Sólidos P:S
Solo 210 790 0,3 0,3 : 1
* método exploratório
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Os resultados exploratórios são úteis para
comparar o efeito da adição de materiais
na relação P : S da mistura
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Tabela 11 – Valores de P/S para os diferentes substratos com
os macro e microporos correspondentes
1L
Amostra seca ao ar Balança (g)
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Ar e água no vaso:
seco saturado
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Ar e água no vaso (2):
AR
drenado
Água retida
Peso 2 - Peso 1 =
drenar Peso 2 água retida
CRA (ml)
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Resultados
• Capacidade de retenção de água
• Espaço de aeração
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Exemplos: valores obtidos em testes rápidos,
com materiais secos ao ar .
50
Exercício
Reduzir a densidade de um substrato
• Acrescentar vermiculita
• Acrescentar CAQ (casca de arroz queimada)
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Acréscimo de vermiculita (Ve) e de casca de
arroz queimada (CAQ) em mistura comercial
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Mistura comercial + Ve + CAQ :
variação no peso (vaso + amostra + água)
ao longo de 12 dias.
1200
1000
800
g / litro substrato
600
0
h
h
h
d
s
do
ra
0h
48
84
24
12
tra
ho
ra
12
em
em
os
tu
na
sa
am
v+
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Mistura comercial + Ve + CAQ :
volume de água em 12 dias.
600
500
ml / litro substrato
400
300
200
substrato (A)
A + 20% Ve (B)
100
B + 10% CAQ
0
saturado dren. na 24h 48h 84h 120h 12d
hora
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Mistura comercial + Ve + CAQ :
volume de ar em 12 dias.
350
300
cm3 / litro substrato
250
200
150
0
na hora 24 h 48h 84h 120h 12d
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Valor de pH e Salinidade
Avalie as propriedades químicas
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Valor de pH e Salinidade
Avalie as propriedades químicas
seco saturado
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Método de análise “pourthru”
(lixiviado)
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Llixiviar com água
destilada suficiente para
obter +/- 50 mlL de
amostra.
Coloque a água de
modo uniforme por toda
a superfície do substrato.
Esta água deve deslocar
a solução do vaso.
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drenado drenado
Peso 2
drenar
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Drenar Colocar em um becker
50 mL
Peso 2
drenar
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Encerrando as análises
• Registrar os resultados em uma planilha;
• Monitorar regularmente;
• Relacionar os valores lidos com a qualidade das plantas
produzidas.
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Tabela 7 – Faixa recomendada de pH (em água) para
algumas plantas cultivadas
Faixa de pH
Planta recomendada
Antúrio 4,5 a 5,2
Azaléia 4,5 a 4,8
Crisântemo 5,0 a 6,0
Gérberas 5,8 a 6,2
Kalanchoe 5,5 a 6,5
Orquídeas 4,5 a 5,5
Rosa 5,5 a 6,0
Samambaias 4,5 a 5,5
Violeta africana 5,5, a 6,0
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Tabela 8 – Faixas de pH de alguns materiais utilizados nos
substratos
Faixas de pH
Substrato
Areia lavada 6,0 a 6,5
Casca de arroz carbonizada 6,5 a 7,5
Casca de pinus 3,5 a 5,0
Espuma fenólica 6,0 a 6,5
Húmus de minhoca 6,5 a 7,0
Perlita expandida 6,5 a 7,5
Turfa fibrosa 4,0 a 4,5
Turfa preta 3,0 a 3,3
Vermiculita expandida 7,5 a 8,5
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Condutividade elétrica
Seguindo o método lixiviado, a determinação do
valor EC é utilizada na mesma solução preparada
para a leitura do pH.
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Condutividade elétrica
As informações sobre os valores referenciais devem ser
verificadas com bastante atenção, pois dados publicados
em diferentes fontes podem variar para um mesmo
substrato.
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Tabela 9 – Classificação de grupos de plantas quanto a
exigência nutricional, a sensibilidade e a salinidade
Classificação Exigência Sensibilidade Salinidade inicial no Concentração da
das plantas nutricional à salinidade substrato com solução fertilizante na
adubação água
g sais/L de substrato g de adubo/L de água
Grupo A Elevada Baixa 3 3a6
Crisântemo
Gerânio
Hortênsia
Poinsétia
Grupo B Média Média 1,5 1a4
Antúrio
Ciclâmen
Frésia
Gérbera
Rosa
Grupo C Baixa Elevada 0,5 0,5 a 2
Avenca
Azaléia
Bromélias
Orquídeas
Prímula 69
Tabela 10 – Interpretação de valores de condutividade elétrica (em dS m-1 a 25oC) para
vários métodos de extração (Cavins et al., 2000)
Método de extração
Lixiviado * Indicação
Extrato de
1:5 1:2 (Pour
pasta saturada
through)
Muito baixo – o nível de nutrientes pode não
0 a 0,11 0 a 0,25 0 a 0,75 0 a 1,0 ser suficiente para sustentar um rápido
crescimento.
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Esterilização do substrato
1.Utilize os métodos físicos
Os métodos físicos se enquadram entre os de mais fácil
manejo e são os menos agressivos ao meio ambiente.
Consistem no uso de altas temperaturas para o controle
desejado. Conforme o organismo a ser eliminado, a
temperatura deve atingir:
65 oC – larvas de insetos;
70 oC – fungos e nematóides;
80 oC – sementes de ervas daninhas.
2.1.1 Utilize o método da solarização
Este método físico consiste no aquecimento do substrato
através da energia solar.
Em períodos ou regiões de baixa insolação, esta prática
pode não alcançar os resultados desejados.
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Esterilização do substrato
Solarização
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Esterilização do substrato
Solarização
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Esterilização do substrato
Vapor d´água
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Esterilização do substrato
Método químico
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