Capítulo 2 Microbiologia E Parasitologia Introdução: Organismos Celulares e Acelulares
Capítulo 2 Microbiologia E Parasitologia Introdução: Organismos Celulares e Acelulares
Capítulo 2 Microbiologia E Parasitologia Introdução: Organismos Celulares e Acelulares
CAPÍTULO 2
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA
Introdução
Microbiologia é o estudo dos microrganismos, ou seja, organismos muito pequenos, microscópicos. E
microrganismos são as formas de vida que, originalmente, só poderiam ser vistas com o auxílio do
microscópio óptico (posteriormente, com o microscópio eletrônico). Elas incluem Bactérias, Fungos,
Protozoários e Algas unicelulares. Os vírus são comumente incluídos nesse grupo. Contudo, vale uma
importante ressalva: vírus não são organismos. Portanto não podem ser considerados microrganismos. Mas
isto será mais detalhadamente abordado à frente.
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. Engloba os filos
Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes
(platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os
nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares.
Vimos que a célula é uma unidade viva. Os organismos podem ser unicelulares ou pluricelulares. Quando
pensamos em microrganismos, estamos nos referindo a organismos que são unicelulares, ou seja, é uma
única célula. Mas os vírus não são organismos. Dois dos requisitos que a biologia exige para classificar um
organismo vivo é que este seja composto por células e que esse possa se reproduzir. Um vírus não é uma
célula (é acelular) e não consegue se reproduzir sozinho. Portanto, ele não pode ser considerado um ser vivo
e por conseqüência um microrganismos.
Os parasitas são em sua maioria organismos pluricelulares, ou seja, formados por várias células. Mas é
importante citar que muitas das doenças são causadas por microrganismos instalados em parasitas. É o caso
da dengue, por exemplo.
Os microrganismos podem ser classificados, entre outras formas, de acordo com o oxigênio (O2). Aqueles que
dependem de oxigênio são chamados de aeróbicos, enquanto os que não dependem são chamados de
anaeróbicos. Importante registrar que os organismos anaeróbicos são muito vulneráveis ao oxigênio. Para eles
este gás acaba sendo letal. Esta informação é muito importante para o cuidado de enfermagem.
Grupos de Microrganismos
Os microrganismos são divididos em seus respectivos grupos animais, em específico os reinos. Desta maneira
vamos encontrar esses organismos nos Reinos Monera, Protista e Fungi.
Bactérias
São organismos unicelulares, procariontes e que podem ou não ser patogênicos. Algumas bactérias fazem
parte da flora natural de animais e possuem importante função no mecanismo de manutenção da vida. Por
exemplo, o intestino dos animais vertebrados está repleto de bactérias que ajudam a digestão. Contudo essas
mesmas bactérias se retiradas do intestino e depositadas em outras partes do organismo serão patogênicas.
Estes organismos além de possuírem importâncias na saúde são muito relevantes em aspectos econômicos e
da manutenção da vida, como por exemplo, na decomposição de matéria orgânica.
Protozoários
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São organismos unicelulares, eucariontes e que, similar às bactérias, podem ser patogênicos. Na fisiologia
animal, estão relacionados a processo de digestão e decomposição de matéria orgânica. Como patógenos,
são vetorizados por animais e representam grandes enfermidades endêmicas, como é o caso do cólera.
Fungos
São organismos pluricelulares, eucariontes e são causadores de doenças, como as micoses, mas também
importantes em processos de decomposição e produção de energia.
Vírus
São partículas acelulares (não são células) formadas por uma cápsula de proteína e material genético. Por
não ser célula, não possuem capacidade de se reproduzir sozinho, daí são conhecidos por serem parasitas
intracelulares obrigatórios. Um vírus necessita de uma célula viva para se reproduzir. Por estas características,
não são seres vivos e não podem ser chamados de organismo. Em sua maioria são patogênicos, mas
possuem grande importância na produção de vacinas e operações de biotecnologia.
Transmissão
Os microrganismos transitam no meio ambiente através de diferentes formas. Contudo, o ar é o principal vetor.
O ar que respiramos está carregado de organismos e partículas virais. É possível também que esses
microrganismos transitem no meio através de fluidos e secreções.
A pele humana é uma das barreiras do organismo animal contra a entrada de microrganismos. É por isso que
quando temos um ferimento, em função da pele estar lesada, os microrganismos conseguirem entrar em
nosso corpo e causarem doenças. Isso é uma verdade para todos os organismos e vírus que citamos acima.
Outras vias também podem ser usadas. As vias aéreas, mucosas e a ingestão de alimentos contaminados.
Bactérias
Estrutura Bacteriana
A estrutura celular bacteriana é formada por uma célula procariótica (não possui membrana nuclear e o seu
material nuclear encontra-se disperso no citoplasma) constituída (Figura 2.2.1.1) de:
Citoplasma
Esporos- estruturas responsáveis por uma resistência ao meio externo quando este é desfavorável à
sobrevivência da bactéria.
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Citologia Bacteriana
Dentre os fatores relacionados que alteram o metabolismo bacteriano estão os fisiológicos (que englobam a
capacidade de síntese, fonte de energia, tensão de oxigênio, temperatura, pH e reprodução) e os bioquímicos
(respiração, fermentação, putrefação e outros). Enquanto que entre os componentes enquadrados na
virulência estão os fatores de adesão (cápsula, fímbria/fibrila, vesícula); de evasão (cápsula, hidrólise de
imunoglobulinas, minetização); de invasão ( flagelo, enzimas-colagenase, hialuronidase, coagulase,
neuroaminidase, lecitinase, gelatinase, DNAase, aminas-cadaverina e putrecina, indol, escatol, H2S, ácidos,
amônia, ácidos graxos-butirato, propionato e ácido aracdônico) e toxígeno (exotoxina: protéica, imunogênica,
neutralizante, toxóide - ação específica e termolábil; endotoxina: lipopolissacarídica, pouco imunogênica, ação
inespecífica e termoestábil).
A forma das bactérias pode ser observada através de coloração de Gram que divide as bactérias em dois
grupos: Gram-positivas e Gram-negativas, aproximadamente iguais em número e importância. A reação das
bactérias à técnica de Gram expressa diferentes características, de modo especial no que diz respeito à
composição química, estrutura, permeabilidade da parede celular, fisiologia, metabolismo e patogenicidade.
A parede da célula Gram-negativa é constituída por estruturas de múltiplas camadas bastante complexas, que
não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais o corante é solúvel, sendo descoloradas e,
quando acrescentado outro corante, adquirem a nova coloração. Já a parede da célula Gram-positiva consiste
de única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante.
Entre suas funções, a membrana externa representa uma barreira molecular, prevenindo ou dificultando a
perda de proteínas periplasmáticas e o acesso de enzimas hidrolíticas e certos antibióticos ao peptidioglicano;
possui receptores para bacteriófagos e bacteriocinas e participa da nutrição bacteriana.
Entretanto, a parede celular das bactérias Gram-positiva e Gram-negativa é diferente. A parede celular da
bactéria Gram-positiva é e a da Gram-negativa é menos espessa. A membrana citoplasmática adere
fortemente ao componente interno da célula bacteriana. A parede celular da bactéria Gram-positiva é única e
consiste de uma camada espessa.
Nas bactérias Gram-negativas, a parede celular está composta por uma camada de peptidioglicano e três
outros componentes que a envolvem externamente; lipoproteína, membrana externa e lipopolissacarídeo.
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Reprodução Bacteriana
A reprodução mais comum nas bactérias é assexuada por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação do
DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito
rapidamente quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20 minutos).
A separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da
membrana plasmática nas quais existem também as enzimas participantes da maior parte da respiração
celular.
Morfologia Bacteriana
As bactérias classificam-se morfologicamente de acordo com a forma da célula e com o grau de agregação:
Quanto a forma
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Genética Bacteriana
A maioria das bactérias possui uma única cadeia de DNA circular. As bactérias, por serem organismos
assexuados, herdam cópias idênticas do genes de suas progenitoras (ou seja, elas são clonais).
Algumas bactérias também transferem material genético entre as células. A transferência de genes é
particularmente importante na resistência à antibióticos. A resistência a antibióticos acontece devido à
“colocação” de um plasmídio cuja expressão confere essa resistência ao antibiótico.
A maioria das bactérias não apresenta reprodução sexuada, mas podem ocorrer misturas de genes entre
indivíduos diferentes, o que é chamado de recombinação genética. Esse processo leva à formação de novos
indivíduos com características genéticas diferentes, resultando na mistura de material genético. Uma bactéria
pode adquirir genes de outra bactéria e misturá-los aos seus de três maneiras diversas:
Transformação bacteriana
Ocorre pela absorção de moléculas ou fragmentos de moléculas de DNA que estejam dispostas no ambiente,
proveniente de bactérias mortas e decompostas; a célula bacteriana transformada passa a apresentar novas
características hereditárias, condicionadas pelo DNA incorporado. Este não precisa ser de bactérias da
mesma espécie; em princípio, qualquer tipo de DNA pode ser capturado se as condições forem adequadas.
Entretanto, um DNA capturado só será introduzido no cromossomo bacteriano se for semelhante ao DNA da
bactéria receptora.
Transdução bacteriana
Consiste na transferência indireta de segmentos de moléculas de DNA de uma bactéria para outra. Isso ocorre
porque, ao formarem-se no interior das células hospedeiras, os bacteriófagos podem eventualmente incorporar
pedaços do DNA bacteriano. Depois de serem liberados, ao infectar outra bactéria, os bacteriófagos podem
transmitir a ela os genes bacterianos que transportavam. A bactéria infectada eventualmente incorpora em seu
cromossomo os genes recebidos do fago. Se este não destruir a bactéria, ela pode multiplicar-se e originar
uma linhagem “transduzida” com novas características, adquiridas de outras bactérias via fago.
Conjugação bacteriana
Consiste na transferência de DNA diretamente de uma bactéria doadora para uma receptora através de um
tubo de proteína denominado pêlo sexual ou pilus, que conecta o citoplasma de duas bactérias. Os pili estão
presentes apenas em bactérias F+, ou seja, bactérias portadoras de um plasmídio denominado F (de
fertilidade), e essas são as doadoras de DNA. As que não possuem o plasmídio F atuam como receptoras,
sendo chamadas de F-. O DNA transferido neste processo é quase sempre o plasmídio F e algumas vezes,
um pequeno pedaço de DNA cromossômico une-se ao plasmídio e é transferido junto com ele. Na bactéria
receptora pode ocorrer recombinação genética entre o cromossomo e o fragmento de DNA unido ao plasmídio
F recebido. Assim, a conjugação possibilita o aumento da variabilidade genética na população bacteriana.
Afecções Bacterianas
Como visto, bactérias podem causar doenças, ou seja, serem patogênicas. Vamos citar algumas relevantes
patogenias causadas por bactérias.
Tuberculose
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A tuberculose - chamada antigamente de “peste cinzenta”, e conhecida também em português como tísica
pulmonar ou “doença do peito” - é uma das doenças infecciosas documentadas desde mais longa data e que
continua a afligir a Humanidade nos dias atuais. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de
Koch. Estima-se que a bactéria causadora tenha evoluído há 15.000 ou 20.000 anos, a partir de outras
bactérias do gênero Mycobacterium.
A tuberculose é considerada uma doença socialmente determinada, pois sua ocorrência está diretamente
associada à forma como se organizam os processos de produção e de reprodução social, assim como à
implementação de políticas de controle da doença. Os processos de produção e reprodução estão diretamente
relacionados ao modo de viver e trabalhar do indivíduo. A tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e
generalizada da doença.
