Resumo Todos Os Textos ICP
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● Obediência fundada na esperança (de uma recompensa) e no medo (de uma vingança);
nos interesses pessoais (retribuição material e prestígio social)
● O político por vocação
● A dominação organizada necessita de um estado-maior administrativo e de materiais
de gestão.
– Estado-maior administrativo → organização de dominação política – detentores do
poder.
● O Estado burocrático é o que melhor caracteriza o desenvolvimento racional do
Estado moderno.
● Estado moderno → agrupamento de dominação que apresenta caráter institucional e
que procurou monopolizar a violência física legítima como instrumento de domínio.
Os dirigentes detêm os meios materiais de gestão.
● Políticos profissionais → não têm a ambição dos chefes carismáticos e não buscavam
transformar-se em senhores. Empenhavam-se na luta política para se colocarem à
disposição de um príncipe. Seus interesses políticos coincidiam com o sustento
financeiro e o conteúdo moral para suas vidas.
● Política como profissão principal (políticos profissionais) e como profissão secundária
(ocasionalmente exercida)
● Viver da e viver para a política:
– Quem vive para a política → o indivíduo faz da política o fim de sua vida, a
política dá significado à sua vida.
– Quem vive da política → indivíduo que vê na política uma permanente fonte de
renda.
● O homem político deve ser financeiramente independente, não ver a política como
forma de sustento, e economicamente disponível. Se o indivíduo não for
economicamente independente ele pode não considerar a causa a que se dedica
em prol de um benefício econômico.
● Qualidades do homem político:
– Paixão → devoção à uma causa
– Sentimento de responsabilidade → guia da atividade. Aliada à Paixão
– Senso de proporção → o indivíduo deve permitir que os fatos ajam sobre si
● Instinto de poder → o desejo de poder, sem objetivo, passa a ser mais uma exalação
pessoal do que voltada para uma causa
● Pecados: não ter responsabilidade e não defender causa alguma
– Ausência do senso de responsabilidade leva o homem a gozar do poder pelo
poder.
● Poder é o instrumento inevitável da política.
● O resultado final da atividade política raramente corresponde à intenção original do
agente.
● Ética da responsabilidade → o indivíduo deve responder pelas consequências dos
seus atos. Ele deve tomar ações sabendo o que vai ter como consequência, de
modo que ele deve arcar com elas.
● Ética da convicção → o indivíduo cumpre seu dever religioso e, quanto aos
Platão
Aristóteles
Políbio
● Seis formas de governo (três boas e três más) que se sucedem constituindo um ciclo.
● Há uma sétima forma que é a junção das três formas boas, sendo essa a melhor.
● Políbio fixa a sistemática clássica das formas de governo, expõe uma filosofia na
história. Preferência a uma constituição mista a uma constituição simples.
● Formas boas:
– Monarquia
– Aristocracia
– Democracia
● Formas más:
– Tirania
– Oligarquia
– Oclocracia
● Os critérios utilizados para definir as formas são os mesmos que Platão utiliza.
● Teoria dos Ciclos → alternância entre as formas boas e más.
– Monarquia→Tirania→Aristocracia→Oligarquia→Democracia→Oclocracia
– O primeiro governo a se estabelecer é o governo de um, o próximo seria sua
forma corrompida e com a queda deste se forma o governo dos melhores. Após a
degeneração desse governo, a massa toma o poder e com o tempo a arrogância e a
ilegalidade corrompem essa forma de governo.
● Diferenças Platão-Políbio:
– Em Platão há um processo contínuo de degeneração das formas, já em Políbio o
processo é descontínuo (uma boa, uma má).
– A forma final: para Platão é a Tirania e para Políbio é a Oclocracia.
● Para Políbio a corrupção está implícita na humanidade, logo, toda forma de governo
uma hora vai ser corrompida. As constituições sofrem de um vício, a falta de
estabilidade.
● Ao final do ciclo, após a queda da oclocracia, o próximo governo é a Monarquia,
saindo da pior forma de governo e indo para a melhor.
● O objetivo de uma constituição é organizar os cargos governamentais, estabelecer
quem deve governar, permitir o desenvolvimento regular e ordeiro da vida civil.
● Segundo Políbio, todas as constituições simples são más, mesmo as retas (as boas).
● O governo misto é uma constituição que combine as três formas clássicas. O
governo misto é, para Políbio, a forma de governo ótima e perfeita.
● O fato de os governos mistos serem mais estáveis não significa que eles são eternos
e sim que eles duram mais que os governos simples.
