APOSTILA - Historia Dos Batistas

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Disciplina

HISTÓRIA

DOS

BATISTAS

Pr. Luiz Carlos Barbosa


2021

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Sumário ...............................................................................................................2
1- Introdução.........................................................................................................3
1 – Origem dos Batistas………...…………………………………………...............3
1.1– Anabatistas...............................................................................................4
1.2 – Separatistas.............................................................................................5
2 - A Origem do Nome Batista.............................................................................7
2.1 RESISTÊNCIA A CORRUPÇÃO E NOSSAS RAIZES
DOUTRINÁRIAS..8

3 – Os Batista no Brasil: Tentativas de fazer


missão............................................9

3.1 - Missões
Batistas........................................................................................9
3.2 Igreja de Santa Barbara............................................................................10
3.3 – As primeiras
Igrejas................................................................................13
4. – Organização da Convenção Batista
Brasileira...............................................15
4.1- O desenvolvimento dos Batistas......................
...................................17
4.2 – Os Batistas e
Missões..........................................................................17
4.3 – Os Batistas e a Educação....................................................................17
4.4 - Grandes Nomes no trabalho Batista.....................................................18
5 - Juntas
Missionárias.......................................................................................21
5.1 JUNTAS MUNDIAIS................................................................................22
5.2 JUNTAS NACIONAIS E ESTADUAIS.....................................................23
6 - Os Batistas no Mato
Grosso............................................................................23

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7 – ANA
WOLLERMAN........................................................................................26
8 – MISSAO BATISTA EM CUIABÁ.....................................................................28
9 – CONVENÇÃO BATISTA NO MATO GROSSO..............................................29
10 – ORGANIZAÇÃO NAS IGREJAS BATISTAS ...............................................30
UMHBB – UFMBB – OPBB – JUVENTUDE BATISTA
11 – CONCLUSÃO...............................................................................................32
11 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................33

Introdução

A história dos batistas constitui um dos mais interessantes capítulos da


história do cristianismo. Não é tarefa fácil, porém, responder a esta pergunta,
visto que muitos fatos ainda são desconhecidos.

Quem fundou? Onde? Quando? São indagações que vagueiam em nossas


mentes. Outros vão mais além e perguntam: estão eles (os batistas) corretos?
Está a sua fé de acordo com os ensinamentos ou doutrinas do Novo
Testamento? Pode-se responder assim: os Batistas são fundamentados nos
ensinos dos apóstolos e profetas, tendo a Jesus Cristo como pedra fundamental.
Tomamos a Bíblia, em particular o Novo Testamento, como regra de fé e prática.
Negamos a autoridade papal e a interferência de governos em assuntos
religiosos; não batizamos criancinhas; só aceitamos como membros de uma
igreja batista pessoas regeneradas e salvas

1. Origem dos batistas


Há os que sustentam a perspectiva, de que os Batistas vieram dos
Anabatistas, argumentam que, ao tempo da Reforma, alguns que saíram da

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Igreja Romana mas não se identificaram com os Reformadores Magistrais


(Lutero, Zwínglio, e Calvino), formaram um grupo à parte, buscando uma
reforma “radical”. Estes, por sua posição de que o batismo devesse ser
administrado apenas aos regenerados, ficaram conhecidos como Anabatistas
(século dezesseis). É destes que, segundo os defensores desta visão, surgem
os Batistas, também no século dezesseis.
Há a perspectiva, a qual seguirei em minha argumentação posterior, é que
os Batistas surgiram dos Movimentos Puritano e Separatista na Inglaterra,
durante o século dezessete. Esta é a posição defendida pelos principais
historiadores batistas da atualidade: Michael A. G. Haykin e Thomas J. Nettles.
Além destes, Champlin Burrage, W. T. Whitley, J. H. Shakespeare e B. R.
White, 3 historiadores batistas dos principais seminários nos Estados Unidos e
na Europa, sustentam esta visão.

Quando pensamos na origem dos Batistas no século dezessete, como fruto


dos movimentos separatista e puritano na Inglaterra, precisamos ter em mente
dois grupos: os Batistas Gerais e os Batistas Particulares. Estes dois grupos,
em princípio, se dividiram por conta da doutrina da Expiação. Os “Gerais”,
crendo que na Expiação Ilimitada e os “Particulares”, ou, “Calvinistas”, na
Expiação Limitada, ou ainda, Particular, dos Eleitos.

ANABATISTAS
Quem eram essas pessoas chamadas “Anabatistas”? Esse nome refere-se
a uma comunidade de rebeldes do período da Reforma; eles eram
considerados uma ala radical da Reforma. Mesmo dentro desse grupo havia
diversas controvérsias e subgrupos. As duas principais vertentes podem ser
identificadas como: “Anabatistas revolucionários” e “Anabatistas
evangélicos”. Não queremos gastar muito tempo falando sobre os
revolucionários, pois dificilmente eles refletiam uma abordagem bíblica do
Cristianismo. De fato, eles tomaram a forma de uma seita, aderindo a uma fé
mística baseada na experiência e acreditavam que seus líderes eram profetas.
Frequentemente usavam da violência para fazer o que queriam.

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Entretanto, os Anabatistas “evangélicos” constituíram um movimento de um


tipo diferente. E é desse grupo que muitos dizem que o movimento Batista
nasceu. Assim, precisamos gastar algum tempo para examiná-los. Esse grupo,
primeiramente, rejeitou a posição ortodoxa do Cristianismo acerca do pecado.
Em vez de afirmar a escravidão do pecado tanto da natureza como de ações
dos homens, eles criam que o pecado era “uma perda de capacidade ou séria
enfermidade”.
Os Anabatistas, ao seguirem a doutrina Romana de justificação, afirmavam
que Deus nos faz justos e nos aceita com base em nossas obras de justiça.
Eles também acreditavam que Cristo não nascera de Maria, mas sim teve uma
origem celestial. Quanto ao mundo, os Anabatistas acreditavam que somos
completamente dele separados (embora eles praticassem um profundo zelo
evangelístico em algumas ocasiões). Os Anabatistas rejeitavam o batismo
infantil e afirmavam o batismo de crentes, porém, o modo como batizavam, era
na maioria das vezes, por aspersão, não por efusão ou imersão. Sua crença
acerca da interpretação das Escrituras era o da imitação estrita, a mesma que
levou grandes movimentos ao legalismo. Quando olhamos para os Anabatistas
devemos concordar que há algumas similaridades com os primeiros Batistas
Gerais, mas em geral essas semelhanças eram pequenas e nem sempre
conexas. No fim das contas, devemos dizer que esse grupo de Cristãos não
reflete os ensinamentos históricos dos Batistas. A maior parte da história dos
Batistas nos mostra que eles sempre mantiveram uma forte posição bíblica
acerca do pecado, tanto em nossa natureza como em nossas ações; não se
trata de uma mera enfermidade. Os Batistas sempre mantiveram sua fé no
nascimento virginal e reconhecem que isso implica na doutrina da natureza de
Cristo, Deus-Homem, e que tal fato não foi uma mera ilusão celestial. Além
disso, apoiaram firmemente a justificação redescoberta pela Reforma — que é
baseada unicamente na justiça de Cristo, e não na nossa justiça, pois não há
justiça alguma em nós. E finalmente, os Batistas sempre defenderam que as
Escrituras devem ser estudadas e aplicadas diariamente pelos fiéis através do
poder do Espírito Santo e não devem ser seguidas em uma imitação cega ou

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uma fé repentina. Portanto, devemos rejeitar, como a história mostra, que os


Batistas se originaram dos Anabatistas.

SEPARATISTAS

A Reforma Protestante do século XVI foi um movimento de renovação


espiritual que propôs um retorno às Sagradas Escrituras como uma espécie de
prumo da graça, a partir do qual a igreja deveria alinhar suas doutrinas e
práticas. Martinho Lutero, um dos principais líderes do protestantismo do
século XVI, redescobriu o evangelho da graça como o verdadeiro tesouro da
igreja. A Reforma foi um dos principais acontecimentos do milênio passado.
Houve uma profunda e ampla mudança ética e espiritual na vida da Igreja. Não
obstante ter sido primariamente um movimento de natureza religiosa, a
Reforma Protestante teve implicações nas esferas políticas, econômicas,
sociais e culturais. As reformas promoveram um poderoso impacto, capaz de
reconfigurar a Europa e lançar as bases da sociedade moderna no mundo
Ocidental.

