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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGA

CURSO DE QUÍMICA

EMÉRCIA DAS ROSAS

PAULO BIZEQUI TOMO

PAULO CAETANO TENENTE

BATERIAS DE CHUMBO

Dr: Castelo Branco

Dondo
2022
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BATERIA DE CHUMBO-ÁCIDA
A bateria chumbo-ácida foi descoberta por Planté em 1860 e, até o momento, continua sendo
a solução dominante em aplicações estacionárias, do ponto de vista técnico e financeiro, na
utilização como reserva de energia para ocasiões de falha ou transitório no suprimento da
energia em corrente alternada, tornando-se elemento vital na confiabilidade e disponibilidade
dos sistemas de supervisão e controle e demais equipamentos eletroeletrônicos de empresas
de energia elétrica, telecomunicações, petrolíferas, metroviárias, industrias, etc. (ANB, 1998).
Bateria de chumbo-ácida é uma bateria de armazenamento de chumbo comumente usada
nos automóveis.

Constituição da bateria de chumbo-ácida

A bateria de chumbo-ácido é constituída de dois eletrodos; um de chumbo esponjoso e o outro


de dióxido de chumbo em pó, ambos mergulhados em uma solução de ácido sulfúrico com
densidade aproximada de 1,28g/mL dentro de uma malha de chumbo puro ou ligas de
chumbo. O chumbo puro oferece maior resistência a corrosão, mas é muito maleável, o que
dificulta o processo produtivo. Por esse motivo são usadas ligas com antimônio, cálcio e
outros materiais.

Funcionamento da bateria-ácida

Por turno Atkins (2003), quando o circuito externo é fechado, conectando electricamente os
terminais, a bateria entram em funcionamento (descarga), ocorrendo a semi-reacção
de oxidação no chumbo e a de redução no dióxido de chumbo.

(ANB, 1998), descreve que no acumulador, o chumbo é o ânodo enquanto que o dióxido de
chumbo é o cátodo. As reacções químicas que acontecem durante a descarga é:

Reação na parte ânodo:

Pb(s) + H2SO4(aq) → PbSO4(s) + 2H+(aq) + 2e−

Reação na parte cátodo:

PbO2(s) + H2SO4(aq) + 2H+(aq) + 2e− → PbSO4(s) + 2H2O(l)

Reação Total:

Pb(s) + PbO2(s) + 2H2SO4(aq) → 2PbSO4(s) + 2H2O(l)


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Tipos de bateria de chumbo-acida

Bateria chumbo-ácida ventilada


Castellan e Gilbert (1986) afirmam que bateria chumbo-ácida é um sistema eletroquímico em
que os materiais ativos primordiais são: chumbo (e seus compostos) e eletrólito (uma solução
aquosa de ácido sulfúrico).
A bateria chumbo-ácida ventilada é composta por placas positivas de peróxido de chumbo
(PbO ), placas negativas de chumbo-metálico (Pb) esponjoso e tem como eletrólito uma
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solução aquosa de ácido sulfúrico (H SO ). Quando a bateria é descarregada os materiais das


2 4

placas positivas e negativas se transformam em sulfato de chumbo (PbSO ) e água (H O)


4 2

como apresentado na equação:


PbO + Pb + H SO PbSO +2 H O (1)
2 2 4 4 2

Quando a bateria chumbo-ácida é submetida a um processo de carga, da reação de


transformação dos sulfatos de chumbo em chumbo e peróxido de chumbo ocorre
paralelamente principalmente no final da carga, outra reação que é conhecida como eletrólise
da água, que é a decomposição eletroquímica da água gerando na superfície da placa positiva
oxigênio gasoso (O ) e na placa negativa hidrogênio também na forma gasosa (H ) (Equações
2 2

Placa positiva:

+ -
2H O → O + 4H + 4e (2)
2 2

Placa negativa:

- -
2H O + 2e → H + 2OH (3)
2 2

Bateria chumbo-ácida regulada por válvula


A bateria chumbo-ácida regulada por válvula (VRLA) possui a mesma composição da bateria
ventilada, no entanto o ácido sulfúrico (eletrólito) não se encontra na forma líquida, este é
mantido imobilizado por uma matriz gelificante ou através de separador a base de micro fibra
de vidro. As baterias reguladas por válvula, sendo acumuladores do tipo chumbo-ácidos,
apresentam o mesmo princípio de funcionamento das baterias ventiladas, baseado na teoria do
sulfato duplo, que na sua essência indica que, durante o processo de descarga ocorre à
formação de sulfato de chumbo em ambas as placas conforme mostrado na equação 1.
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No entanto a imobilização do eletrólito na bateria VRLA faz com que haja um processo de
recombinação interna, no qual o oxigênio gerado na superfície da placa positiva migre até a
superfície da placa negativa, reagindo com o chumbo e gerando água como produto final de
reação, conforme apresentado a seguir:
2Pb + O 2 PbO (4)
2

2PbO + 2H SO 2PbSO + 2H O (5)


2 4 4 2

+ -
2PbSO + 4H + 4e 2Pb + H SO (6)
4 2 4

+ -
O + 4H + 4e 2H O (7)
2 2

Este processo é conhecido como ciclo interno do oxigênio.


O ciclo do oxigênio além de consumir o oxigênio gerado internamente, diminui sensivelmente
a evolução do hidrogênio apresentado na Equação "3" (em relação a bateria ventilada). Isto
significa dizer que, nas condições normais de flutuação os acumuladores regulados por
válvula, apesar de continuarem gerando hidrogênio, o fazem aproximadamente 1 a 2 ml de H
2

por hora para cada 100 Ah, contra os 5 a 14 ml dos acumuladores ventilados. Como não é
possível um "ciclo de hidrogênio" similar ao do oxigênio, a perda deste gás significa perda de
água da bateria. Esta perda é intensificada sob condições desfavoráveis de operação, como por
exemplo: temperatura elevada, sobrecarga, tensão de flutuação elevada, etc. Desta forma não
é recomendada o uso deste tipo de baterias em ambientes herméticos, sob risco de ocorrência
de explosões.

Composição básica da bateria


A composição básica da bateria é essencialmente, chumbo, ácido sulfúrico e materiais
plásticos. O chumbo está presente na forma de chumbo metálico, ligas de chumbo, bióxido de
chumbo e sulfato de chumbo. O ácido sulfúrico se encontra na forma de solução aquosa com
Concentrações variando de 27% a 37% em volume.

Tipos de Corrosão em baterias


Corrosão em baterias chumbo-ácida conforme Atkins,(2003), pode ser causada por inúmeros
fatores, desde problemas gerados durante o processo de fabricação das placas, barras de
conexão e pólos, seja durante a fusão e/ou velocidade de resfriamento do material fundente ou
na composição das ligas, problemas durante a soldagem das diversas partes da bateria,
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contaminação do eletrólito e problemas de operação e relacionados ao ambiente de instalação.


Seguem alguns exemplos dos principais tipos e causas de corrosão em baterias.

Corrosão causada por cloreto


O cloro é um contaminante que afeta tanto a placa positiva como a negativa, em ambos os
casos há formação de sulfato de chumbo e outros compostos. A ação do cloreto na placa
positiva provoca a formação de gás cloro, que por sua vez atacará outras partes da bateria. os
produtos de corrosão mostraram a presença de cloro como contaminante (esta detecção foi
realizada através da análise por MEV). Foi detectada também a presença de cloreto livre na
análise do eletrólito, em níveis superiores aos especificados nas normas. Esta contaminação
pode ser oriunda da do processo de fabricação da baterias e/ou proveniente da degradação
precoce dos materiais poliméricos à base de PVC utilizados na Bateria (bolsa e separador).
A corrosão de matérias a base de chumbo por cloretos, cloratos e percloratos inicia-se por
formações de excrescências em forma de verrugas, o que foi observado durante a aberta e
inspeção visual das baterias

