E-Book Primeiros Passos Com ATCC
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Sobre as autoras
Atendimentos
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Dedicatória
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Ícones Usados
4
Sumário
Prefácio ............................................................................... 6
7
Princípios
fundamentais
CAPÍTULO 1
Princípios Fundamentais
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Sendo assim, o que é trazido para o atendimento pelo paciente não é
interpretado apenas pelo terapeuta, mas elaborado em conjunto com ele,
buscando identificar, examinar e corrigir os pensamentos distorcidos que
causam sofrimento.
Todos nós temos visões e crenças específicas sobre nós mesmos, sobre
os outros e sobre o futuro. Essa é a Tríade Cognitiva.
VISÃO
DOS OUTROS
VISÃO
DE SI
VISÃO DE
SI NO
FUTURO
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Pensamentos Automáticos
Milhares de pensamentos nos ocorrem diariamente e a grande maioria
deles não é percebida por nós, conscientemente, pois eles nos acontecem de
forma rápida, involuntária e automática. Daí surge o nome de pensamentos
automáticos (PA).
Não temos controle em fazê-los aparecer ou não. Eles simplesmente
surgem ativados por eventos externos (algo que nos acontece) ou eventos
internos (uma lembrança).
PA podem surgir por meio de pensamentos ou de imagens mentais e
podem ser exagerados, distorcidos, equivocados, irrealistas ou disfuncionais.
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Pressupostos subjacentes e
crenças nucleares
Também conhecidos como crenças intermediárias, os pressupostos
subjacentes são regras, padrões, normas, premissas e atitudes que adotamos
e que guiam as nossas condutas. Elas são transituacionais e presentes em
inúmeras situações existenciais.
Pressupõe-se que, se as regras, normas e atitudes forem cumpridas, o
indivíduo mantém suas respostas funcionais, mas, se por alguma circunstância
os pressupostos não forem cumpridos, o indivíduo torna-se vulnerável e as
crenças nucleares são ativadas.
Crenças nucleares são as ideias e os conceitos mais enraizados e
fundamentais acerca de nós mesmos, dos outros e do futuro. Diferentemente
das crenças intermediárias, elas são incondicionais e, independentemente das
situações que o indivíduo esteja vivenciando, ele irá pensar de acordo com suas
crenças.
Quando a crença nuclear é ativada, as informações são percebidas de
modo tendencioso no sentido de extrair da realidade apenas as informações
que confirmem a crença disfuncional, negligenciando ou minimizando as
informações que possam desconfirmar as evidências contrárias.
Funciona assim:
O Modelo Cognitivo corrobora a ideia de que não são os fatos que nos
atormentam. Logo, o que nos incomoda é o que pensamos sobre o fato.
Se fosse o fato em si diante de um mesmo evento, todos se comportariam
do mesmo jeito? Sabemos bem que não é assim. Então o que faz com que as
pessoas reajam de forma diferente diante de um mesmo evento? O Modelo
Cognitivo deixa claro que é aquilo que pensamos sobre o ocorrido.
Mas como surge esse pensamento?
Pensamos de acordo com o que acreditamos. E o que acreditamos é
formado pelas nossas experiências iniciais que se fortalecem ao longo da vida,
moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando nosso jeito
psicológico de ser.
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Pensamento automático: “Não sou capaz de apresentar o conteúdo.”
Crenças intermediárias ou pressupostos subjacentes: “Para ser
criticado é melhor não me expor.”
Crença nuclear: “Eu não agrado as pessoas.”
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Distorções Cognitivas
A visão distorcida da realidade é denominada Distorção Cognitiva.
É preciso considerar os pensamentos que geram as emoções como
hipóteses, mais do que fatos.
Novamente retornaremos ao Modelo Cognitivo.
Evento que gera um pensamento, que acarreta um sentimento e então
determina o comportamento.
Vemos, por meio do Modelo Cognitivo, a importância que os pensamentos
têm na nossa vida.
Nossos pensamentos determinam como nos sentiremos, como vamos nos
comportar. Sendo assim, é melhor que tenhamos pensamentos que condizem
com a realidade.
Caso contrário, os comportamentos podem ser exagerados, inadequados,
causando reações indesejadas e que trazem transtorno para o seu dia a dia.
Abaixo vamos apresentar as Distorções Cognitivas mais comuns e que
podem ocorrer.