TEXTO 6 – L. J. MACFARLANE
Hobbes
● Razão: recompensa de quem faz esforço para alcançá-la “O homem faz a si mesmo”
● “O homem é o inimigo do homem” → o homem, por natureza, preocupam-se com
a autogratificação e a autorrealização (satisfazer seus desejos e anular suas
aversões) → desejo do poder pelo poder. Essa busca incessante pelo poder é o que
torna o homem o inimigo de todos os outros homens
Locke
● Tenta, assim como Hobbes, deduzir a natureza política a partir do homem no estado
natural, do homem abstraído da sociedade política
● Locke apresenta limites da autoridade política e ataca a ideia de direito divino dos
monarcas (x Hobbes)
● O homem no estado de natureza desfruta de uma liberdade perfeita. A principal
característica do homem é a racionalidade. A racionalidade, junto com a
parcialidade, são as características permanentes dos homens
● Estado de natureza ≠ Estado de guerra
– Estado de natureza → os homens vivem seguindo a razão, sem uma autoridade
que julgue suas disputas
– Estado de guerra → força ou a intenção de usar a força sobre o outro, não existindo
uma autoridade para a qual se possa pedir socorro
Rousseau
MÓDULO 2
IDEOLOGIAS POLÍTICAS
Conceito de ideologia
Liberalismo
Socialismo
Social-democracia
● Admite as deficiências do capitalismo, mas ele não deve ser eliminado. O que deve ser
feito é a compensação por mediação do Estado → reformista
● Surge da divergência de modelos quanto a forma de se chegar ao resultado final: o
comunismo
○ Revolução/insurreição → socialismo revolucionário (Rev Russa 1917)
○ Reformas/participação → socialismo social-democrata
● Participação dos partidos proletários nas eleições → à medida que os partidos
operários fossem chegando ao poder eles adotariam como estratégia econômica um
programa de reformas que fosse eliminando os fundamentos da sociedade capitalista e
introduzindo, aos poucos, as características de uma sociedade socialista
● A principal realização dos partidos social-democratas na Europa foi a construção do
Estado de Bem-Estar Social
○ Surge como resultado de lentas reformas para mudar os fundamentos da
sociedade de tal forma a levá-la para o socialismo. Mais que uma mudança
econômica, o importante era administrar o Estado em prol dos trabalhadores
○ O dever do Estado de garantir benefícios sociais para os indivíduos, e
igualdade entre eles passa a ser encarada como um direito do cidadão
○ Adoção de ideias keynesianas
○ Programa econômico → controle do Estado sobre o mercado
○ Programa social → atendimento de direitos sociais básicos (saúde, educação...)
○ “Estado Robin Hood” → investimentos com direitos sociais eram retirados dos
impostos, que eram revertidos em benefícios sociais
○ Cabe ao Estado garantir o equilíbrio do mercado, a redistribuição de renda e a
concessão de benefícios sociais
● Terceira Via (Giddens) → estrutura de pensamento e de prática política que visa
adaptar a social-democracia a um mundo que se transformou (“governo progressista”)
○ Terceira Via → é uma tentativa de transcender a social-democracia do velho
estilo (Segunda Via) e o neoliberalismo (Primeira Via)
○ Surge em meio a um contexto de “crise fiscal do Estado” que se dá devido à
diminuição das fontes de renda e ao aumento de dependentes do Estado
A DEMOCRACIA LIBERAL-PLURALISTA
Pluralistas x elitistas
● Mills x Dahl
○ Mills → domínio de uma minoria que compartilha de valores fundamentais e
se mantém no poder.
○ Dahl → vários grupos com influência localizada que entram em coalizões
fluidas e provisórias para o exercício das funções do governo. Alternância.
● Bachrach e Baratz
○ Segunda face do poder: controle sobre a agenda pública.
■ o controle da agenda apresenta dificuldades de operacionalização, uma
vez que se caracteriza por sua invisibilidade.
○ Não é o fato de a segunda face do poder ser menos evidente e menos
mensurável do que a primeira que a torna menos importante para a
compreensão da realidade social.
○ Pode-se entender o controle da agenda pública como a seleção dos tópicos a
serem discutidos na agenda e o poder de não selecionar um assunto. É
caracterizado assim como uma não-decisão, é o impedimento da expressão
● Lukes
○ Terceira face do poder: capacidade de fazer com que grupos e indivíduos
tivessem desejos contrários a seus verdadeiros interesses, impedindo a eclosão
do conflito não apenas na arena pública, mas até mesmo na consciência dos
agentes sociais. Consiste em impedir o acesso dos agentes sociais à
consciência de seus reais interesses.