A Reforma começou na Alemanha, mas em pouco tempo espalhou-se


pela Europa. O rei Henrique VIII decretou o Ato de Supremacia (1534) e
revogou a autoridade do Papa sobre a Igreja na Inglaterra. Havia motivações
políticas e interesses pessoais na decisão do monarca inglês que passou a ser
o “cabeça da Igreja” e a principal autoridade em matéria de fé. A Igreja
Anglicana, com seus desdobramentos, seria o útero de muitas igrejas, inclusive
das igrejas batistas. Com a morte de Henrique VIII, reinaram os seus filhos,
Eduardo VI (protestante) e, depois, Maria I (católica). Nesse período houve
intenso conflito entre católicos e protestantes e a Inglaterra ficou dividida. Sob o
reinado de Elizabete I, foi feito um pacto nacional que buscou reconciliar a
nação e promover a paz e a estabilidade política e religiosa Na prática, o
acordo elisabetano criou uma igreja híbrida, “calvinista em sua teologia, mas
erastiniana em sua ordem e governo”.[5]

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O movimento Puritano foi formado por ministros anglicanos que


desejavam uma reforma mais profunda e ampla tanto na teologia quanto na
vida da Igreja da Inglaterra. Muitos deles haviam buscado refúgio no continente
e foram influenciados pelo movimento reformado na Suíça, especialmente em
Genebra e Zurique. Alguns reformadores ingleses foram diretamente
influenciados por João Calvino e outros reformadores. Os puritanos cresceram
em número e em força e o desejo de purificar a igreja dos resíduos papistas
era inamovível. “O interesse principal do puritano é por uma Igreja pura, uma
Igreja verdadeiramente Reformada. O puritanismo começou com este interesse
por uma Reforma completa, e isso levou a toda doutrina da Igreja.”[6]

No início do século XVII, a Inglaterra experimentou grandes mudanças.


Com a morte de Elizabete I, chegou ao fim a dinastia Tudor. Tiago I, da família
Stuart, passou a reinar. Ele era escocês e presbiteriano, o que ascendeu as
esperanças dos puritanos quanto aos anseios de ter uma igreja mais
amplamente reformada, sobretudo na liturgia e na forma de governo. No
entanto, ao contrário do que se esperava, o rei Tiago I não promoveu as
reformas desejadas pelos puritanos e, sob o reinado de seu filho, Charles I,
houve uma intensa resistência ao movimento Puritano. Com a influência
puritana no Parlamento Inglês, o conflito aumentou e a “Revolução Puritana”
eclodiu. As tensões entre o rei, o Parlamento e a sociedade civil, envolveram a
Inglaterra em uma guerra civil durante a década de 1640. O conflito foi intenso,
com muitas implicações no campo religioso, mas também nas esferas políticas
e sociais.

Com a vitória do Parlamento, o rei foi julgado e condenado à morte. A


Inglaterra passou a ser governada por Oliver Cromwell, sob o “Protetorado de
Cromwell”.

Com a restauração da monarquia e ascensão de Charles II ao trono,


houve uma nova tentativa de uniformizar a Igreja na Inglaterra. O Ato de
Uniformidade (1662) foi um golpe terrível para a causa protestante na

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Inglaterra. O decreto determinou uma forma mais católica de orações públicas,


o sacerdócio, os sacramentos, e outros ritos na Igreja da Inglaterra. Centenas
de pastores puritanos foram obrigados a abandonar suas ordenações originais
e serem reordenados sob essa nova forma da igreja do estado. As igrejas
protestantes que não aceitaram o ato de uniformidade, por isso chamadas não
conformistas, foram consideradas “dissidentes” e ilegais.

Os conflitos continuaram, pois, muitos ingleses já estavam, de corpo e


alma, alinhados com a tradição reformada. Mesmo sob perigo, muitos ministros
protestantes continuaram na Inglaterra, atuando clandestinamente e aderindo
ao movimento separatista que daria origens às igrejas independentes. Outros
não conformistas deixaram a Inglaterra e buscaram refúgio em alguns países
do continente onde a Reforma estava consolidada. Nesse período começou
uma escalada migratória para as treze colônias inglesas do outro lado do
Atlântico. Essas colônias formariam os Estados Unidos da América. A jovem
nação, independente da Inglaterra, seria um solo fértil para o florescimento de
muitas igrejas e um celeiro missionário para o mundo.

ORIGEM DO NOME BATISTA

O primeiro nome dado aos Batistas foi a “Congregação da Padaria”. Isso


por causa do local onde se reuniam. Depois com os visitantes que vinham e
viam o batismo por imersão, passaram a chama-los de Dippers, uma palavra
holandesa que significa mergulhadores. Isso por causa da estranha forma de
batismo mergulhando nas águas. E depois, ainda pelos visitantes, receberam
um outro nome pejorativo de outra palavra holandesa “Doopsgezinde” que
significa “Batistas – os que batizam diferente”. Esse nome Batista,
posteriormente, agradou o grupo. E eles, ainda na Holanda, adotaram o nome
e ficou até hoje sendo chamados de Batistas.
Ele fazia referência à semelhança do sepultamento e a vivificação como
levantamento das águas. Na tradição judaica da bíblia, Rm. 6.5

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RESISTÊNCIA A CORRUPÇÃO E NOSSAS RAIZES DOUTRINÁRIAS

Considerando as Raízes Doutrinárias, os Batistas saem diretamente das


páginas do Novo Testamento, dos lábios e ensinos de Jesus e dos apóstolos e
tem sua trajetória marcada pela oposição a toda corrupção da doutrina cristã
claramente exposta no Novo Testamento.
Ao consultar a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira você
verá que as nossas doutrinas saem, com clareza límpida, das Sagradas
Escrituras.

A corrupção de algumas doutrinas e práticas do Cristianismo


começaram a surgir muito cedo em sua história, como pode ser constatado nos
escritos dos apóstolos. Esta corrupção foi se ampliando após a "conversão" do
Imperador Constantino ( 306 a 337) ao cristianismo, ocorrida a partir de 312
quando incorporou a cruz ao seu estandarte e passou a favorecer os cristãos.

Muitos destes resistentes rejeitavam as inovações doutrinárias e as


práticas e por isso foram perseguidos, exilados e mortos. Eles mantiveram
acesas as doutrinas cristãs genuínas e possibilitaram, que através dos tempos,
outros se levantassem na Idade Média, como Cláudio de Turim, Pedro de
Bruys e Henrique de Lausanne, Pedro Vado, João Wycleffe, João Huss e
muitos outros.
Com o surgimento da Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero,
e deflagrada em 31 de outubro de 1517, quando da publicação das suas
famosas 95 teses, na porta do Castelo de Wittenberg, criou-se a oportunidade
de que muitos grupos dissidentes intensificassem suas pregações, e entre eles
os chamados Anabatistas, que sustentavam muitas doutrinas que os Batistas
esposam, e representavam o grupo mais ativo e poderoso daquele momento.
O nome que lhes foi dado Anabatistas significa “os rebatizadores”.

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Finalmente, em 1608, um grupo de refugiados ingleses que foram para a


Holanda em busca da liberdade religiosa, liderados por John Smyth, que era
pregador, e Thomas Helwys, que era advogado, organizaram em Amsterdã, em
1609, uma Igreja de doutrina Batista, como era o sonho dos dois líderes.
John Smyth batizou-se por imersão e em seguida batizou os demais
fundadores da Igreja, constituindo-se assim a primeira igreja organizada, tendo
como espelho as doutrinas do Novo Testamento, inclusive o batismo por
imersão e mediante a profissão de fé em Jesus Cristo.
Com a morte de John Smyth logo depois, e da decisão de Thomas Helwys e
seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a Igreja organizada se desfez e
parte dos seus membros se uniram aos menonitas.

Os Batista no Brasil: Tentativas de fazer missão.

O crescimento Batista, apesar de suas dificuldades iniciais, pode ser


justificado por uma série de fatores. O primeiro deles foi a agressividade
evangélica e anticatólica revelada muito cedo pelos Batistas, numa época em
que as demais igrejas procuravam agir moderada e diplomaticamente em face
da religião dominante. A ação mais corajosa dos batistas fez com que
sofressem reações muito fortes; em compensação levou-os à conquista de
mais adeptos
A partir do início do século XX, os batistas começaram a apresentar
crescimento surpreendente, passando à frente das igrejas de origem
missionária. Em 1889 eles somavam apenas 312 fiéis em quatro
congregações. Partiram daí para se tornarem a maior igreja tradicional de
origem missionária.
Da missão Batista, há destaque para dois grandes missionários. O
reverendo William Bagby, que passou de 1881 a 1935 abrindo igrejas na Bahia
e Rio. Sua dedicação a obra missionária se destacou na época. O outro era o
W. E. Entzminger, que chegou 10 anos após Bagby, mas fez grande obra,
fundando várias igrejas em Pernambuco e no Rio de Janeiro. O resultado

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dessas primeiras empreitadas, foi que em 1906 os batistas contavam com mais
de 80 igrejas e 4.000 membros, um crescimento considerável principalmente
na Bahia, onde tinham 30 igrejas.

