Elementos Ligados Desenvovimento Cognitivo Do Aluno

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO A DISTANCIA

Curso de Licenciatura em ensino de Biologia


Disciplina: Estatística

Tema: 1º Trabalho do Campo

Discente: Código:
Maria Cornélio Matsinhe 708225545

Maputo, Outubro de 2022


Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos .................................................................................................................. 2

1.1.1 Geral ......................................................................................................................... 2

1.1.2 Especificos ............................................................................................................... 2

1.2 Metodologia ................................................................................................................ 3

2. Elementos ligados desenvovimento cognitivo do Aluno .............................................. 4

2.1 Elementos ligados a heriditariedade no desenvovimento cognitivo do Aluno ........... 4

2.1.1 Fases do Desenvolvimento segundo Piaget ............................................................ 6

2.1.1.1 Estágio sensório motor do nascimento aos 2 anos de idade ................................. 6

2.1.1.2 Estágio pré-operatório, entre 2 e 7 anos de idade ................................................. 6

2.1.1.3 Terceiro estágio, operatório concreto, de 7 a 11 anos........................................... 7

2.1.1.4 Estágio operatório formal, a partir dos 12 anos de idade ...................................... 7

2.1.2 Hereditariedades e ambiente: redefinindo a relação Desenvolvimento e aprendizagem 8

2.1.3. Elemento Sociointeracionista de Vygotsky ............................................................ 8

3. Conclusão.................................................................................................................... 11

Referencia Bibliograficas................................................................................................ 12
1. Introdução

A presente pesquisa, com o tema, os princípios psicológicos ligados a evolução do


desenvolvimento psíquico do aluno tem como finalidade descrever os princípios de
desenvolvimento do aluno.

A Psicologia do Desenvolvimento é o campo de conhecimento que estuda as constâncias e as


variações pelas quais os indivíduos passam no decorrer da vida, abordando o desenvolvimento das
diversas funções psíquicas que integram a mente, as emoções, as relações interpessoais, entre
outros (GOULART, 2008).

A especificidade da psicologia do de-senvolvimento humano está em investigar os fatores externos


e internos que con-tribuem para as mudanças no comportamento em períodos de transição rápida.
O estudo do desenvolvimento hu-mano é uma condição para tentar responder condutas e
comportamentos das diversas fases do desenvolvimento. Assim, podemos definir o
desenvolvimento como um processo contínuo e ininterrupto em que os aspectos biológicos, físicos,
sociais e culturais se ligam, se influenciam e produzem indivíduos com modos de pensar, sentir e
agir diferentes uns dos outros. Dessa forma, a Psicologia do Desenvolvimento pode ser definida
como a área que estuda o desenvolvimento humano em todos os seus aspectos: físico-motor,
intelectual, afetivo-emocional e social, compreendendo desde o nascimento até o fim da vida
(GOULART, 2008).

Para facilitar a aprendizagem, dividimos este capítulo em dois momentos: o primeiro trata de uma
forma geral sobre o desenvolvimento humano e os prin-cipais aspectos que interagem e
influenciam o desenvolver de cada sujeito, e no segundo momento apresentamos as diferentes
fases do desenvolvimento humano dando ênfase à infância e à adolescência (idem).

O ser humano é um ser de relações. Como vimos nos tópicos anteriores, desde o nascimento a
pessoa estabelece relações afetivas e sociais, inicialmente para sua sobrevivência, depois para
interagir socialmente, desenvolver sua aprendizagem, construir-se um sujeito capaz de ser, estar,
produzir, desenvolver-se no contexto social, histórico e cultural em que habita.Desse modo, o ser

1
humano busca permanentemente estabelecer relações nos diversos espaços em que transita. E a
escola é um espaço singular de construção de relações, desenvolvimento e aprendizagem (Ibidem).

Entende-se por educação o processo pelo qual um indivíduo é introduzido na sociedade. A


constituição do sujeito a partir da matriz social tem um marco no trabalho pioneiro de Émile
Durkheim dentro da Sociologia e pode ser encontrada em autores com os quais vamos tratar
adiante, entre eles Vygotsky, Moreno e Bronfrenbrenner. Ao nascer, a criança humana está
inteiramente vulnerável e de modo extremo, se comparado aos outros animais, por isto é
dependente dos cuidados dos seus semelhantes. Esse cuidado proporciona a oportunidade para o
desenvolvimento de características marcantes nos seres humanos. Nesse processo de socialização,
a educação contribui para que o indivíduo se constitua como membro de um determinado grupo,
de uma sociedade em particular, para que se aproprie e adquira as principais características deste
grupo (Idem).