○ A perspectiva bidimensional do poder mantém a ênfase do conflito efetivo de
interesses, esteja esse conflito exposto ou escondido (controle da agenda).
A representação política
● Democracia x Eleição
○ Democracia fundamentada na igualdade fundamental entre todos os cidadãos
○ Eleição seleciona, coloca certos indivíduos como melhor preparados para
ocupar cargos públicos e é um mecanismo aristocrático.
● Wood
○ As instituições representativas não surgiram como solução para a
impossibilidade da democracia direta em grandes Estados. Ela foram pensadas
de forma a reduzir a presença popular no governo, reservando-o para a elite.
● Os cidadãos comuns não escolhem um representante, eles reagem diante das ofertas
que o mercado político apresenta.
● Vários significados atribuídos às palavras representação e representar. Pitkin apresenta
concepções acerca da representação política.
● Pitkin
○ Representação descritiva → o corpo de representantes deve formar um
microcosmo da sociedade representada, reproduzindo suas características
principais.
○ Visão formalista → relação entre o representante e os representados,
destacando ou a autorização que os cidadão dão para que alguns ajam em seu
lugar ou a prestação de contas que o representante deve fazer de seus atos
(accountability)
○ Reconhecimento de que autorização e accountability são os instrumentos
cruciais da legitimação e da manutenção do vínculo governantes-governados.
● A eleição é vista como o momento da autorização para que outros decidam em nome
do povo e como o momento de efetivação da accountability, quando os representados
apresentam seu veredito sobre a prestação de contas dos representantes.
● As visões correntes da representação política estão centradas no voto e na primeira
dimensão do exercício do poder.
● A determinação da agenda tem peso na escolha de representantes. O eleitor precisa
da informação, que está na agenda, para determinar sua preferência. Logo, a fixação
da agenda condiciona a escolha eleitoral, independentemente do grau de
racionalidade e de autonomia dos eleitores.
● A eleição como momento da realização da accountability, que vai ser realizada com
base nos julgamentos que os eleitores fazem acerca do passado dos representantes e
como eles reagiram quando enfrentaram pontos polêmicos. Dessa forma, a decisão
será condicionada pela agenda pública, pois o que o eleitor não sabe, não vai ser usado
como fundamento para a realização da accountability.
● A produção da agenda política não ocorre exclusivamente por ação dos
representantes eleitos, os diversos grupos de interesse presentes na sociedade
disputam a inclusão ou a exclusão de temas da agenda. Mas quem ocupa posição
Conclusão
MÓDULO 3
TEXTO 15 – JOSÉ MURILO DE CARVALHO
● Cidadania intimamente ligada à democracia, veio à tona após a queda do Regime
Militar em 1985. A cidadania virou popular e foi cristalizada como tal pela
Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã.
● Ilusão de liberdade, participação, desenvolvimento, emprego e justiça social uma vez
que se instaurou a democracia no país, pois o cidadão reconquistou o direito de eleger
os políticos. Somente a liberdade (de opinião) e a participação (voto) se viram
concedidas.
– As outras áreas não demonstraram evolução alguma ou até mesmo um agravamento
da situação atual. Isso contribuiu para o desgaste dos órgãos políticos e uma perda
de confiança dos cidadãos.
– A falta de perspectivas de melhoras é fator inquietante, pois representa um
sofrimento humano imediato sem perspectivas de melhora a médio prazo e pode
culminar em um retrocesso devido à medidas extremas.
● A cidadania é um processo complexo e historicamente definido. A liberdade e a
participação não resulta automaticamente na resolução de problemas sociais.
● A cidadania pode se ver presente sem todas as suas dimensões. A cidadania plena é
um ideal que une a liberdade, participação e igualdade de forma a ser praticamente
inatingível.
● Divisão da cidadania em três direitos: sociais, políticos e civis. O cidadão pleno é o
que goza de todos os três. O cidadão incompleto é o que desfruta de alguns e os que
não se beneficiam de nenhum não seria cidadão.
● Sistema eleitoral é o conjunto de regras que define como os eleitores podem fazer as
suas escolhas e como os votos são somados para serem transformados em mandatos.
● Sistema brasileiro → sistema proporcional e sistema majoritário.