Os Batistas já com os primeiros missionários, foram ousados, e nada


diplomáticos, sua missão era converter o povo, assim como os “hereges
católicos”. Mas sofreram as consequências, com as diversas perseguições
ocorridas, mas que acabou gerando frutos de peso, como o ex-padre Antônio
Teixeira de Albuquerque, considerado o primeiro batista brasileiro, e
responsável em maior parte pelo discurso anticatólico.

O segundo fator é a evangelização direta, não tanto pela educação.


Enquanto os presbiterianos e metodistas se preocupavam com a educação da
elite brasileira, os Batistas, que também tinham essa preocupação, se voltaram
para a evangelização das camadas mais pobres, que aparentemente eram
menos comprometidas, mas que a história e os números mostram ao contrário.
Foi a camada mais pobre da população que impulsionou os pentecostais.
O terceiro fator citado pelo professor Antônio Gouvêa Mendonça, é com
relação a eclesiologia mais simples, onde o novo convertido já se integra
rapidamente ao contexto da igreja. O quarto fator é a ética mais rigorosa
perante a sociedade, que torna a identidade batista mais segura. E o quinto
fator citado é batismo, que semelhantemente aos pentecostais é por imersão,
tornando um rito marcante na vida dos novos membros, em alguns casos
acontecem em rios ou lagos.

A Igreja em Santa Bárbara

A primeira experiência evangélica no Brasil aconteceu no ano de 1557 com


a vinda de uma expedição de huguenotes franceses ao Rio de Janeiro. O
grupo era composto dos pastores Pierre Richier, Guilerme Chartier e catorze
estudantes de Teologia. O nome huguenotes era uma designação de
menosprezo que os católicos franceses deram aos protestantes, sobretudo aos

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calvinistas. No Brasil, os huguenotes procuraram ministrar as necessidades


espirituais da colônia e anunciar o Evangelho aos índios. Todavia, no ano de
1567, depois de desenfreada perseguição, os huguenotes foram expulsos e
assim terminou a primeira tentativa de implantar o cristianismo evangélico no
Brasil, aparentemente sem nenhum resultado positivo.
A organização do primeiro trabalho evangélico permanente foi conseguida
pelos Congregacionais através de um médico, o Dr. Robert Reid Kalley, que
chegou ao Rio de Janeiro a 10 de março de 1855. O Dr. Kalley, com seus
próprios meios, iniciou um trabalho de evangelização e organizou, em 1858, a
1ª Igreja Congregacional no Rio de Janeiro. Tomando como ponto de partida o
descobrimento do Brasil, passamos exatamente três séculos e cinquenta e
cinco anos sem a presença efetiva de evangélicos em nossas terras. Em
seguida vieram os presbiterianos. O primeiro missionário presbiteriano foi
Ashbel Green Simonton, que chegou ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de
1859. No dia 12 de janeiro de 1862, foi organizada Primeira Igreja Presbiteriana
na cidade do Rio de Janeiro. Dois anos depois, esta já contava com 100
membros arrolados.
No ano de 1859 apareceu no Brasil o pastor Thomas Jefferson Bowen.
Foi o primeiro pregador batista que trabalhou na terra do “cruzeiro do sul”. O
pastor Bowen realizou um trabalho evangelístico entre os escravos.
Infelizmente, o pastor Bowen adoeceu e, em 1861, retirou-se para os Estados
Unidos. Foi, porém, apenas um começo, que provavelmente não deixou frutos.
Em 1866, fundou-se em Santa Bárbara, no estado de São Paulo, uma colônia
de norte-americanos que fugiram da Guerra de Secessão nos Estados Unidos.
Como se sabe, esta batalha foi ocasionada pelo problema da escravidão. Os
estados do norte eram contrários à escravidão e os estados do sul favoráveis
ao abuso do elemento negro. Os sulistas perderam a guerra. Derrotados,
muitos colonos vieram para o Brasil. O grupo de colonos era composto,
principalmente, de Presbiterianos, Metodistas e Batistas. Assim, no dia 10 de
setembro de 1871, foi organizada a Igreja Batista em Santa Bárbara. Como não
tinham interesse pela evangelização, o trabalho era restrito apenas aos colonos
norte-americanos. Esta foi a primeira igreja batista aqui estabelecida.

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Preferimos, entretanto, considera-la apenas o marco de um trabalho que


adiante seria realmente organizado. Por outro lado, foi através de um pedido
desta igreja à Convenção Batista do Sul dos EUA, que chegou ao Brasil o
primeiro casal de missionários para evangelizar o povo brasileiro. Também não
podemos omitir a atuação de um general chamado A. T. Hawthorne pelo seu
esforço e tenacidade na procura de missionários para virem ao novo campo do
Brasil.
Um artigo do pastor Reis Pereira escrito no Jornal Batista conta-nos
como o general Hawthorne conseguiu o primeiro casal de missionários para
iniciar o trabalho batista no Brasil: “quando Ana Luther e William Buck Bagby
começaram a namorar, o general A. T. Hawthorne procurou mostrar à jovem
Ana que valia a pena apresentar-se para o trabalho missionário no Brasil. Ana
Luther, desde muito tempo, pensava em ser missionária. Tinha o desejo de ser
pregadora na África ou Birmânia, mas não tinha pensado no Brasil. Já William
Bagby não pensava em ser missionário. Desejava ficar nos Estados Unidos.
Quando Ana encontrou o general A.T. Hawthorne, disse que estava disposta a
vir para o Brasil, mas gostaria que o general falasse ao seu namorado. O
general Hawthorne procurou William Bagby e lhe falou do Brasil. O moço
também se decidiu. Assim, terminaram por se apresentar à Junta de Missões
Estrangeiras. Falaram com tanta convicção que esta os nomeou imediatamente
para abrir novo campo missionário”. Assim, no dia 13 de janeiro de 1881,
embarcou no pequeno navio “Yamoyden” no porto de Baltimore, o jovem casal
de missionários William e Ana Bagby, com destino ao porto do Rio de Janeiro.
Depois de 48 dias de viagem, desembarcaram a 2 de março de 1881 no Rio de
Janeiro e logo seguiram para a cidade de Santa Bárbara, SP. Uma senhora de
nome Mary Ellis, que vivia em Santa Bárbara, tomou conhecimento da vinda
dos missionários ao Brasil e sentiu o desejo de convida-los para passarem
algum tempo na sua residência. Eles aceitaram o convite e, durante um ano em
Santa Bárbara, estudaram a língua portuguesa e trabalharam entre os crentes
da colônia. Ali conheceram o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, que
logo se prontificou a ajudar o casal de missionários. Ele se tornou o primeiro
convertido batista brasileiro. No início do ano seguinte, chegou ao Brasil o

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segundo casal de missionários Zacarias Clay Taylor e Kate Crawford


Taylor. Tudo estava pronto para o início da grande obra. E foi assim que os
cinco se dirigiram para a cidade de Salvador na Bahia, onde começaram a
transmitir a preciosa mensagem do Evangelho. Salvador era uma cidade muito
católica. Por todo lado pairava o fanatismo católico-romano. Mas esta foi a
cidade escolhida por Deus para o início do trabalho batista.

