ELITES
ELITES
ELITES
ELITES
Universidade Save
Massinga
2022
Félix Manuel Lhamine
Ginoisa Mário Machonga
Lúcia Malunguisse
Márcia Jorge Dava
Narciso Armando Mandlhate
ELITES
Universidade Save
Massinga
2022
Índice
0.Introdução ............................................................................................................................ 4
0.1.Objectivos ......................................................................................................................... 4
0.1.1.Geral ............................................................................................................................... 4
0.1.2.Específicos ..................................................................................................................... 4
0.1.3.Metodologias ................................................................................................................. 4
CAPITULO I .......................................................................................................................... 5
CAPITULO II ....................................................................................................................... 10
3.Conclusão........................................................................................................................... 14
4.Bibliografia ........................................................................................................................ 15
4
0.Introdução
0.1.Objectivos
0.1.1.Geral
Compreender as elites
0.1.2.Específicos
0.1.3.Metodologias
CAPITULO I
A palavra e o conceito de elite são relativamente recentes. A palavra elite prevêem (do
francês élite, substantivação do antigo particípio passado eslit, de élire “escolher/eleger”, este
do latim vulgar exlegere, do latim clássico eligere, '”escolher”) era usada durante o século
XVIII para nomear produtos de qualidade excepcional, a “nata” das mercadorias oferecidas à
venda. Posteriormente, o seu emprego foi expandido para abarcar grupos sociais superiores,
tais como as unidades militares de primeira linha ou os elementos mais altos da nobreza.
Assim, de modo geral, o termo “elite” designa um grupo dominante na sociedade ou um
grupo localizado em uma camada hierárquica superior, em uma dada estratificação social.
(Bobbio, 1997).
Para Pité (1997, p.47-48), denomina-se Elite a uma camada social que conseguiu
atingir níveis muito altos na sua actividade, que pode ser política, académica ou
socioeconómica. Esta é constituída pelos indivíduos que têm funções dirigentes, abarcando a
elite governamental e a não-governamental. As elites estão sempre presentes em todas as
formas de direcção ou governo, sendo responsáveis pela desigualdade da distribuição da
riqueza de uma sociedade, assim como do prestígio social.
Definindo Elite, Nhantumbo (2011) diz que, na sua significação mais geral, o termo
denota um grupo de pessoas que numa sociedade qualquer, ocupa posições eminentes. Mais
especificamente, designa um grupo de pessoas ilustres num determinado campo,
principalmente a minoria governante e os círculos onde é recrutada.
Refere a elite como sendo “aqueles que dispõem de maior acesso aos valores e ao seu
controlo, às pessoas que ocupam as mais altas posições numa determinada sociedade. Além
da elite do poder (elite política), existem elites de riqueza, responsabilidade e conhecimentos”.
Idem
Mosca (1968), A teoria das elites surgiu no final do século XIX, tendo como fundador
o filósofo e pensador político italiano, (Mosca) estabeleceu os pressupostos do elitismo ao
salientar que em toda sociedade, seja ela arcaica, antiga ou moderna, existe sempre uma
minoria que é detentora do poder em detrimento de uma maioria que dele está privado.
1.2.Governantes e governados
Elite Governante: são os indivíduos que participam do governo. E desta forma fazem
parte da estrutura mais importante do Estado. São eles a elite económica, a elite da
administração publica, os cargos mais elevados das forças armadas.
Elite Governada: não participam activamente do governo, mas são denominadas
elites por se destacarem na sociedade. São eles grupos da política, desportistas, artistas
(Abel,1972).
O conceito de divisão do poder entre governantes e governados, porém, não é algo novo e
consta nos escritos de muitos filósofos e pensadores antigos e modernos (Maquiavel,
Montesquieu, Karl Marx, entre outros). Entretanto, a originalidade da teoria das elites
formulada por Mosca, advém da preocupação em explicar que a classe dirigente (ou seja, os
governantes) constitui uma minoria detentora do poder pelo fato de serem mais organizados.
Idem
Desse modo, seja por afinidade de interesses ou por outros motivos, os membros da
classe dirigente constituem um grupo homogéneo e solidário entre si, em contraposição aos
membros mais numerosos da sociedade, que se encontram divididos, desarticulados e
consequentemente, desorganizados. Importante enfatizar também que, segundo o estudo
realizado por Mosca, a dominação política exercida por um grupo minoritário dentro da
sociedade pode ser presenciada em qualquer sistema de governo: ditadura ou democracia.