● Sistema proporcional → é usado nas eleições da Câmara dos Deputados, Assembleias
Legislativas e Câmara dos Vereadores. Aspectos fundamentais:
– Regras para distribuição de cadeiras: Cálculo do quociente eleitoral (divisão do total
de votos válidos pelo número de cadeiras) → Divisão dos votos de cada partido pelo
quociente eleitoral (o número inteiro do resultado é o número de cadeiras que cada partido
ocupará) → Distribuição de cadeiras não preenchidas (total de votos de cada partido dividido
pelo número de cadeiras obtidas mais um; o que obtiver o maior resultado dentre os partidos é
quem ocupará a cadeira)
– Lista aberta: os nomes mais votados de um partido ocupam as cadeiras,
independente dos votos dos nomes que concorreram por outros partidos. Quando os
candidatos são definidos antes das eleições e os eleitores votam apenas na legenda (no
partido) esse esquema é chamado de lista fechada.
→ Incentiva competição entre os candidatos de um mesmo partido, o que os
enfraquece.
→ Transferência de votos entre candidatos de um mesmo partido ou coligação.
– Coligações: para a distribuição de cadeiras, os votos dos partidos coligados são
somados e as cadeiras são conquistadas pela coligação como se fosse um só partido.
Um partido que se apresenta sozinho precisa atingir um quociente eleitoral para eleger
um candidato, já um partido coligado pode garantir a eleição mesmo que tenha a
votação menor que o quociente eleitoral.
→ Favorece o maior partido do estado
→ Bancadas sub-representadas (da Região Norte)
→ Bancadas sobre-representadas (de São Paulo)
● Sistema majoritário → eleições de chefes do Executivo.
– O presidente, os governadores e os prefeitos de municípios com mais de 200 mil
eleitores são escolhidos pelo sistema de dois turnos. O candidato precisa obter a
metade dos votos válidos mais um no primeiro turno. Se isso não acontece, um
segundo turno é realizado entre os dois mais votados.
→ Garante que o eleito sempre receberá o apoio de mais de 50% dos eleitores
que compareceram para votar.
– Os prefeitos dos municípios com menos de 200 mil eleitores são eleitos pelo
sistema de maioria simples e não há segundo turno.
– A Constituição de 1988 definiu o sistema de dois turnos na disputa presidencial
graças às críticas ao sistema de maioria simples durante a sua vigência (1946-1964). Foi
estabelecido mandato de 4 anos com direito à reeleição para presidente, governador e prefeito.
– 81 senadores (três para cada Unidade da Federação) têm mandatos de 8 anos e são
eleitos alternativamente (em uma eleição é eleito um senador e na próxima dois, seguindo o
sistema de maioria simples).
Introdução
O presidencialismo no plural
A superação da desconfiança
FEDERALISMO
O que é federalismo?
● Constituição de 1891 → os estados com autonomia para legislar sobre tudo que não for
competência exclusiva da União – concedia o controle do imposto sobre exportação
aos estados: estados politicamente dominantes eram SP e MG
● Constituições de 1934, 1937, 1946 e 1988 → federalismo dualista (atribuições
claramente definidas) sofre alterações pela ampliação das atribuições da União
○ União, estados e municípios → responsáveis por áreas comuns (educação,
saúde, transporte e meio ambiente) sem que haja coordenação
● Regime republicano:
○ Presidencialismo forte
○ Sistema federativo
○ Representação das regiões menos populosas na Câmara dos Deputados
● O federalismo brasileiro é o resultado da combinação de poderes executivos fortes com
legislativos multipartidários → necessidade de um presidencialismo de coalizão
● Presidencialismo de coalizão:
○ Dificulta a atuação dos partidos em nível nacional
○ Difícil implementar projetos de reforma amplos
● Federalismo → governadores têm relevante influência na política nacional
○ Governadores têm facilidade para formar coalizões de governo
○ Têm capacidade de influenciar o comportamento das suas respectivas bancadas
no Congresso
● Bases políticas → combinação de:
○ Presidentes e governadores fortes
○ Legislativos regionais fracos
○ Congresso fragmentado e instável
As relações intergovernamentais
● Em princípio, estados e municípios são autônomos para conduzir suas políticas desde
que não entrem em conflito com as normas constitucionais e leis federais
○ É difícil o estado ou município realizar políticas sem o apoio da União
● Dependem da disposição dos governos em cooperar e da capacidade e do interesse do
governo federal em estimular ou impor regras e programas
● A cooperação intergovernamental não pode ser imposta → tem de ser discutida,
negociada e implantada de forma gradual, de acordo com a capacidade de cada
governo