AS PRIMEIRAS IGREJAS NO BRASIL

O primeiro missionário batista americano no Brasil, foi Thomas Jefferson


Bowen, chegou em 1860 juntamente com sua esposa Lurenna. Bowen foi
missionário da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos na Nigéria. Após
alguns anos na África teve que retornar aos Estados Unidos para cuidar de sua
saúde60. A Junta de Missões acabou os impedindo de retornar a Nigéria.
Bowen declara que não deve ter sido só por causa da saúde, mas “por ser um
missionário que contestava e desafiava as políticas missionárias” (SOUZA
2012, p. 17). No Brasil Bowen continua tendo problemas com sua saúde, mas a
falta de apoio agravou em muito sua estadia no Brasil, o fazendo retornar com
sua esposa ao Estados Unidos, para nunca mais atuar como missionário
(SOUZA 2012, p. 24). Bowen não fundou uma igreja no Brasil, mas o Pastor
Richard Ratcliff, que foi o primeiro pastor e um dos fundadores da primeira
igreja batista em solo brasileiro, foi fruto de uma de suas pregações,
indiretamente Bowen teve importante participação no início do trabalho batista
no Brasil (SOUZA, p. 28-29).
Com isso o estabelecimento da primeira igreja Batista em solo brasileiro é
fruto da imigração de colonos americanos para o Brasil, fugindo das
consequências da Guerra da Secessão que deixou grandes estragos tanto no
Norte como Sul dos Estados Unidos. Esses colonos encontram no Brasil uma
oportunidade de reconstrução. O Brasil atravessava um período de progresso,
e com a permissão do império, uma boa parte desses imigrantes escolhem São

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Paulo. Um bom grupo teve sucesso na cidade de Santa Bárbara, na época


pertencente a província de São Paulo (CRABTREE, 1962, p.59). Depois de
vários apelos das lideranças batistas, em 1881 a junta de Richmond elevou a
condição de “Missão Brasileira”, nomeando seus pastores como missionários,
sendo substituídos depois pelo casal William e Anne Bagby. Apesar de seu
caráter restrito, essas congregações tiveram papel essencial para a expansão
do evangelho e da denominação batista no Brasil, foi dali que saíram os cincos
fundadores da igreja de Salvador, considerada com a Primeira Igreja Batista do
brasil63. Além do casal Bagby, foram a Bahia o casal Zacarias e Kate Taylor e
o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque (1840-1877) 64, responsável pela
maioria do discurso anticatólico.

Chegaram em meados de 1882, e no dia 15 de outubro de 1882 foi


organizada a PRIMEIRA IGREJA BATISTA DO BRASIL, constituída de cinco
destemidos membros: W. B. Bagby, Ana Bagby, Zacarias Taylor, Kate Taylor e
Antônio Teixeira de Albuquerque. A igreja estava localizada na rua Maciel de
Baixo, 43, no centro de Salvador. Muito insignificante parecia, a princípio,
aquela pacata igreja.
Os seus membros, porém, não tinham dúvidas de que a pequena igreja era
o início de um grande trabalho. Muitas foram as perseguições por que o
trabalho nessa época passou.
A igreja católica e a ignorância religiosa do povo se manifestavam em ódio
contra os missionários, e aos crentes que iam se convertendo. Mas os
missionários Bagby e Taylor, juntamente com outros crentes, conseguiram
vencer todas essas lutas. Segundo dados transmitidos pelo pastor Ebenezer
Gomes Cavalcanti, no dia 13 de abril de 1884, os batistas escolheram bairro
dos Mares para realizar alguns batismos. Foi quando ocorreu uma das
primeiras perseguições públicas, provocadas por um subdelegado e um
número de mais de duzentas pessoas que gritavam com todo ódio e furor
contra o ato. O subdelegado deu ordem de prisão ao missionário Bagby. Todos
os demais irmãos disseram, num gesto heroico: “estamos presos também”. O
subdelegado excitou o povo, recebendo orgulhosas ovações. O missionário

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Bagby portava-se com toda prudência, embora machucado na face direita.


Cenas de perseguição como esta se repetiram por muito tempo neste Brasil à
fora. Porém, em todas elas, os nossos pioneiros foram vitoriosos. Muito
lentamente, o trabalho começou a crescer. Como o Brasil ainda era Império, a
religião católica romana predominava e era conhecida como Igreja Oficial.
Mesmo diante de tal embargo, dois anos depois (1884), foi organizada a Igreja
Batista do Rio de Janeiro, com 4 membros. Em 1885 foi a vez da Igreja Batista
em Maceió, no estado de Alagoas, com 10 membros e, 1886, a Igreja Batista
do Recife em Pernambuco, com 6 membros.
Apesar da abertura dos campos em vários estados do Brasil, muitas lutas e
perseguições foram enfrentadas pelos missionários e pastores. Os cultos na
época eram realizados em casas e templos que não tinham nenhuma
semelhança com as igrejas católicas, não era permitido que os locais de culto
protestante tivessem algo externo que os identificasse como igreja. Destarte,
os batismos normalmente eram realizados em local público, trazendo revolta
das autoridades e padres locais. As perseguições foram mais intensas no final
do século XIX e início do XX, atingiram desde os primeiros missionários
americanos, como a muitos missionários e fiéis no Brasil, sendo Pernambuco o
palco das maiores perseguições no início do século XX.

ORGANIZAÇÃO DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

0 nome de Batista existimos desde 1612, quando Thomas Helwys, de volta


da Holanda, onde se refugiara da perseguição da Inglaterra, Thomas Helwys,
que era advogado e estudioso da Bíblia, ao escrever um livro intitulado " Uma
Breve Declaração Sobre o Mistério da Iniquidade", foi preso e morreu na
prisão, em 1615.
No referido livro, ele escreveu aquilo que é um dos mais caros princípios
batistas, o princípio da liberdade religiosa e de consciência:"… a religião do
homem está entre Deus e ele: o rei não tem que responder por ela e nem pode
o rei ser juiz entre Deus e o homem. Que haja, pois, heréticos, turcos ou

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judeus, ou outros mais, não cabe ao poder terreno puni-los de maneira


nenhuma".
Nossas Igrejas adotam a forma de governo Congregacional
Democrático. São Igrejas autônomas e locais. Relacionam-se umas com as
outras pela mesma fé e ordem, de forma cooperativa e por laços fraternais.
Creem na conversão pessoal de cada crente a Jesus Cristo, no exercício
de sua responsabilidade individual e que é aceito pela Igreja por batismo por
imersão e mediante confissão da sua fé em Jesus Cristo como salvador
pessoal. Portanto, não aceitam e nem praticam o batismo infantil. Realizam
seus objetivos comuns pela cooperação voluntária, na forma de associação de
Igrejas ou de Convenções, como é o caso da Convenção Batista Brasileira.
Como já falamos, em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja
Batista, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam duas outras Igrejas
Batistas, organizadas por imigrantes norte-americanos, residentes na região de
Santa Bárbara do D'Oeste e Americana, em São Paulo.
Os casais de missionários Batistas norte-americanos, recém-chegados
ao Brasil, Willian Buck Bagby e Anne Luther Bagby, os pioneiros, e Zacharias
Clay Taylor, Kate Stevens Crawford Taylor, auxiliados pelo ex-padre Antônio
Texeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara D'Oeste, decidiram iniciar
a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250.000 habitantes. Ali
chegaram no dia 31 de agosto de 1882 e no dia 15 de outubro, organizaram a
PIB do Brasil com 5 membros: os dois casais de missionárias e o ex-padre
Antônio Teixeira.
Segundo José dos Reis Pereira, Salomão Ginsburg foi a primeira pessoa
a pensar na organização de uma Convenção Nacional dos Batistas Brasileiros.
Ginsburg foi o grande idealizador de uma instituição que unificasse todos
os batistas sob a mesma coordenação no território nacional. Os batistas já
tinham convenções estaduais bem estabelecidas, sociedades missionárias,
seminários de formação de pastores, hinários, escolas, igrejas na maioria dos
estados no Brasil e não tinham ainda uma coordenação geral. A exceção das
publicações, todas as instituições elencadas nesse capítulo tinham caráter local
e não conseguiam ter abrangência nacional. Talvez tal caracerística tenha se