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RÓTULOS: quando você determina traços, características para si mesmo e
para os outros. Esses traços são inquestionáveis de acordo com a sua ótica.
Seu cônjuge não quis sair com você ou não quis fazer o que você pediu:
“Você nunca faz o que eu quero”.
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Há pessoas que ainda vivem como se elas fossem o centro do universo. Um
grande imã em que atrai para ela toda a responsabilidade e culpa para si do que
acontece.
Você pode ainda ser aquele tipo de pessoa que tende a ficar presa no
passado e acaba cometendo outra distorção cognitiva conhecida como
ORIENTAÇÃO REGRESSIVA. É quando focamos apenas no que poderia ter
feito melhor no passado, esquecendo que podemos fazer melhor no presente.
“Ahhh, eu perdi a oportunidade lá trás quando tinha 18 anos e escolhi não fazer
faculdade.”
“Se eu tivesse feito isso de outra maneira não estaria agora nessa situação.”
Essa é uma pergunta sem resposta. Porque quando, no meu passado, que
era o meu presente, eu fiz uma determinada escolha, eu abri mão de inúmeras
possibilidades, não de realidades. Assim, nunca saberemos se as
possibilidades se concretizariam.
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Uma outra Distorção Cognitiva muito presente em quem tem TOC é a
INABILIDADE PARA DESCONFIRMAR. É quando rejeitamos as evidências ou
argumentos que podem contradizer meus pensamentos. E mesmo diante de
tudo que desconfirma o meu pensamento distorcido eu continuo acreditando
nele.
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pRIMEIRO
aTENDIMENTO
CAPÍTULO 2
Primeiro Atendimento
Acolhimento
O paciente chega ao consultório desejando falar, relatar suas angústias,
conflitos, vivências, carências e tudo mais.
Enquanto ele estiver falando, você deve estar atento e registrar pontos
importantes como:
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Paciente: ______________________________________________ Idade: ___________
Situações:
Emoções:
Imagens:
Pensamentos:
Sensações corporais:
Comportamentos:
Meta:
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Psicoeducação do Modelo Cognitivo
A psicoeducação sobre a TCC é feita no primeiro atendimento após o
relato da demanda de atendimento.
Controle o tempo para que o paciente não ocupe todo o horário do
atendimento relatando sua história. Quando já tiver dados suficientes para
iniciar a Psicoeducação, você pode fazê-la e depois ele terá a oportunidade de
continuar seu relato, mas de uma maneira melhor estruturada.
A TCC é uma abordagem breve e focada. Você deve estar atento ao relato
do paciente para que ele não fuja muito do que veio buscar.
“Esse é o Modelo Cognitivo. É a base do nosso trabalho com a TCC. Ele nos
mostra que não é o evento em si que gera o comportamento final. Se fosse o
evento o único responsável pelo comportamento, todas as pessoas diante de
um mesmo evento iriam se comportar da mesma maneira. Sabemos que não é
assim.”
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E continue a explicação:
Continue a explicação:
Continue a explicação:
Faça agora uma seta, saindo entre as duas setas já feitas, e ligue-a a
palavra comportamento.
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Mostre ao paciente o que foi elaborando com ele e pergunte-o se faz
sentido para ele e se já havia pensando dessa forma antes.
Continue a explicação:
Continue a explicação:
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Continue a explicação:
“Com tudo isso que falei, entendemos que o pensamento é que define as
nossas reações. Assim, o trabalho inicial da nossa terapia será identificar o
que você está pensando.”
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“Depois, você poderá contestar ou validar seus pensamentos.”
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Técnica ABC e Distorções Cognitivas
Feita a psicoeducação sobre o Modelo Cognitivo, o paciente está
preparado para receber a folha com a Técnica ABC.
Você vai entregar as folhas da Técnica ABC ao paciente.
Essa é a primeira tarefa para casa que seu paciente irá utilizar para
registrar, durante a semana, seus pensamentos.
Oriente o paciente a se observar durante a semana.
Identifique o evento:
- Onde estava ou o que estava lhe acontecendo?
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Técnica ABC
A= Evento B= C= Sentimentos C=
Ativador Pensamentos Consequentes Comportamentos
Consequentes
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Avaliação das distorções cognitivas
Considerar esses pensamentos que geraram a ansiedade como
hipóteses, mais do que como fatos.
LEITURA DA MENTE: sabe o que as pessoas pensam sem ter evidências suficientes de
seus pensamentos.
