Teoria de Vygotsky
Teoria de Vygotsky
Teoria de Vygotsky
TEORIA DE VYGOTSKY
Quelimane
2024
Inocêncio Paulo Afonso Mesa
TEORIA DE VYGOTSKY
Quelimane
2024
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 4
2.TEORIA DE VYGOTSKY .............................................................................................. 5
2.1. Processo de mediação simbólica .................................................................................. 6
2.2. A Teoria Sócio–histórico-cultural no espaço escolar ................................................. 7
2.3. Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) ........................................................................ 7
2.3.1. Contexto Teórico..................................................................................................... 7
2.3.2. Exemplificações da Zona de Desenvolvimento Real ............................................ 7
2.4. Zona de desenvolvimento potencial (ZDP) ................................................................. 7
2.4.1. Exemplificações da zona de desenvolvimento potencial (ZDP) .......................... 9
2.5. A zona de desenvolvimento proximal (ZDP) .............................................................. 9
2.5.1. Exemplificações da zona de desenvolvimento proximal (ZDP) ........................ 10
2.6. Pensamento e Linguagem ........................................................................................... 10
2.7. Fala egocêntrica e fala interior como formas de organização do pensamento ...... 11
2.8. O significado da palavra como a unidade do pensamento verbal........................... 12
2.9. O Processo de Elaboração de Conceitos Científicos ................................................ 14
2.9.1. Fase do pensamento sincrético, ........................................................................... 14
2.9.2. Fase do pensamento por complexo...................................................................... 14
3. Conclusão ............................................................................................................................ 16
4. Referências bibliográficas ................................................................................................. 17
1. Introdução
O trabalho em alusão é de característica científica e tem como tema (A Teoria de Vygotsky).
A ideia de pesquisar sobre Lev Vygotsky sua vida, obra e influencia na educação surgiu a
partir do momento que se começou a estudar diferentes teóricos e suas contribuições para o
desenvolvimento humano e a educação, assim despertou a curiosidade e dúvidas sobre até
que ponto a teoria vygotskiana está presente no contexto-escolar, se as teorias apresentadas
por Vygotsky são reais e podem ser aplicadas nas salas de aula. O objetivo maior deste
trabalho é observar e analisar como se utiliza as teorias vygotskiana no ensino regular. Para a
elaboração deste artigo utilizou-se inicialmente a leitura de livros e artigos referentes ao
assunto, buscando um embasamento teórico, conhecendo melhor as teses vygotskiana quando
se fala em interação social, zona de desenvolvimento real e potencial, bem como o uso de
signos e ferramentas, valorizando a linguagem, estimulando o aprendizado através da
internalização. No segundo momento realizou-se uma observação em duas escolas regulares,
nas séries iniciais observando a metodologia utilizada pela professora, o desenvolvimento da
turma, a interação entre colegas e professora buscando identificar traços de Vygotsky nesta
prática escolar.
2.TEORIA DE VYGOTSKY
Lev Vygotsky (1896-1934), foi filósofo e psicólogo russo. Ele liderou um grupo de
pesquisadores soviéticos, dentre eles Luria e Leontiev, que desenvolveu a abordagem
psicológica denominada histórico-cultural, tendo como interesse principal explicar como se
formaram, ao longo da história do homem, as funções psíquicas superiores (características
tipicamente humanas) e como elas se desenvolvem em cada indivíduo.
Desse modo, essa abordagem defende que é a partir das relações com o outro que a criança
reconstrói internamente as formas culturais de ação e pensamento, configurando o processo
por ele denominado internalização, ou seja, “a reconstrução interna de uma operação externa”
(VYGOTSKY, 1991, p.63).
A relação entre o homem e o mundo, na perspectiva de Vygotsky, não é uma relação direta,
mas sempre mediada por sistemas simbólicos. Assim, um conceito central para a
compreensão do fundamento sócio-histórico do funcionamento psicológico é o conceito de
mediação, entendido como o processo de intervenção de um elemento intermediário em uma
relação, que deixa de ser direta e passa a ser mediada por um elemento interposto
(CARVALHO; IBIAPINA, 2009, p. 169)
2.1. Processo de mediação simbólica
De acordo com Vygotsky, existem dois elementos mediadores das relações do homem com
seu meio: os instrumentos e os signos.
o instrumento – objeto social que carrega consigo a função para a qual foi criado e o
modo de utilização desenvolvido durante a história do trabalho coletivo. A formação
da sociedade com base no trabalho é um processo que marca o homem como espécie
diferenciada, visto que os animais não produzem instrumento com um objetivo
específico, não os guardam para uso futuro e não preservam sua função como
conquista a ser transmitida a outros membros do grupo social. O trabalho cria a
cultura e a história humanas pela ação transformadora do homem sobre a natureza;
o signo – instrumento da atividade psicológica que age da mesma maneira que o
instrumento no trabalho. Porém, é orientada para dentro do próprio sujeito e dirige-se
ao controle de ações psicológicas. O signo auxilia em tarefas que exigem memória ou
atenção e representa a realidade de maneira a fazer referências a elementos ausentes
no tempo e no espaço. Torna a ação psicológica mais sofisticada e possibilita um
controle maior sobre o comportamento e a ação motora. A utilização dessas marcas
externas, no entanto, transforma-se em processos internos de mediação e propiciam o
desenvolvimento de sistemas simbólicos, estruturas complexas e articuladas em que
se organizam os signos.