A presente pesquisa esta estruturada em três (3) partes. A primeira é mesmo introdutório e procura
dar a contextualização panorâmica do tema, define os objectivos e a organização do trabalho e
metodologia. A segunda parte dedicou-se a fundamentação teórica, que se materializou
fundamentalmente numa descrição de todos os elementos que constituem os princípios
psicológicos ligados a evolução do desenvolvimento psíquico do aluno. A ultima parte apresentou
as ultimas considerações a luz dos resultados encontrados.

1.1. Objectivos

1.1.1 Geral
Compreender os principios psicologicos do desenvolvimento cognitivo do aluno

1.1.2 Especificos

 Caracterizar os principios psicologicos do desenvolvimento cognitivo do aluno;


 Descrever as fases do desenvolvimento cognitivo de cada principio;

2
 Compreender os principios psicologicos do desenvolvimento cognitivo do aluno.

1.2 Metodologia

O subititulo da metodologia fez uma descrição dos principais procedimentos usados para a
materialização da pesquisa em torno dos elementos que caracterizam os os elementos que
constituem a questão do género e o seu impacto no desenvolvimento comunitario. O trabalho o
usou um conjunto de abordagens e técnicas com o objectivo de formular e resolver problemas de
aquisição objectiva do conhecimento, de uma maneira sistemática dos elementos relacionados com
Compreender os princípios psicológicos ligados a evolução do desenvolvimento psíquico do
aluno.

A pesquiza adoptou uma abordagem qualitativa, esta técnica mostra-se adequada para colher
opiniões, factos, sentimentos, sensibilidade e emoções bem detalhadas sobre os os elementos
relacionados com a questão dos princípios psicológicos ligados a evolução do desenvolvimento
psíquico do aluno.

Segundo Lakatos e Marconi (2001, p.22) ʺa abordagem qualitativa além de ser uma opção da
investigadora, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a natureza de um
fenómeno social, para além de permitir descrever a complexidade do problema, analisar a
interacção das variáveis, compreender e clarificar processos dinâmicos vividos por grupos sociaisʺ.

O autor acima supracitado defende que análise de conteúdos na base da qualificação contribuem
para a interpretação de questões abertas ou textos, a partir da descrição objectiva, sistemática e
quantitativa do seu conteúdo, posteriormente são apresentados as conclusões de cruzamento dos
dados levantados e discutidos ao longo da pesquisa, de modo a oferecer resultados empíricos e
teóricos no âmbito dos elementos relacionados com a questão dos princípios psicológicos ligados
a evolução do desenvolvimento psíquico do aluno.

A pesquisa adoptaou uma pesquisa explicativa, segundo Menezes e Silva (2001:22) a pesquisa
explicativa tem como objectivo básico a identificação dos factores que determinam ou que

3
contribuem para a ocorrência de um fenómeno. É o tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, pois tenta explicar a razão e as relações de causa e efeito dos
fenómenos. A pesquisa explicativa é pertinente porque nos possibilitou aprofundar conhecimentos
da realidade sobre a questão dos princípios psicológicos ligados a evolução do desenvolvimento
psíquico do aluno.

A pesquisa sobre a questão do género e o seu impacto no desenvolvimento comunitario usou como
técnica a revisão bibliográfica que consistiu fundamentalmente na recolha e análise da literatura
que aborda questões relacionados com a questão do género e o seu papel no desenvolvimento
sustentavel das comunidades rurais em moçambique.

Segundo Lakatos e Marconi (2001:23), a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no


facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar directamente.

2. Elementos ligados desenvovimento cognitivo do Aluno


Para a presente pesquisa descreveu-se 3 Elementos que acreditamos que sejam importantes para a
caracterizacao do desenvolvimento cognitivo do aluno a destaar:

 Elementos ligados a heriditariedade no desenvovimento cognitivo do Aluno na visão de


Piaget;
 Elemento de Heredeeriedade e Ambiental;
 Elemento Sociointeracionista de vygostky.