O bacilo da tuberculose pode afetar também áreas do nosso organismo como por exemplo: laringe, os ossos e
as articulações, a pele (lúpus vulgar), os gânglios linfáticos (escrófulo), os intestinos, os rins e o sistema
nervoso. A tuberculose miliar consiste num alastramento da infecção a diversas partes do organismo, por via
sanguínea. Este tipo de tuberculose pode atingir as meninges (membranas que revestem a medula espinhal e
o encéfalo) causando infecções graves denominadas de “meningite tuberculosa”
Transmissão
A tuberculose se dissemina através de aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose
infecciosa tossem, espirram, falam ou cantam. Contactos próximos (pessoas que tem contato frequente) têm
alto risco de se infectarem. A transmissão ocorre somente a partir de pessoas com tuberculose infecciosa ativa
(e não de quem tem a doença latente).
A cadeia de transmissão pode ser interrompida isolando-se pacientes com a doença ativa e iniciando-se uma
terapia antituberculose eficaz.
Sintomas
Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em
casos mais graves.
Em diversos países houve a ideia de que por volta de 2010 a doença estaria praticamente controlada e
inexistente. No entanto, os adventos do HIV e da AIDS mudaram drasticamente esta perspectiva.
Diagnóstico
Uma avaliação médica completa para a tuberculose inclui um histórico médico, um exame físico, a
baciloscopia, o teste subcutâneo de Mantoux, uma radiografia do tórax e culturas microbiológicas.
Tratamento
Pessoas com infecção de Tuberculose (classes 2 ou 4), mas que não têm a doença (como nas classes 3 ou
5), não espalham a infecção para outras pessoas. A infecção por Tuberculose numa pessoa que não tem a
doença não é considerada um caso de Tuberculose e normalmente é relatada como uma infecção latente de
Tuberculose. Esta distinção é importante porque as opções de tratamento são diferentes para quem tem a
infecção latente e para quem tem a doença ativa.
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O tratamento da infecção latente é essencial para o controle e eliminação da TB, pela redução do risco de a
infecção vir a tornar-se doença ativa.
Avaliação para descartar TB ativa é necessária antes que um tratamento para tuberculose latente seja
iniciado.
Candidatos ao tratamento de tuberculose latente são aqueles grupos de muito alto risco, com reação positiva à
tuberculina de 5 mm ou mais, assim como aqueles grupos de alto risco com reações cutâneas de 10 mm ou
mais.
Contatos próximos
Contatos próximos são aqueles que dividem a mesma habitação ou outros ambientes fechados. Aqueles com
riscos maiores são as crianças com idade inferior a 4 anos, pessoas imuno-deprimidas e outros que possam
desenvolver a TB logo após uma infecção. Contatos próximos que tenham tido uma reação negativa ao teste
de tuberculina (menos de 5 mm) devem ser novamente testados 10 a 12 semanas após sua última exposição
à TB. O tratamento da tuberculose latente pode ser descontinuado a critério médico.
Crianças
Crianças com menos de 4 anos de idade têm grande risco de progressão de uma infecção para a doença, e
de desenvolverem formas de TB potencialmente fatais. Estes contatos próximos normalmente devem receber
tratamento para tuberculose latente mesmo quando não os testes de tuberculina ou o raio-x do tórax não
sugere TB.
Tuberculose primária
Os tratamentos recentes para a tuberculose ativa incluem uma combinação de drogas, às vezes num total de
quatro, que são reduzidas após certo tempo, a critério médico. Não se utiliza apenas uma droga, pois, neste
caso, todas as bactérias sensíveis a ela morrem, e, três meses depois, o paciente sofrerá infecção de
bactérias que conseguiram resistir a esta primeira droga. Alguns medicamentos matam a bactéria, outros
agem contra a bactéria infiltrada em células, e outros, ainda, impedem a sua multiplicação. Ressalve-se que o
tratamento deve seguir uma continuidade com acompanhamento médico, e não suspenso pelo paciente após
uma simples melhora. Com isto evita-se que cepas da bactéria mais resistentes sobrevivam no organismo, e
retornem posteriormente com uma infecção mais difícil de curar. O tratamento pode durar até 5 anos,
dependendo do caso.
Hanseníase
A lepra (hanseníase, morfeia, mal de Hansen, mal de Lázaro), é uma doença infecciosa causada pelo bacilo
Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é
devido ao descobridor do microrganismo causador da doença Gerhard Hansen. É chamada de “a doença mais
antiga do mundo”, afetando a humanidade há pelo menos 4000 anos e sendo os primeiros registros escritos
conhecidos encontrados no Egito, datando de 1350 a.C..
Ela é endêmica (específica de uma região) em certos países tropicais, em particular na Ásia. O Brasil inclui-se
entre os países de alta endemicidade de lepra no mundo. Isto significa que apresenta um coeficiente de
prevalência médio superior a um caso por mil habitantes. Os doentes são chamados leprosos, apesar de que
este termo tenda a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele
associada.
Transmissão
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A lepra é transmitida por gotículas de saliva. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho
respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar ou tossir. Quase sempre
ocorrem entre contatos domiciliares, geralmente indivíduos que dormem num mesmo quarto.
A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável
a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve
mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta
prevalência de lepra em crianças é indicativa de um alto índice da doença em uma região).
Nem toda pessoa exposta ao bacilo desenvolve a doença, apenas 5%. Acredita-se que isto se deva a
múltiplos fatores, incluindo a genética individual.
Sintomas
Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica,
ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir
para diminuição da sensação de dor no local.
A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração
mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à
temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose). A partir do estado inicial, a
lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra
tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode
adotar também vários cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então denominada lepra
dimorfa.
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Figura 2.3,2,1 - Indivíduo do sexo masculino com 24 anos de idade que padecia de lepra
Diagnóstico
Em uma região do país em que a lepra é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais, o
diagnóstico é clínico (pelos sintomas).
Com o auxílio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos
cotovelos (baciloscopia).
Tratamento
Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o diagnóstico
precoce e tratamento dos doentes, além de próteses de pacientes curados e que tiveram deformações e para
a prevenção voltada principalmente para evitar a disseminação. Contudo, o tratamento é longo e controle
governamental (no Brasil) tão intenso que é vetado ao médico tratar a doença: apenas profissionais
especialmente treinados especificamente para tal podem prescrever e acompanhar o tratamento.
Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O
tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS
recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a
rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de
tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.
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Meningite Meningocócica
Meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas
coletivamente como meninges. A inflamação pode ser causada por infecções por vírus, bactérias ou outros
microrganismos, e, menos comumente, por certas drogas. A meningite pode pôr em risco a vida em função da
proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central; por isso essa condição é
classificada como uma emergência médica.
As bactérias são sem dúvida os agentes etiológicos mais importantes na meningite. Diversas espécies
bacterianas têm capacidade de invadir a barreira hemato-encefálica, sendo que as mais importantes são:
• Estreptococos beta-hemolíticos do grupo B: um grupo de cocos Gram positivos que causa meningite em
recém-nascidos (crianças com menos de um mês de idade)
• Haemophilus influenzae: um bacilo Gram negativo responsável pela maioria das meningites em lactentes
com 1 mês a dois anos de idade. Era o maior causador da meningite antes da instalação de programas de
vacinação, que foram muito eficientes em reduzir esses casos.
• Streptococcus pneumoniae: um coco Gram-positivo, o mesmo causador de pneumonias, que causa
meningite em pacientes de todas as idades, principalmente em idosos e portadores do HIV.
• Neisseria meningitidis: também conhecido como meningococo, esse coco Gram negativo causa meningites
em todas as idades. É conhecido por ocasionar infecções em surtos, ou seja, grande frequência de infecções
numa comunidade num curto espaço de tempo. Afeta comumente prisioneiros, recrutas militares e têm
causado surtos entre os fiéis muçulmanos em sua peregrinação anual a Meca. Existem várias cepas
imunológicas distintas do meningococo, porém os grupos A, B e C são os mais importantes.
• Listeria monocytogenes: bacilo Gram positivo que causadora de meningite em idosos, portadores do HIV,
transplantados, pacientes com câncer e imunossuprimidos, podendo também afetar crianças pequenas.
• Agentes etiológicos menos comuns incluem: Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Klebsiella sp.
Sintomas
Em adultos, a dor de cabeça severa é o sintoma mais comum de meningite - que ocorre em quase 90% dos
casos de meningite bacteriana, seguido pela rigidez de nuca (incapacidade de flexionar o pescoço para a
frente de forma passiva, devido ao aumento do pescoço do tônus muscular e rigidez). A tríade clássica de
sinais de diagnóstico consiste em rigidez de nuca, febre alta súbita e status mental alterado, no entanto, todas
as três características estão presentes em apenas 44 a 46% dos casos de meningite bacteriana. Se nenhum
dos três sinais está presente, a meningite é extremamente improvável. Outros sinais comumente associado a
meningite incluem fotofobia, intolerância a luz, e fonofobia, intolerância a ruídos altos. As crianças pequenas
geralmente não apresentam os sintomas acima mencionados, e podem estar somente com irritabilidade. Em
crianças de até 6 meses de idade, o abaulamento da fontanela (a “moleira” da parte de cima da cabeça do
bebê) pode estar presente. Outras características que podem diferenciar a meningite de graves doenças em
crianças com menos jovens são dor na perna, extremidades frias, e alteradas a cor da pele.
A rigidez de nuca ocorre em 70% dos casos de adultos com meningite bacteriana. Outros sinais de
meningismo incluem a presença do sinal de Kernig ou do sinal de Brudzinski. O sinal de Kernig é avaliada com
o paciente deitado em supino, com o quadril e joelhos flexionados a 90 graus. Em um paciente com um sinal
positivo de Kernig, os limites de dor extensão passiva do joelho. positivo de Brudzinski Um sinal ocorre quando
a flexão do pescoço, causa a flexão involuntária do joelho e quadril. Apesar de Kernig e de sinais de
Brudzinski são comumente usados para a tela para a meningite, a sensibilidade dessas provas é limitada.
Eles, no entanto, tem muito boa especificidade para a meningite, os sinais de raramente ocorrer em outras
doenças. Outro teste, conhecido como manobra de acentuação sacudida “ajuda a determinar se a meningite
está presente em pacientes com febre e dor de cabeça. O paciente é instruído a girar rapidamente a cabeça
na horizontal, se isso não faz a dor de cabeça pior, a meningite é improvável.
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A meningite causada pela bactéria Neisseria meningitidis (conhecido como “meningite meningocócica”) pode
ser diferenciada de meningite com outras causas de uma rápida propagação de exantema petequial que
podem preceder outros sintomas. A erupção é constituída por numerosos pequenos, irregulares ou vermelho
manchas roxas (petéquias) no tronco, extremidades inferiores, membranas mucosas conjuntiva e,
(ocasionalmente) as palmas das mãos ou solas dos pés. A erupção cutânea é geralmente não-
branqueamento: o vermelho não desaparece quando pressionado com um dedo ou um copo de vidro. Embora
esta erupção não está necessariamente presente na meningite meningocócica, que é relativamente específico
para a doença, mas, no entanto, ocorrem ocasionalmente em meningite por outras bactérias. Outros indícios
quanto à natureza da causa da meningite podem ser sinais da pele de mão, a febre aftosa e herpes genital,
sendo que ambos estão associados com as várias formas de meningite viral.
Diagnóstico
O teste mais importante para identificar ou descartar a meningite é a análise do líquido cefalorraquidiano
através de punção lombar (LP, punção lombar). No entanto, punção lombar está contra-indicada se houver
uma massa no cérebro (tumor ou abcesso) ou o pressão intracraniana (PIC) é elevado, pois pode levar a
herniação cerebral. Se alguém estiver em risco ou uma massa ou criados ICP (traumatismo craniano recente,
um problema do sistema imunológico conhecidas, localizando sinais neurológicos, ou de provas no exame de
uma levantada ICP), um CT ou MRI scan é recomendado antes da punção lombar. Isto aplica-se em 45% dos
casos entre os adultos. Se o TC ou a RM é necessária antes de LP, LP ou se revelar difícil, orientações
profissionais sugerem que os antibióticos devem ser administrados primeiro para evitar atrasos em tratamento,
especialmente se isso pode ser superior a 30 minutos. Muitas vezes, CT ou ressonância nuclear magnética
são realizados numa fase posterior para avaliar as complicações da meningite.
