E-Book Abandone A Disputa e Caminhe para A Autoestima

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ABANDONE

A DISPUTA
e Caminhe para a
Autoestima
Para quem eu indico

este
e-book?
Para todas as pessoas que enfrentam suas lutas internas e
externas, mas que até então não conseguiram olhar para
dentro e para fora de si, com aceitação.

A perspectiva que trago nas palavras escritas aqui é a da


compaixão, consciência e abertura para buscar entender
onde estão os seus valores de vida. Minha intenção é a de
tentar te despertar para o sentido de percorrer os próprios
passos, apesar dos percalços.

Como o principal idealizador da Terapia de Aceitação e


Compromisso (Steven Hayes) me ensina todos os dias: "eu
posso ir para o Leste ou para o Oeste; para o Norte ou para
o Sul; mas tudo o que eu sou e o que tomei para mim como
sentido de vida seguirá comigo, aonde quer que eu vá."

Te desejo, a partir disso,


boas reflexões!

Aline Lopes - Psicóloga


CRP 02/25014
ÍNDICE
O1
O que precisamos

compreender sobre

Aceitação
O2
Self e amor-próprio:

o seu olhar sobre

você no mundo
O3
O controle é o problema,

não a solução
O4
Ações de compromisso

consigo

O5
Em direção ao que

importa O6
Desamparo criativo
01
O que
precisamos

compreender sobre
Aceitação
Não aceitar é causa do sofrimento humano

Pode soar um pouco estranho o que vou afirmar agora, mas o


fato de passarmos a vida toda lutando contra os sentimentos
que consideramos ruins é o motivo de nos sentirmos tão mal
com eles.

Não fomos ensinados na infância a permitir que o medo, a


raiva e a tristeza façam parte da nossa vida. O que nos
orientam quando pequenos é que devemos evitar que eles
ocorram e que caso aconteçam, precisam ser silenciados ou
logo afastados.

Quando chegamos na adolescência e posteriormente na vida


adulta, sentimos vergonha deles. Tentamos inibir, impedir e
até mesmo resistir, fingindo que não existem. Nos sentimos
fracassados por eles.

Existem duas formas de manifestação das emoções após


estes processos de aprendizagem por embotamento: uma é a
supressão (que guarda o mal-estar e o transforma em aflição e
angústia), e a outra é a explosão (que não as contém e se
expressa pela verbalização ou comportamento problema
como a agressividade, por exemplo).

Perceba que uns silenciam, outros extravasam. Em ambos os


casos, essa forma inflexível de lidar com os sentimentos gera
sofrimento.

Então, e se pudéssemos ser validados no que sentimos?


Imagine que houvesse a permissão de ficar triste poque o
motivo pede a tristeza e não a negação dela? Imagine ainda
que a raiva sentida possui uma justificativa e um
reconhecimento.
Imagine que se a dor dói, como vamos lutar para que ela
não doa? Imagine que está sentindo a ansiedade gerada pelo
medo, como recusar que ela é a resposta ao medo que está
acontecendo?

Percebe o que há? Resistência aprendida, ou seja, o que nos


têm sido dito é que sejamos fortes, que não aceitemos essas
verdades e que evitemos ter esse contato com as emoções.

Essa elaboração entre o bom e o ruim, o certo e o errado


são as causas da nossa inflexibilidade psicológica e
emocional, pois estamos lutando contra o que de fato ocorre
dentro de nós (a experiência dentro da pele).

Aceitar é a condição de permitir que o sentimento


aconteça!

Quando eu falo em aceitação, não estou querendo dizer


que vamos permitir todas as coisas. O que precisamos aceitar
é a literalidade do que sentimos e não travar a batalha da
resistência contra nós mesmo.

Sempre que buscamos controlar o que sentimos, o nosso


corpo e nossa mente vão entender esse mecanismo como
defesa, se preparando para a resposta fisiológica e
comportamental de luta, fuga ou paralisação.

Ao permitir que a emoção envolvida no momento seja


verdadeira, estando consciente de que ela está ocorrendo e
do seu motivo, podemos aceitá-la e decidir o que fazer a
partir disso, sem negá-la ou evitá-la (pois será inevitável).
Pessoas que sofrem com ansiedade, depressão e
desregulação emocional tendem a resistir ao que sentem,
buscando a resposta de controle e evitação da experiência
emocional que estão vivenciando.

O que provavelmente a maioria delas não sabe ou não


compreende ainda é que quanto mais esforço faz para evitar,
mais dor e desconforto vão causar.