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dado pelos princípios da autonomia do indivíduo e, principalmente, pela


autonomia da igreja local. Ginsburg desejava que todas as igrejas
cooperassem de acordo com as suas possibilidades para que, unindo os
esforços, outros campos missionários fossem abertos no Brasil e no mundo.
Esse também era um desejo de William Bagby, que pensava a organização
denominacional 145 FERREIRA, op. cit., p.74. 146 LÉONARD, op. cit., p.167.
147 LÉONARD, op. cit., p. 368. 77 como fizeram as outras denominações, à
medida que as igrejas iam surgindo foram organizando a estrutura eclesiástica
nacional, em torno de juntas executivas setoriais, mantida a independência de
cada igreja local, segundo o princípio batista. O esforço cooperativo visava
apoiar as igrejas locais em duas tarefas básicas: a captação e o treinamento de
membros. Este apoio se restringiu praticamente a duas estratégias: a
manutenção de um programa de publicações (livros, jornais, revistas, Bíblias e
hinários) e a instituição de um programa de formação de líderes através de
estabelecimentos regulares de ensino, como seminários e institutos.
A motivação básica da criação da Convenção foi Missões, e falava-se na
evangelização de Portugal,  Chile e África. Foram criadas, além das duas
Juntas Missionárias, Missões Nacionais e Missões Estrangeiras (hoje Missões
Mundiais) outras juntas: para a Casa Publicadora Batista, para Escola Bíblica
Dominical, para União de Mocidade Batista, para Educação e Seminário, e
para a Administração do Seminário.
Então em junho de 1907, organizou-se a Convenção Batista Brasileira.
Na comemoração de nosso “Jubileu de Prata” precisávamos unir todos os
campos missionários em uma só organização. Afinal, havia por esse tempo,
aproximadamente, 4 mil batistas no Brasil. Apesar das dificuldades de viagem,
fizeram-se presentes à Convenção, 45 mensageiros. Muitos vieram de longe,
como foi o caso do missionário Eurico Nelson, que deixou a cidade de Manaus
e seguiu a Bahia. O saudoso pastor Antonio Neves Mesquita dizia: “Naquela
época, seria mais fácil fazer uma viagem a França do que vir um homem de
Manaus à Bahia”. Nesta assembleia foram criadas 5 juntas: Missões Nacionais;
Missões Estrangeiras; União de mocidade; Educação e Seminário e a Casa
Publicadora. Vê-se que os batistas de então já se preocupavam com instrução,

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preparo teológico e orientação para a mocidade, aspectos que lhes


caracterizam até hoje.
A Convenção é um fator de Convergência e de União As Igrejas se filiam
à Convenção voluntariamente, aceitam sua declaração doutrinária e seu
programa cooperativo e se comprometem a apoiar e trabalhar pela expansão
do Reino de Deus no Brasil, no mundo.

Desenvolvimento do trabalho Batista


Os Batistas e as Missões

Missões locais, nacionais e mundiais empolgaram o coração do povo


Batista brasileiro e a obra se expandiu por todo o território pátrio e se espalhou
pelo mundo, como se pode ver hoje.

Os Batistas e a Educação

A educação é uma marca visível do povo Batista. Sua paixão pelo estudo
da Bíblia desenvolveu o interesse pela educação religiosa, cultivada nas Igrejas
através das organizações de treinamento e da EBD. Os templos se tornaram
verdadeiros complexos educacionais.

Com a Educação Religiosa veio a Educação Teológica. Inicialmente através


de aulas dadas pelos missionários em suas casas, depois surgiram os
Seminários: Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, organizado em
Recife - PE, por Salomão Ginsburg, em 1º de abril de 1902, e o Seminário
Teológico Batista do Sul, fundado pelo missionário John Watson Shepard, na
cidade do Rio de Janeiro em 1908. A estes dois Seminários, foram agregados
dezenas de outros espalhados por todo o país, com milhares de alunos.

A Educação chamada de geral ou secular teve a mesma origem, o desejo


de abrir oportunidades para o estudo da juventude e,de criar uma escola com
capacidade para exercer influência sobre a sociedade brasileira.

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O Colégio Taylor Egídio, fundado em Salvador pela senhora Laura Taylor e


pelo Capitão Egídio Pereira de Almeida, foi o primeiro a vingar. Em 1922 ele foi
transferido para a cidade de Jaguaquara, onde existe até hoje.

Depois dele, e por causa dele, vieram o Colégio Batista Brasileiro de São
Paulo; Colégio Americano Batista do Recife; Instituto Batista Industrial em
Corrente - PI; Colégio Americano, em Vitória; Colégio Batista Shepard no Rio
de Janeiro; Colégio Batista Alagoano em Alagoas; Colégio Batista Fluminense
em Campos - RJ; Colégio Batista Mineiro, em Belo Horizonte. Além destes
Colégios, dezenas de outros foram organizados com a ajuda dos missionários
ou por iniciativa de Igrejas, Convenções estaduais e de particulares Batistas. A
contribuição dos Batistas na área educacional é realmente notável,
considerando tanto a qualidade quanto a quantidade. Hoje, cerca de dois
milhões de brasileiros já passaram pelas escolas batistas.

GRANDES NOMES DO TRABALHO BATISTA

WILLIAM BUCK BAGBY (1855-1939)


Missionário norte-americano, veio para o Brasil em 2 de março de 1881, tendo
ficado aqui até sua morte. Teve uma visão nacional para os batistas brasileiros.
De Santa Bárbara, onde chegou e fundou uma igreja, foi para Salvador, onde
fundou uma igreja, e depois para o Rio de Janeiro, onde fundou a Primeira do
Rio. Fundou ainda outras igrejas.

W.E. ENTZMINGER (1859-1930)


Missionário norte-americano, chegou a Salvador em 1891. Começou atuando
em Recife, na área de educação teológica. Depois, foi para o Rio de Janeiro,
onde fundou e dirigiu O Jornal Batista, que teve papel de destaque na
formação do pensamento batista.

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SALOMÃO LUIZ GINSBURG (1867-1927)

Filho de rabino (daí autodenominar-se "um judeu errante no Brasil"), chegou ao


Brasil como missionário congregacional. Decidiu ser batizado por imersão e
pouco depois foi nomeado missionário da Junta de Richmond. Implantou
igrejas batistas em vários estados brasileiros. Criou o Cantor Cristão. Participou
da fundação do Seminário do Norte.

THEODORO RODRIGUES TEIXEIRA (1871-1950)

Sua influência se deu por meio do Jornal Batista, de que foi secretário de
redação por cinco décadas. Foi diácono da Primeira Igreja do Rio e membro
fundador da Segunda. Sua coluna (Perguntas e Respostas), assinada como
TRT, moldou parte do jeito de ser batista no Brasil.

W.C. TAYLOR (1886-1971)

Autores de vários livros de teologia, da exegese à sistemática, tornou-se por


décadas um padrão em termos doutrinários no Brasil. Atuou no pais por 41
anos, envolvendo-se aguerriamente em polêmicas com outros evangélicos e
mesmo entre batistas.

LEWIS MALEN BRATCHER (1888-1953)

Foi o diretor-executivo (chamado, á época, de secretário-correspondente


tesoureiro) da Junta de Missões Nacionais por quase 28 anos (1926-1953).
Chegou a ser chamado de apóstolo do sertão, pois foi em sua gestão que
houve um despertamento pela evangelização do interior do Brasil, sobretudo
nos vales dos rios Tocantins e São Francisco.

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JOÃO FILSON SOREN (1908-2002)

Filho do também pastor Francisco Fulgencio Soren, João Filson Soren foi
pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro por cinco décadas, reitor do
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e presidente da Convenção
Batista Brasileira várias vezes. Serviu como capelão do Exército Brasileiro
durante a Segunda Guerra Mundial na Itália.

JOSÉ DOS REIS PEREIRA (1916-1991)

Dirigiu por vários anos o Jornal Batista e foi também secretario várias vezes da
Convenção Batista Brasileira. Autor de vários livros, alguns de história,
estimulou fortemente a obra missionária estrangeira.

DAVID GOMES (1919-2003)

Sucedeu a Bratcher na direção da Junta de Missões Nacionais (1954-1968) e


manteve a chama por missões nacionais nos corações dos batistas brasileiros.
Foi pastor também de igreja local (Tijuca e Esperança, no Rio de Janeiro).
Fundou em 1949 a Escola Bíblica do Ar (Ebar), pioneira na pregação pelo
rádio. Assinou a coluna "Perguntas e Respostas" no lugar de Theodoro
Teixeira.

WALDEMIRO TYMCHAK (1937-2007)

Era pastor da Igreja Batista Boas Novas (São Paulo, SP), quando foi escolhido
para dirigir a Junta de Missos Mundiais, onde serviu por 28 anos e consolidou o
esforço dos batistas na evangelização mundial.

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JUNTAS MISSIONÁRIAS

A partir de agora trataremos das subdivisões institucionais as quais a


Convenção Batista Brasileira foi submetida logo em sua fundação, durante a
assembleia de 1907. Concordamos com Antônio Neves de Mesquita quando
escreveu que “a vida da Convenção poderá melhor ser vista através das suas
várias juntas”, na medida em que as Juntas foram os braços organizacionais da
instituição e a forma que a entidade se relacionou com suas bases. De certa
forma, o esqueleto institucional da denominação foi lançado na primeira
assembleia e pouco foi alterado depois.