Nas formas graves de meningite, a monitorização dos eletrólitos no sangue pode ser importante, por exemplo,
a hiponatremia é comum na meningite bacteriana, devido a uma combinação de fatores, incluindo a
desidratação, a excreção inadequada do hormônio antidiurético (SIADH), ou excessivamente agressiva de
administração de fluidos intravenosos
Tratamento
A meningite é potencialmente fatal e tem uma alta taxa de mortalidade se não tratada; demora no atendimento
tem sido associada a um pior prognóstico. Assim, o tratamento com antibióticos de amplo espectro, não deve
ser adiado, já que os exames confirmatórios estão sendo conduzidas. Se a doença meningocócica é suspeita
nos cuidados primários, as diretrizes recomendam que benzilpenicilina ser administrada antes da transferência
para o hospital. Uma vez que a meningite pode causar uma série de complicações precoces graves, a revisão
médica regular é recomendada para identificar essas complicações precoces, bem como a admissão a uma
unidade de terapia intensiva, se necessário.
A ventilação mecânica pode ser necessária se o nível de consciência é muito baixa, ou se houver evidência de
insuficiência respiratória. Se houver sinais de aumento da pressão intracraniana, medidas para controlar a
pressão podem ser tomadas, o que permitirá a otimização da pressão de perfusão cerebral e vários
tratamentos para diminuir a pressão intracraniana com medicação (por exemplo, manitol). As convulsões são
tratadas com anticonvulsivantes. Hidrocefalia (obstrução do fluxo do CSF) podem exigir a inserção de um
longo prazo dispositivo de drenagem ou temporária, como uma derivação cerebral.
Para as infecções bacterianas o tratamento deve ser o mais rápido possível, pois a doença pode levar a morte
ou a sequelas neurológicas graves. Na impossibilidade de se conhecer o agente etiológico, o tratamento
empírico deve ser feito com uma cefalosporina de terceira geração mais vancomicina.
Difteria
A difteria ou crupe é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphteriae,
que provoca inflamação da mucosa da garganta, do nariz e, às vezes, da traqueia e dos brônquios.
Transmissão
Contato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por
tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém-contaminados com secreções do doente ou de
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lesões em outras localizações é pouco frequente. Outra forma de transmissão importante é através do
consumo de leite cru.
Sintomas
A produção da toxina e sua liberação sanguínea levam à morte celular, principalmente nos órgãos de alta
perfusão, como fígado, rins, glândulas adrenais, coração, e nervos. Os órgãos afetados podem ficar
insuficientes (com risco de morte) e os órgãos inervados pelos nervos paralisados. Sintomas da intoxicação
sistêmica podem incluir cardiomiopatia, hipotensão, paralisia de músculos e de nervos sensitivos.
Diagnóstico
Na imensa maioria das vezes é feito apenas clinicamente e iniciado seu tratamento assim que suspeitado,
devido a imensa letalidade da mesma. A cultura e observação microscópica e através de testes bioquímicos
do patógeno recolhido de amostras do exudado faringeal é importante na confirmação. Faz-se também por
identificação da toxina, através do teste de Elek. Este teste consiste numa reação de imunodifusão
(identificação da toxina no soro do doente através de anticorpos exogenos específicos para a toxina), alem do
teste de suscetibilidade imunológica à toxina pelo teste intradérmico de Schick.
Tratamento
Em casos mais severos de difteria os nódulos linfáticos no pescoço podem inchar, e fica difícil respirar e
engolir. Pessoas nesse estágio devem procurar ajuda médica imediatamente, uma vez que a obstrução da
garganta pode requerer traqueotomia. Ainda, uma elevação na frequência de batimentos do coração pode
causar parada cardíaca. Difteria também pode causar paralisia no olhos, pescoço, garganta ou músculos do
aparelho respiratório.
Coqueluche
Coqueluche ou tosse convulsa é uma doença altamente contagiosa e perigosa para crianças causada pela
bactéria Bordetella pertussis prevenível por vacinação, que causa tosse violenta contínua e dolorosa.
Sintomas
Após período de incubação de 10 a 14 dias, surge a fase de expulsão de catarro, com rinorreia, espirros e
tosse moderada, que dura duas semanas. A inflamação dos brônquios, com áreas de necrose, aumenta nesta
fase.
Após esta fase estabelece-se um tipo de tosse diferente, convulsiva, continua e dolorosa durante em média
três semanas e pode ser seguida de vômitos. A tosse segue-se a uma inspiração com som característico, tipo
silvo (mais conhecido como “guincho”).
Diagnóstico
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O médico que examina uma criança no primeiro estágio (catarral) tem de saber diferenciar a coqueluche da
bronquite, da gripe e de outras infecções virais e inclusive da tuberculose, uma vez que todas essas doenças
produzem sintomas parecidos. O médico coleta amostras de muco do nariz e da garganta com um swab. A
seguir, é realizada a cultura da amostra em laboratório. Quando a criança encontra-se no estágio inicial da
doença, a cultura do material consegue identificar as bactérias responsáveis pela coqueluche em 80 a 90%
dos casos. Infelizmente, a cultura dessas bactérias nas fases mais avançadas da doença é difícil, embora a
tosse esteja em sua pior fase. Os resultados podem ser obtidos mais rapidamente através do exame de
amostras para detectar bactérias da coqueluche utilizando corantes de anticorpos especiais, mas esta técnica
é menos confiável.
Tratamento
A prevenção com vacina, obrigatória segundo os esquemas de vacinação (é incluída na antiga tríplice agora,
tetravalente) é a única medida eficaz. A vacinação erradicou a doença dos países onde é praticada
eficientemente.
Pneumonia
Pneumonias são infecções que se instalam nos pulmões. Podem acometer a região dos alvéolos pulmonares
onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um
alvéolo e outro).
Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias,
vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar
sempre muito limpo, livre de substâncias que possam impedir o contacto do ar com o sangue.
Diferentes do vírus da gripe, que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam
ser transmitidos facilmente.
Sintomas
• Febre Alta;
• Tosse;
• Dor no Tórax;
• Alterações da Pressão Arterial;
• Confusão Mental;
• Mal-estar generalizado;
• Falta de Ar;
• Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada ou cor de tijolo, às vezes com rajas de
sangue;
• Toxemia; e
• Prostração.
Tratamento
O tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos em caso de origem bacteriana ou fúngica e a
melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando o
paciente é idoso, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como:
comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa
oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
Tétano
O tétano é uma doença infecciosa grave que frequentemente pode levar à morte. É causada pela neurotoxina
tetanospasmina que é produzida pela bactéria anaeróbica Clostridium tetani.
Transmissão
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A bactéria é encontrada no solo, em fezes de animais ou humanas que se depositam na areia, ou na terra sob
uma forma resistente (esporos). A infecção se dá pela entrada de esporos por qualquer tipo de ferimento na
pele contaminado com areia ou terra. Ferimentos com objetos contaminados normalmente representam um
risco grande de desenvolvimento da doença, se a pessoa não tiver sido vacinada.
Quando alguém se fere profundamente e não faz a higiene necessária, os médicos solicitam a aplicação do
soro antitetânico, para que o tétano não se desenvolva. Esse cuidado é muito importante, porque a toxina
tetânica tem afinidade pelo sistema nervoso e pode levar a pessoa à morte. O soro é uma preparação com
anticorpos já prontos para o uso na defesa do organismo.
Depois que penetram no organismo, as bactérias e seus esporos elaboram duas potentes toxinas ou venenos,
que entram na corrente sanguínea e vão agir nos grandes centros nervosos e também produzir espasmos
tônico-clônicos.
Sintomas
O tétano caracteriza-se pelos espasmos musculares e suas complicações. Eles são provocados pelos
menores impulsos, como barulhos e luzes, e continuam durante períodos prolongados. O primeiro sinal de
tétano é o trismus, ou seja, contração dos músculos mandibulares, não permitindo a abertura da boca. Isto é
seguido pela rigidez do pescoço, costas, risus sardonicus (riso causado pelo espasmo dos músculos em volta
da boca), dificuldade de deglutição, rigidez muscular do abdômen. opstotóno: é um outro sinal que é uma
forma de espasmo tetânico em que se recurvam para trás a cabeça e os calcanhares, arqueando-se para
diante o resto do corpo.
Diagnóstico
Recolhimento de amostras de líquido da ferida rico em toxina e inoculação em animal de laboratório (rato).
Tratamento
A ferida deve ser limpa. É administrado antídoto, um anticorpo que se liga à toxina e inibe a sua função. São
também administrados fármacos relaxantes musculares, como curare. A penicilina e o metronidazol eliminam
as bactérias, mas não têm efeito no agente tóxico que elas produzem. Os depressores do sistema nervoso
central Diazepam e DTP também são dados, reduzindo a ansiedade e resposta espásmica aos estímulos. No
caso do animal o tratamento é difícil e problemático, devendo-se chamar um veterinário, que poderá usar
vários recursos como aplicação de soro antitetânico em doses maciças, acima de 100 000 unidades, por via
endovenosa e repeti-las quando necessário. Por isso em casos de ferimentos profundos é fundamental
procurar o médico. Se houver perigo ele aplicará medicamentos como o soro antitetano.
Leptospirose
A leptospirose, também chamada de Mal de Adolf Weil ou, na sua forma mais grave, Síndrome de Weil, é uma
doença bacteriana que afeta seres humanos e animais e que pode ser fatal.
• Forma anictérica (sem amarelamento da pele) ou com poucos sintomas. É a forma mais benigna e presente
em 90% dos doentes.
• Forma ictérica (pele amarelada) ou Doença de Weil. Forma mais grave que acomete 10% dos doentes. Pode
levar à morte.
Transmissão
Sintomas
Como ocorre em várias outras doenças infecciosas, o quadro clínico da leptospirose varia muito de indivíduo
para indivíduo. O paciente pode apresentar desde quase nenhum sintoma, o que é o mais comum, até um
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O período de incubação pode variar de 2 a 30 dias. A média é 10 dias de intervalo entre a contaminação e o
início dos sintomas da leptospirose.
Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular principalmente
nos membros inferiores e panturrilha que, às vezes, atrapalha inclusive a locomoção do paciente tamanha a
intensidade da dor. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarreia. Um achado típico da leptospirose é a
hiperemia conjuntival (olhos acentuadamente avermelhados).
Outros sintomas possíveis incluem tosse, faringite, dor articular, dor abdominal, sinais de meningite, manchas
pelo corpo e aumento dos linfonodos, baço e fígado.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença não é fácil, dada a variedade de sintomas, comuns em outros quadros clínicos. O
diagnóstico final é confirmado por meio de testes sorológicos como o Ensaio Detector de Anticorpos de
Enzimas (ELISA, no acrônimo em inglês) e o PCR (acrônimo em inglês para Reação em Cadeia da
Polimerase).
Tratamento
Gonorreia
A gonorreia ou blenorragia é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pela bactéria Neisseria
gonorrhoeae, ou gonococo.
A N.gonorrhoeae é uma bactéria Gram-negativa, que à microscopia óptica tem forma de diplococos medindo
cerca de 1 micrometro (são cocos assemelhados a um rim, e que se agrupam aos pares). O fator mais
importante de virulência do gonococo é a existência de pílios e da proteína. Estas estruturas permitem à
bactéria permanecer aderente à mucosa do trato urinário, resistindo ao jato da micção. O gonococo infecta
principalmente as células cilíndricas da uretra, poupando geralmente a vagina e útero, cujos epitélios são de
células escamosas.
Transmissão
A principal forma de contagio é pelo ato sexual quando a(o) companheira(o) estão contaminados; no parto
normal, se a mãe estiver infectada, ou por contaminação indireta se, por exemplo, uma mulher usar artigos de
higiene íntima de uma amiga contaminada (evento considerado raro). Há casos raros de contágio em vasos
sanitários, se houver um ferimento proeminente na vulva feminina e por contágio através de uso de artefatos
contundentes ou agulhas infectadas. Mulheres grávidas com gonorreia correm riscos de perder o feto.
