Aculturação

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Introdução

No planeta terra existem sete continentes, cada um com média de 30 países. Estes países
ou nações apresentam uma grande diversidade de costumes, crença, hábitos e tradições
que fazem parte do seu dia-a-dia, denominado cultura.
A origem da palavra cultura vem do termo em latim colere, que significa cuidar, cultivar
e crescer. É termo bastante explorado pela Antropologia ciência que surgiu na mesma
época em que a Sociologia e visa a analisar as sociedades humanas a partir de sua
produção cultural, indo das mais elementares formas de organização social até as mais
complexas.
O sentido de cultura é amplo. O que nos interessa aqui é saber que a cultura corresponde
a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou um determinado
grupo artístico literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas que cultiva,
de algum modo, um padrão estético semelhante.
A cultura é como o ar que respiramos. É tão óbvio que não podemos escapar dele. Ela
permeia tanto nossas vidas que não conseguimos sentir ativamente seu impacto. Afeta
todas as esferas das nossas vidas de forma muito secreta mas forte, com tanta frequência
que nem sequer temos a oportunidade de pensar no seu impacto cultural.
Ela está caracterizada por um conjunto de hábitos e um conjunto de saber os
comportamentos e modos de o fazer.
Ela possui um caráter simbólico que é adquirido por meio de relações sociais de um
grupo que é transmitida de gerações para gerações posteriores.
E a família é o principal espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos,
independente da forma como se apresenta na sociedade.
Ela exerce uma grande força na formação de valores culturais, éticos, morais e um
espirituais, que vêm sendo transmitidos de geração em geração. Além de manter a união
familiar, são responsáveis pela formação da identidade, do caráter, do comportamento e
das memórias que farão parte da história do indivíduo que pode vivenciá-la.
Desenvolvimento
Como já vimos a cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de tradições,
crenças e costumes de um determinado grupo social.
Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de
padrões dos comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos, experiências,
atitudes, valores, crenças, religião, língua, hierarquia, relações espaciais, noção de
tempo, conceitos de universo.
Na sociologia a cultura é dividida em sete partes essências.

1. Cultura popular
A cultura popular é a base de Uma característica importante deste tipo de cultura é que ela
começa de baixo para cima, ou seja, são as classes populares quem determinam o que é essa
cultura e como ela deve ser reproduzida.
Na cultura popular, seus elementos, como as danças, estilo musical, costume, entre outros, são
transmitidos de geração para geração por um povo.

2. Cultura organizacional

A cultura organizacional é o conjunto de hábitos, crenças e normas que estabelecem o


comportamento dos funcionários em uma determinada empresa.

A cultura organizacional define os princípios que constroem a identidade de uma


organização, como as pessoas se relacionam, se comunicam e se transformam.
3. Cultura erudita
Pessoa sentada observando quadros em uma galeria de arte.
A cultura erudita é aquela reproduzida pela classe média ou alta de um povo, como os
intelectuais e os artistas, sendo financiada pela elite econômica. É o tipo de cultura
concentrada no meio acadêmico.
Um grande exemplo foi o movimento do Renascimento. Seus artistas, principalmente os
pintores, eram financiados para produzir artes que seriam apreciadas pela elite social da
época.
É importante saber que, mesmo sendo considerada uma cultura da elite, a cultura erudita
não será necessariamente produzida por estas pessoas, mas sim financiada por elas.
Alguns exemplos da cultura erudita são as exposições em museus, as pinturas, o balé, a
ópera, entre outros.

4. Cultura de massa
A cultura de massa une os aspetos da cultura erudita e da cultura popular,
transformando-as em uma cultura mais acessível, simples e como entretenimento para o
consumo geral.
A cultura de massa se concentra principalmente nas grandes mídias, como a TV e redes
sociais, focado no consumo.
Uma grande questão é que, através da cultura de massa, as culturas erudita e popular
deixam de ser uma experiência, uma vivência e uma identidade, para se tornarem um
conteúdo de entretenimento que pode ser vendido de alguma maneira.
5.Cultura material
A cultura material são os aspetos da cultura que são tangíveis, ou seja, aqueles que
podem ser tocados. São objetos físicos e concretos.
A cultura material são elementos produzidos manualmente pelo ser humano, e que se
tornam aspetos físicos da cultura e tradição de um povo.
Alguns exemplos de cultura material são: um cocar indígena, o Pelourinho na Bahia, o
Centro Nacional de Ouro Preto, entre diversas outras.

