Heraldica Maçônica (Pavimento)

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1

∴ R∴
A∴ ∴ L∴
∴S∴
∴ Sentinela de Fronteira n°°53
Corumbá, MS
Irmãos,

Este número apresenta a historia da Heraldica Maçônica.

O Editor,
Roberto Aguilar
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mensagem para folhamaconica@gmail.com solicitando a inclusão
de teu endereço eletrônico em nossa lista (favor incluir nome,
oriente, estado, Loja e Potência)
2

Heraldica Maçônica Uma teoria recente (de meados deste


século...) faz recuar as origens da
Heráldica Heráldica para a invasão árabe de
A utilização de determinados 711. A comprovar-se, então a
símbolos e cores como forma de Heráldica teria nascido na Península
identificar indivíduos, famílias, tribos Ibérica, o que explicaria a
ou clãs é um fenómeno universal e simplicidade e pureza heráldica de
com raízes remotíssimas. É alguns dos brasões de armas mais
impossível determinar com rigor antigos da Península (como, por
quando teve início a prática de exemplo, os escudos de Leão,
empregar símbolos como marcas de Castela, Navarra e Aragão, e o
posse; ainda antes do seu escudo presumível de D. Afonso
aparecimento nos escudos, Henriques, as primeiras armas de
encontram-se emblemas proto- Portugal).
heráldicos em selos (de cera ou
chumbo) e sinetes. A Heráldica é um Seja como for, parece indiscutível
aspecto particular desta tendência que o uso organizado e codificado de
humana, que se tornou, na Idade símbolos heráldicos apenas se
Média europeia, num sistema com verificou a partir do século XII, como
regras precisas e aplicação resultado da evolução de símbolos e
generalizada. marcas de posse muito mais antigas.

Não existe uniformidade de opiniões Mas a Heráldica não se pode


entre os historiadores sobre o dissociar dos cavaleiros medievais e,
momento em que se pode situar o particularmente, da guerra e dos
nascimento da Heráldica. Durante torneios.
muito tempo foi corrente relacionar-se
o início do uso de emblemas de O uso de armaduras completas e,
natureza heráldica no Ocidente com muito particularmente, dos elmos que
as Cruzadas, devido ao contacto com cobriam completamente o rosto
a cultura oriental. É um fato que a tornou necessário um sistema de
heráldica tem semelhanças com a identificação claro e facilmente visível
simbologia árabe; por outro lado, os de longe. Um cavaleiro medieval
Cruzados empregavam a cruz, sob dentro da sua armadura era
diversas formas, como forma de se virtualmente impossível de distinguir,
reconhecerem, e a cruz é uma das no calor de uma batalha ou desde a
peças heráldicas mais antigas; mas, bancada de um torneio, de qualquer
para alem de uma coincidência outro com uma armadura
cronológica, não está provado que semelhante; os reis e chefes militares
tenha sido com as Cruzadas que o eram difíceis de identificar e seguir;
mundo medieval adoptou o sistema durante um combate, amigos e
de identificação pessoal que se veio a inimigos confundiam-se. Estes
tornar na Heráldica. Inclusivamente, factores levaram, desde meados do
os primeiros Cruzados já levavam século XII, ao uso de emblemas
consigo escudos pintados e pessoais pintados nos escudos e
emblemas heráldicos... elmos e, por vezes, nas roupas do
cavaleiro ou na cobertura da
3

montada. Nos torneios, os elmos figuras simples, características da


eram, quase sempre, encimados por heráldica mais antiga.
uma figura em relevo
(frequentemente uma peça do Este sistema de identificação pessoal
escudo), o timbre, que mais facilitava torna-se, a partir do século XII,
a identificação dos contendores. hereditário e passa a representar
O uso de escudos pintados com uma família ou linhagem. Desde o
símbolos pessoais generaliza-se século XIII, regista-se o uso de
rapidamente, e é adoptado por toda a brasões de armas por parte de
classe guerreira e, de uma forma mulheres, o que comprova que os
geral, por toda a aristocracia (e mesmos eram já verdadeiros
mesmo por alguns municípios e emblemas pessoais, e não uma
corporações, que transpõem para simples transposição das armas de
selos os emblemas proto-heráldicos combate dos cavaleiros. Tinha
das bandeiras que empunhavam nas nascido a Heráldica.
batalhas). Nesta fase, as armas de
um cavaleiro representam-no a ele, A heráldica refere-se
individualmente, e, em certos casos, simultaneamente à ciência e à arte de
as terras que este possui e os seus descrever os brasões de armas ou
laços de vassalagem. Não são, escudos. As origens da heráldica
verdadeiramente, armas de família, remontam aos tempos em que era
nem se transmitem de pais para imperativo distinguir os participantes
filhos. Cada novo cavaleiro assume das batalhas e dos torneios, assim
as suas armas em função de diversos como descrever os serviços por eles
factores, como a linhagem, o prestados e que eram pintados nos
território, as relações familiares ou os seus escudos. No entanto, é
compromissos feudais. Por vezes, importante notar que um brasão de
até, um cavaleiro não usava sempre armas é definido não visualmente,
os mesmos emblemas pintados nos mas antes pela sua descrição escrita,
seus escudos ou paveses de a qual é dada numa linguagem
combate. própria – a linguagem heráldica.

Para evitar duplicações e confusões, Ao ato de desenhar um brasão dá-se


os emblemas e cores do escudo são o nome de brasonar. Para termos a
rigidamente codificados. O monarca certeza de que os heraldistas, após a
chama a si o poder de conceder leitura das descrições, estão a
brasões de armas, como forma de brasonar corretamente, criando
recompensar os serviços dos seus brasões precisos e semelhantes entre
cavaleiros, acompanhando si, a arte de brasonar segue uma
normalmente a doação de senhorios série de regras mais ou menos
ou terras; os arautos-de-armas, estritas.
funcionários régios encarregues de
coordenar o uso de emblemas A primeira coisa que é descrita num
heráldicos, criam regras de escudo é o esmalte (cor) do campo
concepção de brasões com vista à (fundo); seguem-se a posição e
sua fácil visualização e identificação. esmaltes das diferentes figuras
Daí o uso de cores contrastadas e de (objectos) existentes no escudo.
4

Estas cargas são descritas de cima séculos, mas é claro que há ocasiões
para baixo, e da direita (dextra) para em que um brasão especifica um
a esquerda (sinistra). Na verdade, a formato particular de escudo. Estas
dextra (do latim dextra, -æ, «direita») especificações ocorrem
refere-se ao lado esquerdo do principalmente fora do contexto
escudo, e a sinistra (do latim sinistra, europeu, como na cota de armas de
-æ, «esquerda») ao lado direito, tal Nunavut (imagem disponível em
como este é visto pelo observador. A en:Coat of arms of Nunavut e na
razão porque isto sucede prende-se antiga República de Bophuthatswana,
com o facto de a descrição se referir com o exemplo ainda mais insólito da
ao ponto de vista do portador do Dakota do Norte enquanto o Estado
escudo, e não do seu observador. de Connecticut especifica um escudo
"rococó".— a maioria fora do contexto
Embora a palavra escudo seja europeu, mas não todos: costam dos
comumente utilizada para se referir registros públicos escoceses um
ao brasão de armas no seu todo, na escudo oval, da Lanarkshire Master
realidade, o escudo é apenas um dos Plumbers' and Domestic Engineers'
elementos que compõem um brasão (Employers') Association, e um
de armas. Numa descrição completa, escudo quadrado, da organização
o escudo pode ser acompanhado por Anglo Leasing.
outros elementos, como suportes,
coronéis, listéis com motes (ou Tradicionalmente, como as mulheres
lemas). não iam à guerra, elas não
carregavam escudos; em vez disso,
No entanto, muitos escudos as cotas de armas femininas eram
apresentam por vezes duas formas ostentadas numa lisonja — um
distintas: uma complexa, e outra losango apoiado num de seus
simplificada, reduzida ao escudo ângulos agudos. Ainda é desse modo
propriamente dito (o que sucede por na maior parte do mundo, embora
vezes quando há pouco espaço para algumas autoridades da Heráldica
inserir o brasão de armas maior). (como as escocesas, cujas armas
Inúmeros países apresentam assim femininas são ovais) façam exceções.
as chamadas armas maiores e armas No Canadá, a restrição contra
menores. mulheres ostentarem armas num
escudo foi eliminada. O clero não
As regras da Heráldica combatente também fez uso da
lisonja e de escudos ovais.
Escudo e lisonja

O foco da heráldica moderna é o


brasão, ou cota de armas, cujo
elemento central é o escudo. Em
geral, a forma do escudo empregado
numa cota de armas é pouco
relevante, porque as formas de
escudo que foram apropriadas pela
arte heráldica evoluíram através dos
5

Direita do Esquerda do
escudo ou escudo ou
Dextra Sinistra

A linha que delimita


exteriormente o escudo é o bordo
do escudo.

O escudo é tradicionalmente
dividido em nove partes ou zonas,
com vista à descrição da
localização das peças no seu
campo.

Bordo do escudo

A zona superior, principal e


mais nobre do escudo é o chefe.

Antes do mais, há que ter em


atenção que a direita e a
esquerda do escudo são
definidas em relação ao cavaleiro
que o usaria, e que, portanto,
estaria por trás do escudo.
6

Por extensão, todo o terço


superior do escudo é, por vezes,
designado por chefe, embora em
rigor o chefe seja apenas a zona
central do topo do escudo.

Coração ou
Abismo

A zona inferior do escudo,


oposta ao chefe, é a ponta ou
contrachefe.

Chefe (por
extensão)

As zonas laterais do escudo Da mesma forma que sucede


são os flancos. com o chefe, designa-se por
vezes por ponta todo o terço
inferior do escudo.

Flanco direito ou Flanco esquerdo


dextro ou sinistro
Ponta (por
extensão)
O centro do escudo é o
coração ou abismo. Em rigor, ao
descrever uma peça colocada no Finalmente, existem dois
centro do escudo, deve referir-se pontos especiais que merecem
que está colocada no coração se uma designação própria: o ponto
a peça for do mesmo tamanho de honra, entre o chefe e o
que as restantes, e brasonar-se coração, raramente usado, e o
que a peça está em abismo se for umbigo do escudo, entre o
mais pequena que as outras. coração e a ponta, de uso ainda
mais raro.
7

escudo poderia sofrer sob o


impacto de uma espada ou
machado, consoante a direcção
do golpe… Toda a linguagem dos
brasões está impregnada de
referências à guerra e aos
torneios que estiveram na génese
da Heráldica.
Umbigo do
Ponto de Honra
escudo

© 1998 Luís
Belard da
Fonseca

O campo do escudo pode


apresentar-se inteiro, caso em
que se diz pleno, ou dividido em
duas ou mais partes segundo
regras determinadas. As divisões
do escudo, denominadas
partições, podem ser de origem,
desde o momento da concepção
do brasão; mas quase sempre
resultam de alianças familiares ou
territoriais, que levam à união
num só escudo das armas de
diferentes famílias ou indivíduos.
Escudo medieval
As quatro partições principais
são o partido, o cortado, o fendido
e o talhado, e correspondem, na
linguagem heráldica, aos quatro
grandes golpes de armas.
Imaginem-se os danos que um
8

subpartições. É o caso do escudo


terciado. Este pode ser, segundo
as peças correspondentes,
terciado em pala, terciado em
Partido faixa, terciado em banda ou
terciado em barra.
De ouro,
partido
de
vermelho.
Terciado
em pala

Terciado
Cortado em pala
de ouro,
De prata, de
cortado vermelho
de azul. e de
prata.

Fendido Terciado
em faixa
Fendido:
o 1º de Terciado
prata; o em faixa
2º de de prata,
verde. de
vermelho
e de azul.
Talhado
Terciado
em
Talhado:
banda
o 1º de
vermelho;
Terciado
o 2º de
em
negro.
banda de
vermelho,
de ouro e
de negro.

Estas partições principais


podem combinar-se, formando
9

Terciado
vermelho;
em
o 3º de
barra
prata.
Terciado
em barra
de
vermelho, São também subpartições as
de prata partições resultantes da
e de combinação de partições
verde. principais. Assim, à união do
partido e do cortado chama-se
esquartelado; é esta a partição
Note-se que, como é mais frequente quando se
óbvio, a primeira e procura associar as armas de
terceira divisões do duas ou mais famílias. A cada
escudo terciado não uma das divisões chama-se
podem ser do mesmo quartel.
esmalte, pois nesse caso
teríamos um escudo do
esmalte desse campo,
com uma pala (ou faixa,
Esquartelado
ou banda, ou barra) do
segundo esmalte.
De ouro,
esquartelado
de vermelho.
Existe ainda o terciado em
mantel, que não deve confundir-
se com o mantelado nem com o
chapado.
Os quartéis do
esquartelado descrevem-
se por esta ordem:
Terciado
em
mantel

Terciado
em
mantel: o
1º de
ouro; o 2º
de Quando algum dos
quartéis do esquartelado
é, por sua vez, também
10

esquartelado, diz-se
contra-esquartelado esse
quartel. Os quartéis do
contra-esquartelado
contam-se e brasonam-se
como os do esquartelado
ordinário:

Finalmente, a união das quatro


partições principais (partido,
cortado, fendido e talhado) resulta
no gironado. Cada uma das
Esquartelado: os 1º e 4º divisões é um girão.
contra-esquartelados - os
primeiro e quarto de ouro,
os segundo e terceiro de
vermelho; os 2º e 3º de
prata. Gironado

Gironado,
Por sua vez, a união do de ouro e
fendido e do talhado origina o de azul.
franchado, ou esquartelado em
aspa.

Na indicação dos
esmaltes no gironado,
Franchado começa a brasonar-se
ou pelo esmalte do girão da
Esquartelado parte direita do chefe.
em aspa

Franchado:
os 1º e 4ºde
ouro; os 2º e
3º de púrpura.

Os quartéis do franchado
descrevem-se por esta
ordem:
11

combinação da vários brasões


Estas são as partições mais
familiares, todos os quartéis são,
simples; mas o partido e o
em regra, diferentes, razão pela
cortado podem combinar-se em
qual apenas exemplificamos os
traços múltiplos.
traços das partições, sem
representação dos esmaltes.
Estas partições múltiplas
resultam, quase sempre, de
alianças familiares. Na Heráldica
Portuguesa, porém, e ao contrário
do que sucede, por exemplo, na
heráldica britânica, os escudos
não devem ter mais de 32 Partido de dois
partições e mesmo este caso é traços, cortado
muito raro, podendo apenas de um
acontecer em brasões de
costados, representativos de
muitas alianças. São mais
vulgares os escudos divididos em
4, 6, 8, 10, 12 ou 16 quartéis.
Partido de três
A regra para estabelecer estas traços, cortado
partições múltiplas de acordo com de um
o número de quartéis necessários
é a seguinte:
4 quartéis:
esquartelado
simples.
6 quartéis: partido
de dois traços, Partido de
cortado de um. quatro traços,
8 quartéis: partido cortado de um
de três traços,
cortado de um.
10 quartéis: partido
de quatro traços,
cortado de um.
12 quartéis: partido
Partido de três
de três traços,
traços, cortado
cortado de dois.
de dois
16 quartéis: partido
de três traços,
cortado de três.

Como estas partições


resultam, normalmente, da
12

Partido de três Cortado,


traços, cortado o 2º
de três Partido

NOTA: não Cortado,


confundir com o o
xadrezado de 4 primeiro
peças em pala de prata,
e 4 em faixa, o
em que os segundo
quartéis são, partido
alternadamente, de negro
de um metal e e de
uma cor vermelho.

A terminar, refira-se que estas


Por sua vez, cada uma das partições não se aplicam apenas
áreas resultantes da partição ao escudo, mas também às
pode subdividir-se. Apenas a peças heráldicas em iguais
título de exemplo, mostramos circunstâncias. Por exemplo:
dois casos mais comuns:

De ouro,
com um
Partido, leão de
o 2º azul,
Cortado cortado de
vermelho,
Partido, o armado e
primeiro lampassado
de ouro, do mesmo.
o
segundo
cortado
de azul e
de prata.
© 1998 Luís
Belard da
Fonseca
13

Como regra essencial, não se


devem sobrepor metais a
metais nem cores a cores (por
exemplo, não é de boa
heráldica um brasão com uma
cruz de prata sobre campo de
ouro, ou com uma cruz de
vermelho sobre campo de
azul). Justifica-se
tradicionalmente esta regra
com uma explicação técnica:
quando se pintava um escudo,
não se empregavam tintas
sobre tintas, para não correr o
risco de misturas ou
esborratamentos. Outra
explicação refere a
Enumeração necessidade de distinguir com
As cores do brasão designam- rapidez os combatentes numa
se genericamente esmaltes e batalha ou torneio, o que
a sua representação obedece impunha a utilização de cores
a determinadas regras e fortes e contrastadas.
convenções. Dividem-se
tradicionalmente em Metais As peles podem ser
(Ouro e Prata), Cores sobrepostas tanto a metais
(Vermelho, Azul, Verde, Negro como a cores.
e Púrpura) e Peles (Arminhos
e Veiros). Quando é inevitável a
representação de metais ou
Alguns autores referem ainda cores sobrepostas, deve
um esmalte específico, a brasonar-se referindo que tais
Carnação, cor natural da pele esmaltes estão cosidos. Por
humana. exemplo, dir-se-ia de
vermelho, com uma cruz
O ouro e a prata podem ser cosida de azul.
representados como metais,
com os reflexos próprios, ou Esta regra não se aplica,
pelas cores amarela e branca, evidentemente, no caso de
respectivamente. duas cores ou metais
justapostos em partições do
Compete ao artista que ilumina escudo; é perfeitamente
o brasão decidir sobre o tom correcto brasonar um escudo
específico de cada esmalte e partido de ouro e prata, sem
as sombras e outros efeitos a necessidade de estes metais
aplicar ao desenho, dentro das serem cosidos. Outra
regras do desenho heráldico. excepção à regra verifica-se
quando uma peça cobre
14

simultaneamente um metal e Assim, poderemos ter, por


uma cor do campo, como, por exemplo, estes três casos:
exemplo, no caso de uma cruz
de azul sobre um campo
partido de ouro e vermelho.
Também não se aplica em
relação aos pormenores de
uma figura, como, por
exemplo, a língua e garras de
um leão.

Alguns autores antigos


consideravam o negro uma
pele, pelo que seria legítimo
sobrepô-la a qualquer cor ou Os contra-arminhos são a
metal. Hoje, contudo, prefere inversão dos esmaltes dos
referir-se, em tal caso, que se arminhos, ou seja, fundo de
trata de peças cosidas (por negro semeado de mosquetas
exemplo, de vermelho, com de prata.
três merletas cosidas de
negro). Do mesmo modo, era Os veiros, a segunda das
reconhecida à púrpura o peles heráldicas, são uma
privilégio de poder sobrepor-se representação ainda mais
a qualquer cor sem quebra das estilizada de mantos de pele
leis da heráldica. de pequenos roedores,
particularmente esquilos da
Os arminhos são a primeira Sibéria, de pelagem azulada
das peles heráldicas e nas costas e branca no ventre,
simbolizam as capas feitas de o que originou o particular
peles destes pequenos desenho dos veiros,
animais, de pelagem branca, constituído por tiras horizontais
tendo a espaços regulares a compostas por pequenos
mancha negra das patas e pontos ou peças de azul, com
caudas, representadas por uma forma semelhante a uma
uma peça estilizada, campânula, e que alternam
denominada mosqueta, que com pontos idênticos, mas de
por vezes surge isolada ou prata e invertidos. Os pontos
individualizada. Normalmente, de cor têm a base para baixo,
os arminhos são formados por enquanto os pontos de metal
um fundo de prata semeado de têm a base para cima.
mosquetas de negro; quando
assim não for, deverá indicar- O campo de veiros pleno é
se o esmalte do fundo e das normalmente formado por
mosquetas, bem como o cinco tiras horizontais, das
número e posição destas. quais a 1ª, a 3ª e a 5ª têm
cinco pontos de azul, e a 2ª e a
4ª quatro pontos de azul e dois
15

meios pontos nas Noutros países, a tradição


extremidades. heráldica admite ainda outras
cores ou esmaltes para além
Quando os pontos são de daqueles que indicamos, como
outros esmaltes que não azul e o pardo na heráldica inglesa, o
prata, o campo diz-se veirado cinzento na heráldica alemã
e é necessário referir os seus (representando um metal, o
esmaltes (por exemplo, ferro) ou o alaranjado. Não
veirado de ouro e vermelho). incluimos nesta relação tais
Note-se que o veirado deverá esmaltes, de resto
ser sempre de um metal e uma extremamente raros, por não
cor, não podendo ser formado existirem na heráldica
por dois metais nem por duas portuguesa.
cores.

Quando as peças estão


colocadas costas com costas,
diz-se que se trata de contra-
veiros.
Representação Gráfica
As figuras do mundo natural, A identificação perfeita de um
quando não sejam peças brasão só é possível através
propriamente heráldicas da utilização das cores. Este
representadas de um só facto desde sempre colocou
esmalte, são apresentadas problemas delicados quando
com as suas cores naturais e se pretende representar um
dizem-se da sua cor. Assim, brasão em lacre ou obreia,
teremos, por exemplo: de ouro, para selar documentos, ou em
com um urso rampante da sua pedra, em túmulos ou
cor. É conveniente, no entanto, fachadas de edifícios. Ainda
ter alguns cuidados ao hoje, muitos dos problemas de
brasonar desta forma: como identificação de alguns
representar, por exemplo, uma brasões representados neste
sereia "da sua cor"? Será mais tipo de suportes deriva do
seguro brasonar uma sereia, a desconhecimento dos seus
metade humana de carnação, esmaltes.
a metade peixe de prata...
Veja-se, por exemplo, o caso
As peças da sua cor podem de seguinte selo do século
sobrepor-se a metais, cores ou XIV, em cera vermelha:
peles. Daí que as árvores ou
plantas, quando de verde,
possam existir em campo de
qualquer cor sem indicação de
serem cosidas.
16

empregar uma mnemónica,


repare que VERmelho e
VERtical começam pelas
mesmas letras…). Ao que
parece, o inventor deste
sistema de representação
gráfica foi o Padre Pietra
Santa, em 1636.

Nos exemplos que se seguem,


apresentamos para cada
esmalte um escudo pleno do
mesmo, tendo ao seu lado a
respectiva representação
gráfica, o nome ou nomes
Selo de Maria Enes de pelos quais se pode brasonar
Portel, Lisboa, ANTT, Gaveta esse esmalte e a leitura
3, M 8, Doc. 7 heráldica do brasão
apresentado.
Embora seja evidente tratar-se
de um escudo com três palas,
o desconhecimento dos seus
esmaltes impede a
identificação segura do brasão
representado...

O mesmo problema se
colocava quanto aos brasões
representados
tipograficamente, em gravuras
ou livros, mas, neste caso,
encontrou-se uma solução
Anverso do Selo medieval de cera del Conselho
engenhosa: codificou-se um
de Benavente.
sistema convencional de
representação dos diversos
esmaltes através de pequenos
pontos e linhas, sistema que
rapidamente se generalizou e
ainda hoje é utilizado na
heráldica europeia e ocidental.
Assim, por exemplo, o
vermelho é representado
tipograficamente por finas
linhas verticais, enquanto o
azul é representado por linhas
horizontais. (Se quiser Reverso do Selo medieval de cera del Conselho de
Benavente.
17

Peles
Metais
18

Pala

De ouro, com
uma pala de
vermelho.

O elmo era uma das partes


mais importantes da armadura
dos cavaleiros medievais, uma
Faixa vez que protegia a cabeça de
golpes e pancadas que
De prata, com frequentemente poderiam ser
uma faixa de fatais. Ainda hoje, os capacetes
azul. dos motociclistas e pilotos em
geral exercem uma função
idêntica à dos elmos…

Banda
Mas o elmo tem uma
importância especial para a
De vermelho,
heráldica, uma vez que esteve
com uma
entre as suas causas
banda de
fundamentais. De facto, foi a
ouro. difusão do uso de elmos
fechados, impedindo o
reconhecimento rápido de quem
Barra ou estava dentro da armadura, que
Contrabanda forçou à utilização de símbolos e
cores identificadores nos escudos
De azul, com e, em última análise, levou à
uma criação de um sistema
contrabanda organizado e codificado de
de prata. emblemas individuais – a
simbólica heráldica.
19

Sabe-se que os guerreiros


usaram capacetes ou alguma
forma de protecção para a A forma dos elmos registou
cabeça desde a Idade do Bronze, diversas evoluções e alterações,
e gregos e romanos fizeram desde os mais antigos, quase
desses capacetes a parte mais cilíndricos, apenas com uma
importante e vistosa do seu fresta para os olhos, até aos
equipamento. Mas só no século elmos de parada dos séculos
XII a evolução das artes da XVIII e XIX, profusamente
guerra e da tecnologia militar decorados e já meramente
levou à necessidade da utilização ornamentais. O elmo heráldico
de elmos fechados, como clássico, porém, é o elmo de
protecção contra as flechas dos torneio, de viseira articulada,
archeiros, cada vez mais aberta ou com grades,
eficazes, e também contra os característico dos séculos XV-
golpes das espadas, machados e XVI.
maças de armas.

Os elmos foram, na verdade,


fundamentais nos torneios e
justas, e isto condicionou em
certa medida a sua própria
evolução (bem como a das
armaduras). A violência do
embate entre dois cavaleiros que
procuravam derrubar-se
Reprodução
de um elmo
mutuamente com as lanças levou
fechado do ao desenvolvimento dos elmos,
século XII os quais se prolongaram até
proteger totalmente o pescoço e
descendo para os ombros de
forma a poderem fixar-se
solidamente no tronco da
armadura. É esta a origem da
forma mais divulgada do elmo
heráldico. Por outro lado, quando
os torneios deixaram de se
disputar com lanças e passaram
a consistir apenas num combate
com maças de armas, o elmo
20

deixou de precisar de ser tão


fechado na face e surgiram as
viseiras de grades, cuja
representação heráldica, em
certos países, é exclusiva da
nobreza.

Timbres dos Sousas e dos


Pereiras, no "Livro da Nobreza
e Perfeiçam das Armas", de
António Godinho (1516-1528)

Em rigor, o elmo heráldico


deve ter de altura a mesma
medida que a largura do escudo,
e o timbre a mesma altura do
escudo; mas raramente se
encontram desenhados com tal
precisão.

Foram ainda os torneios que


difundiram a utilização de figuras
sobre os elmos, como forma de
facilitar o reconhecimento da
identidade do cavaleiro e
aumentar a sua visibilidade pelos
espectadores. Estas figuras eram,
normalmente, uma das peças
pintadas no escudo, e originaram
os timbres no desenho heráldico. Proporções ideais
A sua riqueza decorativa é do elmo e timbre
inegável, mas muitos brasões
ostentam timbres que seria Na heráldica portuguesa, o
fisicamente impossível colocar elmo é o principal distintivo da
sobre um elmo, ou que nenhum
21

nobreza, papel ocupado noutros


países pela coroa. O elmo pode
constituir uma peça móvel do
brasão, caso em que é
normalmente representado
cerrado e de perfil, devendo
indicar-se, ao brasonar, o seu
número, esmalte e posição; mas
a função essencial do elmo na
heráldica é figurar como ornato
exterior do escudo, colocado
sobre o seu bordo superior.

Quando o elmo tem a viseira


levantada, diz-se aberto e é
colocado a três quartos; com a
viseira descida chama-se
cerrado e põe-se de perfil.

Diz-se guarnecido de outro


esmalte o elmo que tem na
viseira e no seu bordo inferior
uma virola ou filete desse
esmalte.

Elmo guarnecido de ouro Armas de D. Manuel no Livro do


Armeiro-Mor (c. 1509). Note-se
que o elmo, que, corretamente, é
de ouro e coroado, deveria estar
Para a nobreza, o elmo deve de frente...
ser de prata. O elmo de ouro
deve ser posto de frente e o seu
uso compete apenas aos reis, Assim, na armaria portuguesa,
príncipes de sangue real e o elmo é quase sempre de prata,
duques soberanos. Embora em aberto, guarnecido de ouro. Era
alguns casos surjam elmos esta a regra para os nobres de
postos de frente em brasões de mais de três gerações; os recém-
22

nobilitados, até à terceira


geração, usavam elmo de prata,
cerrado, guarnecido de ouro.

O elmo pode ser coroado,


quer pela coroa real, quer por
coronéis de titulares; mas este
uso é raro na heráldica
portuguesa.
A coroa é um dos mais antigos
símbolos de soberania e
A posição normal do elmo é nobreza.
assente sobre o topo do
escudo, virado a três quartos
para a direita do mesmo. O
elmo de frente, como vimos, é
exclusivo do Rei; o elmo voltado
para a esquerda indica Coroa
normalmente bastardia, mas é de Real
uso raríssimo. Igualmente rara
hoje em dia, mas possível, é a
representação do elmo de perfil.

Quando o escudo estiver


Coroa de
colocado “ao ballon”, ou seja,
Duque
inclinado para a direita, o elmo
deve manter-se vertical e
assentar sobre o canto esquerdo
do escudo, aquele que fica
superior. O que nunca deve
acontecer, em termos de desenho
heráldico, é o elmo ficar suspenso Coroa de
no ar, “flutuando” sobre o escudo. Marquês

A heráldica francesa
estabeleceu regras
pormenorizadas para o desenho
dos elmos, atribuindo significados Coroa de
específicos à cor do forro, ao Conde
número de grades da viseira e
outras minúcias; mas tais regras
não são observadas em
Portugal.
23

Motivos antiguos realizados por


masonos operativos que aparecen en
edificio
Coroa de
Visconde
O si m bo l i sm o o cu p a um l u ga r
pri v i l eg i ado na t ra di çã o
M aç ô ni ca . Os Ma çon s s ã o o s
he rd ei ros d os a nt i go s
co nst r u to res d e ca te dr ai s e
ar qu i t et os qu e t ra n sl ad ar am o
Coroa de si gnif i c ado f í si c o de su a s
Barão f erram ent a s de t rab al h o
ut i l i zan d o-as ag or a os Ma ç o n s
es p ec ul at i v os com o
f erram ent a s si m ból i cas .

P ara t ra n sm i ti r os
Por Luís en si n a m en t os q u e d es t i na à
Belard da se us m e m br os , a Ma ç on a ri a
Fonseca1997 ut i li za sí m bol o s, sí m b ol os qu e
em pri m ei ra i n st a nci a s ã o
i m age ns ou em bl em as. N o
oc i de n t e t r adi c i on a l o em bl em a
se g ue r egr as v i st a s
an t eri orm e nt e e ch e g a a
c onst i t ui r um a c i ênc i a, a
ci enc i a d o br a s ão o u d o
es cu d o c h am a d a h e rá l di c a.
B a st a n t e tempo antes do
nascimento da Ma ç on a ri a
e s p e c u l at i v a n o s é c u l o X V I I , o s
Maçons operativos ou arquitetos
e x p r e s s a v am sua identidade
m e d i a nt e s e l o s e e sc u d o s .
Anagrama del histórico Grande Oriente
Español, 1889. Hoje unido a Grande Loja
da España.

Selo medieval templario.


24

A M a ç o n ar i a m od e r n a , esta Outro dado a ter em conta é a


tomado sua e m bl e m á t i c a p e c u l i ar i d a d e d o s d e s e n h o s . O s
s i m b ol o gi a d e a q u el a é p o c a . selos e desenhos heráldicos
M a ç ô n i c o s t o m a r am l i b er d a d e s
Um estudo sério sobre a q u e o s a f a s t o u d a s r e g r a s t í pi c a s
heráldica M a ç ô ni c a deveria d o d e s e n h o h e r ál d i c o or t o d o x o
c om e ç a r p o r u n e s t u d o d os a n t e r i o r m e n t e vi s t o . I s t o p o d e
e s c u d o s e s e l o s do s M a ç o n s d a s e r , p el a p e c u l i a r i d a d e d e s u a s
E s c ó ci a , I n g l a t e r r a , F r a n ç a e f i g ur a s o u s í m b ol o s e t a m b ém
E s p a n h a , p or e x e mp l o … p o r t r at a r - s e d e u m a d i s ci p l i n a
q u e p r o g r e di u em p a r a l e l o a
heráldica of i c i a l , perseguindo
f i n s d i f er e n t e s .

Veremos que na coleção de


escudos que a p r e s e n t am o s
e x i s t em al g u n s q ue s e m o s t r am
Selo Maçônico escocês c o nf o r m e a s r e gr a s h e r á l di c a s e
representado o pentagrama o u t r o s a s r e s p e i t am m u i t o p o u c o
o u i n cl u si v e d ã o as c o s t a s p o r
Da m e sm a m a ne i r a que a c om p l e t o a ci ê n ci a h e r á l d i c a
Maçonaria e s p ec u l a t i v a foi
p e n e t r a d a p o r co r r e nt e s t a i s
c om o ordens religiosas,
h e r m e t i s m o , m i st i ci s m o , v ar i as
f i l o s o f i a s , o r d e n s de c a v a l a r i a e
outras i nf l u e n c i a s , estas
correntes deixaram sinais na
s i m b ol o gi a M a ç ô ni c a .

Nos s el o s e es c u d o s m ai s
antigos que se e n c o n t r a r am
p e r t e n c e n t e s a M aç o n s a p a r e c em
f e r r a m e nt a s d e t r a ba l h o p r ó pr i a s
dos canteiros de obras. Os
e s c u d o s d e a r m as a p a r e c e r am n a
Europa no s é c ul o . XII. No
p r i n ci pi o e r am s i m p l e s m a r c a s d e
r e c o n h e c i m e n t o u t i l i za d a s p e l o s
c om b a t e nt e s p a r a i d e n t i f i c ar - s e
n o s c a m p o s d e b a t a l h a . M ai s
a d i a n t e s e c o n v er t er a m e m c or e s
d a f am í l i a e s e e s t e n d e r am à
C a v al a r i a e a N o b r e z a e t a m b ém Brazão Grande Loja Unida da
a outras c a t e go r i a s como Inglaterra
e c l e si á s t i c o s o u b u r g u e s e s e
inclusive a c om u n i d a d e s Vermelho claro e quarta porções de
religiosas e civis sendo
azul; entre três castelos prata, um
encontradas em vilas e
m u n i cí p i o s . compasso estendido, à esquerda,
uma cruz dividindo o espaço em
25

quartos, no primeiro quarto, um leão O Brasão do Supremo Conselho do


rompante, no segundo quarto, um grau 33, sobre o qual aparece um
touro em zibelina; no terceiro quarto, círculo branco radiante com um delta
um homem com as mãos elevadas, com o vértice para baixo e a cifra 33
vestido um roube e com manto em seu interior, encimando uma
carmesim forrado com arminho; e no Coroa sobre uma Água Bicéfala, de
quarto quarto uma águia: todos penas negras, com bico e garras
dentro de uma moldura guardada por douradas, carregando uma espada
oito leões. No cume, uma de ouro com a inscrição “Deus
representação de uma arca guardada Meunque Jus”
em cada lado por querubins, acima A Águia Bicéfala caracterizava aos
com o lema em caracteres hebreus Grandes Impérios desde o tempo dos
“Santidade ao Senhor”. O conjunto é hititas (século III a.C.). Por elevar-se
guardado por querubins em cada a grandes alturas, significa o poder
lado. de elevação do espírito. Sendo
bicéfala, lhe é permitido olhar o
. passado e o futuro, demonstrando
estar fora do espaço-tempo terreno.
O lema - 'AVDI VIDE TACE' traduzido Além disse, percebendo as ações
cometidas no passado, pode, pelos
significa 'OUVIR, VER E SER ensinamentos que isso lhe traz, evitar
SILENCIOSO' mostrado em letras a repetição de ações funestas no
futuro. A cor ouro do seu bico e das
douradas sobre uma fita azul. suas garras, elementos de defesa e
ataque, nos diz que detém o máximo
poder. E a cor negra das penas, a
O Brasão do Supremo Conselho do relaciona com o mundo das sombras,
Grau 33 com o inconsciente coletivo da
espécie e com o subconsciente de
cada um.
A espada de ouro,
carregando uma citação sobre a
Justiça, é atributo do seu poder e
representa o Verbo e a Justiça
Divina, respectivamente.
A Coroa ratifica a posse do
máximo poder.

O círculo radiante contendo


um triângulo com vértice para baixo
mostra que esse poder provém de
cima, do que lhe é Superior.
Por conseguinte, o Brasão do
Supremo Conselho demonstra que
aqueles que o detém exercem, por
delegação do G∴A∴D∴U∴, todo o
poder espiritual, capaz de manter a
26

Ordem e a Justiça, através das Leis Brasão do Rito Brasileiro


Divinas e da Sabedoria de sua
aplicação, para lograr a redenção da
Humanidade. Seus hierarcas devem
constituir, então, um Grupo de
Grandes Eleitos, Sacerdotes e
Cavaleiros, capazes de levar a cabo
o célebre aforismo da Taboa de
Esmeralda: “Como é em cima, é
embaixo”. Do seu empenho, estudo,
dedicação, sabedoria, conhecimento,
amor, fé e esperança, dependem a
consecução dos objetivos que
estabelecem seus Brasões.
Recordemos os juramentos
realizados e, abraçados ao nosso
Mestre Interior, saiamos a batalhar, O Brasão do Rito Brasileiro é
alegre e livremente, por Deus e nosso constituído de uma estrela de nove
direito, realizando a nossa sagrada pontas, resultante de três triângulos
missão e teremos cumprido com que dispostos em conjugação simétrica,
se nos é demandado. tendo ao centro o Cruzeiro do Sul. Tal
estrela está contida numa orla circular
Brasão do Rito Adonhiramita em cuja a parte superior aparece a
legenda Urbi et Orbi (para a Cidade e
para o Mundo) e, na parte inferior,
separada no equador pelo sol e pelo
crescente, a locução latina Homo
Homini Frater (O Homem é um Irmão
para o Homem), princípio formulado
em oposição ao famoso adágio
hobbesiano Homo Homini Lupus (
Homem é um lobo para o Homem).
Encimando o brasão, um timbre
constituído por dois ramos de oliveira
sustentando um capute formando
uma cercadura onde se lê: Rito
Brasileiro.

