Etapas Da Fotossíntese Etapa Fotoquímica: Anna Lygia de Rezende Maciel

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Etapas da Fotossíntese
Etapa Fotoquímica

Anna Lygia de Rezende Maciel

e-Tec Brasil – Alfabetização Digital


Meta
Apresentar a etapa fotoquímica da fotossíntese e suas aplicações à cafeicultura.

Objetivos
Ao final desta aula, você, aluno (a) do Curso Técnico em Cafeicultura, deverá
ser capaz de:
1. Caracterizar a etapa fotoquímica do processo fotossintético;
2. Identificar a importância da etapa fotoquímica da fotossíntese;
Etapas da Fotossíntese

Você sabia que a fotossíntese nas plantas superiores ocorre em


duas etapas?

Podemos, para facilidade de entendimento, dividir os processos


químicos da fotossíntese em:
- Etapa fotoquímica ou fase luminosa: é aquela que depende diretamente da
luz.
- Etapa bioquímica ou fase escura: não depende diretamente da luz, onde
ocorre a formação de matéria orgânica ou carboidratos.
Através da Figura 1 vamos começar a identificar cada uma destas
etapas.

Luz

H2O Reações O2 + H2O


Fotoquímicas

ATP NADPH

CO2 Reações
Bioquímicas Carboidratos

Figura 1: Relação entre as etapas fotoquímica e bioquímica da fotossíntese.

Etapa Fotoquímica da Fotossíntese


Pigmento é
A primeira etapa da fotossíntese somente se qualquer
realiza em presença de luz e de clorofila, o pigmento substância que
absorve luz
que confere a cor verde às folhas. visível.

A etapa fotoquímica ocorre nos tilacóides, estruturas presentes nos


cloroplastos (Figura 2) e é constituída por reações que ocorrem na presença da
luz, razão pela qual também recebe o nome de Fase Clara.

Atenção!

A clorofila pode converter energia luminosa em energia química

apenas quando as moléculas de clorofila estão associadas a certas proteínas


embebidas nas membranas especializadas dos tilacóides.

Nesta etapa ocorre a fotólise da água, ou seja, a quebra da molécula de


água sob a ação da luz, liberando oxigênio para atmosfera e produzindo
elétrons:
2H2O luz e clorofila 2H2 + O2
Figura 2: Estrutura do cloroplasto.

A principal função das reações dependentes da luz na fotossíntese é


gerar energia na forma de ATP (Adenosina Trifosfato – Figura 3) e poder
redutor na forma de NADPH .

Adenina
Fosfato

Ribose
Figura 3: Estrutura do ATP.
Esses compostos não aparecem na equação geral da fotossíntese.
A razão para isto é que o ATP e o NADPH formados na etapa
fotoquímica são usados na etapa bioquímica na qual o CO2 atmosférico é
transformado em glicose.
Os compostos ATP e NADPH são produzidos graças a uma série de
reações que constituem a “Cadeia de Transporte de Elétrons” da fotossíntese,
conhecida também como “esquema em Z”. Vamos entender porque através da
Figura 4.

Figura 4: Esquema em Z da etapa fotoquímica da fotossíntese.

A cadeia de transporte de elétrons é constituída por dois grandes


complexos conhecidos como fotossistema I (PSI) e fotossistema II (PSII) que
operam em série e são ligados por moléculas chamadas citocromos (Figura 4).
O processo de absorção e transferência de energia radiante é realizado
por dois sistemas de pigmentos, os quais são denominados de Fotossistema I
e Fotossistema II.
Cada fotossistema representa uma unidade fotossintética que está
envolvida na absorção de um quantum de luz que funciona a semelhança de
uma antena que captura a radiação numa faixa do espectro visível entre 400 e
700 nm (Figura 5).
FOTOSSISTEMA

Aceptor
de elétrons

Fóton
Centro de reação

Doador de elétrons

clorofila

FOTOSSISTEMA I – P700  700nm  intergrana


FOTOSSISTEMA II – P680 680nm  tilacóides

Figura 5: Sistema de antenas.

Nesta unidade, a energia dos quanta incidentes é transferida de


molécula a molécula até o centro de reação, cotado de uma única molécula de
clorofila combinada com uma proteína específica onde ocorre a transferência
de elétrons de água até o NADP. Desta forma o centro de reação recebe cerca
de 250 vezes, aos quanta por unidade de tempo, do que se fosse absorver luz
isoladamente.

A participação dos dois fotossistemas nos processos de absorção e


transferência de energia necessária para as reações fotoquímicas foram
esquematizadas por Hill e Hendall em 1960, baseados nos potenciais de óxido
redução dos vários componentes do sistema.

Atividade 1 – Atendendo o Objetivo 1


Você, futuro (a) técnico (a) em cafeicultura, identifique a principal função
da fase fotoquímica da fotossíntese.
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Modelo para as reações dependentes de luz

Em geral, os Fotossistemas I e II trabalham de forma simultânea e


contínua. Conforme veremos, entretanto, o Fotossistema I pode funcionar
independentemente.

A energia da luz entra no Fotossistema II onde pode ser aprisionada


diretamente pelas moléculas de P680 do centro de reação ou indiretamente
por um ou mais moléculas de pigmentos. Quando a molécula de P 680 é
excitada, o seu elétron energizado é transferido para uma molécula
aceptora designada como "Q", provavelmente uma quinona. Através de
uma reação pouco conhecida, a molécula de P680 deficiente em elétrons é
capaz de substituir seus elétrons (os elétrons na realidade movem-se aos
pares) extraindo-os de uma molécula de água. Quando os elétrons passam
da água para as moléculas de P680 as moléculas da água se dissociam em
prótons e gás oxigênio. Esta quebra da molécula da água dependente de
luz é denominada fotólise. A enzima que catalisa a fotólise da água está
localizada no interior das membranas dos tilacóides. Deste modo, fotólises
das moléculas da água contribuem para a geração de um gradiente de
prótons através da membrana. O manganês é um cofator essencial para o
mecanismo de "produção de oxigênio".