Sintomas
O intervalo de tempo entre a contaminação e o surgimento dos sintomas e o período de incubação é curto, de
2 a 4 dias, excepcionalmente podendo alcançar 10 dias, em casos extremamente raros pode chegar a 30 dias.
Normalmente o mais comum no homem é a ardência ao urinar ou disúria acompanhada de febre baixa e o
aparecimento de um corrimento amarelo e purulento saindo da uretra. Por isso é também conhecida como
uretrite gonocócica. Das mulheres, 70% não apresentam sintomas (perigoso porque podem se desenvolver
complicações sem tratamento). Nas restantes é comum ocorrerem dores ou disúria ao urinar, acompanhada
de Incontinência Urinária (urina solta) e corrimento vaginal. Uma complicação perigosa é consequência de
disseminação para o trato genital superior, com dores abdominais após algumas semanas da contaminação, a
DIP – Doença Inflamatória Pélvica. Esta é devida a infecção do útero, tubas uterinas e cavidade abdominal.
Pode resultar em infertilidade.
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No homem pode haver prostatite, epididimite e raros casos de infertilidade. Na mulher a infecção gonocócica
não costuma se manter na vagina devido às defesas naturais, por ser este um ambiente ácido. Já a uretra, o
colo do útero e glândulas da vulva são habitualmente atingidas pelo gonococo em face da concepção orgânica
de cada pessoa e dobras naturais que favorecem a proliferação das bactérias. Nas trompas ocorre a invasão
progressiva acompanhada de reação inflamatória, podendo produzir abscessos ou obstruções severas. Na
região da vulva pode afetar a Glândula de Bartholin, ocasionando as chamadas Bartholinites: essa inflamação
deixa a vulva sensível e perigosamente exposta a novas infecções. Em alguns casos raros não tratados o
gonococo pode se disseminar através da circulação, afetando principalmente a pele, articulações, cérebro,
válvulas cardíacas, faringe e olhos.
Diagnóstico
O diagnóstico é basicamente clínico, não havendo necessidade de exames laboratoriais específicos. Porém,
se houver necessidade como, por exemplo, estudos epidemiológicos. O mais eficiente é o chamado coleta “in
vitro” ou local - o que já não é utilizado ha muitos anos. Atualmente com uma cultura de secreção uretral é
possível saber com segurança se está ou não infectado. O material é colhido através de um “swab” (uma
longa haste com pedaço de algodão na ponta) e logo após é transposto em um campo de cultura e após 72
horas o especialista conta a quantidade de bactérias por mm² indicando assim o grau de contaminação do(a)
paciente.
Tratamento
Cólera
O cólera (ou cólera asiática) é uma doença causada pelo vibrião colérico (Vibrio cholerae), uma bactéria em
forma de vírgula ou bastonete que se multiplica rapidamente no intestino humano produzindo uma potente
toxina que provoca diarreia intensa. Ela afeta apenas os seres humanos e a sua transmissão é diretamente
dos dejetos fecais de doentes por ingestão oral, principalmente em água contaminada. O vibrião da cólera é
Gram-negativo.
Transmissão
O cólera é transmitido através da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos. São necessários
em média 100 milhões de víbris (e no mínimo um milhão) ingeridos para se estabelecer a infecção, uma vez
que não são resistentes à acidez gástrica e morrem em grandes números na passagem pelo estômago.
A incubação é de cerca de cinco dias. Após esse período começa abruptamente a diarreia aquosa e serosa,
como água de arroz.
Sintomas
As perdas de água podem atingir os 20 litros por dia, com desidratação intensa e risco de morte,
particularmente em crianças. Como são perdidos na diarréia sais assim como água, beber água doce ajuda
mas não é tão eficaz como beber água com um pouco de sal. Todos os sintomas resultam da perda de água e
eletrólitos:
Diarreia volumosa e aquosa, tipo água de arroz, sempre sem sangue ou muco (se contiver estes elementos
trata-se de disenteria).
Náuseas e vômitos.
Hipotensão com risco de choque hipovolêmico (perda de volume sanguíneo) fatal é a principal causa de morte
na cólera.
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Taquicardia: aceleração do coração para responder às necessidades dos tecidos, com menos volume
sanguíneo.
Hipotermia: a água é um bom isolante térmico e a sua perda leva a maiores flutuações perigosas da
temperatura corporal.
O risco de morte é de 50% se não tratada, sendo muito mais alto em crianças pequenas. A morte é
particularmente impressionante: o doente fica por vezes completamente mirrado pela desidratação, enquanto
a pele fica cheia de coágulos verde-azulados devido à ruptura dos capilares cutâneos, sendo que isso é muito
importante para as crianças e adultos.
Diagnóstico
O diagnóstico é por cultura em meio especializado alcalino de amostras fecais. A identificação é por
microscopia e liocemia.
Tratamento
O tratamento imediato é o soro fisiológico ou soro caseiro para repor a água e os sais minerais: uma pitada de
sal, meia xícara de açúcar e meio litro de água tratada. No hospital, é administrada de emergência por via
intravenosa solução salina. A causa é adicionalmente eliminada com doses de antibiótico (a doxiciclina).
Medicamentos antidiarreicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação da bactéria por diminuírem o
peristaltismo intestinal.
Febre Tifoide
A febre tifoide é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Salmonella typhi. Trata-se de uma forma
de salmonelose restrita aos seres humanos e caracterizada por sintomas sistêmicos proeminentes, sendo
endêmica em países subdesenvolvidos. A febre tifoide é uma doença distinta e não relacionada com o Tifo.
Transmissão
É transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminada, o mais comum, ou então pelo contato
direto com os portadores, através de um beijo por exemplo. Seja qual for a origem a única porta para a sua
entrada é a via digestiva
Sintomas
Os primeiros sintomas, aumentando ao longo da primeira semana, são febre de cerca 40°C, dores de cabeça,
fadiga, bradicardia, e agitação durante o sono. Podem aparecer manchas rosa na pele. Após cerca de 3
semanas, o enfermo pode apresentar falta de apetite (anorexia), hemorragia nasal (epistaxis), diarreia e
vômitos, esplenomegália, tosse, delírios e estado de torpor, surgindo depois quadros de septicemia, com
possível choque séptico mortal.
Diagnóstico
Para o diagnóstico definitivo da FT é necessário o isolamento da Salmonella typhi, uma vez que o quadro
clínico é inespecífico e comum a outras patologias. Eventualmente podem ser usados métodos que
demonstram a presença de antígenos ou anticorpos contra esta bactéria.
Tratamento
A febre tifoide deve ser tratada com antibióticos específicos, mais comumente o cloranfenicol, ampicilina ou
quinolonas. São tratadas as complicações de acordo com a sua condição, caso haja.
Os doentes que se tenham curado sem tratamento antibiótico devem ser isolados, já que mesmo curados
podem tornar-se portadores do bacilo por meses, até mesmo anos. São-lhes administrados antibióticos que
eliminam as bactérias remanescentes.
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No sistema de classificação de cinco reinos, os fungos adquiriram identidade própria, elevados à categoria de
reino (Fungi). Atualmente, o reino engloba quatro filos: Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e
Basidiomycota. Embora as inter-relações entre eles ainda não estejam bem compreendidas, existe um
consenso que Ascomycota e Basidiomycota sejam grupos irmãos.
Os fungos não formam tecidos verdadeiros, incluem organismos unicelulares (leveduróides, ex: Sacharomyces
cerevisae) ou filamentosos. O conjunto de filamentos que compõe a frutificação (talo) dos fungos é chamado
de micélio. O micélio é um sistema de filamentos geralmente muito ramificado, constituindo às vezes, corpos
morfologicamente complexos. Os filamentos do micélio são chamados hifas. Ao microscópio óptico, as hifas
são muito simples, notando-se seu contorno, representado pela parede celular, e o citoplasma, cujo conteúdo
não pode ser identificado nas preparações rápidas.
O micélio pode ser classificado em dois tipos de acordo com o arranjo das hifas: prosênquima e
pseudoparênquima. O micélio do tipo prosênquima caracteriza-se por sua aparência distintamente
filamentosa, enquanto no pseudoparênquima a estrutura filamentosa não pode ser reconhecida, isto é, lembra
um parênquima.
A fonte de matéria orgânica pode ser morta, em decomposição, então os fungos são ditos sapróbios. Quando
crescem em matéria viva são parasitas. Existe ainda, um terceiro grupo, os simbiontes. Os liquens são
exemplos de associações simbióticas de fungos com algas, enquanto as micorrízas são exemplos de
associações com raízes de plantas terrestres.
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Dentre outros fatores ambientais, as temperaturas entre 20-30°C são ideais para o crescimento dos fungos.
Entretanto, muitos crescem ou pelo menos sobrevivem em temperaturas extremas como a temperatura do
nitrogênio líquido (sobrevivência a -195°C). O pH próximo a 6, isto é, ligeiramente ácido, é ideal para a grande
maioria dos fungos, diferindo das bactérias que crescem melhor em pH alcalino. A luz tem um papel
importante na reprodução de muitos fungos.
Estes organismos estão presentes nos mais variados ambientes, tanto aquáticos (marinhos e de águas
continentais) quanto nos ambientes terrestres. Esporos resistentes são muito comuns no ar, dispersando-se
facilmente através deste meio. Uma placa de petri, contendo meio de cultura esterilizado, torna-se
contaminada por fungos com facilidade, se mantida aberta durante alguns segundos, o que comprova sua
ocorrência e abundância no ar. Para se ter uma idéia da eficácia neste modo de dispersão, estudos
demonstram que esporos de determinadas espécies se deslocam do México até o Canadá, atravessando,
desta forma, quase toda a América do Norte.
Afecções Fungicas
Micoses superficiais
As micoses superficiais da pele, em alguns casos chamadas de “tineas”, são infecções causadas por fungos
que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Os fungos estão em toda parte podendo ser encontrados no solo e
em animais. Até mesmo na nossa pele existem fungos convivendo “pacificamente” conosco, sem causar
doença.
A queratina, substância encontrada na superfície cutânea, unhas e cabelos, é o “alimento” para estes fungos.
Quando encontram condições favoráveis ao seu crescimento, como: calor, umidade, baixa de imunidade ou
uso de antibióticos sistêmicos por longo prazo (alteram o equilíbrio da pele), estes fungos se reproduzem e
passam então a causar a doença.
Micoses cutâneas
São fungos queratinofílicos e queratinolíticos, sendo capazes de destruir as superfícies queratinosas de pele,
pêlo e unhas. Nas biópsias cutâneas, todos os dermatófitos são morfologicamente similares e aparecem com
hifas septadas hialinas, cadeias de artroconídios ou cadeias dissociadas de artroconídios. Os dermatófitos
podem ser geofílicos (vivem no solo, patógenos ocasionais), zoofílicos (parasitam o pêlo e a pele de animais,
infectam, humanos) ou antropofílicos (infectam humanos e são transmitidos direta ou indiretamente de pessoa
a pessoa). Os fungos geofílicos e zoofílicos causam reação profunda no hospedeiro, com lesões altamente
inflamatórias, mas que respondem bem à terapia. Já as infecções antropofílicas, são não-inflamatórias,
crônicas e difíceis de curar. Invadem o extrato córneo (camada superior e mais externa da epiderme). As
dermatofitoses são referidas com “tineas”.Os sinais e sintomas clínicos variam de acordo com os agentes
etiológicos, a reação do hospedeiro e o local da infecção. O padrão clássico das dermatofitoses envolve um
anel de descamação inflamatória com diminuição da inflamação em direção ao centro da lesão. Em áreas
cobertas por pêlos aparecem manchas circulares elevadas de alopecia, com eritema e escamação, ou como
pápulas, pústulas, vesículas e quérions (inflamação grave envolvendo a base do pelo). Em pele lisa aparecem
eritema e manchas escamosas que se expandem centripetamente, apresentando clareamento central. Pode
acontecer também a infecção das unhas (onicomicose) pelos mesmos fungos causadores da infecção na pele.