E SE?: faz-se uma séria de perguntas sobre “E SE?” algo acontecesse e nenhuma
resposta é satisfatória.
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Perl Cognitivo
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Hipótese Diagnóstica
Pode ser que o paciente nos seja encaminhado por um médico com o
diagnóstico feito, mas nem sempre isso acontece e será você quem irá fazer
uma hipótese diagnóstica por meio do relato do seu paciente.
Isso é importante, porque ele também precisará ser psicoeducado sobre
o seu diagnóstico. O ideal é que a psicoeducação sobre o transtorno seja feita
de forma breve ainda no primeiro atendimento, para que o paciente comece a
entender o que se passa com ele, mas, se você não tiver tempo ou não sentir-
se seguro, ela pode ser feita no segundo atendimento.
Você também pode deixar, em seu consultório, um material impresso,
orientando o paciente sobre o transtorno com informações escritas de forma
clara e sucinta.
Preparamos alguns modelos para você. Veja, no capítulo 4, explicação
mais detalhada sobre as principais patologias que são trabalhadas por meio da
TCC.
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Psicoeducação sobre Depressão
“Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que
extraem delas”. Epiteto – Filósofo
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O terapeuta estrutura a terapia de acordo com um padrão específico que
engaja a participação e a colaboração do paciente. Como o paciente deprimido
está inicialmente confuso, preocupado ou distraído, o terapeuta o ajuda a
organizar seu pensamento e seu comportamento, a fim de ajudá-lo a enfrentar
as exigências da vida cotidiana.
Família:
O comportamento de uma pessoa influencia outras pessoas cujas ações,
por sua vez, influenciam o indivíduo. Uma pessoa em depressão pode retrair-
se de outras pessoas significativas. Como consequência, os outros podem
responder com rejeições ou críticas que ativam ou agravam a autorrejeição e a
autocrítica do deprimido.
O tratamento do paciente deprimido é com frequência muito facilitado
com o engajamento de um familiar ou amigo próximo que seria como um
representante da realidade, para ajudar o paciente a testar a validade do seu
pensamento negativista.
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Psicoeducação sobre Fobia
Tipos de Fobia:
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Agorafobia: a ansiedade é determinada pelo afastamento daquilo que
oferece segurança ou pela proximidade do estímulo fóbico. Exemplo: medo de
frequentar lugares com muito movimento ou com espaços fechados e de estar
longe de casa. Alguns têm ataque de pânico. Alguns ficam menos ansiosos se
estiverem acompanhados.
Embora a causa exata das fobias não seja conhecida, elas geralmente são
vistas como medos aprendidos, adquiridos por meio do condicionamento
direto, do condicionamento indireto (ao observar o medo dos outros) ou da
transmissão de informações.
Sintomas:
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Psicoeducação sobre Ansiedade e Medo
MEDO
É uma resposta a uma experiência circunscrita de ameaça. Está associado
a um objeto ameaçador externo identificável.
ANSIEDADE
É considerada uma resposta menos diferenciada a um estímulo difuso. É
um sentimento vago e desagradável de apreensão, caracterizado por tensão
e/ou desconforto, derivados de antecipação de perigo externo ou interno.
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Psicoeducação do Pânico
Sintomas:
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Dentro do Neurônio, há a
p r o d u ç ã o d e
neurotransmissores que são
muito importantes para o bem-
estar. É lá, na fenda sináptica,
q u e s e l i b e r a u m
neurotransmissor do bem,
chamado serotonina, além da
noradrenalina, entre outros. A
serotonina faz a pessoa pensar positivo, ficar relaxado e alegre.
Porém a pessoa que tem tendência a depressão ou doenças correlatas
tem deficiência de fabricação de serotonina.
Assim, o neurônio vizinho, que fabrica a noradrenalina é acionada para
substituir o companheiro.
Com isto o neurotransmissor secretado não é a serotonina e sim a
noradrenalina.
A serotonina faz você pensar positivo, ficar relaxado e alegre.
A noradrelanina avisa o cerebro de que estamos em processo de luta ou
fuga.
Durante um ataque de pânico, os neurônios produtores de noradrenalina
no cérebro disparam de maneira muito intensa e os neurônios do cortex frontal
(onde ocorre a “consciência”) interpretam esse sinal como de perigo.
Estas emoções geram a ansiedade antecipatória e a evitação, o que gera
um ciclo vicioso, impedindo que os sintomas desapareçam.
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Traçando a meta
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Segundo
aTENDIMENTO
CAPÍTULO 3
Segundo Atendimento
Mas para isso você deve ter um domínio completo da Técnica. Uma boa
forma de você aprender é fazer o registro próprio. Observe suas reações,
identifique o evento, pensamento e sentimentos vivenciado por você.
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Contestando os pensamentos
O paciente já aprendeu a preencher a atividade da Técnica ABC, com isso
o Modelo Cognitivo ficou claro para ele. Chegou o momento de ensiná-lo a
contestar seus pensamentos.
Reforce com ele que estará utilizando o Modelo Cognitivo pelo resto de
sua vida para auxiliá-lo a compreender suas reações.
Como falamos no tópico das Distorções Cognitivas, devemos considerar
os pensamentos como hipóteses mais do que como fatos.
Para auxiliar nessa tarefa, você pode utilizar o arquivo da Reestruturação
Cognitiva.
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A TCC visa corrigir tais distorções cognitivas, mas é preciso:
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Transcreva com seu paciente os pensamentos identificados na tabela da
Reestruturação Cognitiva para auxiliar na execução da tarefa.
Feito isso, você vai orientá-lo a “olhar” para esse pensamento e testar a
validade dele. Questione sobre o que o faz acreditar que aquilo que está
pensando esteja correto, ou seja, quais as evidências ele tem de que seu
pensamento é mesmo verdade.
Busque com ele um olhar para a realidade, para o momento presente,
desfocando de seus temores, anseios e percepções internas. As experiências
anteriores serão úteis nessa validação ou contestação dos pensamentos.
Você pode perguntar a ele se, em algum outro momento da sua vida,
aconteceu de ele ter um pensamento similar a esse e depois perceber que de
fato aquilo ocorreu. Pode perguntar também se já teve pensamentos similares
e que na verdade nada aconteceu.
Continue o questionamento sobre qual a probabilidade de seu
pensamento estar de acordo com a realidade. Após esses questionamentos,
ajude seu paciente a identificar as Distorções Cognitivas presentes. Durante
todo esse processo, vá registrando as respostas na tabela.
Com esse exercício, você ajudará seu paciente nesse processo de
validação ou contestação dos pensamentos e na identificação das Distorções
Cognitivas. Com isso, ele estará pronto para ter uma resposta
(comportamento) diferente do que tem apresentado.
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TEORIZANDO A TCC
CAPÍTULO 4
Teorizando a TCC
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As distorções decorrem de regras e pressupostos, que são padrões
estáveis adquiridos ao longo da vida. Mais adiante, ainda neste capítulo,
falaremos sobre Sistema de Crenças e retornaremos esse assunto para que
você entenda como esses pensamentos distorcidos surgem.
Sistema de Crenças
O Sistema de Crenças é a forma como você percebe o mundo, percebe sua
vida. Você se lembra do Modelo Cognitivo que explica que nossos pensamentos
influenciam no que sentimos e como reagimos?
Pois bem, trata-se de Pensamentos Automáticos que surgem
espontaneamente diante de um evento. Muitas vezes esse processo nem
mesmo é percebido por nós.
A questão é que esses Pensamentos Automáticos, apesar de parecerem
surgir do nada, estão relacionados às nossas Crenças Centrais.
“Sou indesejável.”
“Não sou capaz de ser amado.”
“Sou feio.”
“Sempre serei rejeitado.”
“Sou um nada.”
“Sou um lixo.”
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Questionamento Socrático
O questionamento socrático é uma das técnicas mais utilizadas para
auxiliar o paciente a realizar descobertas sobre a estrutura do seu
pensamento, para flexibilizá-lo e mudar crenças rígidas sobre si mesmo, os
outros e o ambiente. Por intermédio de questionamentos, você terá a
possibilidade de fazer com que o paciente descubra que seus pensamentos
estão incorretos, rígidos ou não estão o ajudando. Isso é feito buscando
explorar os conceitos por meio dos quais a situação é interpretada bem como
as evidências que apoiam e desconfirmam os conteúdos dos pensamentos.
Por meio de simples questionamentos, perguntas com respostas abertas,
como era o método do filósofo Sócrates, você terá a possibilidade de
flexibilização dos pensamentos e das crenças do seu paciente. Com esse
método, o paciente irá analisar a situação, buscando uma perspectiva de
expectador, fazendo-se, de certa forma, ignorante sobre o assunto e
investigando seu próprio pensamento, como um cientista que testa e refuta
hipóteses, que pensa sobre o pensar.