Os elétrons impulsionados a partir do P680 deslocam-se até o


Fotossistema I (para níveis mais baixos de energia) através de uma cadeia
transportadora de elétrons. Os componentes desta cadeia transportadora
de elétrons assemelham-se aqueles da cadeia transportadora de elétrons
da respiração: citocromo, proteínas de ferro-enxofre e quinonas estão
envolvidos. Adicionalmente a cadeia transportadora de elétrons da
fotossíntese envolve clorofilas e uma proteína contendo cobre, denominada
plastocianina. A cadeia transportadora de elétrons entre os dois
fotossistemas é organizada de modo que o ATP possa ser formado a partir
do ADP e fosfato através de um mecanismo semelhante, em muitos
aspectos, à fosforilação oxidativa que ocorre nas mitocôndrias. Nos
cloroplastos, este processo é chamado de fotofosforilação.

No Fotossistema I, a energia da luz impulsiona os elétrons da molécula


de P700 até um aceptor de elétrons denominado ferredoxina ligada ("Fe"
significa ferro e "redoxina" indicando a realização de reações de redução-
oxidação ou reações redox). A ferredoxina é uma proteína de ferro-enxofre.
Os elétrons, ao passarem para níveis mais baixos de energia, são
transferidos através de uma série de intermediários (inclusive ferredoxina
livre e uma flavoproteína) até a coenzima NADP +, resultando na redução de
NADP+ a NADPH e na oxidação da molécula P700. Os elétrons removidos da
molécula P700 são substituídos por elétrons que se movem pela cadeia
transportadora de elétrons, oriundos do Fotossistema II. Dois fótons
precisam ser absorvidos pelo Fotossistema II e dois pelo Fotossistema I
para que ocorra a redução de uma molécula de NADP+ a NADPH.

RESOLUÇÃO – ATIVIDADES PRÁTICAS


Atividade 1

A principal função das reações dependentes da luz na fotossíntese é


gerar energia na forma de ATP (Adenosina Trifosfato – Figura 3) e poder
redutor na forma de NADPH.
Esses compostos não aparecem na equação geral da fotossíntese.
A razão para isto é que o ATP e o NADPH formados na etapa
fotoquímica são usados na etapa bioquímica na qual o CO 2 atmosférico é
transformado em glicose.
Os compostos ATP e NADPH são produzidos graças a uma série de
reações que constituem a “Cadeia de Transporte de Elétrons” da fotossíntese,
conhecida também como “esquema em Z”.

CONCLUSÃO

Prezado aluno (a) com os conhecimentos adquiridos no decorrer desta


aula, podemos concluir que a fase fotoquímica da fotossíntese é gerar energia
na forma de ATP e NADPH através da presença de luz e água.

RESUMINDO...
A primeira etapa da fotossíntese – a etapa fotoquímica - somente se
realiza em presença de luz e de clorofila, o pigmento que confere a cor verde
às folhas.
Os eventos da fase fotoquímica ocorrem nas membranas dos tilacóides
e se caracterizam pela produção de um forte agente redutor, o NADPH,
liberação de O2 como subproduto da hidrólise da H2O e formação de ATP we
H2O, ligado ao fluxo de elétrons da água até o NADPH.
O processo de absorção e transferência de energia radiante é realizado
por dois sistemas de pigmentos, os quais são denominados de Fotossistema I
e Fotossistema II. Ambos são constituídos por cerca de 250 moléculas de
clorofila, distribuídas entre a e b, em diferentes proporções, sendo que o
fotossistema I contém relativamente mais clorofila do que clorofila b quando
comparado como o fotossitema II. Cada fotossistema representa uma unidade
fotossintética que está envolvida na absorção de um quantum de luz que
funciona a semelhança de uma antena que captura a radiação numa faixa do
espectro visível entre 400 e 700 nm.

PRÓXIMA AULA

Prezado (a) aluno (a), a fase fotoquímica da fotossíntese pode parecer


complexa, mas é bem fácil de entender. Espero que você tenha compreendido
toda esta aula.
Na próxima aula iremos estudar a etapa bioquímica da fotossíntese.
Espero também que vocês tenham aproveitado bastante as informações
oferecidas durante esta aula.
Até a próxima aula!

BIBLIOGRAFIA
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café: origem, características e recomendações. Brasília, DF. EMBRAPA, 2008.
334p.

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MG: Universidade Federal de Lavras, 2003. v.1, 49p.

MENDES, A.N.G.; GUIMARÃES, .J. Morfologia e Fisiologia do Cafeeiro.


Lavras, Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras, 1998. v.1, 38p.

MERCADANTE, C. et al. - BIOLOGIA, Ed. MODERNA - volume único- 2002.


PAIVA, R. Fisiologia vegetal. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras,
2000. v.1, 75p.

PAULINO, W. R. - Biologia Atual - Ed. ÄTICA - 3 volumes- 2003.

RENA, A.B.; MAESTRI, M. Fisiologia do cafeeiro. In: RENA, A.B et al. Cultura
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SOARES, J. L. - Fundamentos de Biologia. Ed. SCIPIONE - 3 volumes- 2003.

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