2.1 Elementos ligados a hereditariedade no desenvolvimento cognitivo do Aluno

O conhecimento não pode ser concebido como algo inato, tampouco como resultado do simples
registro de percepções e informações. Mas é o resultado das ações e interações do sujeito com o
ambiente onde vive. Embora o funcionamento da inteligência seja herdado, as estruturas da mente
vão sendo construídas a partir da organização sucessiva das ações do sujeito sobre os objetos.
Sendo o conhecimento resultado da interação do sujeito com o objeto, por meio da ação que realiza

4
sobre ele, o sujeito conhece-o, transforma-o, compreendendo o processo dessa transformação, e
como resultado, entendendo como o objeto foi construído (GOULART, 2008).
Nisso reside um dos conceitos da teoria piagetiana: a hereditariedade. Tal conceito diz que o sujeito
herda estruturas biológicas que predispõem o aparecimento de estruturas mentais. Mas, o
surgimento das estruturas mentais necessita da interação do sujeito com o ambiente, tanto nos
aspectos físicos como nos sociais. O aspecto físico proporciona à criança a possibilidade de
manipulação dos objetos, exploração de lugares, observação de fenômenos que ocorrem na
natureza, entre outros. Socialmente, a criança tem a oportunidade de interagir com seus pares,
adquirindo e desenvolvendo competências indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento
(GOULART, 2008).

Para Piaget, a lógica do desenvolvimento é a busca do equilíbrio que ocorre por meio de
mecanismos de adaptação do indivíduo ao meio. Assimilação e acomodação são processos
complementares, diretamente ligados ao processo de adaptação. No processo de assimilação,
elementos do meio são incorporados à estrutura cognitiva do sujeito. Na acomodação, há uma
modificação nas estruturas do sujeito para que se adapte às modificações do meio (PIOVESAN,
2018).

O desenvolvimento cognitivo constitui um processo de sucessivas mudanças nas estruturas


cognitivas, de construção e reconstrução contínuas de esquemas prévios, os quais, aos poucos,
transformam bases inatas e reflexas em representações mentais, conduzindo ao equilíbrio. O
equilíbrio entre os dois processos possibilita uma adaptação cada vez mais adequada do sujeito ao
mundo e, consequentemente, sua organização mental (PIOVESAN, 2018).

Todavia, quando este equilíbrio é rompido por experiências ainda não assimiladas, a mente se
reorganiza para construir novos esquemas de assimilação e novamente atingir o equilíbrio. Este
processo de reequilíbrio é denominado equilibração majorante e é o responsável pelo
desenvolvimento mental do sujeito. A partir da abordagem piagetiana, é fundamental provocar o
desequilíbrio na mente da criança para que ela, ao buscar o reequilíbrio, se reorganize
cognitivamente e consiga aprender. Ou seja, quando o equilíbrio é desestabilizado a criança tem a

5
oportunidade de crescer e se desenvolver. Sob esta ótica, é imprescindível que o professor desafie
o aluno, provocando constante desequilíbrio em seus esquemas mentais (AUSUBEL, 2012).

2.1.1 Fases do Desenvolvimento segundo Piaget

Piaget sistematiza que o desenvolvimento cognitivo é marcado por períodos com características
bem definidas, as quais expõem uma estrutura qualitativamente diferente da que a precedera e das
que a sucederão, e, concomitantemente, preparam o indivíduo para o estágio seguinte (AUSUBEL,
2012).

Ao dividir o desenvolvimento da criança em estágios, Piaget buscou explicar as principais


características de cada etapa, ressaltando que habilidades adquiridasem estágios anteriores são
essenciais para o domínio de estágios posteriores. Assim, os estágios representam o
desenvolvimento da inteligência, que não ocorre de forma linear, nem por acúmulo de
informações. Ele se dá por saltos, por rupturas, modificando-se com as experiências (Idem).

2.1.1.1 Estágio sensório motor do nascimento aos 2 anos de idade

Período em que os actos inteligentes da criança compreendem as ações motoras como resposta aos
diversos estímulos que afetam os seus sentidos. A partir da inteligência prática, dos reflexos
neurológicos básicos a criança inicia a construção de esquemas de acção para a assimilação do
meio. Porém, ainda não dispõe de uma estrutura representativa que permita internalizar os objetos
de modo que possa agir apenas no plano mental. Por meio da imitação a criança realiza diferentes
experiências e aprende, mas é indispensável a presença do objeto, visto que ele é próprio modelo
de imitação. Culmina com o aparecimento da linguagem (AUSUBEL, 2012).

