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➔ Surgimento da PAC
2º Guerra Mundial - a Europa foi marcada por graves misérias alimentares, sendo que os
países que formavam a CEE dependiam do estrangeiro do seu fornecimento de produtos
alimentares. Por este motivo, a agricultura foi eleita como a primeira prioridade na
construção do mercado comum e a PAC surgiu como a primeira grande política
comunitária.
Em 1962, foi criado o instrumento financeiro da PAC, o FEOGA e em 1964 foi dividida
em secções:
- Orientação - contribuía para as reformas estruturais na agricultura e para o
desenvolvimento das áreas rurais.
- Garantia - financiava as despesas de regulação dos preços e dos mercados
➔ Problemas iniciais
- Após a 2º Guerra Mundial, os objetivos e a aplicação dos princípios de base da
PAC asseguraram à Europa a sua autossuficiência alimentar. Contudo, a PAC
inicial conduziu a um conjunto de problemas:
● Criação de excedentes agrícolas (graus de autoaprovisionamento
superiores a 100%) em quantidades impossíveis de passar nos mercados,
gerando custos muito elevados de armazenamento, sobretudo no caso do
leite e derivados, da carne de bovino, do açúcar e dos cereais.
● Falha entre a produção e as necessidades do mercado (a oferta tornou-se
maior do que a procura).
● Graves problemas sociais, como o desemprego.
● Peso muito elevado da PAC no orçamento comunitário, comprometendo o
desenvolvimento de outras políticas.
● Tensão entre os principais exportadores mundiais, sobretudo com os EUA,
devido às medidas protecionistas e à política de incentivos à exportação.
● Graves problemas ambientais, motivados pela prática de uma agricultura
intensiva, com utilização de muitos produtos químicos, favorecida por um
sistema que faz depender o rendimento dos agricultores das quantidades
produzidas – lógica de “quem mais produz, mais ganha”
➔ Reforma de 2003
➔ Reforma de 2021-2027
Objetivos gerais:
1) Garantir o abastecimento alimentar
2) Contribuir para objetivos ambientais e climáticos
3) Promover o desenvolvimento socioeconômico dos territórios
Objetivos específicos:
1) Rendimento justo para os agricultores
2) Aumentar a competitividade
3) Equilibrar forças na cadeia de valor
4) Adaptação às alterações climáticas
5) Gestão eficiente dos recursos naturais
6) Preservação da paisagem e da biodiversidade
7) Incentivar a renovação geracional
8) Promover áreas rurais dinâmicas
9) Proteger a segurança alimentar e bem-estar animal
Pilares da PAC:
1º - Pagamentos diretos aos agricultores - a reforma de 2003 e as outras dissociaram
grande parte das ajudas diretas à produção.
Organização comum de mercado única - as sucessivas reformas levaram, em
2007, à fusão das 21 OCM específicas numa única OCM que abrange todos os produtos
agrícolas.
➔ Portugal e a PAC
Desde a adesão à CEE, em 1986, o setor agrário nacional tem vindo a ser condicionado
pela PAC, daí resultando constrangimentos e também potencialidades.
Com a adesão de Portugal à CEE, foi concedido a Portugal um período de transição para
adaptação progressiva à PAC, materializado através do PEDAP, que permitiu a
canalização de maiores investimentos para, por exemplo:
- o desenvolvimento da formação profissional e da investigação;
- a melhoria das estruturas de produção;
- o melhoramento fundiário
Ao longo dos anos, a implementação das reformas da PAC trouxe, para Portugal:
- Acesso a importantes transferências financeiras com vantagens negociais.
- Decréscimo do grau de autoaprovisionamento, que passou de 80% à época da
adesão para cerca de 70% no início do século XXI
- Redução de mais de 60% da mão de obra total das explorações.
- Aumento do rendimento per capita da população ativa agrícola, devido à grande
redução de mão de obra.
- Melhoria notável da qualidade dos produtos agroalimentares, alguns dos quais
com qualidade ligada a origens geográficas ou a métodos de produção específicos.
- Decréscimo da produção vegetal (essencialmente da redução da produção de
cereais – aplicação do set-aside) e aumento da produção animal e da área de
pastagens.
- Redução do peso da agricultura no emprego e na economia. O peso da mão de
obra agrícola na mão de obra total passou de 20%, à época da adesão, para cerca
de 7%, em 2020. A contribuição do VAB agrícola para o PIB passou de 9% para
menos de 2%, em 2020.
- Redução de mais de 50% do número de explorações agrícolas, que se deveu
sobretudo ao decréscimo acentuado das explorações de menor dimensão
(reestruturação forçada das explorações agrícolas).
- Aumento da dimensão média das explorações, de 6,3 ha, aquando da adesão, para
13,7 ha, em 2019.
- Apoios concedidos para o aumento das áreas de regadio.
Modalidades
➔ Indústria
A indústria assume um papel fundamental no desenvolvimento das áreas rurais. Esta
importância é ainda maior quando as indústrias estão associadas aos recursos
endógenos, aos produtos tradicionais e a atividades como a agricultura, a pecuária, a
exploração florestal, entre outras. Nas áreas rurais, são frequentes as indústrias
associadas à:
- produção agropecuária: conserva de fruta e vegetais, transformação de tomate,
carne, laticínios, etc.
- exploração florestal: carpintarias, corticeiras, etc.
- extração e transformação: rochas e minerais.
Por forma a contribuir para o desenvolvimento das áreas rurais, a atividade industrial
deverá basear-se na:
Constrangimentos do setor:
- Características da propriedade florestal - Reduzida dimensão e elevada
fragmentação da propriedade florestal, ocupada em larga escala por
povoamentos florestais degradados.
- Baixa rentabilidade - Decréscimo do valor acrescentado silvícola e degradação
dos preços na produção face aos consumos intermédios.
- Elevado risco - Elevada exposição a agentes bióticos (fungos e insetos) e
abióticos (clima, perturbações ao nível do solo, incêndios florestais).
Medidas de mitigação
- Promoção do emparcelamento florestal.
- Adequação dos modelos de silvicultura aos diferentes povoamentos.
- Criação de instrumentos de ordenamento e gestão florestal.
- Dinamização de novos mercados de destino para produtos florestais.
- Aumento da capacidade de inovação do setor e reforço da sua ligação ao setor de
I&D
- Incremento de povoamentos de folhosas caducifólias, menos inflamáveis ou que
resistam melhor à passagem do fogo.
- Reforço dos mecanismos de gestão do risco, incluindo seguros e técnicas de
gestão do risco e mitigação de fenómenos climáticos adversos.