O tratamento para as dermatofitoses é tópico ou oral, sendo, no entanto, principalmente oral.
Onicomicose por fungos não-dermatofíticos (Scopulariopsis brevicaulis, Scytalidium spp., Candida spp. etc)
A remoção cirúrgica parcial das unhas infectadas, mais tratamento com itroconazol ou terbinafina via oral são
recomendados nesses casos.
Micoses subcutâneas
Podem ser introduzidas de forma traumática através da pele. Podem envolver camadas mais profundas da
derme, do tecido subcutâneo e do osso, mas não costumam se disseminar para órgãos distantes. O curso
clínico mostra-se crônico e insidioso. Os agentes causais são, muitas vezes, de baixo potencial patogênico e
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são comumente isolados do solo, da madeira e de vegetação em decomposição, o que justifica a comum
exposição de forma ocupacional ou relacionada a passatempos.
Fungo dimórfico, encontrado no solo e na vegetação em decomposição, quem causa infecção crônica.
Acontece predominantemente em locais de clima quente e está relacionada ao trabalho em florestas,
mineração e jardinagem. O fungo entra no hospedeiro após inoculação traumática dos materiais normalmente
contaminados. Caracteriza-se por lesões nodulares e ulcerativas junto aos linfáticos que drenam o sítio
primário de inoculação. O tratamento é feito com iodeto de potássio via oral em solução saturada ou com
itraconazol.
Também conhecida como cromomicose, é uma infecção fúngica crônica, envolvendo pele e subcutâneos,
caracterizada pelo desenvolvimento de nódulos ou de placas verrucosas de crescimento lento. Os fungos são
pigmentados (demaciáceos) e penetram por inoculação direta com solo infectado ou matéria orgânica. As
lesões iniciais, como já mencionado, são pequenas pápulas verrucosas e, em geral, aumentam de tamanho
lentamente. Podem apresentar-se também na forma de placas. Quando bem estabelecida, as lesões
aparecem como crescimentos verrucosos múltiplos e grandes, com aspecto de couve-flor. São
hiperceratóticas e deixam o membro distorcido, devido à fibrose e ao linfoedema secundário. A reação
inflamatória é supurativa e granulomatosa, com fibrose dérmica e hiperplasia pseudoepiteliomatosa. O
tratamento com terapia antifúngica específica muitas vezes não apresenta resultado, se a infecção já estiver
em estágio avançado. O itraconazol e a terbinafina parecem ser mais eficazes e podem ser combinados com
flucitosina em casos refratários.
Acontece devido à implantação percutânea traumática do agente e não é uma doença contagiosa. É um
processo infeccioso, crônico e granulomatoso. É caracterizado pela formação de múltiplos granulomas e
abscessos que contêm grandes agregados de hifas fúngicas conhecidas como grânulos ou grãos. Os
abscessos drenam-se externamente, em sua maioria. O processo pode ser bastante extenso e deformante,
com a destruição de músculo, fáscia e osso. As lesões aparecem principalmente em mãos e pés, mas também
existem nas costas, ombros e parede torácica. A lesão inicial parece um nódulo ou uma placa subcutânea
pequena e indolor que aumenta lenta, mas progressivamente, de tamanho. Acontece desfiguração devido à
inflamação crônica e à fibrose. Pode ocorrer destruição do músculo e do osso. Com o tempo, os tratos
sinusais aparecem sobre a superfície da pele e drenam um líquido serossanguinolento que, muitas vezes,
pode apresentar grânulos visíveis. O diagnóstico de baseia na distinção dos grãos ou grânulos e o tratamento
muitas vezes não é efetivo, sendo necessária a amputação. Deve-se diferenciar o micetoma eumicótico do
micetoma actinomicótico, pois o último goza de terapia efetiva.
Pode ser causada por uma grande variedade de fungos e é um termo utilizado para descrever uma ordem
heterogênea de infecções fúngicas. Pode aparecer no formata de infecção superficial, subcutânea, invasiva ou
disseminada. Contrai-se por inoculação traumática. Apresenta-se sob a forma de um cisto inflamatório
solitário, com cápsula fibrosa, reação granulomatosa e necrose central. As lesões são firmes ou flutuantes, em
geral indolores. Podem ocorrer placas pigmentadas endurecidas. Acomete principalmente pés e pernas. O
tratamento é feito principalmente através de recisão cirúrgica.
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Micoses profundas
As micoses profundas, que invadem a derme e/ou a hipoderme, e, por vezes até órgãos internos, são revistas
neste artigo. Estas afecções, além de outras características, mostram, na histopatologia, um processo
inflamatório granulomatoso e, no sangue, presença de anticorpos. Discute-se aqui em especial algumas
micoses profundas observadas no Brasil, entre elas a paracoccidioidomicose, esporotricose, cromomicose,
micose de Jorge Lobo, micetoma, criptococose e histoplasmose.
As micoses profundas, ao contrário das superficiais, invadem preferencialmente a derme e/ou a hipoderme, e,
também com certa freqüência, os órgãos internos. Não se conhece a transmissão homem a homem, e, na
histopatologia, caracterizam-se por um processo inflamatório granulomatoso, e, no sangue, pela presença de
anticorpos. Nesse grupo, entre as mais observadas no Brasil, estão a paracoccidioidomicose, esporotricose,
cromomicose, micose de Jorge Lobo, micetomas, criptococose e histoplasmose. Fazem parte ainda desse
grupo a rinosporidiose, rara no Nordeste; a coccidioidomicose; a blastomicose norte-americana, não
observada no Brasil; e as zigomicoses, que se dividem em entomoftoromicose e mucormicose, doença em
geral de imunossuprimidos.
O fungo agente dessa doença é saprófita na natureza, e sua penetração se dá principalmente por via
pulmonar ou digestiva, sendo raro observar-se pele ou mucosa retal como porta de entrada. A invasão é
ganglionar, e a disseminação, hematogênica.
Conforme o estado imunológico do paciente, podem ocorrer infecção sem doença, doença localizada ou a
doença generalizada, que é mais comum. Os pacientes com a forma generalizada apresentam imunidade
celular deprimida, aferida pela negatividade aos testes intradérmicos à paracoccidioidina e a outros antígenos
inespecíficos.
Micoses oportunistas
Micoses oportunistas são infecções cosmopolita causada por fungos de baixa virulência mas ao encontrar
condições favoráveis como distúrbios do sistema imunológico desenvolvem poder patogênico invadindo os
tecidos.
• Fatores intrínsecos: (próprios dos hospedeiro): neoplasias, diabetes, hemopatias, AIDS, velhice, gravidez e
todas as doenças que alteram a imunidade celular.
• Fatores extrínsecos: Antibioticoterapia, corticosterapia, antiblástico, cirurgias de transplante e ambientes
hospitalares contaminados.
Hábitos higiênicos são importantes para se evitar as micoses. Previna-se seguindo as dicas abaixo:
• Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele como as axilas, as virilhas e os
dedos dos pés.
• Evitar ficar com roupas molhadas por muito tempo.
• Evitar o contato prolongado com água e sabão.
• Não usar objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas.
• Não andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas).
• Evitar mexer com a terra sem usar luvas.
• Usar somente o seu material de manicure.
• Evitar usar calçados fechados o máximo possível. Opte pelos mais largos e ventilados.
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• Evitar roupas quentes e justas. Evitar os tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo. Preferir
sempre tecidos leves como o algodão.
Vírus
Vírus são pequenos agentes infecciosos (20-300 ηm de diâmetro) que apresentam genoma constituído de
uma ou várias moléculas de ácido nucleico (DNA ou RNA), as quais possuem a forma de fita simples ou dupla.
Os ácidos nucleicos dos vírus geralmente apresentam-se revestidos por um envoltório proteico formado por
uma ou várias proteínas, o qual pode ainda ser revestido por um complexo envelope contendo lipídios. Por
não apresentarem a maquinaria metabólica que as células vivas possuem para gerar energia bioquímica e
utilizá-la, os vírus são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, pois dependem de suas células
hospedeiras para se reproduzirem. Fora do ambiente intracelular os vírus são inertes, ou seja, não reagem
com outras substâncias. Porém, a capacidade reprodutiva dos vírus é assombrosa: um único vírus é capaz de
produzir, em poucas horas, milhões de novos indivíduos.
Estrutura Viral
Dentre os vários grupos de vírus existentes, não existe um padrão único de estrutural viral. A estrutura mais
simples apresentada por um vírus consiste de uma molécula de ácido nucleico coberta por muitas moléculas
de proteínas idênticas. Os vírus mais complexos podem conter várias moléculas de ácido nucleico assim como
diversas proteínas associadas, envoltório proteico com formato definido, além de complexo envelope externo
com espículas.
A classificação dos vírus ocorre de acordo com o tipo de ácido nucleico que possuem, as características do
sistema que os envolvem e os tipos de células que infectam. De acordo com este sistema de classificação,
existem aproximadamente, trinta grupos de vírus.
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Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em seguida a
penetração através da membrana celular.
Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença ou
atividade.
Multiplicação: ocorre a replicação do ácido nucleico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os ácidos
nucleicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo novas partículas de vírus.
Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias.
Caxumba
A parotidite infecciosa, popularmente conhecida como caxumba é uma doença de transmissão respiratória,
causada pelo vírus da parotidite infecciosa. É uma doença da infância geralmente inócua, mas pode causar
alguns problemas no adulto.
Raiva
A raiva (também conhecida impropriamente como Hidrofobia), é uma doença infecciosa que afeta os
mamíferos causada por um vírus que se instala e multiplica primeiro nos nervos periféricos e depois no
sistema nervoso central e dali para as glândulas salivares, de onde se multiplica e propaga. Por ocorrer em
animais e também afetar o ser humano, é considerada uma zoonose.
A transmissão dá-se do animal infectado para o sadio através do contato da saliva por mordedura, lambida em
feridas abertas, mucosas ou arranhões.
Rubéola
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A Rubéola ou Rubela é uma doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória. É uma
doença geralmente benigna, mas que pode causar malformações no embrião em infecções de mulheres
grávidas.
Sarampo
Doença infecciosa, altamente contagiosa, faz parte do grupo das doenças que se manifestam por alterações
marcantes da pele, exantema eritematoso (pele avermelhada, com placas tendendo a se unirem) e com
comprometimento de vários órgãos.
Hepatites
É qualquer inflamação do fígado. Pode ser causada por infecções (vírus, bactérias), álcool, medicamentos,
drogas, doenças hereditárias (depósitos anormais de ferro, cobre) e doenças autoimunes.
Dengue
A Dengue é uma doença infecciosa (é uma virose). Tem como etiologia (causa) qualquer uma das quatro
variedades (sorotipos), do vírus da dengue. Os sorotipos (variedades) são identificadas pelas siglas DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Trata-se de um arbovírus (vírus da família do vírus da febre amarela) que só pode ser
transmitido ao homem por um vetor (transmissor) um artrópode hematófago (animal que tem os membros
articulados e alimenta-se com sangue - o mosquito Aedes aegypti). Não há transmissão homem-homem, sem
a ação do vetor.
Cada um dos vírus pode causar enfermidade grave e mortal. Cada sorotipo proporciona imunidade (defesa
organizada) específica para toda a vida. A imunidade cruzada (de um para o outro sorotipo) é de curta duração
(meses), como são quatro variedades, uma pessoa pode ter dengue quatro vezes. Dentro de um mesmo
sorotipo parece existir capacidade variável de disseminar uma epidemia com diferentes níveis de gravidade.
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da febre amarela (vírus amarílico),
conhecido cientificamente como um Arbovírus, do gênero Flavivirus, doença de curta duração (máximo 10
dias), com gravidade extremamente variável, abrangendo desde casos assintomáticos até casos fatais, ocorre
de forma endêmica na América do Sul e na África.
Gripe
A gripe é uma doença infecciosa aguda que afeta aves e mamíferos. É causada pelo Vírus ARN da família
Orthomyxoviridae (dos vírus influenza). Em humanos, os sintomas mais comuns da doença são calafrios e
febre, dor de garganta, dores musculares, dores de cabeça, tosse, fadiga e mal estar. Em casos mais graves
causa pneumonia, que pode ser fatal, particularmente em crianças pequenas e idosos. Embora às vezes seja
confundida com o resfriado, a gripe é muito mais grave e causada por vários tipos de vírus.
Resfriado
O resfriado, também chamado em certas zonas de Portugal constipação é um estado gripal que incide, muito
frequentemente, no trato respiratório superior ocasionando respostas imunológicas que caracterizam e são
responsáveis pela secreção nasal. Esta doença é geralmente causada por um vírus, mais frequentemente um
rhinovirus ou coronavirus, embora também possa ter etiologia bacteriana. O tratamento é meramente
sintomático no de etiologia viral, enquanto o resfriado de origem bacteriana tem tratamento com antibióticos.
Raramente, complica em pneumonia. Esta patologia é transmitida quando uma pessoa esta infectada e entra
em contato com outras pessoas não infectadas.
Varicela
A varicela (catapora) é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, causada por um vírus chamado
Varicela-Zoster. Esse vírus pode causar vários tipos de infecções: primária (quadro clínico de catapora bem
estabelecido), latente (sem manifestação clínica) e reativação.
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Esse vírus permanece em nosso corpo a vida toda, estando como que adormecido; sua reativação determina
doença localizada na área correspondente a um ou mais nervos sensitivos e chama-se então Herpes-Zoster,
conhecida também como cobreiro.
Variola
A varíola é uma doença infecto-contagiosa provocada pelo vírus Orthopoxvírus variolae, um dos maiores vírus
que afeta o ser humano. Ao entrar no organismo humano, o vírus se hospeda em uma determinada célula,
onde fabrica suas proteínas e multiplica-se no citoplasma da mesma. O sistema imunitário do organismo reage
contra o vírus destruindo as células antes que o vírus se multiple, porém o sistema imunitário não consegue
bloquear completamente a multiplicação do vírus, pois a proteína que produz faz com que o mesmo fique
resistente aos anticorpos.
Aids
Doença infecciosa causada pelo vírus da imunodeficiência humana, que leva a uma perda da imunidade
progressiva resultando em infecções graves, tumores malignos e manifestações causadas pelo próprio vírus.
Parasitologia
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações entre eles. Engloba os filos
Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda (nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes
(platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os
nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares.
Protozooses
• Amebíase
• Tripanosomíase
• Leishmanioses
• Giardíase
• Tricomoníase
• Malária
• Toxoplasmose
• Balantidiose
Helmintoses
• Esquistossomose
• Teniase/cicticercose
• Hidatidose/equinococose
• Enterobiose
• Filariose
• Ancilostomose/necatoriose
• Ascaridíase
• Tricocefalose
• Estrongiloidíase
Ectoparasitoses (artrópodes)
• Pediculose
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• Ftiríase
• Miíase
• Acaríase
Parasitas são organismos que vivem em associação com outros aos quais retiram os meios para a sua
sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo.
Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são causadas por seres
considerados, em última análise, parasitas.
O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar as funções vitais, como é o caso dos
piolhos, até poder causar a sua morte, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogênicas. Neste caso
extremo, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas em muitos casos, o parasita pode ter-se
reproduzido e disseminado os seus descendentes, que podem ter infestado outros hospedeiros, perpetuando
assim a espécie.
Classificação
Outra forma de classificar os parasitas depende dos hospedeiros e da relação entre parasita e hospedeiro:
Os parasitas obrigatórios são considerados mais adaptados para o parasitismo que os facultativos, uma vez
que possuem adaptações para isso. Muitas vezes, um hospedeiro obrigatório desenvolve defesas contra um
parasita e, se o parasita consegue desenvolver um mecanismo para ultrapassar essas defesas, pode levar a
um processo chamado co-evolução. Os parasitas mais comuns são: os vírus, as bactérias, os vermes, os
artrópodes e os protozoários.
As adaptações ao parasitismo são assombrosas - desde a transformação das probóscides dos mosquitos num
aparelho de sucção, até à redução ou mesmo desaparecimento de praticamente todos os órgãos, com
exceção dos órgãos da alimentação e os reprodutores, como acontece com as tênias e lombrigas.
Alguns parasitas são de tal forma modificados que se torna difícil associá-los a espécies afins que têm vida
livre, como acontece com muitos crustáceos.
Um outro caso de adaptação relaciona-se com a sua forma de disseminação: nos casos do plasmódio da
malária ou da bilhárzia, a reprodução sexuada não se dá dentro do hospedeiro, mas sim dentro doutra
espécie, que pode servir apenas de vetor para a infecção de outro hospedeiro.
Principais afecções
Giardia
A giárdia (Giardia lamblia) é um protozoário microscópico que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de
seres humanos.
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os cistos são arredondados, com dois ou quatro núcleos, quatro corpos parabasais, quatro axonemas e com
parede celular grossa, imóveis, mas resistentes e infecciosos. A reprodução dos trofozoítos é assexuada, e
têm a capacidade de variar as suas proteínas de superfície, evadindo o sistema imunitário.
Este flagelado pode viver no estado livre, em lagos ou ribeiras, durante bastante tempo.
Ciclo de Vida
O ciclo de vida é simples: os trofozoítos são as formas ativas no hospedeiro, sendo que a forma infectante são
os cistos, multiplicando-se no intestino. Os trofozoítos têm proteínas de adesão às células da mucosa e
geralmente não são arrastados com as fezes. Alguns trofozoítos transformam-se em cistos, que são formas
resistentes mas inativas, que são arrastadas e excretadas com as fezes. No exterior, os cistos resistem por
semanas a meses. Se forem ingeridos por algum animal, são ativados durante a passagem pelo seu estômago
e transformam-se em trofozoítos.
Leishimaniose
A leishmaniose ou leishmaníase são formas da doença o calazar e a úlcera de Bauru. É provocada pelos
protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, também
chamados de mosquito palha ou birigui. No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis
pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão.
Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos
últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo
encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. As leishmania
são transmitidas pelos insetos fêmeas dos gêneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomyia (Novo Mundo).
Ciclo de Vida
O ciclo de vida das espécies é ligeiramente diferente, mas há pontos comuns. São libertados no sangue junto
com a saliva de flebotomíneos ou flebótomos (em inglês são denominados sand flies) no momento da picada.
As leishmanias na forma de promastigotas ligam-se por receptores específicos aos macrófagos, pelos quais
são fagocitadas. Elas são imunes aos ácidos e enzimas dos lisossomas com que os macrófagos tentam digeri-
las, e transformam-se nas formas amastigotas após algumas horas (cerca de 12h). Então começam a
multiplicar-se por divisão binária, saindo para o sangue ou linfa por exocitose e por fim conduzem à destruição
da célula, invadindo mais macrófagos. Os amastigotas ingeridos pelos insectos transmissores demoram oito
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dias ou mais a transformarem-se em promastigotas e multiplicarem-se no seu intestino, migrando depois para
as probóscides.
Malária
A malária ou paludismo é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do
gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles.
É a principal parasitose tropical e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nesses países:
(mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma
criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos
cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
A malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A transmissão geralmente
ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em periferias. Em
cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no entanto, o risco de aquisição de
malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao
amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão
desta para outras pessoas. O risco maior de aquisição de malária é no interior das habitações, embora a
transmissão também possa ocorrer ao ar livre.
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma protozoose de distribuição mundial. É uma doença infecciosa, congênita ou adquirida,
causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e produção incluindo suínos,
caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos,
suínos, cabras, etc.). Acarreta abortos e nascimento de fetos mal formados.
Toxoplasma gondii possui três formas infectantes em seu ciclo de vida: oocisto, bradizoítos contidos em cistos
e taquizoítos.
O gato e outros felinos, que são os hospedeiros definitivos, estão relacionados com a produção e eliminação
dos oocistos (ovos) e perpetuação da doença, uma vez que somente neles ocorre a reprodução sexuada dos
parasitos. Eles ingerem os cistos que estão nos tecidos dos animais homeotérmicos, principalmente dos ratos
e pássaros. Após essa ingestão passam a eliminar nas fezes por um período em média de quinze dias os
oocistos não esporulados, sendo que provavelmente esta será a unica vez durante a vida que esse gato irá
eliminar os oocistos não esporulados. No ambiente, através de condições ideais de temperatura, pressão,
oxigenação e umidade os oocistos levam de 1 a 5 dias para se esporular e se tornar infectante.
Tricomoniase
A Tricomoníase, tricomoniose ou tricomonose é uma doença sexualmente transmissível, causada pelo parasita
protozoário unicelular Trichomonas vaginalis. O T. vaginalis é um protozoário oval ou piriforme, anaeróbio
facultativo, flagelado, e que possui movimento contínuo característico. É responsável por cerca de 10 a 15%
dos corrimentos genitais infecciosos.
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Amebiase
Disenteria amébica (também conhecida por disenteria amebiana e amebíase) é uma forma de disenteria, ou
seja, diarreia dos protozoários sarcodina ou rizópodos (protista). É uma ameba típica, com movimentos por
extensão de pseudópodes e capacidade fagocítica, que evoluiu para viver como parasita humano, ao contrário
da ameba Entamoeba díspar, muito semelhante, mas que raramente causa infecções sintomáticas.
A entamoeba alimenta-se de bolo alimentar, bactérias intestinais, líquidos intracelulares das células que
destrói e por vezes também fagocita eritrócitos. Tem proteínas membranares capazes de formar poros nas
membranas das células humanas, destruindo-as por choque osmótico, e adesinas que lhe permitem fixar-se
às células da mucosa de modo a não ser arrastada pela diarréia. Além disso produz enzimas proteases de
cisteína, que degradam o meio extracelular humano, permitindo-lhe invadir outros órgãos e isso é perigoso.
Ciclo de Vida
Os cistos, com 15 micrometros, são formas resistentes expelidas com as fezes de pessoas infectadas. Após
ingestão de água ou alimentos contaminados, a passagem pelo ambiente ácido do estômago induz a sua
transformação já no intestino numa forma amébica que rapidamente divide-se em oito trofozoítos, também
amébicos. Os trofozoítos aderem fortemente ao meio, multiplicando-se e causando doenças, e em alguns
casos transformam-se em formas císticas, que não aderem à mucosa e são expelidas pelas fezes.
Reprodução assexuada possui ciclo monoxeno, a alimentação ocorre por fagocitose, locomoção por emissão
de pseudopodes.
Doença de Chagas
A doença de Chagas, mal de Chagas ou chaguismo, também chamada tripanossomíase americana, é uma
infecção causada pelo protozoário cinetoplástida flagelado Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos,
conhecidos no Brasil como barbeiros, ou ainda, chupança, fincão, bicudo, chupão, procotó, (da família dos
Reduvídeos (Reduviidae), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus. Trypanosoma cruzi
é um membro do mesmo gênero do agente infeccioso africano da doença do sono e da mesma ordem que o
agente infeccioso da leishmaniose, mas as suas manifestações clínicas, distribuição geográfica, ciclo de vida e
de insetos vetores são bastante diferentes.
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Helmintologia
A Helmintologia é o ramo da zoologia que estuda os vermes em geral, especialmente aqueles reunidos sob os
filos dos platelmintos ou dos asquelmintos.
Trematodas
Classe do filo Platyhelminthes composta por cerca de 11,000 espécies de endo- e ectoparasitas. Os
tremátodes podem infestar uma grande diversidade de peixes, anfíbios, répteis e mamíferos, sendo a escolha
do hospedeiro dependente da espécie. Alguns destes organismos causam doenças graves no hospedeiro.
A estrutura e fisiologia dos tremátodes é bastante semelhante à dos organismos da classe Turbellaria. Os
tremátodes têm órgãos adesivos orais e ventrais que os fixam ao hospedeiro, do qual sugam tecidos, muco,
fluidos e/ou sangue. A epiderme do tremátode é não ciliada e permite as trocas gasosas da respiração e a
eliminação de compostos nitrogenados, ao mesmo tempo que protege das enzimas segregadas pelo
hospedeiro.
Os tremátodes que integram o ser humano no seu ciclo de vida, e que por isso provocam doenças, pertencem
todos à sub-classe Digenea. Esta é por sua vez dividida de acordo com o alvo afetado pelo parasita, que pode
ser tecidos, em particular o fígado, ou sangue.
Cestodeos
Cestoda é uma classe do filo Platyhelminthes que se caracterizam pela ausência do sistema digestório. Os
alimentos são absorvidos pela pele que têm revestimento semelhante aos dos trematódeos. Todos os
representantes desta classe são parasitas internos.
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Nematódeo
Os Helmintos também podem remeter mais especificamente ao estudo dos vermes endoparasitas. Os
principais parasitos que são estudados na parasitologia médica são:
• Schistosoma mansoni
• Taenia solium
• Taenia saginata
• Ascaris lumbricoides
• Trichuris trichiura
• Enterobius vermiculares
• Ancylostoma brasiliensi, Ancylostoma caninum e Ancylostoma americanus
• Necator americanus
• Strongiloides stercoralis
Esquistossomose
Na fase parasitária, o esquistossomo vive geralmente nas veias que ligam o intestino ao fígado das pessoas.
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A presença desses vermes e de uma grande quantidade de ovos pode provocar um rompimento dessas veias.
Além disso, ocorre um aumento no volume abdominal devido ao crescimento desproporcional do fígado e do
baço, causado pelo vazamento de plasma através das veias rompidas. Por isso, a esquistossomose é também
conhecida como barriga-d’água.
Entre outros sintomas, além do aumento do volume do abdome, podem ocorrer dores abdominais, cólicas,
náuseas, inflamação do fígado e enfraquecimento do organismo.
Inicialmente o esquistossomo põe seus ovos nas veias do intestino do hospedeiro definitivo (homem). Esses
ovos atravessam as paredes das veias e do intestino ( veias mesentéricas) e são eliminados juntamente com
as fezes. Os ovos que caem na água transformam-se em larvas, os miracídios. Estes penetram no corpo de
um caramujo do gênero Biomphalaria e ali transformam em larvas com cauda, chamadas cercárias. Depois de
formadas, as cercárias saem do caramujo e passam novamente para a água. As cercárias, então, podem
penetrar a pele humana, atingindo a corrente sanguínea e, finalmente, as veias que ligam o intestino ao
fígado, onde se desenvolvem e se transformam em vermes adultos, fechando o ciclo. São encontrados nas
águas de rios, açudes, lagos, várzeas ou represas.
Teniase
A teníase é uma infecção intestinal ocasionada principalmente por dois grandes parasitos hermafroditas da
classe dos cestódeos da família Taenidae, conhecidos como Taenia solium e Taenia saginata. As tênias
também são chamadas de solitárias,porque, na maioria dos casos, o portador traz apenas um verme adulto.
São altamente competitivas pelo seu habitat e, sendo seres monóicos com estruturas fisiológicas para
autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos. Responsáveis pelo complexo
teníase-cisticercose que se constitui de uma série de alterações patológicas, trazem no seu conjunto um sério
problema de saúde pública, principalmente nos países pobres, onde pode não existir higiene básica além de
problemas socio-culturais.
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Teníase e cisticercose são causadas pelo mesmo parasita, porém com uma fase de vida diferente. A teníase
ocorre devido a presença de Taenia solium adulta ou Taenia saginata dentro do intestino delgado dos
humanos, que são os hospedeiros definitivos; a cisticercose ocorre devido presença da larva (chamada
popularmente de canjiquinha) que pode estar presente em hospedeiros intermediários, onde os mais comuns
são os suínos e os bovinos, onde os humanos acidentalmente podem abrigar esta forma. São, portanto, duas
fases distintas de um mesmo verme, causando duas parasitoses no homem, o que não significa que uma
mesma pessoa tenha que ter as duas formas ao mesmo tempo. A teniase provocada por Taenia solium é
considerada não letal, todavia, sua etapa larvária pode provocar cisticercose mortal.
Ascaridiase
A ascaridíase, ascaridose, ascariose e ascaríase é uma parasitose geralmente benigna causada pelo verme
nemátode Ascaris lumbricoides, também conhecido popularmente como lombriga ou bicha.
O ser humano infectado libera, junto às fezes, ovos do parasita. Assim a larva se desenvolve em ambientes
quentes e úmidos (por exemplo, o solo nos países tropicais) no qual permanece dentro do ovo. A infecção
ocorre por meio da ingestão dos ovos infectantes em água ou alimentos, principalmente verduras. As larvas
são liberadas no intestino delgado e alcançam a corrente sanguínea através da parede do intestino. Infectam o
fígado, onde crescem durante menos de uma semana e entram nos vasos sanguíneos novamente, passando
pelo coração e seguem para os pulmões. Nos pulmões invadem os alvéolos, e crescem mais com os
nutrientes e oxigênio abundantes nesse órgão bem irrigado. Quando crescem demasiados para os alvéolos,
as larvas saem dos pulmões e sobem pelos brônquios chegando à faringe onde são maioritariamente
deglutidas pelo tubo digestivo, passando pelo estômago, atingem o intestino delgado onde completam o
desenvolvimento, tornando-se adultos.Apesar de haver alguns casos em que são expectoradas saindo pela
boca. A forma adulta vive aproximadamente dois anos. Durante esse período, ocorre a cópula e a liberação de
ovos que são excretados com as fezes.
Artrópodes
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Os Artrópodes (que significa patas articuladas) são animais invertebrados caracterizados por possuírem
membros rígidos e articulados e terem vários pares de pernas. Compõem o maior filo de animais existentes,
representados pelos gafanhotos (insetos), aranhas (arachnida), caranguejos (crustáceos), centopeias
(quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um milhão de espécies descritas (apenas mais de
890.000 segundo outros autores).
Os artrópodes habitam praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e terrestre e representam os únicos
invertebrados voadores. Existem representantes parasitas e simbióticos.
Características gerais
Os artrópodes têm apêndices articulados e o corpo segmentado, envolvido num exoesqueleto de quitina. Os
apêndices estão especializados para a alimentação, para a percepção sensorial, para defesa e para a
locomoção. São estas “patas articuladas” que dão o nome ao filo.
Eles são animais metamerizados, isto é, têm corpo segmentado, mas sua metameria não é tão evidente como
a dos anelídeos; isso porque sua metameria heteronôma: os metâmeros (segmentos) diferenciam-se durante
o desenvolvimento, alguns deles fundindo-se para a formação de tagmas que são tipicamente:
• Cabeça;
• Tórax
• Abdómen.
Dentre as diferentes classes de artrópodes há casos em que dois ou mais tagmas se unem formando uma
única peça como é o caso de certos grupos de crustáceos em que os tagmas cabeça e tórax se unem
formando o cefalotórax e nos quilópodes e diplópodes em que o tórax se une com o abdômen formando o
tronco. No subfilo Chelicerata os tagmas denominam-se prossoma (que corresponde ao cefalotórax) e
opistossoma (que corresponde ao abdômen).
Ácaros
O Sarcoptes scabili é o ácaro responsável pela sarna humana (escabiose), doença de pele cujas lesões se
localizam nas axilas, aréolas mamárias, abdome, nádegas, pênis, cotovelo, punho, raramente pescoço e rosto.
A coceira é sua principal manifestação e aparece, geralmente, em pessoas com precários hábitos de higiene.
É doença bastante contagiosa. Nos indivíduos nunca atingidos antes, leva um mês para se manifestar. Nos
reincidentes, progride rapidamente.
Piolhos
As infestações cutâneas causadas por piolhos (muquiranas) são chamadas pediculoses. Existem três tipos: (1)
do couro cabeludo, provocada pelo Pediculus capitis: seu principal sintoma é a coceira no couro cabeludo, na
região occipital; as fêmeas do parasita depositam ovos (lêndeas) que se fixam nos cabelos por meio de uma
substância gelatinosa; às vezes, o parasita migra para os supercílios e pelos do tórax e das axilas; (2) do
corpo, produzida pelo Pediculus corporis: seus principais sintomas são coceira e pequenas escoriações
lineares cobertas de crostas hemorrágicas; e (3) do púbis, causada pelo Phthirius pubis, vulgarmente
conhecido como “chato”: embora prefira localizar-se na região pubiana, o P. pubis pode alcançar as axilas, o
bigode, os cílios e supercílios e, mais raramente, os cabelos; de corpo achatado, agarra-se aos pelos e
introduz firmemente a cabeça no orifício do folículo piloso, tornando-se difícil retirá-lo daí; deposita suas
lêndeas nos pelos; o contágio dessa pediculose ocorre, principalmente durante o ato sexual, mas também
pode ocorrer em banheiros e privadas; seu sintoma é a coceira intensa.
Pulgas
São comuns as lesões cutâneas produzidas por pulgas, como a do cão, a do gato e a do rato. Esta última é o
mais temível transmissor da peste bubônica.
Bichos-de-pé
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O Sarcopsylla penetrans e o Tunga penetrans, comuns nos meios rurais, causam a sarcopilose e a tungíase,
infecções cujos sintomas são coceira e dor, e que causam pequenos abscessos.
Moscas
A mosca doméstica (Musca domestica) facilita a disseminação da febre tifóide. As larvas (berne) das moscas
(Dermatobia hominis) e das varejeiras (Callitroga hominivorax) produzem miíase ou bicheira no homem e nos
animais. A aplicação de um simples pedaço de toucinho atrai a larva para fora.
Carrapatos
Barbeiros
Hematófagos de hábitos noturnos que se abrigam nas frestas das casas de pau-a-pique e são vetores do
Trypanosoma Cruzi, causador da doença-de-chagas.
Percevejos
Esses pequenos artrópodes abandonam, à noite, os esconderijos e saem em busca de seu alimento -- o
sangue do homem e dos animais, que sugam através da pele; provocam diversos tipos de lesões cutâneas.
Mosquitos
A variedade conhecida por “borrachudo” ataca principalmente as pernas do homem, produzindo infiltração
dolorosa e prurido muitas vezes insistente. O mosquito-pólvora tem picada muito pruriginosa. Dentre os
culicídios, há os que transmitem a malária, a febre amarela e a filariose.
Aranhas
Algumas espécies são nocivas ao homem. A picada das aranhas dos gêneros Latrodectus e Lycosa é
responsável pelo aparecimento de edemas e petéquias. As ulcerações demoram a cicatrizar e, em certos
casos, como o da viúva-negra (Latrodectus mactans), podem ser mortais.
Escorpiões
Sua picada tem consequências graves, pode provocar náuseas, torpor, convulsões, taquicardia e até a morte.
Centopéias
A picada desses artrópodes causa eritema ou edemas discretos, com intensa dor.
Sua picada causa dor forte, podendo produzir outras reações gerais, como choque anafilático.
Taturanas
Suas larvas produzem eritema vivo, com ardor intenso; regride em três dias.
Cantáridas
Coleópteros que provocam placas pouco edemaciadas, mas muito pruriginosas. No Brasil, o Paederus
brasiliensis e o P. fuscipes são os responsáveis por essas manifestações.
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As diversas partes do corpo humano apresentam condições ambientais diversas que oferecem certas
vantagens e desvantagens para a vida microbiana. Diferentes espécies de microrganismos adaptam-se aos
distintos ambientes do corpo.
A microbiota normal humana desenvolve-se por sucessões, desde o nascimento até as diversas fases da vida
adulta, resultando em comunidades bacterianas estáveis.