Nessa técnica, o pensamento é considerado uma hipótese a ser testada.
No processo de explicação e de investigação, o paciente acabará transmitindo
pontos de vista específicos, crenças, distorções cognitivas e pensamentos
automáticos disfuncionais, podendo identificá-los e avaliá-los de maneira mais
pragmática.
Elementos básicos:
1- Questionamento sistemático;
2 - Raciocínio Indutivo;
3 - Definições universais.
1 - Questionamento sistemátio
Perguntas de:
Análise: Que evidências você tem? Qual você pensa ser a causa de…?
Compreender as partes da questão. Trabalhar os pensamentos
automáticos e crenças intermediárias.
2 - Raciocínio Indutivo
2.1 – Generalizações
Subtipos:
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pATOLOGIAS ESPECÍFICAS
CAPÍTULO 5
Patologias Especícas
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Obsessões mais comuns:
4. Pensamentos supersticiosos
Acredita que algo de ruim possa acontecer caso
realize uma determinada ação certo número de vezes
(3,5 ,7…) ou por ter no pensamento uma palavra
ruim, visto uma cor indesejada, etc. Necessidade de
repetir um determinado comportamento como
garantia de que nada de ruim irá acontecer.
São eles que levam o portador do TOC a fazer algo para afastá-los ou
neutralizá-los. Geralmente por meio das compulsões.
Lavagem ou limpeza;
Verificações ou controle;
Repetições ou confirmações;
Contagens;
Ordem, arranjo, simetria, sequência ou alinhamento;
Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases e números;
Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar.
> Evitação;
> Lentificação;
> Adoção de comportamentos protetores;
> Indecisão.
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Ansiedade, pânico e fobia
O que é Ansiedade?
A ansiedade é NADA.
Nada aconteceu, mas no seu cérebro já está tudo desmoronando.
Para o tratamento é importante um diagnóstico correto e um bom
entendimento sobre a ansiedade.
Existem a ansiedade esperada e a patológica.
A ansiedade esperada é uma reação a algum fato que pode ser
considerado um sinal de alerta e que permite à pessoa permanecer atenta.
Tem como base uma ameaça ou perigo iminente, decorrente da realidade
externa.
Já a ansiedade patológica se diferencia pela intensidade, pelo caráter
repetitivo e desproporcional ao ambiente e à vivência. Apresenta-se como um
sentimento desagradável de apreensão negativa, principalmente em relação ao
futuro. Assim, essa ansiedade patológica é a encontrada nos transtornos
ansiosos.
A Terapia Cognitivo Comportamental tem se mostrado, por meio de
pesquisas, bastante eficaz. Cognitivo se refere ao pensamento. E um dos
fatores que perturbam a nossa vida é exatamente a distorção de nossos
pensamentos. Logo, diante de um evento qualquer, nós criamos um
pensamento sobre ele. E dependendo do que a gente pensa, isso nos traz um
sentimento.
É exatamente o que pensamos e o que sentimos que irá determinar o
nosso comportamento. Nos transtornos, a maioria dos pensamentos são
distorcidos. E como sempre ressaltamos aos nossos pacientes, não é porque
pensamos algo que seja necessariamente verdade.
No capítulo 2, A influência do Pensamento, abordaremos detalhadamente
o Modelo Cognitivo, a Distorção dos Pensamentos e como entender melhor suas
distorções e crenças.
O paciente com transtorno de ansiedade pode se beneficiar da combinação
da terapia e do remédio. Porém, quando o paciente faz uso apenas da
medicação, ele não aprende novas habilidades que precisa para enfrentar um
novo episódio dos sintomas de uma maneira assertiva.
Ressaltamos, novamente, que esse e-book não substitui a terapia
acompanhada por um profissional da Psicologia, mas poderá auxiliar muito o
paciente no seu dia a dia.
Os estados de ansiedade estão relacionados a pensamentos e a imagens
que sugerem a percepção de um perigo considerável (físico ou psicológico) nas
situações atuais. Esses estados de ansiedade são geralmente uma resposta a
percepções distorcidas.
A Terapia Cognitivo Comportamental procura tratar os estados de
ansiedade ao ajudar o paciente a identificar seus julgamentos de perigos
imaginários e os comportamentos que os podem estar acarretando.