2.1.1.2 Estágio pré-operatório, entre 2 e 7 anos de idade

Ocorre a transição entre a inteligência sensório-motora e a inteligência simbólica. A função


simbólica na criança é responsável pela capacidade de substituição do objeto por sua

6
representação, possibilitando-lhe tratar os objetos como símbolos. Esta capacidade possibilita
aquisição dos significados sociais, presentes no contexto em que ela vive, criando as condições
para a aquisição e desenvolvimento da linguagem (Idem).

Ao final deste estágio, o pensamento da criança começa a assumir a forma de operações concretas,
quando surgem as noções temporais, espaciais, de velocida de e ordem. A criança já tem condições
de compreender o ponto de vista da outra pessoa e de conceituar algumas relações. Nessa fase, são
constituídas as bases para o pensamento lógico característico do final do desenvolvimento
cognitivo (AUSUBEL, 2012).

2.1.1.3 Terceiro estágio, operatório concreto, de 7 a 11 anos

a criança é capaz de realizar operações a partir de materiais concretos, desenvolve noções espaciais
e a capacidade de raciocinar o mundo de maneira mais lógica e adulta. Adquire a reversibilidade
lógica, que configura uma propriedade das ações da criança auxiliando na construção das noções
de conservação de comprimento, distâncias, quantidades discretas e contínuas e quantidades
físicas. Também desenvolve a capacidade de aplicar um mesmo tipo de pensamento em situações-
problema diferentes.
De acordo com Papalia e Olds (2000), crianças na faixa etária das operações concretas tendem a
ser menos egocêntricas e mais eficientes em tarefas que demandam raciocínio lógico, como
relações espaciais, causalidade, categorização, raciocínio indutivo e dedutivo e conservação. E é
isso que diferencia a criança em idade escolar de crianças menores (AUSUBEL, 2012).

2.1.1.4 Estágio operatório formal, a partir dos 12 anos de idade

a criança consegue pensar de forma abstrata e hipotética, é capaz de estabelecer relações possíveis
respeitando determinada lógica, testa hipóteses em busca de solução para problemas. Atinge um
nível mais elevado de desenvolvimento, podendo resolver situações através do raciocínio lógico e
explicar fatos observáveis utilizando-se de suposições. Neste estágio o indivíduo inicia sua
transição para o

7
2.1.2 Hereditariedades e ambiente: redefinindo a relação Desenvolvimento e aprendizagem

O estudo sobre a psique humana tem constantemente enfrentado a seguinte questão: se este ou
aquele traço de personalidade deve-se à hereditariedade e à constituição, ou seja, à carga genética
do indivíduo, ou ao ambiente, ou melhor, à experiência e à aprendizagem do indivíduo na interação
com o seu meio social e cultural.

Assim, as ações, o comportamento humano, enfim, as diferenças individuais são atribuídos ora à
hereditariedade, ora aos fatores externos. No primeiro caso, aparecem relacionados ao
comportamento familiar. Portanto, se a criança é agitada ou calma, esperta ou “desligada”, se gosta
de estudar ou não, de comer ou não, se demora a dormir ou se acorda cedo, diz-se que se parece
com o pai, o avô, a tia etc., quando tinham a mesma idade que a da criança em questão.

No segundo caso, esses comportamentos são atribuídos a fatores, tais como, o excesso ou a falta
de limites pelos pais na criação da criança, desde quando pequena. Assim, aos comportamentos
acima descritos reage-se com observações como a mãe é boazinha demais ou o pai é muito severo,
ou ainda “a escola não consegue controlar os seus alunos, entre outras.

Se, por um lado, atribuirmos à hereditariedade ou à constituição o determinante decisivo sobre o


comportamento humano, estamos afirmando que o comportamento irá se manter através do tempo
e que a experiência do indivíduo em pouco ou nada pode contribuir para modificar o
comportamento, uma vez que os aspectos inatos já estão postos na vida de uma pessoa e irão
predispô-la para esta ou aquela forma de agir.

Por outro lado, aqueles que atribuem à experiência e à aprendizagem o fator determinante sobre o
comportamento têm como vantagem poder explicar como o comportamento se modifica com o
passar do tempo. Essa perspectiva favorece o estudo processual do desenvolvimento do
comportamento de indivíduos submetidos a essa ou àquela situação de aprendizagem, ou seja,
como um e outro comportamento pode vir a ser aprendido e como fazer para modificá-lo.