Os fatores que controlam a composição da microbiota em uma dada região do corpo estão relacionados com a
natureza do ambiente local, tais como temperatura, pH, água, oxigenação, nutrientes e fatores mais
complexos como a ação de componentes do sistema imunológico.
Estima-se que o corpo humano que contém cerca de 10 trilhões de células seja rotineiramente portador de
aproximadamente 100 trilhões de bactérias. A composição da microbiota bacteriana humana é relativamente
estável com gêneros específicos ocupando as diversas regiões do corpo durante períodos particulares na vida
de um indivíduo. A microbiota humana desempenha funções importantes na saúde e na doença.
Os microrganismos membros da microbiota humana podem existir como mutualistas, quando protegem o
hospedeiro competindo por micro-ambientes de forma mais eficiente que patógenos comuns (resistência à
colonização), produzindo nutrientes importantes e contribuindo para o desenvolvimento do sistema
imunológico; comensais, quando mantêm associações aparentemente neutras sem benefícios ou malefícios
detectáveis e oportunistas, quando causam doenças em indivíduos imunocomprometidos devido à infecção
pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, terapia imunossupressora de transplantados, radioterapia,
quimioterapia anticâncer, queimaduras extensas ou perfurações das mucosas.
A microbiota humana constitui um dos mecanismos de defesa contra a patogênese bacteriana, mas ainda que
a maioria dos componentes da microbiota normal seja inofensiva a indivíduos sadios, esta pode constituir um
reservatório de bactérias potencialmente patogênicas. Muitas bactérias da microbiota normal podem agir como
oportunistas. Nestas condições a microbiota residente pode ser incapaz de suprimir patógenos transitórios, ou
mesmo, alguns membros da microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro causando doenças muitas
vezes graves. Em indivíduos sadios, algumas espécies de bactérias da microbiota oral causam cáries em 80%
da população.
O método mais empregado para matar microorganismos é o calor, por ser eficaz, barato e prático. Os
microorganismos são considerados mortos quando perdem a capacidade de multiplicar.
Calor úmido
A esterilização empregando calor úmido requer temperaturas acima de fervura da água (120º). Estas são
conseguidas nas autoclaves, e este é o método preferencial de esterilização desde que o material ou
substância a ser esterilizado não sofra mudanças pelo calor ou umidade. A esterilização é mais facilmente
alcançada quando os organismos estão em contato direto como vapor, nestas condições o calor úmido matará
todos os organismos.
Calor seco
A forma mais simples de esterilização empregando o calor seco é a flambagem. A incineração também é uma
forma de esterilizar, empregando o calor seco. Outra forma de esterilização empregando o calor seco é feita
em fornos, e este binômio tempo e temperatura deve ser observado atentamente. A maior parte da vidraria
empregada em laboratório é esterilizada deste modo.
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Pasteurização
consiste em aquecer o produto a uma dada temperatura, num dado tempo e a seguir, resfria-lo bruscamente,
porém a pasteurização reduz o numero de micro-organismos presentes mas não assegura uma esterilização.
Radiações
Indicadores biológicos
Micro-ondas
Os fornos de micro-ondas são cada vez mais utilizados em laboratórios e as radiações emitidas não afetam o
micro-organismo, mas geram calor. O calor gerado é responsável pela morte dos micro-organismos.
Filtração
A passagem de soluções ou gases através de filtros, retêm os micro-organismos, então pode ser empregada
na remoção de bactérias e fungos, entretanto, passar a maioria dos vírus.
Pressão Osmótica
A alta concentração de sais ou açúcares cria um ambiente hipertônico que provoca a saída de água do interior
da célula microbiana. Nessas condições os micro-organismos deixam de crescer e isto tem permitido a
preservação de alimentos.
Dessecação
Na falta total de água, os micro-organismos não são capazes de crescer, multiplicar, embora possam
permanecer viáveis por vários anos. Quando a água é novamente reposta, o micro-organismo readquirem a
capacidade de crescimento. Esta peculiaridade tem sido muito explorada pelos microbiologistas para preservar
micro-organismos e o método mais empregado é a liofilização.
Os agentes químicos são apresentados em grupos que tenham em comum, ou as funções químicas, ou
elementos químicos, ou mecanismo de ação.
Álcoois
A desnaturação de proteínas é explicação mais aceita para a ação antimicrobiana. Na ausência de água, as
proteínas não são desnaturadas tão rapidamente quanto na sua presença. Alguns glicóis podem ser usados,
dependendo das circunstâncias, como desinfetantes do ar.
Aldeídos e derivados
Pode ser facilmente solúvel em água, é empregado sob a forma de solução aquosa em concentrações que
variam de 3 a 8% . A metenamina é um anti-séptico urinário que deve sua atividade à liberação de aldeído
fórmico. Em algumas preparações, a metenamina é misturada ao ácido mandélico, o que aumenta seu poder
bactericida.
Fenóis e derivados
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O fenol é um desinfetante fraco, tendo interesse apenas histórico, pois foi o primeiro agente a ser utilizado
como tal na prática médica e cirúrgica, os fenóis atuam sobre qualquer proteína, mesmo aquelas que não
fazem parte da estrutura ou protoplasma do micro-organismo, significando que, em meio orgânico proteico, os
fenóis perdem sua eficiência por redução da concentração atuante.
Halogênios e derivados
Entre os alogênios, o iodo sob forma de tintura é um dos anti-sépticos mais utilizados na práticas cirúrgicas. O
mecanismo de ação é combinação irreversível com proteínas, provavelmente através da interação com os
aminoácidos aromáticos, fenilalanina e tirosina.
Um dos ácidos inorgânicos mais populares é o acido bórico; porém, em vista dos numerosos casos de
intoxicação, seu emprego é desaconselhado. Desde a muito tempo tem sido usados alguns ácidos orgânicos,
como o ácido acético e o ácido láctico, não como anti-sépticos mas sim na preservação de alimentos
hospitalares.
Agentes de superfície:
Embora os sabões se encaixem nessa categoria são compostos aniônicos que possuem limitada ação quando
comparada com a de substância catiônicas. Dentre os detergentes catiônicos os derivados de amônia tem
grande utilidade nas desinfecções e anti-sepsias. O modo preciso de ação dos catiônicos não esta totalmente
esclarecido, sabendo-se, porém, que alteram a permeabilidade da membrana, inibem a respiração e a glicólise
de formas vegetativas das bactérias, tendo também ação sobre fungos, vírus e esporos bacterianos.
O baixo índice terapêutico dos mercuriais e o perigo de intoxicação por absorção fizeram com que aos poucos
deixassem de serem usados, curiosamente alguns derivados mercuriais tiveram grande aceitação, embora
dotados de fraca atividade bactericida e bacteriostática in vivo, como o merbromino.
Agentes oxidantes
A propriedade comum destes agentes é a liberação de oxigênio nascente, que é extremamente reativo e
oxida, entre outras substâncias o sistemas enzimáticos indispensáveis para a sobrevivência dos
microorganismos.
Esterilizantes gasosos
Embora tenha atividade esterilizante lenta o óxido de etileno tem sido empregado com sucesso na
esterilização de instrumentos cirúrgicos, fios de agulhas para suturas e plásticos.
Imunologia
Imunologia é o ramo da biologia que estuda o sistema imunológico. Ele lida, entre outras coisas, com o
funcionamento fisiológico do sistema imune de um indivíduo no estado sadio ou não, mal funcionamento do
sistema imune em casos de doenças imunológicas (doenças autoimunes, hipersensitividade, deficiência imune
rejeição pós enxerto); características físicas, químicas e fisiológicas dos componentes do sistema imune in
vitro, in situ e in vivo. O ramo da imunologia que estuda a sua interação com o comportamento e o sistema
neuroendócrino chama-se psiconeuroimunologia.
Anticorpo
São um grupo de proteínas séricas produzidas pelos linfócitos B. Eles são a forma solúvel do receptor de
antígenos. Os anticorpos ligam-se especificamente aos antígenos e assim promovem efeitos secundários.
Enquanto uma parte da molécula do anticorpo se liga ao antigénio (chamada porção Fab do AC), outras
regiões interagem com outros elementos do sistema imune (chamada porção Fc do AC), como os fagócitos ou
com uma das moléculas do complemento.
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Antígenos
São quaisquer moléculas que possam ser reconhecidas pelo sistema imune adaptativo. O reconhecimento do
antígeno é a base principal de todas as respostas imunes adaptativas. O ponto essencial a ser considerado
com relação ao antígeno é que a estrutura é a força iniciadora e condutora de todas as respostas imunes. O
sistema imune evoluiu com a finalidade de reconhecer os antígenos e destruir e eliminar a sua fonte. Quando
o antígeno é eliminado, o sistema imune é desligado.
Imunização
É definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa. Prática que tem como
objetivo aumentar a resistência de um indivíduo contra infecções. É administrada por meio de vacina,
imunoglobulina ou por soro de anticorpos. As vacinas são usadas para induzir a imunidade ativa; sua
administração resulta numa resposta biológica e na produção de anticorpos específicos. Assim, a imunidade é
induzida contra futuras infecções pelo mesmo micro-organismo. A imunidade ativa dura muitos anos; a passiva
é induzida pela administração de anticorpos contra uma infecção particular. Os anticorpos colhidos dos
humanos são chamados imunoglobulina e os dos animais, soros. A imunidade passiva dura apenas algumas
semanas.
A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com uma
substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes (linfócitos T). Esse tipo
de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma vida. Os dois meios de se adquirir
imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e a vacinação.
A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por um animal ou
outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que, contudo, é temporária,
durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de
imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta
e também pelo leite. Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a
conferir uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial pode ser
adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada, a imunoglobulina humana
hiperimune e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é uma outra forma de se adquirir imunidade passiva,
já que, virtualmente, todos os tipos de produtos sanguíneos (i.e. sangue total, plasma, concentrado de
hemácias, concentrado de plaquetas, etc) que contêm anticorpos.
Soros e Vacinas
Os dois agem como imunizadores, mas são usados em diferentes situações. Conheça um pouco mais sobre a
produção de soros.
Entre os tipos de imunizações, a vacina é a mais lembrada. Mas, não se pode esquecer da importância da
soroterapia. Diferente das vacinas na função e na composição, o soro é usado como tratamento depois que a
doença já se instalou ou após a contaminação com agente tóxico específico, como venenos ou toxinas. Tanto
as vacinas como os soros são fabricados a partir de organismos vivos, por isso são chamados de
imunobiológicos.
Soros e vacinas são produtos de origem biológica (chamados imunobiológicos) usados na prevenção e
tratamento de doenças. A diferença entre esses dois produtos está no fato dos soros já conterem os
anticorpos necessários para combater uma determinada doença ou intoxicação, enquanto que as vacinas
contêm agentes infecciosos incapazes de provocar a doença (a vacina é inócua), mas que induzem o sistema
imunológico da pessoa a produzir anticorpos, evitando a contração da doença. Portanto, o soro é curativo,
enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva.
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Compostas de microrganismos vivos atenuados em laboratório, que devem ser capazes de multiplicarem-se
no organismo hospedeiro para que possa ocorrer a estimulação de uma resposta imune. Essa resposta imune
ao microorganismo atenuado é idêntica a produzida pela infecção natural, pois o sistema imune é incapaz de
diferenciar entre uma infecção pelo microorganismo vacinal e o microrganismo selvagem. A multiplicação do
microorganismo vacinal não costuma ser capaz de causar doença.
Exemplos de vacinas vivas atenuadas: Sarampo, caxumba, rubéola, pólio-Sabin, febre amarela, varicela,
BCG.
Vacinas inativadas
Compostas de microrganismos inativados, o que significa que estes não mais se encontram vivos, logo
incapazes de multiplicarem-se. A resposta imune à vacina inativada é principalmente humoral (proteínas
plasmáticas,as imunoglobulinas, sintetizadas por linfótos diferenciados em plasmócitos), com pouca ou
nenhuma imunidade celular.
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