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Faremos um trabalho de Reestruturação Cognitiva no qual a ansiedade
pode ser reduzida tanto por meio da diminuição da percepção do perigo,
quanto por meio do aumento da confiança na capacidade de lidar com
ameaças.
A ansiedade pode acarretar vários transtornos.
Abordaremos, nesse e-book, a mais comum que é a Ansiedade
Generalizada, e outros Transtornos como Fobia, Pânico e TOC que se
apresentam com a ansiedade bastante acentuada.
Para ser caracterizado Transtorno de Ansiedade, faz-se necessária a
presença da ansiedade e a preocupação excessiva na maioria dos dias por pelo
menos seis meses.
Torna-se difícil controlar a preocupação que está associada a três ou mais
dos seguintes sintomas:
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Ansiedade Generalizada
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)
caracteriza o Transtorno de Ansiedade Generalizada como:
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Pânico ou Fobia
A diferença entre eles é que a Fobia é um medo exagerado irracional que
antecede alguma situação ou contato com objetos. Diante desse estímulo
aversivo, a pessoa tende a se esquivar do objeto ou situação fóbica.
Pode ser fobia de cachorro, elevador, lugares fechados ou, ainda, de
ambientes sociais, sendo nesse caso a Fobia Social. Quando a pessoa evita tais
situações ou objetos, ela está evitando, na verdade, o confronto com a
ansiedade gerada por eles. Isso porque, quando ela é exposta às situações
citadas ou aos objetos, automaticamente vem a resposta de ansiedade. E essa
resposta pode vir por meio de pensamentos catastróficos ou até mesmo
reações físicas como a sudorese, mal-estar, tontura, taquicardia.
Como essas sensações são desagradáveis de sentir, a pessoa tende a
fugir dessa exposição. E é exatamente a fuga a essa exposição que traz uma
restrição muito grande para a vida da pessoa.
Muitas pessoas confundem a Ansiedade Generalizada, a Fobia e o Pânico.
Vimos que na Ansiedade Generalizada não tem um objeto específico.
Assim, também, é no Pânico, não tem um objeto específico e a ansiedade
está ligada a um medo de morrer ou enlouquecer. Geralmente a pessoa tem a
ideia de que o medo surgiu do nada.
Mas a Terapia Cognitivo Comportamental vem, por meio do Modelo
Cognitivo, que falaremos mais adiante, mostrar que esse medo surge por meio
do que pensamos sobre algo que nos aconteceu.
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Fobia Social
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Depressão
O modelo cognitivo propõe que experiências iniciais provêm a base para
formar conceitos negativistas sobre si mesmo, o futuro e o mundo externo.
Esses conceitos, também chamados de esquemas, podem estar latentes, mas
podem ser ativados por circunstâncias específicas análogas a experiências
inicialmente responsáveis por introjetar a atitude negativa.
Tríade Cognitiva:
O paciente deprimido tem uma visão negativa de si mesmo, vê a si próprio
como defeituoso, inadequado e acredita que, devido a seus defeitos, ele é
indesejável e sem valor.
Também interpreta suas experiências de forma negativa e vê o mundo
como fazendo exigências exorbitantes ou apresentando obstáculos
insuperáveis. Interpreta suas interações com o ambiente como representando
derrota ou privação.
Além disso, tem uma visão negativa do futuro, antecipando que seu
sofrimento ou suas dificuldades atuais continuarão indefinidamente. Espera
sempre por dificuldades, privações, frustrações e fracasso.
Sintomas afetivos:
Sintomas cognitivos:
Sintomas fisiológicos:
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Atendimentos
subsequentes
CAPÍTULO 6
Atendimentos subsequentes
3 - Estabelecer o roteiro.
Por meio do que será trazido pelo paciente, você deve estabelecer consigo
mesmo um roteiro para o atendimento.
Atividades
Apresentaremos agora várias atividades que podem ser utilizadas como
tarefa de casa ou durante os atendimento.
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Registro de pensamentos disfuncionais – RPD
Para a boa execução dessa técnica, certifique-se de que seu paciente
esteja com bom entendimento sobre o Modelo Cognitivo, a Tríade Cognitiva e o
que são as Distorções Cognitivas. Caso você perceba que ele ainda esteja com
alguma dificuldade de entendimento a respeito desses temas, sugerimos que o
oriente novamente e repita as técnicas apresentadas nos dois primeiros
atendimentos.
Mas, se ele consegue identificar os pensamentos que podem estar gerando
comportamentos disfuncionais, chegou o momento de reforçar o aprendizado
em contestá-los.
Para facilitar apresentamos o Registro Pensamentos Disfuncionais
(Técnica RPD)
Como fazer:
Peça a seu paciente para explicar detalhadamente as anotações feitas na
folha da Técnica ABC. Caso ele tenha dificuldade, você pode auxiliá-lo através
de questionamentos. Por exemplo, ele se depara com um comportamento que
não está lhe trazendo bons resultados ou tendo sentimentos desagradáveis de
sentir.
Pergunte a ele:
“O que estava fazendo? Onde estava? Com quem estava?”
Registre a resposta na folha (evento) e estarão prontos para passar para a
coluna 2.
Auxilie-o a se lembrar do que pensou a respeito do fato que lhe aconteceu
e a classificar o quanto acredita nele de 0 a 100.
Feito isso, peça para que especifique, em uma palavra, o sentimento que
esse pensamento acarretou nele e avalie a intensidade de 0 a 1
Registrado, podem passar para a coluna seguinte e avaliar as evidências
que ele tem que comprovam seus pensamentos.
“O que faz pensar que seu pensamento seja verdadeiro?
“Quantas vezes já pensou dessa forma em situações semelhantes a
essa?”
“Alguma vez aconteceu da forma que pensou?”
Registrado no papel, o paciente deve olhar para as suas respostas e se
perguntar se tem mesmo motivo para ter esses pensamentos.
Você pode incentivá-lo a assistir ao vídeo: Distorções Cognitivas
Clique Aqui
68
Técnica STOP
Esta técnica é muito utilizada para ensinar o paciente a quebrar a cadeia
catastrófica que se forma a partir do pensamento automático.
É importante que tenha ficado claro para você a diferença entre o
pensamento automático e o intrusivo, pois o paciente precisará dessa clareza
também.
O pensamento automático é aquele que simplesmente pipoca em nossa
cabeça a todo instante. Não temos controle sobre ele, mas o intrusivo fica
martelando o dia inteiro na sua mente e causando prejuízo. Esse, ao contrário
do automático, podemos sim expulsar da nossa mente.
Acontece assim: diante de um evento, surge um primeiro pensamento a
respeito do ocorrido. Este é o pensamentos automático, porém ele não vem
sozinho. Surge acompanhado de um segundo, um terceiro, um quarto e, de
acordo com o surgimento deles, vai acentuando o grau de ansiedade,
depressão, medo, etc.
Você pode fazer em um papel um esquema para auxiliá-lo no
entendimento.
69
S.T.O.P
PENSAMENTO 1
Clique aqui
70
Estratégia A.C.A.L.M.E.-.S.E.
A. Aceite a sua ansiedade.
Aja como se você não estivesse ansioso (a), isto é, funcione com
suas sensações de ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade
com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo (a)!
Não se desespere, interrompendo tudo para fugir. Se fugir, a sua
ansiedade diminuirá, mas o seu medo aumentará, e, na
próxima vez, a sua ansiedade será pior.
Se você ficar onde está – e continuar fazendo as suas coisas –
tanto a sua ansiedade quanto o seu medo diminuirão.
Continue agindo, bem devagar!
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L. Libere o ar de seus pulmões, bem devagar!
72
S. Sorria, você conseguiu!
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Identicando Estados de Humor
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
1 - Situação: _______________________________________________
2 - Situação: _______________________________________________
3 - Situação: _______________________________________________
4 - Situação: _______________________________________________
5- Situação: _______________________________________________
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Como os pensamentos criam sentimentos
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
PENSAMENTO: SENTIMENTO:
Eu penso… Por isso, eu sinto…
75
Examinando as evidências
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
Conclusão
76
Descendente Vertical
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
Evento: ________________________________________________________
Pensamento
77
Identicando crenças centrais sobre si mesmo
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
78
Avaliando suposições, regras e padrões
(com exemplos)
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
79
Avaliando suposições, regras e padrões
Imprima o material para entregar ao seu paciente.
80
Supervisão
Acesse www.comvocepsicologia.com.br
81
Referências bibliográcas
ARAÚJO, S.R.T et al. Transtorno de Ansiedade e Exercícios Físicos. Revista
Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 29, n.2, p.164-171. 2009.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v29n2/a15v29n2.pdf>.
Acesso em: 15 ago.2018.
82