Aceitação é dar a permissão a si mesmo para sentir o que


chega, sem julgamento ou relutância, mas com consciência e
não abandono da verdade do sentimento. Você só poderá
aprender com ele, se passar por ele.

Respeite e acolha o que chega de você para você. Depois


disso, você decide como agir na direção certa!

02
Self e amor-próprio:
o seu olhar sobre

você no mundo
O Self : sendo mais do que tirar uma foto

O que é o Self, além de uma palavrinha tão falada no


momento? Ele é o auto-olhar, ou seja, a forma como vemos a
nós mesmos. O Self é moldado durante toda nossa vida, mas
possui suas bases na nossa infância.

São os cuidadores que vão nos ajudar a elaborar o conceitos


sobre nós e sobre o mundo a nossa volta. Aprendemos a
nomear e classificar as coisas como pequenas ou grandes,
redondas ou quadradas, boas ou ruins, assim como
aprendemos a nos classificar como fortes ou fracos, baixos ou
altos, gordos ou magros, espertos ou tolos. Se os cuidadores
nos asseguram, nos reforçam e nos validam positivamente
(ajustando a conduta quando necessário), podemos
desenvolver a autoconfiança diante das adversidades da vida.

Entretanto, se as principais figuras de apego não garantem a


presença que resguarda, o reconhecimento das habilidades e
a motivação confiante, acabamos por fragilizar o Self, gerando
insegurança, vulnerabilidade emocional e redução da
habilidade social.

O comprometimento da saúde emocional relacionada aos


problemas de constituição do Self desencadeiam as
dificuldades em exercer o amor-próprio, que é o autocuidado.

O autocuidado é o responsável por fazer a manutenção da


autoestima quando passamos pelas adversidades que
comprometem a motivação pela vida. Quando o amor-próprio
está presente, a autoestima pode estar rebaixada, mas é ele
que vai buscar em sua essência resgatar a manutenção do
próprio ser, como forma de sobrevivência.
O reajustamento do Self é uma necessidade quando tratamos de
inconsistências de quem somos, diante de tantas influências e
incertezas do mundo a nossa volta.

O autoconhecimento é uma forma de buscar esse Self em sua


essência, fortalecendo a própria consciência de quem somos, das
virtudes e defeitos que possuímos e da nossa condição humana em
busca de sermos a pessoa necessária para nós mesmos.

A finalidade de entender a formação do Self visa encontrar as formas


de ser bom consigo, para que possamos ser bons com os outros
também. Nesse movimento recíproco, conseguimos achar nosso eu e
nosso lugar no mundo.

É o "quem sou e como quero ser!" Ele requer amadurecimento e


consciência de si.
03

O controle é o

problema, não a

solução
Controladores? Somos!

Quem não gostaria de ter o poder de controlar os pensamentos


e os sentimentos? Se isso fosse possível, não teríamos tantos
desentendimentos nem cometeríamos tantos erros, pois a
vontade de estar sempre certos seria bem maior, assim como as
certezas também.

O controle que trago aqui é exatamente esse: de conter o que


acontece dentro e fora de nós. Sei que muitos falarão que você é
capaz de prever muitas coisas a partir do controle, mas pensa
aqui comigo: você é capaz de adivinhar com 100% de certeza o
que vai acontecer daqui a meia hora? Você consegue não pesar
no urso branco quando lhe é pedido que não pense nele?

Ai estão boas provas muito simples de que não é possível


controlar todas as coisas, entretanto, é possível agir de forma
assertiva diante da nossa necessidade de controlar todas as
coisas.

Como isso é possível? Permitindo que as coisas sejam como


elas são. Falando sobre emoções (que é o nosso foco aqui), se
você tem motivos para estar triste, que reconheça a tristeza; se
está ansioso, que não lute com a ansiedade; se tem saudade, que
sinta saudades; se é amor, deixe o amor ser amor; se é angústia,
perceba a angústia...e assim vai. A partir do momento que você
inicia a luta para que não seja nada do que verdadeiramente é,
você ativou o modo protetor ligado e vai precisar lidar com a
energia que ele vai consumir.

A função controle, em se tratando de saúde mental, é um


reforçador de diversos mecanismos que impedem as pessoas de
levar suas vidas de forma mais empática, consciente e fluida.
O controle é a causa da inflexibilidade psicológica que gera
tanto sofrimento.

Ser flexível começa com chorar quando for para chorar,


sorrir quando for para sorrir, aquietar quando for para
acalmar, deixar ser o que o momento e a emoção são. Vá
diminuindo os esforços de controlar e veja o que vai
acontecendo. Vai perceber que ensinará seu corpo e sua
mente a reagirem melhor. É quase como um exercício de
alongamento, vai ganhando elasticidade/flexibilidade.