6.Cultura imaterial
A cultura imaterial é considerada intangível, ou seja, os elementos que não podem ser
tocados.
São, basicamente, os costumes e tradições que não são físicas e que precisam ser
reproduzidos e vivenciados. Geralmente, um grupo social preserva este tipo de cultura
em respeito à sua ancestralidade.
Alguns exemplos de cultura imaterial são a Literatura de Cordel, a Roda de Capoeira, o
Frevo, entre outros.

7.Cultura corporal
É o elemento fundamental na construção da identidade de uma sociedade, a cultura
corporal é a maneira como agrupamentos humanos interagem com o corpo socialmente.
Essa cultura se manifesta a partir de atividades que envolvem movimento corporal, tais
como danças, jogos, comportamento sexual e outras práticas relacionadas.
A cultura corporal é associada à ritualização e ao simbolismo em muitas sociedades,
sendo uma forma de resistência e afirmação da identidade cultural.

Os fatores que influenciam a cultura na nossa personalidade

Cada cultura registra o indivíduo, com a sua marca. Isso o influencia na estruturação da
sua personalidade que é decorrente de uma combinação orgânica, dos padrões de sua
cultura e de suas experiências individuais em contacto com o mundo físico e social,
como também influencia na sua identidade social.
Como sabemos que nenhuma pessoa é igual à outra. Cada um possui características
biológicas, comportamentos, maneira de pensar e de agir peculiares. Isso é o que nos faz
diferentes, além de estipular o nosso papel na sociedade em que estamos inseridos. E é
importante frisar que muito do que nós somos, independentemente de fatores genéticos,
é resultado do contato que temos com o meio em que vivemos e das pessoas com as
quais nos relacionamos durante toda a vida. Continue lendo o texto para saber mais
sobre o assunto.
É impossível desconsiderar os fatores que estão ao redor de uma pessoa durante o
crescimento dela. São estes que ajudarão a formar o seu caráter. Isso reafirma que, o
Mesmo com um determinado tipo de criação, uma criança é perfeitamente capaz de ser
influenciada pelo ambiente em que estuda, brinca e se desenvolve. Por isso, antes de
julgar o comportamento de uma pessoa de forma superficial, busque conhecer o seu
histórico.
Alguns exemplos são os fatores naturais como a geografia e o clima e outros sociais
como as diferenças ideológicas e os abismos entre as classes. Ainda devemos lembrar-
se dos itens que influenciam nosso dia a dia mesmo sem percebermos, tais como a
religião e os preconceitos de diversos tipos. Até mesmo os aspetos mais modernos como
as redes sociais. Pode ser que você não se recorde de uma situação para cada cenários
que eu expus, mas comece a prestar atenção nesses pontos ao seu redor que você
começará a identificá-los.
E também é essencial compreender que toda interferência na formação da personalidade
de uma pessoa pode ter efeito positivo ou negativo, uma classificação que pode mudar
de acordo com a ética e moral de determinada região.

Os fatores que distinguem uma cultura da outra

A diversidade cultural representa o conjunto das distintas culturas que existem no


planeta. A cultura compreende o conjunto de costumes e tradições de um povo os quais
são transmitidos de geração em geração. O que diferencia uma cultura das outras são os
elementos constitutivos, que consequentemente, compõem o conceito de identidade
cultural. Isso significa que o individuo pertencente a determinado grupo se identifica
com os fatores que determinam sua cultura.
A diversidade cultural engloba o conjunto de culturas que existem. Esses fatores de
identidade distinguem o conjunto dos elementos simbólicos presentes nas culturas e são
eles que reforçam as diferenças culturais que existem entre os seres humanos.
Muitos pesquisadores afirmam que o processo de globalização interfere na diversidade
cultural. Isso porque há um intenso intercâmbio econômico e cultural entre os países, os
quais muitas vezes, buscam a homogeneidade.
E também a diversidade cultural são os vários aspetos que representam particularmente
as diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os
costumes, o modelo de organização familiar, a política, entre outras características
próprias de um grupo de seres humanos que habitam um determinado território
A diversidade cultural também pode ser um conceito criado para compreender os
processos de diferenciação entre as várias culturas que existem ao redor do mundo. As
múltiplas culturas formam a chamada identidade cultural dos indivíduos ou de uma
sociedade; uma marca que personaliza e diferencia os membros de determinado lugar do
restante da população mundial.
A diversidade significa pluralidade, variedade e diferenciação, conceito que é
considerado o oposto total da homogeneidade. Atualmente, devido ao processo de
colonização e miscigenação cultural entre a maioria das nações do planeta, quase todos
os países possuem a sua diversidade cultural, ou seja, um “pedacinho” das tradições e
costumes de várias culturas diferentes.
Algumas pessoas consideram a globalização um perigo para a preservação da
diversidade cultural, pois acreditam na perda de costumes tradicionais e típicos de cada
sociedade, dando lugar às características globais e impessoais.

Processo de aculturação
O fenômeno da aculturação se dá pelo contato de culturas diferentes e pela adoção
mútua de costumes pertencentes à cultura diferente.
É fato que todos nós possuímos aspetos de nossa vida que são ancorados na cultura que
compartilhamos, em partes, com o meio social em que nos desenvolvemos. A cultura é
parte do que somos e responsável por como vemos e entendemos o mundo em que
existimos, de modo que interfere como nos apresentamos aos outros indivíduos e como
assimilamos a imagem dos demais integrantes de nossa sociedade. Essa cultura que
constituímos manifesta-se em nossa aparência, na forma como nos vestimos e até em
nossas refeições diárias, na culinária que adotamos como usual. Mas esse especto tão
amplo de nossas vidas não é estático ou imutável, muito pelo contrário. Nossa cultura
está em constante processo de modelagem. Ao adotarmos costumes, valores ou mesmo
símbolos diferentes, modificamos, por exemplo, hábitos culturalmente construídos, de
modo que os parâmetros culturais que absorvemos de nossa família se alteram tanto no
decorrer de nossa convivência social que dificilmente serão exatamente os mesmos que
transmitiremos aos nossos filhos.
Esse processo, porém, não deve ser confundido com outros fenômenos da interação
entre culturas diferentes, como a assimilação cultural, processo em que um grupo
cultural assimila ou adota costumes e hábitos de uma outra cultura em detrimento da
sua. Nesse processo, a cultura “original” de um grupo é gradualmente substituída e se
perde no decorrer do tempo. Embora possa ser um catalisador para essa assimilação,
nem toda adoção de traços culturais diferentes resulta na substituição ou no abandono
de outro especto cultural.
Como já vimos, a cultura não é imutável, mas o processo de aculturação não é
equivalente à mudança cultural, na medida em que a adoção de certas características
culturais, como por exemplo a mudança ou a adoção de uma forma diferente de se
vestir, não necessariamente implicará no abandono ou na mudança de outro especto
cultural. Como exemplo peguemos o caso da culinária oriental, que é amplamente
apreciada ao redor do mundo, passando a ser consumida por diversos indivíduos de
culturas diferentes sem que, no entanto, modifique seus hábitos ou a forma como
pensam acerca de um ou outro especto de seu mundo.
Esse processo de “modelagem” pela qual nossa cultura passa é resultante do fenômeno
da aculturação. A aculturação é o nome dado ao processo de troca entre culturas
diferentes a partir de sua convivência, de forma que a cultura de um sofre ou exerce
influência sobre a construção cultural do outro.
De fato, o processo de aculturação é visto por muitos como responsável pela destruição
ou o desgaste de culturas vistas como “originais”. Como a ideia inicial de Franz Boas
(1858-1942), um dos mais importantes autores na área de estudos culturais, que pautava
o fenômeno da aculturação pelo processo de mudança da cultura original. No entanto,
autores como o antropólogo brasileiro Gilberto Freyre, trabalhavam com a ideia de que
o processo de aculturação não é unilateral, de forma que as duas estruturas culturais que
estão envolvidas no processo estão sujeitas a absorver um ou outro especto da cultura
diferente de forma mútua, mesmo não sendo um processo simétrico.

Consequências da aculturação na sociedade


Aculturação é o processo onde duas ou mais culturas são postas em contato direto. E
com isso os elementos que pertencem a cada uma delas se misturam. Termo formado
por aculturação, ele provém do inglês acculturation e é relatado que o mesmo foi criado
por um grupo de antropólogos norte-americanos.
Trata-se de um conceito que possui relação com a sociologia e a antropologia, sendo
definido por meio de um processo dinâmico que propõe mudança cultural e também
social. Tal ocorrência se dá tanto pelo contato direto com também por contato indireto
entre grupos sociais diversificados a exemplo disso podemos citar os índios e os
portugueses.
Mas para que a transmissão desses elementos de uma cultura a outra exista é necessário
que além da relação haja uma aceitação de alguns elementos e também a rejeição de
outros elementos da cultura.
Assim, os grupos sociais acabam por serem influenciados por diferentes elementos, o
que acaba por criar novas culturas. Um exemplo seria no caso da aculturação que
ocorreu no Brasil com a escravidão negra. Ao chegarem ao país, os negros, trazidos de
maneira forçada, deixaram o que construíram em sua terra natal e tiveram que aderir a
cultura da Europa, do mesmo modo como aconteceu com os índios.
Importante lembrar que a aculturação é algo dinâmico e envolvem diferentes valores,
costumes, hábitos, conhecimentos crenças, entre outros. Esse é um processo dinâmico,
em outras palavras, é algo que está em constante modificação.
A aculturação pode ainda ser dividida entre direta e indireta. No caso da aculturação
direta, ela se dá através de processos envolvendo guerras imigração, colonização entre
outros. Por sua vez, a aculturação indireta se dá através dos meios de comunicação
como jornais, televisão, redes sociais, entre outros, onde eles afetam de forma indireta o
modo como as pessoas pensam e agem no meio social.
Mas além da aculturação transmitir elementos de uma cultura para outra, ela também
pode causar uma espécie de desorganização social. E isso pode causar o
desaparecimento, em parte ou todo, de composições interiores ou mesmo fundir
elementos para criar uma nova composição.
Ainda, esse processo de encontro de culturas se dá por meio da assimilação de
elementos externos, o que por sua vez ocasiona a perda dos elementos internos. Um dos
resultados da aculturação pode ser a desintegração de algumas culturas devido à
influência dessa interação entre os integrantes de cada cultura.
Teóricos argumentam que, ainda que o encontro de diferentes grupos culturais aconteça
de forma violenta, com um desses detendo o poder sobre o outro e sobre a cultura do
outro, esse encontro ainda resulta em trocas no que diz respeito a cultura. Também
segundo eles, até mesmo o grupo dominante sofreria impactos da aculturação no
processo.

Cultura em Angola
A riqueza cultural de Angola manifesta-se em diferentes áreas. No artesanato, destaca-
se a variedade de materiais utilizados. Através de estatuetas em madeira, instrumentos
musicais, máscaras para danças rituais, objetos de uso comum, ricamente ornamentados,
pinturas a óleo e areia, é comprovada a qualidade artística angolana, patente em museus,
galerias de arte e feiras. Associado às festas tradicionais promovidas por etnias locais
está também um grande valor cultural. A presença constante da dança no quotidiano é
produto de um contexto cultural apelativo para a interiorização de estruturas rítmicas
desde cedo. Iniciando-se pelo estreito contacto da criança com os movimentos da mãe
(às costas da qual é transportada), esta ligação é fortalecida através da participação dos
jovens nas diferentes celebrações sociais (os jovens são os que mais se envolvem), onde
a dança se revela determinante enquanto fator de integração e preservação da identidade
e do sentimento comunitário.
Neste particular, destaca-se algumas festas típicas em Angola:
a) Festas do Mar - estas festas tradicionais designadas por “Festas do Mar”, têm lugar
na cidade do Namibe. Estas festas provêm de antiga tradição com carácter cultural,
recreativo e desportivo. Realizam-se na época de verão e é habitual terem exposições de
produtos relacionados com a agricultura, pescas, construção civil, petróleos e
agropecuária;
b) Carnaval - o desfile principal realiza-se na avenida da marginal de Luanda. Vários
corsos carnavalescos e corsos alegóricos desfilam numa das principais avenidas de
Luanda e de Benguela;
c) Festa da Nossa Senhora da Muxima - o santuário da Muxima está localizado no
Município da Quiçama, Província de Luanda e durante todo o ano recebe milhares de
fiéis. É uma festa muito popular que se realiza todos os anos e que inevitavelmente atrai
inúmeros turistas, pelas suas características religiosas.
Depois de vários séculos de colonização portuguesa, Angola acabou por também sofrer
misturas com outras culturas e a música anuncia a riqueza artística de Angola, com os
ritmos do quizomba, semba, rebita, cabetula, quilapanga e os novos estilos, como o
zouk e kuduro, a animar as noites africanas. As danças tradicionais assumem,
paralelamente, a sua relevância, a par da gastronomia rica e variada. A literatura
angolana tem origem no século XIX, com uma função marcadamente “intervencionista
e panfletária de uma imprensa feita pelos nativos da terra”, sendo que a mesma reflete
também a riqueza cultural do país. É a cultura que molda a imagem de Angola no
mundo. Uma política cultural externa para a representação da diversidade cultural de
Angola é, portanto, uma grande preocupação do Governo angolano.

Processo de aculturação em Angola

O processo de aculturação não é muito intenso para um português que acaba de chegar a
Angola, já que a verdadeira aculturação aconteceu ao longo de muitos anos, desde a
primeira vez que os portugueses chegaram a Angola. Hoje, muita da nossa forma de
pensar e viver encontra-se neste país.
Angola tem traços identitários próprios, diferentes e dispersos que estão em permanente
confronto com o resultado da aculturação. Neste contexto, falar do que é ser
Angolano(a) torna-se ainda mais complexo.
Já fui a vários lugares e tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que não são de
onde eu sou e, confesso, senti-me sempre desafiado ao descrever qual era a minha
identidade, confessou Júlio Candeeiro, diretor geral do Mosaico, ao iniciar o Cidadania
em Debate sobre Cultura e identidade, no passado sábado, 10.
Apesar da ideia de um só povo e uma só nação ter o seu efeito positivo, considerou o
diretor geral, por ser uma de chamada à unidade. Todavia, tem o seu lado negativo por
esquecer as especificidades de cada povo que constitui o mosaico angolano.
Quando uma estratégia política ou um slogan ignora as diferenças culturais, por um lado
perde a riqueza da especificidade identitária de cada povo, mas também corre o risco de
não prestar atenção às dificuldades que podem existir nas relações entre povos que
constituem o mesmo país.
A cultura é constituída pelos traços característicos de um povo e são os povos, as
sociedades, grupos e subgrupos quem a constrói. Não existe uma cultura maior que
outra. Muitos dos fracassos da humanidade resultam de falhas nos processos de
negociação e do querer obrigar o outro a fazer como eu faço, relembrou Júlio
Candeeiro.
Citando a Constituição da República de Angola, reforçou ainda que é reconhecida a
validade jurídica do costume que não seja contrário à Constituição, nem atente contra a
dignidade da pessoa humana.
Nesta sequência, o facilitador do encontro que juntou cerca de 30 jovens no jango do
Mosaico, em Viana, passou a listar alguns fenómenos que destruíram, alteraram ou
substituíram o sentido de alguns ritos e valores. Fazendo notar também, o que neste
processo se perdeu, dando como exemplo, a solidariedade.

Importância da cultura na sociedade


A cultura, ou melhor, a interculturalidade, as artes, as ciências e outros saberes exercem
na contemporaneidade papel fundamental na consolidação democrática e no
enfrentamento de questões urgentes no âmbito local, nacional, assim como
planetariamente.
Podemos entender que cultura é tudo que é feito, aprendido ou compartilhado por
membros de uma sociedade: valores, crenças, comportamentos, símbolos, línguas e
objetos materiais. Já sociedade significa um grupo de indivíduos que vivem em um
território definido e que compartilham uma cultura.
A diversidade cultural nos ajuda a reconhecer e a respeitar as diferentes manifestações
que moldam a identidade de um povo. Nossa cultura, nossas tradições e costumes são os
elementos que moldam a nossa identidade e que promovem a diversidade cultural de um
povo, de uma sociedade.
A cultura é parte do que somos, nela está o que regula nossa convivência e nossa
comunicação em sociedade. Ao tratar do conceito de cultura, a sociologia se ocupa em
entender os aspetos aprendidos que o ser humano, em contato social, adquire ao longo
de sua convivência.
De acordo com o historiador Alfredo Bosi, a palavra cultura advém da palavra Colo,
que significa em latim “eu moro, eu cultivo”. Inicialmente, a palavra designava as
culturas agrícolas de beterraba, de cenoura e, posteriormente, o verbete passou a se
referir ao conjunto de ideias e tradições de um povo.
Características da Cultura
Possui um caráter simbólico; é adquirida por meio das relações sociais de um grupo; é
transmitida para gerações posteriores; não é estática, sendo influenciada por novos
hábitos.
A cultura é compreendida como os comportamentos, tradições e conhecimentos de um
determinado grupo social, incluindo a língua, as comidas típicas, as religiões, música
local, artes, vestimenta, entre inúmeros outros aspetos.
E também podemos considerar como elementos da cultura o idioma, a religiosidade, as
festas populares, as artes, a culinária, a maneira de se vestir, entre outras coisas. Como o
termo cultura tem vários significados diferentes, podemos atribuir a ele várias formas de
se pensar a organização intelectual humana.
A cultura proporciona prazer em SER, FAZER e PERTENCER, sendo este o prazer
sadio de viver e é uma força capaz de reverter muitos problemas, como os das drogas e
criminalidade dentro de uma sociedade. Ela fortalece os aspetos e a identidade pessoal e
social do indivíduo e condições de bem-estar.
O primeiro passo para manter a nossa cultura viva é investir, acreditar e consumir a
cultura local. Prestigiar as apresentações da banda de sua cidade, por exemplo, ou ainda
comparecer às peças de teatro encenadas por um grupo local, mesmo que amador.
Essa é a importância da diversidade: proporcionar a oportunidade de reforçar o nosso
desenvolvimento como sociedade. Evidentemente, vivemos em um mundo formado por
etnias com suas especificidades, mas todos com os mesmos direitos e deveres, baseados
em uma condição única de Ser Humano.
Sociedade significa um grupo de pessoas que vivem em um território definido e que
compartilham uma cultura. Evidentemente, cultura é um componente fundamental de
toda sociedade.
A cultura fornece regras, padrões, crenças, que são aprendidas no contexto das
atividades grupais. Então, é a partir dessa realidade sócio-histórica que nos
socializamos. Por isso, também estudamos os agentes socializadores do processo de
socialização que são: família, a escola e os meios de comunicação em massa.
A noção moderna de cultura foi sintetizada pela primeira vez pelo inglês Edward Tylor,
conceituando-a como um complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis,
costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos por uma pessoa como
membro de uma sociedade.
Tanto a natureza quanto a cultura se expressam por meio do mundo material, contudo
pela definição pode-se ver que são bastante distintas. A cultura representa traços e
característica de um povo, enquanto a natureza revela as primordiais fontes de causas
que ocorrem no mundo em que habitamos.

Conclusão
E por fim concluímos que no planeta terra existem sete continentes, cada um com média
de 30 países. Estes países ou nações apresentam uma grande diversidade de costumes,
crença, hábitos e tradições que fazem parte do seu dia-a-dia, denominado cultura.
A origem da palavra cultura vem do termo em latim colere, que significa cuidar, cultivar
e crescer. É termo bastante explorado pela Antropologia ciência que surgiu na mesma
época em que a Sociologia e visa a analisar as sociedades humanas a partir de sua
produção cultural, indo das mais elementares formas de organização social até as mais
complexas.
O sentido de cultura é amplo. O que nos interessa aqui é saber que a cultura corresponde
a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou um determinado grupo
artístico literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas que cultiva, de
algum modo, um padrão estético semelhante.
A cultura é como o ar que respiramos. É tão óbvio que não podemos escapar dele. Ela
permeia tanto nossas vidas que não conseguimos sentir ativamente seu impacto. Afeta
todas as esferas das nossas vidas de forma muito secreta mas forte, com tanta frequência
que nem sequer temos a oportunidade de pensar no seu impacto cultural.
Ela está caracterizada por um conjunto de hábitos e um conjunto de saber os
comportamentos e modos de o fazer.
Ela possui um caráter simbólico que é adquirido por meio de relações sociais de um grupo
que é transmitida de gerações para gerações posteriores.
E a família é o principal espaço de referência, proteção e socialização dos indivíduos,
independente da forma como se apresenta na sociedade.
Ela exerce uma grande força na formação de valores culturais, éticos, morais e um
espirituais, que vêm sendo transmitidos de geração em geração.
Além de manter a união familiar, são responsáveis pela formação da identidade, do
caráter, do comportamento e das memórias que farão parte da história do indivíduo que
pode vivenciá-la.

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