Corrosão do óleo negativo


A exposição das barras faz com que o pH torna-se mais básico, ambiente este propício à
corrosão do chumbo, electroquimicamente este processo é explicado da seguinte forma:
A corrosão do chumbo pode iniciar quando há deslocamento do potencial de equilíbrio do
electrodo negativo (placa negativa). A potenciais mais positivos o chumbo não é mais estável
2+
como metal e é convertido em chumbo na forma iônica (divalente) Pb que em contato com
os íons sulfatos do ácido sulfúrico forma sulfato de chumbo (a bateria é mantida na tensão de
flutuação, justamente para evitar que ocorra este efeito)
+ -
Pb + H SO ↔ PbSO + 2H + 2e
2 4 4

Se o potencial permanece abaixo do potencial de equilíbrio Pb/PbSO4, chumbo é estável e


íons Pb 2+ não é formado.
Uma das maneiras para assegurar a proteção das barras negativas (isto é evitar a dissolução da
liga de chumbo (corrosão)), é fazer com que estas ficam submersas no eletrólito. Deste modo,
o chumbo permanece estável e o oxigênio que alcança esses elementos condutores não pode
causar corrosão, mas é reduzido na superfície do chumbo de acordo com a reação:
- +
O + 4e + 4H ↔ 2H O
2 2
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Corrosão pólo positiva – vazamento de eletrólito


Os pólos dos elementos, cujo material é chumbo, são interligados entre si, por parafusos e
barras de interligações que por sua vez, são confeccionados de materiais à base de latão (liga
de cobre e zinco). Quando a bateria entra em operação, esta é ligada paralelamente ao sistema
retificador, e é mantida em operação através da aplicação de uma tensão de flutuação. A
tensão de flutuação polariza tanto a placa positiva como a negativa.

Corrosão da grade positiva


O processo corrosivo pode ser explicado em função da presença de determinados elementos
de liga. Por exemplo, o antimônio (Sb) (presente na barra coletora e grade positiva), sendo um
+3
elemento de liga electroquimicamente activo na tensão de flutuação, é oxidado a Sb o qual
despolariza a placa negativa, causando um aumento da corrente de evolução de hidrogênio
que consequentemente aumenta na mesma proporção à corrente que provoca a corrosão da
placa positiva. Assim, tem-se consequentemente, um aumento desta corrente de corrosão,
iniciando o processo de degradação dos materiais dos pólos e barras coletoras positivas. Esta
corrosão pode ser causada por outros contaminantes tais como ferro, cobre, cloreto, etc.
(Atkins, 2003).
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Bibliografia
Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR (1998) Acumulador Chumbo-Ácido
Ventilado Estacionário - Terminologia,
Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR,(2003). Acumulador Chumbo-Ácido
Ventilado Regulado por Válvula – Especificação.
Atkins, P. W. (2003). Físico-Química-Fundamentos LTCS/A, 7a edição, 356. Rio de Janeiro.
Castellan. Gilbert.w. (1986) Físico-química; Livros Técnicos e científicos Editora S, A, ,
530p. Rio de Janeiro.

CASTELLAN. GILBERT W., Físico-Química; Rio de Janeiro, Ao Livro,


LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A 1986,530p.

CASTELLAN. GILBERT W., Físico-Química; Rio de Janeiro, Ao Livro,


LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A1986,530p.
ATKINS, P. W. Físico-Química – Fundamentos, LTC S/A, Rio de J
CASTELLAN. GILBERT W., Físico-Química; Rio de Janeiro, Ao Livro,
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A 1986,530p.
ATKINS, P. W. Físico-Química – Fundamentos, LTC S/A, Rio de Janeiro
(7ª. edição, traduzida em português), 2003,356p
CASTELLAN. GILBERT W., Físico-Química; Rio de Janeiro, Ao Livro,
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A 1986,530p.
ATKINS, P. W. Físico-Química – Fundamentos, LTC S/A, Rio de Janeiro

(7ª. edição, traduzida em português), 2003,356p.

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