Sobre o controle do ambiente externo, ele é uma previsão


que podemos fazer no sentido de aproximarmos o quanto
pudermos da certeza das coisas. Entretanto, imprevisto dos
mais variados acontecem e nem sempre estaremos
preparados para eles.

Mas, o que fazer nestes casos? Aceitar o que estiver ao seu


alcance e aceitar também aquilo que não estará. Pense
comigo, se não está em suas mãos algo a se fazer, o que fazer
então? Deixar ser, não é mesmo!

Pois é, nem tudo está ao nosso alcance, mas diante do que,


em uma visão realista dos fatos estiver, você poderá fazer sua
parte. No mais, estará além das suas possibilidades. Como
somos seres humanos, temos nossas limitações e precisamos
entender isso sem tanto sofrimento, mas com consciência
plena sobre esta condição humana, o limite. É necessário
encontrar a paz neste lugar.
04
Ações de

compromisso

consigo
Assim prometo!

Estar comprometido consigo é poder saber o que são suas virtudes e


seus defeitos, se reconciliando com ambos. O primeiro (virtudes)
como um fator de autoestima, pois você possui suas próprias
habilidades.

Independente do que aconteça, essas habilidades seguirão com


você em qualquer condição (perder o emprego, terminar uma
relação, sofrer uma decepção com um amigo, reprovar numa
entrevista ou numa prova, passar por um problema de saúde, etc),
seja qual for a condição, você as possui, são suas, mesmo que não
atendam exatamente requisitos ou as expectativas de alguém.

Em relação aos defeitos, eles servem para entendermos as nossas


vulnerabilidades e poder seguir dois caminhos: exercitar o
desenvolvimento e melhoria ou simplesmente assumir que naquele
aspecto não somos tão bons (e tá tudo bem!). Aqui faço uma ressalva,
pois não se trata de submeter os outros ao nosso jeito difícil como
ser mal humorado, arrogante ou grosseiro, mas de tomar a
perspectiva do que é preciso e do que pode se fazer para ser melhor
para você e para os que te cercam.

Se o defeito for uma inabilidade como não ser bom em uma área
específica, caso queira tentar exercitar para melhorar, ok, caso não
seja sua praia, siga convicto das outras áreas que você realmente
possui habilidades. Cada um tem suas característica, não é mesmo?!
Seria muito chato se fossemos todos iguais, não acha? Precisamos de
pessoas diferentes para atender a necessidades diferentes.

E aí, percebeu a diferença? Estamos tratando de coisas distintas


aqui. Então, cuidado para não se justificar usando o argumento
errado. Ser compromissado é cuidar de si e estar bem para cuidar do
outro também.
Veja bem, suas ações devem estar alinhadas com seus valores de
vida, que podem ser os mais variados. Por exemplo: ser um bom
filho (a), amigo (a); parceiro (a); uma pessoa respeitosa com as
outras pessoas; alguém que pratica caridade ou defende a
natureza; alguém que priva pela paz e evita conflitos sempre que
possível; ser dedicado a família; alguém que preserva a saúde,
enfim, são infinitas as possibilidades, cabe a você encontrar o que
traz o "quentinho" em seu coração.

Quando nos ligamos aos nossos valores, não de forma rígida,


mas no sentido de caminhar na vida, tomamos as decisões que
nos direcionam a eles.

Mesmo que algumas coisas nos aflijam neste caminho,


reconhecer que se trata de algo importante pelo qual decidimos
preservar fará toda diferença. Os abalos que sofremos nessa
jornada são aqueles que não controlamos, como citado
anteriormente. Mas, independente dos fatores externos e
internos, os valores estão conosco como guias que indicam a
estrada que trilharmos.

Se o compromisso consigo for o condutor das ações, sem ser de


forma egoísta, mas em busca de um sentido efetivo de vida com
significado, as chances de sermos mais assertivos no agir
aumentam bastante, pois é a consciência vai estar sempre no
presente.

Firmar valores pessoais em busca de uma vida valorosa nos dá


propósito, sendo ele considerado como um fator fundamental
contra a depressão, olha como isso é importante?!
O que você acha de começar a colocar em perspectiva quais as
ações de compromisso você gostaria de estabelecer com você e
iniciar com pequenos passos na direção do que acredita que lhe
dê significado? Lembre-se, um pensamento é apenas um
pensamento, a vida é feita de ações com compromisso, mesmo
que estas sejam simples.