Idem
7
Desigualdades sociais Depois que Gaetano Mosca formulou a teoria das elites, outros
pensadores sociais empregaram o termo "elite" de maneira diversa, dando origem a novos
conceitos e teorias. No "Tratado de Sociologia Geral", Pareto se preocupou com o estudo da
interacção social entre as diversas classes de elites, cujas mais importantes, segundo ele, são:
as elites políticas e as elites económicas. As desigualdades entre os indivíduos contribuem
directamente para o surgimento das elites. Idem
1.3.Oligarquias partidárias
Os estudos de Mosca e Pareto serviram de base para formulação de novas teorias das
elites. Dentro deste campo de pesquisa, cabe destacar o estudo do sociólogo alemão Robert
Michels (1876-1936), "Partidos Políticos: um Estudo Sociológico das Tendências
Oligárquicas da Democracia Contemporânea" (1912). Neste estudo, Michels analisou a
dinâmica inerente à política democrática a partir da observação dos partidos políticos de
massa. Com base em evidências empíricas demonstrou que mesmo dentro das organizações
partidárias que funcionam num sistema político democrático, há fortes tendências à elitização,
ou seja, concentração de poder num grupo restrito de pessoa.
Para Bottmore (1965), quanto aos factores das Elites podemos destacar os seguintes:
Factores geográficos;
Factores biológicos;
Factores sociais;
Factores culturais;
Factores Geográficos
Factores Biológicos
Factores Sociais
Guerras, invasões e conquistas, assim como luta de classes e revoluções, alteram as estruturas
sociais, modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e destroem
culturas.
Factores Culturais
1.5.Tipos de Elites
Elites tradicionais;
Elites tecnocráticas;
Elites carismáticas;
Elites ideológicas;
Elites de Propriedades;
Elites simbólicas;
Elites Tradicionais
Elites Tecnocráticas
9
Detém autoridade racional, legal ou burocrática. Sua escolha, nomeação ou eleição baseia-se
em competência, designada através de provas, concursos, experiencia ou resultados escolares.
Ocupam sua posição de acordo com leis ou normas, conhecidas e aceitas, e possuem
importância determinada segundo critérios reconhecidos. São os altos funcionários, ocupando
postos de chefia nas organizações de carácter burocrático: governo, empresa. (Lakatos, 1999).
Elites Carismáticas
Elites de Propriedades
Sua autoridade ou poder decorre da posse de capitais ou de bens, em virtude dos quais podem
exercer pressões sobre as elites tecnocráticas ou tradicionais. Pertencem a este tipo os grandes
proprietários de terras, industriais, banqueiros etc., capazes de influenciar a vida económica,
política e social de uma comunidade. Idem
Elites ideológicas
São formadas pelas pessoas que concebem uma ideologia, que a difundem ou representam.
Constituem a elite do poder, se a ideologia que representam e a oficial; por outro lado, quando
se opõem a elite do poder, formam as elites de influência, ou contra elites (elites. de oposição,
de contestação). Entre todos os tipos de elites, as ideológicas e as carismáticas são geralmente
as mais dinâmicas e inovadoras. Idem
Elites Simbo1icas
Quase todas as elites possuem urn carácter simbo1ico a medida que representam uma causa,
valores, ideias, modos de viver, qualidades ou virtudes. Entretanto, existem indivíduos ou
grupos cuja função e, mais do que tudo, simbólica. Poder-se-iam citar certos elementos da
nobreza, mulheres de políticos famosos, pessoas da alta-roda, artistas e desportistas famosos.
(Lakatos,1999).
10
CAPITULO II
A divisão social do trabalho é uma das marcas impostas pelo sistema capitalista aos
modos de produção da sociedade moderna. Ela consiste na fragmentação do processo
produtivo, que dá origem a diferentes níveis de especialização. Com isso, o trabalhador passar
a desenvolver tarefas específicas dentro do meio produtivo. E, por realizar a mesma
actividade diversas vezes, passa a fazê-la com mais eficiência, o que aumenta a velocidade
produtiva do sistema como um todo. (Durkheim, 2007)
Émile Durkheim
Segundo Durkheim (2007), os princípios da divisão do trabalho são sobretudo morais,
acima dos económicos. Esses factores unem as pessoas dentro da sociedade, gerando um
sentimento de solidariedade para indivíduos que realizam as mesmas funções.
Ainda segundo Durkheim, utilizando uma metáfora do corpo humano. Nessa óptica a divisão
11
Karl Marx
Segundo Marx (1956), a divisão do trabalho de acordo com as especialidade
produtivas, acaba gerando uma hierarquia social na qual as classes dominantes. Isto é, a
burguesia, subjugam as classes dominadas, estabelecendo as instituições, assim como a
detenção dos meios de produção. Além disso, ele também afirmava que a especialização das
actividades produtiva em uma sociedade, acabou gerando uma divisão social do trabalho
como uma forma indispensável de sobrevivência. Em decorrência desse processo, quando a
humanidade superar as necessidades básicas, ela acaba criando outras.