Para Vygotsky, embora intimamente relacionados, esses processos são diferentes. Assim, o
desenvolvimento humano está relacionado ao desenvolvimento ontogenético do indivíduo
(características psicológicas especificamente humanas e culturalmente organizadas) e a
aprendizagem diz respeito à apropriação do conjunto das produções humanas (saberes,
habilidades, atitudes, valores, dentre outros) (CARVALHO; IBIAPINA, 2009, p. 192). Nas
palavras das autoras mencionadas, a aprendizagem diz respeito ao uso dos signos pelo
indivíduo e o desenvolvimento à transformação das funções psíquicas em superiores em
decorrência do aprendizado.
A ZDR faz parte de um conjunto mais amplo de conceitos na teoria de Vygotsky, que inclui
também a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
Um aluno que consegue ler um texto simples e responder perguntas sobre ele sem
assistência do professor;
Uma aluna que sabe resolver operações matemáticas básicas, como adição e
subtração, com precisão;
Um estudante que consegue escrever uma redação curta sobre um tema familiar,
utilizando frases completas e coerentes.
Durante os últimos quinze meses de vida, Vygotsky utilizou o conceito de ZDP em diferentes
contextos, mas sempre de forma descritiva, sem referir-se a causas e efeitos. Nesses usos
diferenciados é possível, constatar, segundo Valsiner (1991), três direções:
A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram,
mas estão em processo de maturação, funções que amadurecerão mais cedo ou mais tarde,
mas que atualmente estão em estado embrionário" (VYGOTSKY, 1978).
Vimos que, tanto nas crianças quanto nos adultos, a função primordial da fala é o contacto
social, a comunicação entre as pessoas. Porém, a fala tem ainda a função de organizar o
pensamento. Como recurso infinitamente valioso na organização do pensamento, a
linguagem, isto é, a fala, passa por vários estágios que mostram formas diferentes de
organização e de manifestação no desenvolvimento da criança. Na trajectória desse processo,
o estágio mais conhecido é o da fala interior ou silenciosa; porém, ela não é a única, uma vez
que antes existe a fala exterior ou socializada e, depois, a egocêntrica.
Esses três estágios Vygotsky (1993, 2001) reconhecem como formas socioculturais
importantes para o desenvolvimento do pensamento, mas a fala egocêntrica e a interior são
aquelas que operam transformações qualitativas nas funções psicológicas.
As crianças e até mesmo os adultos, geralmente, formulam significados, mas nem sempre
conseguem expressá-los por meio de palavras, a não ser quando estimuladas para realizar
esse processo. Por exemplo, uma pessoa pode utilizar o significado de „gato‟ em sua vivência
diária, porém, quando perguntamos: „o que é um gato?‟, ela pode responder à questão,
atribuindo-lhe sentido funcional – o gato é o animal que mata ratos‟ – ou sentido pessoal,
relacionado às experiências concretas – „na minha casa tem um gatinho, mas ele dá alergia‟,
„hoje vi um gato doente no jardim‟ – ou, ainda, isolando apenas qualidade não necessária ao
gato – „o gato é um animal doméstico‟ – ou isolando apenas qualidade necessária, mas ainda
insuficiente para distinguir o gato dos outros animais de sua espécie – „o gato é um animal
mamífero, felino‟.
Para Vygotsky (2001), o processo de elaboração de conceitos científicos não ocorre de forma
definitiva, mas evolui, posto que os indivíduos estão constantemente integrando novas
significações aos objectos e fenómenos da realidade concreta. Ao explicar como essa
evolução acontece, Vygotsky recorre à análise das actividades do pensamento responsáveis
pelo avanço das funções psicológicas para níveis superiores, em que os indivíduos ampliam
as capacidades de abstrair (analisar) e de generalizar (sintetizar). Desse modo, o
desenvolvimento do pensamento, sob condições iguais, passa por duas fases, que culminam
numa terceira, o pensamento conceitual.
Nesse caso, a significação elaborada pela criança aproxima-se mais do objeto concreto
(perceptível), em que ela usa o pensamento metafórico, do que de sua representação, em que
ela precisaria usar o pensamento conceitual. A importância fundamental do desenvolvimento
dos pseudoconceitos está no fato de eles prepararem o caminho para a formação e o
desenvolvimento dos conceitos científicos. O desenvolvimento desses conceitos segue leis
inteiramente diferentes dos conceitos científicos. Enquanto os conceitos científicos exigem
voluntariedade, conscientização e as capacidades de discriminar, abstrair e isolar atributos
fora do vínculo concreto factual da experiência, os pseudoconceitos ficam presos aos
vínculos perceptíveis que impedem a passagem do pensamento metafórico ao conceitual.
3. Conclusão
Ao realizar observações nas escolas citadas fica visível que por mais que a teoria vygotskiana
seja de grande valor para o desenvolvimento humano na prática ela ainda não está sendo
aplicada. Verificando a documentação e regimentos escolares percebe-se que cada vez mais
se quer um aluno crítico capaz de expor suas opiniões, desejos e vontades, porém na prática
pedagógica não se proporciona espaços para que isso aconteça, o aluno continua sendo um
objecto manipulado pela vontade do professor, acreditando que exista uma verdade absoluta
sendo esta a verdade mostrada pelo professor. Muitas vezes a prática escolar fica isolada das
actividades extra-escolares vivenciada pelos alunos, ficando presa a conteúdos retirados de
livros sem relacioná-los ao contexto histórico deste aluno.
A teoria de Vygotsky parece ser revolucionária diante da nossa realidade, mas busca aquilo
que o homem tem de melhor: sua criatividade, sua autonomia, sua condição de sujeito ativo e
não de objeto a ser moldado. É um erro pensar a educação como algo deslocado da vida
cotidiana, para que ocorra uma educação de verdade é necessário que esta seja
transformadora no sentido de promover o respeito pela diferença, não homogeneizar
padronizando a todos
4. Referências bibliográficas