Vale ressaltar que as suas análises sobre isso precisam ser


realistas e palpáveis, caso contrário, se sentirá frustrado por algo
que idealizou, mas não faz parte da realidade na qual possa viver.

Pensei nisso com carinho, atenção e cuidado!


Em direção ao
05
que importa
Vamos para lá?

Na atualidade somos levados a buscar constantemente o estado


de euforia e realização, presente no sentido dado a felicidade. O
mundo moderno esqueceu a condição natural, aquela que nos
mantem tranquilos e conscientes do momento presente, sem
necessariamente estarmos constantemente sob alguma
perspectiva, mas apenas vivendo no aqui agora, fazendo algo ou
até mesmo não fazendo nada, como num momento de simples
naturalidade.

A concepção de desempenho, tão estimulado atualmente, gera


esse sentimento de "se estou parado, estou perdendo alguma
coisa", e isso tem resultado em muita angústia e incerteza para
pessoas que já se encontram em busca dos seus projetos de vida.
Para as que estão em dúvida, só tem reforçado ainda mais as
preocupações.

O imediatismo tem feito bastante a função de "urgência", como


se não existisse o tempo certo para as coisas acontecerem.

A perspectiva que tomaremos aqui é a seguinte: você está


caminhando na direção do que é importante para você ou está
seguindo o fluxo instigado por tantos estímulos? Você está
aceitando receber todas as influências externas sem questionar o
que de fato significam para você? Porque tudo e todas as coisas
importam?

Trazendo um esclarecimento sobre como aprendemos a ver o


mundo, a lente que olhamos para ele foi constituída por nós ao
longo das experiências que vivemos, que formaram (e ainda
formam) a forma de ver e perceber a nós e aos outros.
Sobre o que importa, primeiro é necessário entender quais
coisas te influenciaram e ainda influenciam na forma de se
perceber. A tomada de percepção de si e o que é
verdadeiramente seu faz a mudança entre "o que é do mundo"
para "como e quem eu quero ser no mundo".

Pensando nisso, estas coisas podem estar ligadas a: Que lugar


ocupa? Quais foram as referências na formação do seu Self?
Como você se entende enquanto pessoa que ocupa essa vida que
chama de sua? O que gostaria de ser? E de fazer? Será possível?
Quais caminhos traçar? Está fazendo a jornada certa para isso?
Como se via antes, como se vê hoje? Como se enxerga no
amanhã? O que te faz querer as coisas que deseja? O que está por
traz desse desejo?

Ufa, quantas coisas, não é mesmo?! Estes questionamentos


servem para ampliar o olhar e a mente em busca dessas respostas.

Para te ajudar sobre o que seria possível fazer para seguir na


direção do que importa, deixarei algumas considerações que
você pode tomar como base.

Pense então, como você gostaria de ser:

1) Um (a) filho (a) atencioso (a)?


2) Um (a) amigo (a) presente?
3) Alguém que preserva o meio ambiente?
4) Uma pessoa que busca, sempre que possível, servir ao
próximo?
5) Alguém que zela pela saúde?
6) Uma pessoa que entende a importância do trabalho, mas que
percebe que a família é algo que necessita da sua prioridade?
7) Um (a) bom (oa) colega de trabalho?
8) Uma pessoa que se respeita e respeita o outro?
9) Alguém que protege os animais?
10) Uma pessoa em quem se pode confiar em qualquer
circunstância?
11) Comunicativo (a) e empático (a)?
12) Justo (a) e sereno (a)?
13) Honesto nas suas atitudes?
14) Grato (a) pela vida?
15) Espiritualizado (a)?
16) Em paz consigo e com suas escolhas?
17) Um (a) profissional comprometido (a)?
18) Alguém que aceita suas virtudes e fragilidades com
naturalidade?
19) Alguém que ajuda e que também pode solicitar ajuda?
20) Alguém que reconhece os próprios limites e a importância
disso?
21) Um bom (oa) companheiro (a)?
22) Praticante da caridade?
23) Independente?
24) Viajante?
25) Esportista?

Perceba, a lista pode ser imensa, englobando vários aspectos


considerados importantes para cada pessoa.

Estas são algumas das questões que podem ser pensadas como
pontos de análise e condução ao comportamento valoroso.
Lembre-se, não precisamos buscar o sentido de perfeição, mas sim
de estarmos conectados com as nossas próprias convicções. A isso
damos o nome "ESTADO de INTEIREZA", ou seja, você por inteiro.

Sabia que quanto mais presentes e mais conectados com esses


valores, maior é a sensação de gratidão e sentido de vida? Isso é o
que andam apontando os estudos voltados a qualidade de vida
baseados em Mindfulness, sendo este traduzido como o estado de
Consciência Plena.