O brasão do Rito Adonhiramita é


composto de um resplendor dourado
representativo do sol no zênite; no
centro deste resplendor, a figura de
um cordeiro repousado sobre um livro
fechado e selado com sete selos.
27

Rito Moderno ou Francês Anderson de l723. Na época havia


grande paixão pelos altos graus,
surgindo a cada momento novos graus
e novos ritos, numa flagrante
indisciplina. Em virtude da pressão de
irmãos, o Grande Oriente de França se
viu compelido a procurar uma fórmula
para harmonizar as diferentes
doutrinas que vicejavam
desordenadamente num emaranhado
proliferar de altos graus, por influência
da Cavalaria, da nobreza e de
misticismos, que serviam a vaidade
dos que procuravam a Maçonaria,
desfigurando a Ordem. Assim, o
Grande Oriente de França nomeou
uma comissão de maçons de elevada
cultura para estudar todos os sistemas
existentes e elaborar um rito composto
do menor número possível de graus e
. Brasão encontrado em sites brasileiros que contivesse os ensinamentos
maçônicos.

Após três anos de estudos, a


comissão desistiu da empresa, mas
recomendou manter apenas os três
graus iniciais. O Grande Oriente
acatou as conclusões da comissão e
enviou circulares a todas as lojas da
obediência, aos 03 de Agosto de l777,
afirmando que só seriam
reconhecidos os três primeiros graus
Brasão encontrado em site português. simbólicos, o que causou uma grande
reação de alguns irmãos, porque o
O Rito Moderno ou Francês foi criado Rito de Perfeição ou de Heredon já
em Paris no ano de 1761, constituído contava com 25 graus. Em razão
aos 24 de dezembro de 1772 e, disso, em 1782, criou uma nova
finalmente, proclamado aos 09 de comissão, com o nome de Câmara
marco de l773, pelo Grande Oriente de dos Ritos, cujas conclusões foram
França, sendo Grão Mestre Luís Felipe acolhidas, e, em conseqüência, em
d'Orléans, Duque de Chartres, l786, nascia o Rito Francês ou
instalado solenemente aos 22 de Moderno de 7 grau.
outubro de 1773.

Na sua fundação, compunha-se


apenas dos três primeiros graus e
adotava as primeiras Constituições de
28

crescente à esquerda e uma


constelação de sete estrelas, à
direita, a legenda ∴OR∴
GR∴ ∴DO
BRASIL, com um conjunto de
esquadro e compasso, colocados na
posição do Grau de Aprendiz, entre
as palavras DO e BRASIL.

Os três rochedos simbolizam os três


graus simbólicos: Aprendiz, o menor,
Brasão do Grande Oriente do Brasil
Companheiro, o intermediário e
Mestre, o maior. As fortes ondas do
mar, batendo, principalmente, no
rochedo maior, representam os
vícios, os maus costumes
(ignorância, ambição e inveja), os
inimigos, que se levantam contra os
ditames da doutrina maçônica, que,
vigorosa e ereta, como os rochedos,
não se deixa abater. A Estrela
Selo do Grande Oriente do Brasil Flamejante que brilha sobre o
rochedo maior, como o Sol,
representa a Luz maçônica, é
O símbolo arquetípico do Grande símbolo da Maçonaria eterna, que
Oriente do Brasil – três rochedos, ilumina mentes e corações.
batidos por ondas violentas, tendo
acima do maior deles, uma Estrela A divisa NOVAE SED ANTIQVAE,

Flamejante – é contido numa orla nova, porém antiga, ou seja, sempre

circular, onde, na parte superior está atual, mas ligada às tradições – é

inscrita a divisa NOVAE SED redigida no latim clássico (Antiqvae,

ANTIQVAE e, na parte inferior, em vez de Antiquae), já que no

separada, no equador, por um alfabeto latino original, respeitado


29

pelo latim eclesiástico, não figuravam A Cor Púrpura do Rito Escocês


Antigo e Aceito1
as letras “U” e “J”.

A lua em quarto crescente, simboliza


o espírito evolutivo da Maçonaria (em
oposição ao quarto minguante, que
representa a involução). As estrelas
representam o cosmo, simbolizando o
caráter universal da Maçonaria. E o
conjunto de Esquadro e Compasso,
entrelaçados em posição do 1º grau,
é um símbolo universal da Maçonaria.

A legenda ∴OR∴
GR∴ ∴DO
BRASIL, afastando-se embora do A cor púrpura, principal do Rito
Escocês Antigo e Aceito, é uma
modelo original, apresenta-se mais
decorrência de suas origens mais
correta por não ensejar mistura de remotas, no século XVII, na França, e
da aristocratização que lhe foi
formas de abreviatura. Ou seria
imposta, a partir do segundo quartel
∴O∴
G∴ ∴DO BRASIL ou será do século XVIII, também na França.
Na realidade, os primeiros
∴OR∴
GR∴ ∴DO BRASIL. Prevalecendo agrupamentos maçônicos de feição
esta última inclusive por que moderna - dos maçons Aceitos - na
França, surgiram na esteira do
consagrada pelo uso. séquito dos Stuarts, a partir de 1649,
quando Henriqueta de França, viuva
do rei stuartista inglês Carlos I, que
Em documentos oficiais, o Selo deve
fora preso e decapitado após a vitória
ter 41 mm de diâmetro; em medalhas da revolução puritana de Oliver
Crommwell, aceitava, do Rei-Sol,
e impressos comuns, 33 mm e, em Luis XIV, asilo no castelo de Saint-
cartões de visita, 18 mm. Germain-en-Laye. E haveria um
sensível aumento desses
agrupamentos, a partir de 1688,
quando da segunda queda dos
Stuarts, com Jaime II, depois da
restauração de 1660; nessa segunda
queda, novamente, o asilo político
1
Por José Castellani
30

seria em Saint-Germain, concedido O que importa considerar, nesse


pelo mesmo Luís XIV. Os Stuarts, apanhado bastante superficial dos
que, a partir do século XIV, com Alan primórdios do Rito, são os dois dados
Fitzflaald, haviam ocupado os tronos principais: 1. o Rito nasceu no
da Escócia e da Inglaterra, eram reis catolicismo; 2. o Rito foi
católicos e os seus seguidores, os aristocratizado.
jacobitas, eram chamados de
“escoceses”, por sua feição O catolicismo possui cinco cores
partidária stuartista e não pela sua litúrgicas: branca, negra, verde,
origem nacional. roxa e vermelha. Destas, a mais
importante é a VERMELHA, que é a
Já com um grande contingente cor do sangue e o símbolo da efusão
maçônico desse sistema “escocês”, do sangue por amor; por isso é a cor
na França, um cavalheiro escocês, dos mártires da Igreja, usada durante
André Michel de Ramsay, que havia as celebrações em homenagem a
sido corrido da Escócia, por querer esses mártires. Alem disso, ela é a
implantar graus cavalheirescos na cor que distingue a alta dignidade
Maçonaria, produziu um discurso, em cardinalícia; os cardeais, que, na
1737, onde ele pretendia demonstrar hierarquia mundana, correspondem
o seu agradecimento, por ter passado aos príncipes, usam o chapéu --- ou
de plebeu a nobre, depois de se solidéo --- vermelho e a faixa
tornar cavaleiro da Ordem de S. vermelha, como sinal de sua
Lázaro. E nesse discurso --- que não distinção.
lhe foi possível pronunciar, por
proibição do cardeal Fleury, mas que E a cor da nobreza, da realeza,
foi publicado no ano seguinte --- ele também é a vermelha. Todos os
procura ligar as origens da Franco- antigos reinantes, ao assumir o trono,
Maçonaria aos reis e príncipes das recebiam, sobre os ombros, um
Cruzadas. Embora isso fosse apenas manto vermelho; famosa é a
uma fantasia, o certo é que renderia púrpura imperial, com que os
frutos duradouros, a partir de 1758, imperadores romanos - os Césares -
quando foi fundado, em Paris, o eram revestidos, quando de sua
Conselho dos Imperadores do ascensão ao trono imperial. A própria
Oriente e do Ocidente, ou púrpura cardinalícia, já referida, é
Soberana Loja Escocesa de S. um sinal de nobreza dos príncipes
João de Jerusalem. A partir desse da Igreja.
momento, o sistema se tornava
aristocratizado --- como Rito de Estabelecida a origem da cor
Héredom --- ganhando a América do vermelha no Rito Escocês Antigo e
Norte, onde teria a sua roupagem Aceito, podemos, então, lançar os
definitiva , a partir de 31 de maio de olhos sobre as instruções e
1801, com a fundação, em resoluções do rito, antigas e
Charleston --- por onde passa o modernas:
paralelo 33 da Terra --- na Carolina
do Sul, do primeiro Supremo Havendo necessidade, na segunda
Conselho do Rito Escocês dos metade do século XIX, de tomar
Maçons Antigos e Aceitos. algumas medidas que tornassem
31