2.1.3. Elemento Sociointeracionista de Vygotsky

8
As formulações de Vygotsky possibilitaram uma maior compreensão do pensamento enquanto
função cerebral, valorizando o processo de apropriação dos saberes culturais pelas crianças. Seus
estudos remetem à discussão das relações entre pensamento e linguagem, à questão da mediação
cultural no processo de construção de significados por parte do indivíduo, ao processo de
internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimentos, exercendo forte influência
em pesquisas sobre a linguagem, a mente, a cognição, a cultura e o pensamento humano
(PIOVESAN, 2018).

Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio da interação do sujeito com o meio
social. Assim, o homem é um ser ativo, histórico e social que através de interações constrói e
modifica o ambiente. Em Vygotsky, a cultura torna-se parte da natureza humana num processo
histórico que, ao longo do desenvolvimento da espécie e do indivíduo, molda o funcionamento
psicológico do homem (PIOVESAN, 2018).

No decorrer deste processo, o homem também forma sua personalidade. “As funções psicológicas
superiores do ser humano surgem da interação dos fatores biológicos, que são parte da constituição
física do Homo sapiens, com fatores culturais que evoluíram através de dezenas de milhares de
anos de história humana (PIOVESAN, 2018).

As formulações de Vygotsky permitem observar a existência de duas características diferentes na


educação formal: a sistematização dos conhecimentos e a interação com os pares. Nesse aspecto,
um dos grandes legados de Vygotsky para a educação está nos conceitos de Zona de
Desenvolvimento Real, Zona de Desenvolvimento Proximal e Zona de Desenvolvimento
Potencial (PIOVESAN, 2018).

A Zona de Desenvolvimento Real refere-se ao “nível de desenvolvimento das funções mentais


da criança que se estabelecem como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados”
(p. 95-96). Nisso reside a importância de, além das características do desenvolvimento, a escola
considerar o conhecimento que a criança já possui. A Zona de Desenvolvimento Potencial refere-
se ao que o sujeito pode aprender com o outro, cuja aprendizagem encontra-se num nível mais

9
elevado. A Zona de Desenvolvimento Proximal alude ao espaço entre o que a criança já possui
e o que ela precisa construir, ou seja, as funções que ainda estão em processo de maturação
(PIOVESAN, 2018).

10
3. Conclusão

Em suma o desenvolvimento cognitivo do aluno faz-se necessária uma compreensão de


desenvolvimento a partir de um processo dinâmico de aprendizagem, constituído por idas e vindas,
elaborações e reelaborações, em que a aprendizagem estimula o processo de desenvolvimento, que
por sua vez incita processos internos que, ao serem internalizados, tornam-se aquisições
independentes da criança. As relações sociais dos seres humanos são mediadas por instrumentos e
símbolos desenvolvidos culturalmente pelo próprio homem. O desenvolvimento da linguagem,
instrumento de comunicação e síntese do conhecimento, marca qualitativamente a evolução da
espécie e do indivíduo

A mediação referenciada no parágrafo anterior ocorre tanto nos processos de representação mental
de natureza simbólica, em que o ser humano é capaz de estabelecer relações mentais na ausência
de referências concretas, como no aspecto social, com a internalização de formas de
comportamento culturalmente estabelecidas, num processo que transforma as atividades externas,
funções interpessoais, em atividades internas, intrapsicológicas.

De referrei que a intervenção pedagógica no processo do desenvolvimento cognitivo do aluno


provoca avanços na aprendizagem que não ocorreriam espontaneamente. A importância da
intervenção deliberada de um indivíduo sobre outro, com o intuito de promover desenvolvimento,
articula-se como a ideia de Vygotsky de que a aprendizagem é fundamental para o
desenvolvimento desde o nascimento da criança. É importante ressaltar que para este teórico a
aprendizagem começa muito antes de a criança entrar na escola. Mas é na escola que o aluno entra
em contato com saberes formalizados, diferentes dos saberes do senso comum.

11
Referencia Bibliograficas

AUSUBEL, D (2012) Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interamericana.

BARROS, C. S. G (2008) Pontos de psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Ática.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. (2001) Fundamentos de metodologia científica. 4 Ed. São


Paulo: Atlas.

MENEZES, E. M.e SILVA, E. L. (2001). Metodologia da pesquisa e elaboração de


dissertação.3ed. Santa Catarina: UFSC.

PIOVESAN, Josieli (2018) Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Santa Maria:


UFSM

GOULART, Iris Barbosa (2008) Psicologia da educação: fundamentos teóricos e aplicações à


prática pedagógica. Petrópolis (RJ):

12

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy