A Preocupação Humana Com o Belo

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A preocupao humana com o belo As preocupaes com a beleza e os ideais de belo acompanham o ser humano nas diferentes pocas

e civilizaes. A beleza e a generosidade podem ser consideradas valores universais. Apesar de nos dias atuais, diferentemente do ideal grego, o critrio moral aparecer dissociado do esttico, artstico e criativo, as duas caractersticas de beleza e generosidade continuam a serem valores significativos na nossa cultura. Inmeras pesquisas em relao ao corpo na sociedade contempornea tm sido feitas, enfocando-o como um fenmeno cultural. Quais sero a fora e a repercusso da mdia impressa sobre a construo da imagem corporal de grupos sociais? A mdia atualmente tem o poder e a possibilidade de construir sentidos, lan-los legitimando-os e destacando os fenmenos que atraem a ateno dos jornalistas. O corpo produz continuamente um sentido, inserindo-se no espao social. Longe de ser apenas algo da ordem do biolgico, ele ter sempre uma dimenso social e cultural. Mesmo que o homem se conceba como autnomo, seu prprio corpo no pode escapar da ordem de significados mais amplos. O corpo ento necessariamente da ordem do simblico. comum ouvir nas vozes de parte da populao voc o seu corpo, ou melhor, a sua forma. A preocupao constante envolvendo diferentes faixas etrias. Existe toda a sorte de recursos remodeladores dos corpos, desde os radicais at os mais brandos. As ofertas so permanentes. Os templos do corpo espalham-se pelas cidades. No campo da atividade fsica valem recursos desde treinos exagerados at as drogas. No lutar pelo o corpo idealizado considerado um comodismo inaceitvel. Gera indignao em inmeras pessoas. Como deixar isso acontecer, dizem os puristas. Observa-se que estar bem com o corpo reflete seu lugar no mundo, representa um passaporte social. Apesar do lugar ocupado pela sade, beleza fundamental. Perseguila, meta de vida. A severidade dessa mentalidade leva a muitas reflexes sobre o tema. A partir de 1980 iniciaram-se manifestaes envolvendo o corpo e o comportamento diante dele, com expresses de fisiculturismo compulsivo, bulimia, obesidade mrbida, anorexia e uma extrema obsesso com a aparncia fsica, a se tornar evidente, forando o corpo a se exprimir de outro modo.

Acredita-se que o sculo XX foi bero de transformaes muito significativas diante das mentalidades e maneiras de entender culturalmente o corpo. Para a autora o culto ao corpo adentrou numa dimenso social nunca antes estabelecida. Os processos de industrializao, de mercantilizao e a facilidade de difundirem-se as imagens pelos meios de comunicao abriram espao para uma cultura das massas, com claras influncias sobre o ideal esttico, criando possibilidades de novas carreiras que atendessem s novas demandas e o aparecimento de um novo momento na histria da beleza do ser humano. Alm do corpo por si s constituir-se como um elemento de destaque frente aos diversos campos profissionais como nutrio, educao fsica, medicina, cincias sociais, entre outras reas, a mdia, representando o setor de comunicao, tem veiculado intensivamente numerosas informaes relacionadas a este assunto. Registra-se uma intensidade ainda maior dessa preocupao no meio da sociedade carioca. A cidade do Rio de Janeiro um palco ideal para observar-se o culto ao corpo, pelas suas caractersticas histrico-naturais. Desde a dcada de setenta, com a cultura carioca sob os impacto e influncia da atriz Leila Diniz, exibindo publicamente a barriga de grvida, que o esprito da cidade evidencia mais fortemente o corpo seminu, praia, sol, carnaval, juventude, liberdade, sexualidade, alegria, descontrao hedonismo, entre outras marcas. Essa preocupao com o corpo um trao caracterstico da poca em que vivemos e das sociedades contemporneas, estabelecendo-se como elemento constitutivo do moderno. Vivemos um momento em que o culto ao corpo se tornou quase uma obrigao. Esta primeira afirmao nos remete a pensar que, ao longo da histria da humanidade, nunca se tenha falado e vivido to plenamente o desnudar dos corpos como hoje. Os corpos no s se tornaram mais visveis como foram tambm, objetos de investigao. Sobre eles se criam imagens, discursos, formas de admir-los, de neg-los, de represent-los.

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