A Convenção foi fundada com seis juntas, que logo se tornaram cinco por
aglutinação. As juntas iniciais foram: Junta de Missões Nacionais, Junta de
Missões Estrangeiras, Junta de Mocidade Batista, Junta de Escolas
Dominicais, Junta de Educação e Seminário e Junta da Casa Publicadora.
Cada uma dessas juntas era responsável por gerenciar uma parte do trabalho
batista e traze-lo à tutela da CBB, que a partir de então coordenaria todas as
iniciativas Batistas antes dispersas e autônomas.

Durante os primeiros vinte e cinco anos de presença Batista no Brasil esse


foi o padrão de atuação.

Com a fundação da CBB, uma nova categoria entra em cena em relação ao


grupo religioso batista: a “denominação”. Agora institucionalizados, com uma
organização central na qual, pelo menos teoricamente, todos poderiam
participar da tomada das decisões e acessar os mais distantes rincões do
território nacional, os batistas poderiam ver-se como um corpo um pouco mais
coeso em suas atividades, até então espalhadas e pouco coordenadas entre si
e, por isso, a narrativa da existência de uma “denominação”, ou seja, de uma
comunidade harmônica e em sintonia, teria mais permeabilidade. Entra em
cena nesse período também a categoria “homem da denominação”, que se
tratava do pastor ou obreiro que dedicava sua atuação para o crescimento da
denominação, que tinha cargos nas instituições e era delas representante, a

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palavra de ordem não era mais a autonomia ou a liberdade do indivíduo e das


igrejas, mas a centralização em torno da Convenção.

Por essa perspectiva, a fundação da Convenção Batista Brasileira, nos


moldes em que ela foi pensada e desenhada, foi um evento único na história
da denominação, pois as decisões e as deliberações de toda uma diversidade
de igrejas, que antes eram desconectadas e dispersas – e conduzidas segundo
o conselho de seus líderes – agora passariam a ser tomadas por uma direção
unificada e especializada. Além disso, as igrejas, que antes deveriam
coordenar todas as suas áreas de funcionamento (como educação, mocidade,
cultos, produção de material litúrgico, entre outras), com a concessão
voluntária dessas atividades às Juntas, agora apenas receberiam tais materiais
e direcionamentos convencionais e colocariam em prática com a membresia.

A partir da CBB, as definições de liberdade para o grupo tiveram de se


adaptar a existência e a atuação de uma instituição 94 centralizadora. Portanto,
em termos teóricos, mesmo os valores mais pétreos e fundamentais podem
sofrer interferências causadas pelas conjunturas social, filosófica, teológica,
moral, econômica, política ou histórica.

Nossas juntas atuais são:

JUNTA DE MISSÕES MUNDIAIS

Missões Mundiais é a organização missionária da Convenção Batista


Brasileira para os povos estrangeiros, presente em cerca de 80 países com
mais de 2.000 missionários, segundo relatório do primeiro semestre de
2020. Fundada em 1907, sua atuação consiste na expansão do trabalho
missionário além das fronteiras do Brasil, no despertamento e preparo de
vocacionados para missões, dentre muitas outras ações que contribuem para a
proclamação do Evangelho no mundo. O objetivo é levar o amor de Deus aos
povos através de ações pensadas de acordo com as necessidades de cada
país.

NACIONAIS E ESTADUAIS

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Uma agência missionária da Convenção Batista Brasileira que tem por


missão multiplicar discípulos de Jesus em solo brasileiro. Desde 1907, temos
superado desafios em nome da visão de alcançar todos com o evangelho.

Por meio de projetos de plantação de igrejas, compaixão e graça, e


evangelismo, nossos missionários estão atuando nos 26 estados e Distrito
Federal, sustentados por ofertas de parceiros fiéis. 

OS BATISTA NO MATO GROSSO

A primeira sede, desde o Mato Grosso integrado, foi instalada em Corumbá.


"A história de Igreja Batista no estado, antigo Mato Grosso, começou em
Corumbá. Na época, em 1911, havia apenas a Igreja Católica na cidade. O
município estava em expansão e as instalações da ferroviária estavam em
construção. Um grupo de funcionários da ferrovia se reunia para orar e eles
sentiram a necessidade de ter uma Igreja. Um deles recebeu um jornal
chamado "O Jornal Batista", que por sinal, existe até hoje, e decidiu escrever
uma carta para a Igreja Batista. Essa carta foi recebida por uma Assembleia da
igreja no mês de julho, e após alguns dias, um missionário foi enviado a
Corumbá e chegou até a cidade de navio. Nessa primeira visita, ele acabou
batizando os primeiros membros Batistas, foram 54 pessoas que deram os
primeiros passos da Igreja no Estado, na época, antigo Mato Grosso", explicou
ao Diário, o pastor da Primeira Igreja Batista, Altair Ribeiro da Silva.

A partir daquele momento, um missionário ficou no município para expandir


as ações da igreja. A primeira Igreja Batista da região foi erguida em Corumbá,
consequentemente os primeiros trabalhos desenvolvidos pela instituição foram
no principal município pantaneiro, depois se espalharam pelo Estado. A
primeira sede foi na rua 13 de Junho, depois se instalou na rua Dom Aquino,
onde permanece até hoje.

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A fundação da igreja batista no MT, os primeiros protestantes que chegaram


a região vieram em busca de melhores condições de vida. No início do séc. XX
protestantes de vários lugares do brasil se somaram as pessoas que partira em
direção a região centro-oeste do Brasil, atraídas pela possibilidade de adquirir
terras férteis a preços irrisórios. Para os protestantes, á questão econômica
que está na base dessa marcha deve ser agregada a ânsia de eles se livrarem
da perseguição que enfrentavam nos lugares onde residiam anteriormente. Ao
que tudo indica, a primeira instalação de protestantes na parte sul do antigo
mato grosso ocorreu no município de Corumbá, o mais importante centro
comercial do estado, no começo do séc. XX. Os primeiros protestantes a
chegar foram os episcopais, do Rio Grande do Sul, e os presbiterianos, de São
Paulo e mias gerais. De modo que, quando os primeiros Batistas chegaram a
cidade, se congregaram com os episcopais e presbiterianos em seus locais de
adoração e estudos, onde alguns estudos não foram aceitos pelos Batistas, por
serem estranhos as suas doutrinas, como por exemplo, o batismo por aspersão
e de crianças recém nascidas. Essa falta de afinidade doutrinal motivou os
batistas a lutarem para fundar sua própria congregação e seu próprio templo.
Nasceu, assim, a Primeira Igreja Batista de Corumbá em 1911. Uma das
primeiras atitudes deles foi solicitar a convenção batista brasileira sediada no
rio de janeiro o envio de um missionário batista a Corumbá, em reposta a CBB
enviou ao MT o jornalista A B Deter e em 05 de agosto de 1911 ele realizou
uma conferência apara qual foram convidados diversas autoridades estaduais,
municipais, profissionais da imprensa e representantes da sociedade civil. A
princípio ele teve medo de aceitar o convite, por medo de violências noticiadas
sobre o MT em outras partes do Brasil, exemplo que matavam sem motivo
algum no lugar. Chegando a ver um assassinato, porem mesmo assim
prosseguiu na sua missão pioneira.

Seus primeiros membros eram de alagoas e 53 novos membros aceitos


através do batismo. A prosperidade econômica do estado estimulou os batistas
a iniciarem atividades evangelísticas e a fundarem igrejas locais nas cidades
que iam sendo criadas. A estrada de ferro foi importante para o transporte dos