consensual a prática do Rito Escocês Mas, alem disso, aí estão


Antigo e Aceito, inclusive no que se rituais e instruções anteriores e
referia à cor do rito e aos aventais, posteriores à Convenção de
embora estes, em todas as Lausanne, mostrando qual é, na
instruções anteriores, fossem realidade a cor do Rito. Para ficar só
orlados de vermelho, realizou-se nos nacionais, podemos citar os
em Lausanne, em 1875, um seguintes trechos, de publicações
Congresso de Supremos Conselhos, anteriores a 1875:
que, em relação, especificamente, ao
tema em pauta, resolveu: “As paredes do templo, cortinas,
mesas, docel, etc., são forradas de
1. O avental terá dimensão variável encarnado no rito escossês e de
de 30/35 cm. por 40/45 cm. ; azul nos ritos moderno e adoniramita;
nestes dos últimos, os galões e
2. O avental do Aprendiz Maçom é franjas dos paramentos devem ser de
branco, de pele de carneiro, com prata ou de fazenda de cor branca, e
abeta triangular levantada e sem no primeiro, de ouro” (Guia dos
nenhum enfeite; Maçons Escossezes, ou
Reguladores dos Tres Graus
3. O avental do Companheiro Simbolicos do Rito Antigo e
Maçom é branco, com a abeta Aceito, do Grande Oriente Brazileiro
triangular abaixada, podendo ter uma - Rio de Janeiro - 1834 - página 46) --
orla vermelha; - os grifos são meus.

4. O avental do Mestre Maçom é “Grau 3o. - Fita azul orlada de


branco, com a abeta triangular escarlate a tiracollo da esquerda
abaixada, orlado e forrado de para a direita, suspensa em baixo a
vermelho, tendo, no meio, também jóia, que é um esquadro e um
em vermelho, as letras M e B; compasso de ouro entrelaçados. A
jóia pode ser cravejada de pedras.
5. O avental é o símbolo do Avental branco de pele forrado e
trabalho e lembra, ao obreiro, que ele orlado de escarlate, com uma
deve ter uma vida laboriosa; algibeira abaixo da abeta, sobre a
qual estão bordadas as letras M.:
6. A cor do Rito Escocês Antigo e B.:” (no mesmo Guia dos Maçons
Aceito é a vermelha. Escoceses, capítulo referente a
insígnias e jóias - página 49) --- os
grifos são meus.
Alguns autores questionam as
resoluções de Lausanne, porque este
“O encarnado é o característico
Congresso reuniu poucos
do escocesismo” (Regulador Geral
participantes. Ora, como em qualquer
do Rito Escocês Antigo e Aceito
sociedade, os ausentes, que deixam
para o Império do Brasil - Rio de
de atender ao chamamento, devem
Janeiro - 1857 - pág. 46) --- os grifos
aceitar o que os presentes decidirem.
são meus. O mesmo regulador, na
mesma página, para estabelecer as
32

diferenças com os outros dois ritos a qual estão bordadas as letras M.:
então praticados no país, Moderno e B.: (Regulamento Geral da Ordem
Adoniramita, , destaca que, para Maçônica no Brasil - Rio de Janeiro
esses ritos “o azul é o característico, - 1902 - pag. 165, no capítulo que
razão porque são estes dos ritos trata das insígnias e jóias do REAA) -
chamados azuis” (os grifos são -- os grifos são meus.
meus). “A Loja é decorada com
estofo ou tapeçaria encarnada”
(Manual Maçonico ou Cobridor dos
Ritos Escoces Antigo e Aceito e No caso específico do Brasil, o
Francês ou Moderno - 4a. ed. - Rio que se vê, hoje, dia, é a fuga às
de Janeiro - 1875 - pág. 1) --- os tradições e às origens do Rito
grifos são meus. Escocês, com a padronização de
todos os paramentos de acordo com
“No Oriente há um dossel de estofo o Rito de York. Sim, pois aventais de
encarnado com franjas de ouro” orla azul, com roseta --- e de orla
(no mesmo Manual Maçônico - pág. azul, com bolinhas de prata e níveis
2) --- os grifos são meus. “Avental de metal para o Venerável Mestre ---
branco, forrado e orlado de são paramentos do Rito de York
encarnado, com uma algibeira por (Emulation)! Como isso surgiu, já foi
baixo da abeta. No meio do avental exaustivamente explicado, em outras
estão pintadas ou bordadas em ocasiões.
encarnado as letras M.: B.: (no
mesmo Manual Maçônico - pág. 11) E a coisa chegou ao ponto de
--- os grifos são meus. gerar situações absurdas, para não
dizer ridículas, como a que me foi
Como se pode ver, portanto, o narrada por um querido amigo de
Congresso de Lausanne não fixou Brasília: um candidato, funcionário do
novas regras; ele, apenas, Ministério do Trabalho, foi iniciado e,
regulamentou os costumes já logo depois, teve que cumprir missão
vigentes, desde os primórdios do na Itália, onde deveria permanecer,
rito. pelo menos, um ano, o que fez com
que sua Loja autorizasse suas
Posterior a 1875, pode-se citar, pelo elevações em uma co-irmã italiana,
menos, uma publicação brasileira, também do Rito Escocês. Pois
que confirma a resolução de bem, cerca de dois anos depois, o
Lausanne: obreiro retornou, já colado no grau de
Mestre e com o seu avental de orla
vermelha; com ele se apresentou em
“Fita azul, orlada de escarlate, a reunião de sua Loja e foi impedido
tiracolo da esquerda para a direita, de ingressar. Ou seja: o único que
suspensa em baixo a jóia, que é um estava com paramentos escoceses
compasso e um esquadro de ouro corretos, foi impedido de ingressar
entrelaçados. Avental branco de pele, em Loja escocesa, por um bando de
forrado e orlado de escarlate com obreiros com paramentos do Rito
uma algibeira abaixo da abeta, sobre de York!
33