Já existem várias comprovações que indicam que as pessoas que


desenvolvem hábitos que lhes trazem coerência e preceitos
significativos de vida conseguem ter mais saúde emocional e
menos problemas de ordem psicológica.

Você só vai entender como isso pode ter um caráter


transformador, quando começar a colocar em prática.

Este é um exercício que não deve ser tratado como uma regra,
mas como uma forma de ser e de escolher estar no mundo.
06
Desamparo
criativo
E quando acreditamos que não tem jeito?

A desesperança é um sentimento

que surge após tentativas
que podem estar ligadas a busca de resoluções ineficazes ou
sentimentos de fracasso que emergem por tentar lidar ou
controlar alguma situação, emoção ou pessoa, sem sucesso.

Para ajudar a pensar sobre tudo que já foi realizado diante


dos fatos (imaginários ou reais), podemos partir dos seguintes
questionamentos: O que já foi feito? O que deu certo? O que
deu errado? Quanto isso lhe custou? Valeu ou está valendo a
pena?

Ao responder estas perguntinhas é possível saber se as


possibilidades foram esgotadas, se foram assertivas e se
causaram prejuízos de qualquer natureza.

Vamos supor que você constate que não há mais nada que se
possa fazer em determinado momento ou que não está em
suas mãos a mudança, e agora?!

A desesperança criativa é justamente isso. É estar neste lugar


de perceber tudo o que já foi tentado anteriormente e que não
tenha resultado em algo satisfatório. Se essa for a sua
realidade, daí por diante será mais sensato encontrar um novo
modo de seguir "apesar de".

Esse termo é a chave de inicio da resiliência, após todas as


constatações anteriores que não obtiveram o resultado
esperado.
É um desafio? Certamente! Mas é assim que tomamos o
fôlego para encontrar outras saídas e continuar a jornada da

vida de forma compassiva conosco e com a nossa história.

Não estou te dizendo que cruze os braços e simplesmente


ignore as coisas, mas que compreenda que se preocupar,
lamentar e chorar pode ser justificável, entretanto, se estes
comportamentos já foram praticados por você, mas mesmo
com eles as coisas ainda escapam ao seu alcance, mantê-los
não vai alterar os fatos que são inalteráveis .

Olha, quando baixamos a guarda para nós e para as


condições que não dependem de nós, permitimos (apesar das
nossas dores, tristezas e mágoas), renunciar ao controle e isso
pode ser muito decisivo.

A luta desgastante será sempre um exercício de oposição a


realidade, seja ela qual for. Precisamos entender de verdade
que as vezes os caminhos valorosos para nós também vão
envolver dores e que elas podem acontecer das mais diversas
formas.

Tentar se livrar de algumas dores é condenar a ausência de


sentido, do significado, do que a dor quer dizer.

Não prego um apego desnecessário a dor, tão pouco a busca


por evitá-la. Meu propósito aqui é que possamos aprender
uma forma de nos relacionarmos com as nossas dores de tal
maneira que consigamos viver o que realmente nos importa.
Gastar seu tempo contemplando eventos do passado ou
idealizando cenários que podem nunca acontecer é
desperdiçar toda sua vida em
cima de uma memória ou de
uma hipótese que talvez nunca aconteça. Ai eu te pergunto: o
quanto isso vai valer a pena? A mente que está no passado ou
no futuro, nunca perceberá o seu presente.

Reafirmo que não se trata de desconsiderar toda sua história,


suas emoções, suas interpretações, seus significados e sua
trajetória, mas de te fazer perceber que existe algo maior que
é a forma como você decide caminhar seus passos, seja
quando e para onde for.

Esteja onde estiver, que os seus valores de vida possam estar


guiando você.

Isso nada nem ninguém poderá te tirar!


Mensagem Final


possam te ajudar seguir na
Espero que as minhas palavras
direção de um lugar que será só seu. Eu desejo, de coração,
ter despertado em você questionamentos que produzam
amadurecimento e compromisso com a própria história.

Eu acredito (de verdade) que sempre temos a chance, a


qualquer momento, de olhar com mais consciência, coragem
e amor para nossa realidade.

Com aceitação e o compromisso individual, apesar das


incertezas do caminho, podemos encontrar serenidade em
apreciar as antigas e as novas versões de quem somos.

Redescobrir-se em novos contextos de vida não lançará fora


a sua identidade, mas te fará largar mão da disputa contra
você mesmos e te conduzirá rumo a autoestima.

Bandeira branca amor!

Aline Lopes
Psicóloga CRP 02/25014

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