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primeiros pastores e missionários que iniciaram o trabalho batista em todo o


estado. Graças a estrada de ferro surgiram as primeiras igrejas nas cidades de
Aquidauana em 1915, Campo Grande 1917, Ponta Porã e Três Lagoas em
1925. A expectativa de expansão da Igreja Batista de Mato Grosso eram
concomitante a uma carência de líderes capacitados em todos os estados do
Brasil. De modo que a implantação dependeu também do envolvimento dos
membros comuns.
Em 1918 a missão de evangelizar o MT ficou aos cuidados do missionário
Ernest A Jackson e sua esposa, um casal com muito prestigio junto as
lideranças batistas, pelo grande número de evangelizados por eles no decorrer
de muitos anos de experiencia missionário. MT era um campo desafiador com
cerca de 400mil habitantes, por possuir muitas áreas inexploradas, ou seja,
riquezas naturais e minerais, aldeias com indígenas, ainda selvagens.
Faltavam infraestrutura tanto para o estado quanto para a própria Igreja Batista
para percorrer este vasto território, o missionário Jackson ficou morando em
são Paulo e supervisionando o trabalho do evangelista Pedro Sebastião
Barbosa, trabalho do evangelista que atuava em MT.
Foi quando em 1920 o missionário norte americano mudou-se para a cidade
de Campo Grande. Em Campo Grande, foram responsáveis pela fundação de
uma escola, que apesar de pequena e com poucos recursos, correspondia a
estratégia utilizada por diversos missionários para expandir as convicções
religiosas e cívicas dos Batistas através do ensino. O pastor Jackson liderou a
Igreja batista de 1919 a 1922. Ele sofreu um forte desanimo com relação ao
futuro da missão, por volta de junho de 1922, seus planos de fundar uma
escola agrícola foram interrompidos porque a sociedade missionaria batista do
sul dos estados unidos não aceitou financiar o projeto.
Substituiu o pastor Jackson, o missionário Wattie Bathea Sherwood em
meados de 1921 haviam visitado a igreja batista em Campo Grande e tinha a
pretensão de se dedicar ao trabalho de evangelização no brasil. Os Jacksons
retornam aos estados unidos, e fica registrado o quanto eles haviam ficado
desacreditados na expansão da obra missionaria no MT. Antes de voltarem aos
estados unidos, Jackson e Sherwood realizaram viagens evangelísticas e

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conferencias juntos e adquiriram algumas propriedades que poderiam ser


usadas posteriormente para expansão da causa batista nos novos municípios
tidos coo promissores em 1922. Isso também foi registrado.
O missionário Sherwood viaja aos estados unidos por motivo de saúde
de seus e só retorna em 1925, deixando a igreja aos cuidados dos membros, e
liderança do membro João Gregorio Urbieta e em seu retorno, tem como
objetivo que cada igreja tenha o seu pastor e reconhece a vocação de Urbieta
e o consagra pastor.
Quando já em 1935 as igrejas já formadas e com pastores na liderança
solicitam que o conselho Batista Brasileiro as reconheçam como igrejas
batistas, então é realizado exame de questões doutrinarias onde foram aceita
como igrejas batistas pelo conselho batista brasileiro. Assim fortalecendo a
denominação batista de Mato Grosso. Sendo em 1935 07, igrejas batistas
organizadas e 03 congregações. Sendo o missionário Sherwood peça chave
neste processo.

ANA WOLLERMAN

NASCEU EM 13.12.1910 EM Pine Bluff, Arkansas, EUA, filha de August e


de Minnie Wollerman. Quando menina, sentiu o desafio missionário, sua irmã
Mildred, influenciou-a tanto na sua vida quanto em sua chamada, que se deu
aos 26 anos de idade. Então cursou Belas Artes, custeando seus estudos com
o próprio trabalho. Obteve o grau de mestre em educação religiosa pelo
South-western Batista Theologia Seminary, Fort Worth, Rexas.
Após conferencia realizada na Universidade pela Telma Bagby (nora do 1º
missionário no Brasil), Ana teve seu coração despertado para a obra
missionária no Brasil. Após obtenção do grau de mestre, sentiu uma chama
ardente no coração de que Deus a queria no Brasil, mas, não pode ser
missionaria pela junta de Richmond por ter ultrapassado a idade. Porém, entre
os anos 1945 e 1947, ela conheceu o pastor Guilherme Hankins, que ido aos
EUA falar sobre missões e sobre o Estado do Mato Grosso, do qual Ana ouvira
falar pela primeira vez o qual veio a ser o maior amor de sua vida.

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O casal Hankins, que era sustentado por igrejas, foi o instrumento usado
por Deus para sua vinda ao Mato Grosso. Ofereceram-se para ajudá-la a
chegar ao Brasil e particularmente ao MT, o grande desafio. Ana veio pela fé!
Mesmo sem saber como seria sustentada aqui, pediu exoneração das funções
na Universidade e veio. Os alunos da universidade promoveram um jogo
amistoso entre professores e alunos e a lhe ofereceram o resultado cobrado
pelos ingressos para sua viagem. Que foi o suficiente para pagar sua
passagem em um navio cargueiro. Ela pela fé saiu de sua cidade natal Pine
Bluff, no 1º de março de 1947. Viajou dos EUA acompanhando o casal
Guilerme e Nina Hankins e os filhos Noma e Bill. Aportou pela primeira vez em
solo brasileiro, no Rio de Janeiro, Bahia da Guanabara 21 de março de 1947.
Quando aqui chegou deu um beijo na terra que considerava seu novo país.
Do Rio de Janeiro, foram até São Paulo. De Lins, cidade paulista foram de
trem para Campo Grande, viagem que demorou mais de 5 dias e depois para
Ponta Porã.
Quando foi a Campo Grande buscar sua mudança, ficou morando sozinha
numa pensão e por 6 meses estudou e aprendeu a língua com Rafael Giogia
Martins, que mais tarde tornou-se conhecido nacionalmente como evangélico,
político e poeta.
Iniciou seu trabalho missionário indo para a vila União, hoje Amambaí e em
março de 1948, fundou, dirigiu e dava aulas na Escola Primaria Batista.
Em Amambaí residia o pastor Valdir Vilarinho, cooperou para nascer a 1ª
igreja Batista de Amambaí, da qual foi membro fundadora. Durante 3 anos
nada lhe faltou, pois os alunos da Universidade lhe mandavam ofertas mensais
e outros irmãos particulares. Nada pediu, jamais, senão a Deus. Depois de 3
anos, a Junta de Richmond, tomando conhecimento de seu trabalho veio a
nomeá-la sua missionária. De Amambaí saiu em 1954, portanto depois de 7
anos, deixando uma escola e uma igreja. Mudou-se para Campo Grande em
1954, pois foi eleita secretária executiva da Convenção Batista de Mato
Grosso.

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Era algo difícil para aquela época, quando a mentalidade formada por
influência de outro missionário pioneiro era que mulher não podia falar na
igreja.
Iniciou o “Plano cooperativo” na CBM, recebendo ela, neste particular grande
ajuda do missionário Chales Compton. Como Executiva da Convenção
Estadual, foi responsável pela realização do primeiro retiro dos pastores do
Estado em Camapuã, quando foi preletor o missionário Dr. Bratcher. Veio então
o período de férias e viajou para os EUA por alguns meses em 1955.
No exercício da Secretária Executiva veio a conhecer o trabalho em Cuiabá,
que estava apenas começando. Ao retornar dos EUA em 1956 aceitou o
desafio e transferiu-se para a capital. O trabalho teve grande impulso.
Começou a expandir novas fronteiras, novas frentes missionárias que geraram
novas igrejas. Foram abertas e construídas novas escolas, construiu mais de
12 residências para pastores, foram construídos mais de 10 templos, foram
adquiridos veículos para obreiros, mas a sua atenção era para as vidas que
ganhou para Cristo e as que despertaram para a vocação cristã, ajudando-as a
se equiparem nos estados. Mais de 50 jovens foram diretamente ajudados,
tendo seus estudos custeados integralmente ou em parte. Foram 10 anos
dedicados a esta região norte do estado.

MORRE NOS EUA MISSIONÁRIA ANA WOLLERMAN

Em 18 de fevereiro de 2008, nos EUA, a fundadora da Faculdade Seminário


Teológico Ana Wollerman, em Dourados, fez parte da equipe responsável pela
Fundação do Instituto Teológico Batista do Oeste do Brasil, em Campo Grande,
e auxiliou na implantação do Instituto Teológico Batista no município, na época,
a única com curso de teologia autorizado pelo MEC em MS.