E mais dois casos podem ser Conselho da Maçonaria


citados, não absurdos como o Portuguesa, ambos reconhecidos
primeiro, mas esclarecedores. O mundialmente, na época. Nesse
primeiro: fazendo palestra em ritual, à página 10, pode-se ler:
Santana do Livramento (RS), na
fronteira com o Uruguai, em 1989, INSÍGNIAS - 1o. - Avental
constatei a presença --- e chamei a branco orlado de carmezim, tendo
atenção para isso --- de diversos bordadas no meio as letras M.: B.:,
obreiros de Rivera, da Grande Loja também da mesma côr. --- 2o. -
do Uruguai, com seus paramentos Banda de “moiré” azul orlada de
de orla vermelha. O segundo: carmezim, lançada do ombro
falando em Londrina (PR), em 1991, direito para o flanco esquerdo,
em sessão não litúrgica (sem tendo na parte inferior uma roseta
paramentos), sobre a cor dos vermelha, da qual pende a jóia
aventais e templos escoceses, fui formada por um compasso aberto
interrompido por um Irmão do 45 graus, cruzado com um
Equador, recém chegado, o qual me esquadro. A jóia também pode ser
perguntava, diante disso, qual era a um triplo triângulo coroado.
cor usada no Brasil, no Rito Escocês;
quando lhe disse que era a azul, ele Além disso, Oliveira Marques,
reagiu com um riso de mofa, que um dos maiores historiadores da
valeu por mil palavras, e, puxando Maçonaria, não só de Portugal, como
uma maleta, de lá tirou --- e mostrou - de toda a Europa, publicou, em 1986,
-- o seu avental de orla vermelha. uma obra intitulada “Figurinos
Maçônicos Oitocentistas – um guia
Apesar de todos esses rituais de 1841-1841”, com base em guias
já terem sido mostrados e publicados maçônicas encontradas no Arquivo
diversas vezes, sempre existem os Nacional da Torre do Tombo, junto
que não pesquisam, não estudam, com um texto de um decreto
não procuram, mas “acham”. Apenas regulamentar de 15 artigos, com a
“acham” que a cor do rito deve ser a chancela do Supremo Conselho de
azul e ainda inventam que a cor Portugal, datado do “25º dia da lua de
vermelha foi uma criação brasileira Sivan, do ano da Grande Luz de
do século passado, atribuindo-a a 5842” (25 de maio de 1842). A obra,
Cairu (Henrique Valladares), que só que mostra os paramentos dos 33
pontificou na Maçonaria nacional no graus, com as roupas da moda, na
fim do século XIX, muito depois dos época, exibe, no desenho
rituais de 1834, 1857 e 1875. Para correspondente ao grau de Mestre, o
esses, nada melhor do que “matar a avental de orla vermelha, com as
cobra e mostrar o pau”, pois, em letras M e B.
termos de rituais ESTRANGEIROS,
podem ser citados vários: 2. Ritual do Grau de Aprendiz
Maçom do REAA (não do
1. Ritual do Grau de Mestre Retificado), editado em 1971, pela
Maçom, editado em 1912, em Grande Loja Nacional Francesa,
Lisboa, pelo Grande Oriente que é a única Obediência francesa
Lusitano Unido e pelo Supremo
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reconhecida em todo o mundo,


inclusive, evidentemente, pela
G.L.Unida da Inglaterra e pelas Ou seja: “O avental de pele
Grandes Lojas norte-americanas. branca deve ter uma largura de 35 a
Nesse ritual, impresso à rua Christine 40 cm., por 30 a 35 de altura, unido a
de Pisan, 12, em Paris, pode-se ler, á uma cinta também branca, no
página 1 --- Decoration de la Loge -- primeiro grau. Uma orla de fita
- o seguinte: vermelha de 3 a 4 cm dá, ao avental
do 2º grau, o significado do zelo e
“La tenture des parois doit être constância com que o maçom
en principe rouge”. O que significa: prossegue no caminho do seu
aperfeiçoamento; e a mesma orla de
“A tapeçaria (estofo, forro) das fita vermelha, com as iniciais M.B.,
paredes deve ser principalmente constituirá o do Mestre”.
vermelha”.
Nota-se, que, para essa
Mais adiante, na mesma página, Grande Loja, como para algumas
quando aborda o trono e o altar, o outras, até o avental de Companheiro
ritual especifica: tem a orla vermelha. O Ir.: Léon
Zeldiz, atual Sob.: Gr.: Com.: do
“Au-dessus du trône est un dais Supremo Conselho do REAA do
rouge avec franges en or”. O que Estado de Israel, sabe disso, porque
significa: foi iniciado no Chile. E, em carta a
mim, na minha qualidade de Grande
“Acima do trono há um dossel Representante (Garante de Amizade)
vermelho com franjas douradas. da Grande Loja do Estado de Israel,
dizia que concordava comigo,
3. A Grande Loja do Chile, inteiramente, que a cor do REAA é a
em seus Cuadernos Docentes, vermelha. E me explicava que a
Primer Grado, edição de 1992, às situação de Israel era sui-generis,
páginas 50 e 51, do capítulo “El porque, criada pela G.: L.: Unida da
Mandil”, afirma: Inglaterra e trabalhando só no rito
azul de York, foi um custo fazer ela
“El mandil de piel blanca debe aceitar as três Lojas do REAA; se
tener um ancho de 35 a 40 fosse colocada também a cor
centimetros, por 30 a 35 de altura, vermelha, seria provocar demais, já
unido a una cinta también blanca, en que a GLUI não aceita o REAA.
el primer grado. Una orla de cinta roja Então, em Israel, como no Brasil, o
de 3 a 4 centimetros da al mandil de rito ficou azulado. Só que lá foi por
2º grado el significado del celo y questão de sobrevivência. E aqui?
constancia com que el masón
prosiegue la senda de su 4. A Grande Loja da
perfeccionamento; y la misma orla y Venezuela, em seu ritual do grau de
cinta roja con las iniciales M.B., Aprendiz do REAA, 15a. edição –
constituirá el de Maestro”. 1978 (lá não se muda o ritual “n”
35

vezes, como aqui), afirma, à página


5, em Decoracion de la Logia:
“Grembiale bianco foderato e
“Paredes tapizadas, colgadas orlato di rosso. Nel mezzo vi sono le
o pintadas de rojo. (...) Al Este hay un lettere M.B. . Il gioiello è un triplice
dosel de cualquier genero encarnado triangolo coronato, attaccato al
com flecos de oro; debajo, el trono Cordone bleu con una rosetta rossa”.
donde se coloca el Presidente;
delante del trono un altar en que se Ou seja: “Avental branco
pone una escuadra, un compás, la forrado e orlado de vermelho. No
Constitción masónica, una Biblia, una centro estão as letras M.B. . A jóia é
espada” um tríplice triângulo coroado, atado
ao Cordão azul por uma roseta
Ou seja: “Paredes atapetadas, vermelha”
forradas, ou pintadas de vermelho.
(...) No Oriente há um dossel ,de Esse é o uso, antigo, em
qualquer gênero, vermelho, com Obediências regulares e
franjas douradas; sob ele, o trono, reconhecidas.
onde se coloca o presidente; diante
do trono um altar com um esquadro,
um compasso, a Constituição
maçônica, a Bíblia e uma espada”. Referencias bibliograficas

5. E, para finalizar, outra http://www.francmasoneria.org.es/herl


instrução européia, em obra amas.html
aprovada pelo Supremo Consiglio
del 33.: per l’Italia, reconhecido http://www.armorial.net/
pelos demais Supremos
Conselhos do mundo. Trata-se do http://www.sc33.org.br/
livro “GLI EMBLEMI ARALDICI
DELLA MASSONERIA DI RITO http://www.masonic.com.br/brasao/ad
SCOZZESE ANTICO ED onhiramita.htm
ACCETTATO” (Os Emblemas
Heráldicos da Maçonaria do Rito http://www.masonic.com.br/brasao/br
Escocês Antigo e Aceito), editado em asileiro.htm
1988, por Convivio-Nardini Editore,
de Firenze, e que traz o timbre do http://www.maconariaportugal.com/rit
Supremo Conselho da Itália, para os/r-frances
mostrar a procedência oficial. Pois,
neste livro, sobre emblemas http://www.masonic.com.br/brasao/go
heráldicos dos 33 graus escoceses, b.htm
há uma parte complementar que
descreve os paramentos e jóias de http://www.estrelademorretes.com/co
cada grau. E, no de Mestre Maçom nteudo/artigo.doc
(Maestro Massone), há a seguinte
descrição: O semanário digital FOLHA MAÇÔNICA, gratuitamente distribuído
pela web desde 2005, não é subserviente a nenhum credo e/ou potência.
BLOG: http://www.folhamaconika.blogspot.com/
Ponto cultural maçônico em:
http://SITIO-FOLHA-MACONICA.4shared.com/, de onde
podem ser adquiridos mais de 1.200 (08/10) de títulos
sobre a Ordem e correlatos.

Aquilino R. Leal Ø agosto/2010 Ø Minas Gerais Ø Brasil

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