MISSAO BATISTA EM CUIABA

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Em março de 1944 a Associação Evangélica mato-grossense mudou de


nome sendo nomeada de Convenção Batista Mato-Grossense por ideia do
pastor Rankings a junta discutiu a ideia de fundar um colégio evangélico no
Estado do mato grosso de contribuir com a biblioteca do seminário teológico
batista do Estado de apoiar os obreiros de cooperar com instituto Oswaldo
Cruz entre outros ajunta elogiou o grande progresso da evangelização Batista
no estado de mato grosso e por isso almejava ter mais pastores obreiros e
missionários no campo mato-grossense para atender cada vez mais a sua
demanda nesse mesmo ano de 1948 quando foi realizada a primeira reunião
da convenção estadual da Igreja Batista somando já 16 igrejas 10
congregações 20 pontos de pregação 10 tempos próprios 6 pastores e 4
missionários norte-americanos na convenção frisou-se que o Estado de Mato
Grosso era um dos maiores dos estados do Brasil porém era o menos
evangelizado e que na capital mato-grossense que era Cuiabá ainda não
existia trabalho de cunho Batista.
A CBBMT encontra-se hoje com sede em Cuiabá, capital do estado de Mato
Grosso.
Depois de vários episódios de perseguição, envios e obreiros dispostos a
serem desbravadores para evangelizar o povo carente de Deus, hoje já são
aproximadamente 48 igrejas em Cuiabá-MT, com os mesmos desafios, tendo
atitudes na prática, e decisões tomadas pela denominação para manter sua
identidade Batista através de atividades que envolvendo as organizações em
todas as igrejas. 
Para a propagação do evangelho as igrejas estão na mesma missão
proposta pela CBBMT, com atuação em várias áreas através de organizações e
seminários sendo um deles o STBMT, Teológico Batista do Mato Grosso, o
Seminário confessional da denominação Batista Brasileira e o nosso objetivo é
implantar o ensino Teológico à Distância no Estado de Mato Grosso. Instituição
que possui o reconhecimento pela Associação Brasileira de Instituições
Batistas de Ensino Teológico (ABIBET) desde Janeiro de 1995.
Concomitante com a CBBMT, para expansão de missões em nossa cidades
temos as organizações que trabalharemos no próximo capitulo.

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CONVENÇÃO BATISTA DE MT
Missão
Viabilizar a cooperação entre as igrejas Batistas no cumprimento de sua
missão como comunidade local
Visão
Ser uma instituição relevante as igrejas Batistas no cumprimento de sua
missão de fazer discípulos de Cristo no Brasil e no mundo que atua de maneira
ágil e eficaz.
Valores

Nossos valores e crenças influenciam nosso comportamento e atitude em


todas as circunstâncias da vida nos relacionamentos na família na liderança e
na tomada de decisões.

Estamos representados por nosso denominação Batista em 141 cidades no


Mato Grosso, com pontos de pregações e igrejas no Pará Goiás e uma e
Bolívia através do trabalho missionário do Mato Grosso.

Hoje os Batistas no Mato Grosso, para assistir a CBBMT conta com


sete associações de Igrejas Batistas da Convenção Batista Brasileira.

Diretoria exercício 2021/2023, Presidente Emerson Antônio,


vice-Presidente Gercione Ferreira de Oliveira, Segundo vice-presidente Abel
Albino de Arruda, Primeiro Secretário Ademar Alves dos Anjos Júnior, Segunda
Secretária e Diretor Executivo Samuel Lopes da Silva Filho.

ORGANIZAÇÕES NAS IGREJAS BATISTAS BRASILEIRA

UMHBB

A União Missionária de Homens Batistas do Brasil (UMHBB) centraliza e


direciona as propostas de ação coletiva dos homens batistas brasileiros em

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todo território nacional. Criada em 1978 com  o nome de União Masculina


Missionária Batista do Brasil (UMMBB), congrega homens de todas as igrejas
batistas do país no propósito de tornar a salvação de Jesus Cristo e o
testemunho e serviço do Reino de Deus uma bênção acessível a todas as
pessoas.  O papel  dos homens batistas  nas igrejas  das quais são membros e
na sociedade brasileira em geral enfatiza  a integridade pessoal, a
responsabilidade cristã e a a cidadania participativa  como características
inalienáveis  de quem é chamado  para  servir a Deus e à pessoa humana no
mundo. Historicamente, essa ação consciente e responsável jamais deixou de
ocorrer, especialmente nos momentos quando a defesa da fé legada aos
santos tornou-se imperativa.

UFMBB

Desde o início da obra batista no Brasil, as mulheres têm se reunido


para orar e trabalhar por missões. Estas duas colunas – oração e serviço – têm
marcado essa gloriosa trajetória que teve início em 1908. Mesmo antes de ser
uma organização em nível nacional, as senhoras reuniam-se nas igrejas para
orar e estudar como evangelizar e praticar beneficência. Foi organizada, em 23
de junho de 1908, a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil,
composta de 20 Sociedades de Senhoras e 05 Sociedades de Crianças.
No ano de 1922 saiu a primeira revista, intitulada Revista Para Trabalho
de Senhoras Batistas, contendo programas para senhoras, moças e crianças.
Também, nesse ano, as Sociedades de Moças foram incluídas e a União
passou a adotar o nome: União Geral de Senhoras do Brasil, órgão auxiliar da
Convenção Batista Brasileira. Pouco a pouco, o trabalho da União Geral foi se
desenvolvendo, tanto na publicação de literatura, como na expansão de seu
ministério.
Mensageiras do Rei, a organização mais jovem, surgiu em 1949, sob a
liderança da missionária Minnie Lou Lanier, alcançando as pré-adolescentes e
as adolescentes, assim completando a família da União Geral.
O nome União Geral não estava condizendo com o ideal que a
organização abraçava com amor e dedicação – Missões. Por isso, em 1963,

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passou a chamar-se União Feminina Missionária Batista do Brasil, Feminina,


porque não era só para as senhoras, mas abrangia todo o elemento feminino;
Missionária, porque a sua razão de ser é Missões.

OPBB
A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), fundada em 1940,
com sede e foro na Cidade do Rio de Janeiro, é uma organização religiosa de
natureza federativa, sem fins econômicos, constituída por pastores membros
de igrejas filiadas à Convenção Batista Brasileira, doravante CBB. A OPBB é
estruturada organizacionalmente através de Seções que podem ter Subseções
regionais a elas vinculadas.

A OPBB possui as seguintes finalidades: I – promover a convivência,
fraternidade e solidariedade entre os filiados; II – zelar pelo ministério batista,
sob todas as formas e aspectos, a fim de que o ministério pastoral seja
exercido por vocacionados com boa formação teológica e conduta exemplar; III
– tratar dos interesses dos filiados, junto às entidades particulares e aos
poderes públicos; IV – fazer gestões junto às igrejas, que objetivem a
valorização, a capacitação continuada e o sustento pastoral; V – representar o
ministério batista na sociedade; VI – promover encontros, simpósios,
conferências, congressos e retiros, visando à confraternização, à capacitação
do ministério pastoral e o posicionamento da OPBB, face às demandas da
época; VII – diligenciar junto aos poderes constituídos, o cumprimento das
garantias, efetivação dos institutos e direitos constitucionais e o pleno exercício
da liberdade religiosa, pela efetiva prática dos direitos humanos e pela
influência dos valores e princípios cristãos na cultura, nas leis e na vida
brasileira; VIII – manter as igrejas e a liderança denominacional informadas
sobre os assuntos relacionados com o ministério batista, especialmente sobre
os melhores procedimentos para orientação, exame e consagração de
candidatos ao pastorado.

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Hoje temos 14 mil filiados, distribuídos em 33 seções (Escritórios


Estaduais). A OPBB reúne-se em assembleia anual, junto com a assembleia da
Convenção Batista Brasileira (CBB). A OPBB elege a cada dois anos uma
Diretoria com 7 (sete) membros, sem nenhum direito à remuneração pelo
exercício do cargo. A OPBB administra-se por meio do seu Conselho,
composto pela Diretoria e pelos Presidentes e Executivos das Seções,
mediante Estatuto que lhe disciplina a conduta e ação.

JUVENTUDE BATISTA
A Juventude Batista Brasileira é uma instituição que serve jovens e
adolescentes do Brasil inteiro, através de nossas ações. 

Temos ainda muitas outras organizações colaborando todas em um só


propósito da propagação do reino de Deus.

CONCLUSAO
Foi a teologia Batista que teve uma das mais notáveis influencias no
mundo desde os anos de 1700. Não devemos permiti que uma versão
decadente de teologia Batista impeça nosso impacto continuo.
Se vamos chamar a nós mesmos de Batista, devemos seguir nossos
antepassados em sua busca de pureza bíblica das doutrinas Cristãs.
Somos pessoas doutrinárias, frutos da Reforma para chamar o mundo à
soberania de Deus que enviou Seu Filho para morreu numa cruz para que
todos cressem. 

Referências bibliográficas:

AZEVEDO, Israel Belo de. A celebração do indivíduo: a formação do pensamento


batista brasileiro. São Paulo: Vida Nova, 2004.

CRABTREE, A. R. História dos batistas no Brasil até 1906. Edição 2. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora Batista, 1962.

BREVE HISTÓRIA DOS BATISTAS J. REIS PEREIRA

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Edição da Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira Casa


Publicadora Batista – Rio de Janeiro 2ª edição 1979

OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. PERSEGUIDOS MAS NÃO DESAMPARADOS – Juerp1999

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