Max Weber
Para Weber (1974), a sociedade pode se afectar por acções individuais. Ademais, ele percebeu
diferença entre a divisão social do trabalho entre os católicos e os protestantes.
Segundo ele, os protestantes, eram rigorosos e valorizavam o trabalho. Além do mais, aliaram
a doutrina religiosa com o capitalismo. Desse modo, criou-se uma tendência empreendedora
nas populações protestantes. Além disso, a visão do sociólogo em relação a burocracia como
modo racional da divisão do trabalho, quando os cargos ocupados por burocratas que detém
funções e atribuições específicas, são dependentes a um cargo mais elevado, acontecendo a
distinção social do trabalho. Por fim, a burocracia, ajuda a classe dominante na divisão do
trabalho entre dominantes e dominados.
Para Ferrari (1983) nas diversas sociedades, os papéis sociais são elaborados em função
das exigências de uma cultura específica. Daí que os papeis sociais de base, condicionados
pela cultura, não são os mesmos em todas as sociedades. Por exemplo, nas sociedades
tradicionais, o papel da mulher é a reprodução/procriação, obediência ao marido e trabalhar à
terra. Porém, nas sociedades modernas, à mulher cabe o papel de procriação não como
imposição, mas como um papel negociável. Em termos de trabalho, a mulher tem um papel de
destaque nos sectores secundário e terciário, podendo competir, suplantar ou estar em pé de
igualdade com o homem. Assim sendo, pode concluir-se que a multiplicação dos papéis
sociais se relaciona com o nível de desenvolvimento da sociedade.
Cada sociedade exerce influência na formação dos papéis exigidos por ela, conforme a
importância relativa dada a esses papéis pelos membros, em conformidade com os aludidos
padrões culturais e com os seus sistemas sociais. Uma vez que cada função exige um
comportamento típico, são inúmeros os comportamentos que realizamos. Assim, ao
exercermos as diferentes funções que nos são dadas pela sociedade, estamos a desempenhar
uma multiplicidade de papéis sociais. Cada pessoa desempenha vários papéis, ou seja, uma
mesma pessoa pode ser mulher, mãe, esposa, filha, amiga, professora, sindicalista, etc.
Quando há diversidade de papéis que uma mesma pessoa desempenha costumam designar-se
multiplicidade de papéis. Idem
Numa multiplicidade de papéis podem existir conflitos: por vezes os diferentes papéis
envolvem exigências difíceis de conciliar umas com as outras. Por exemplo: o papel de
professor pode ser difícil de conciliar com o papel de pai, se a pessoa em causa não tiver
condições de trabalho. A multiplicidade de papéis /tarefas a desempenhar numa colectividade
conduz a que cada um dos seus membros desempenhe funções específicas, de que resultam
comportamentos diversos, mas típicos. (Ferrari,1983).
Para Nova (1982), os papéis sociais têm sua importância na estrutura social, na medida
que eles são os definidores do status dos indivíduos. A importância dos Papéis Social reside
no facto deles ser o meio classificador dos indivíduos dentro das classes sociais. Entende-se
como classes sociais grandes grupos ou camadas de indivíduos que se diferenciam,
basicamente, pela posição objectiva que ocupam na organização social da produção.
13
Para Pareto (1965), em uma sociedade para que haja equilíbrio social, é necessário
processos de mudança, e desta forma para que haja renovação da elite política é necessária a
circulação da mesma. Ou seja, para se perpetuar no poder, as elites precisam se renovar
necessita de indivíduos que sejam capacitados dentro da sociedade:
Para Pareto (1965), a mobilidade dos indivíduos onde as camadas menos privilegiadas
se sobrepõem as melhores, é imprescindível, pois é isto que permite um equilíbrio geral da
sociedade.
A mobilidade das elites é, portanto, o movimento necessário para equilíbrio da
sociedade onde há uma substituição de uma elite por outra. Em relação ao poder, a elite pode
se reproduzir das seguintes formas: democraticamente ou aristocraticamente. Da forma
democrática a elite permitiria o ingresso de membros que fossem de outras classes sociais, e
aristocráticas quando a mudança se dá dentro da própria elite. A mobilidade das elites é um
processo sem fim, mesmo que lento e imperceptível nenhum agrupamento de elites escaparia
deste fenómeno social que é a circulação. Se a mobilidade cessar, a elite se acidifica e desta
forma entre em processo de esclerose e decadência.
14
3.Conclusão
Fim do trabalho conclui-se que, esta secção apresenta os padrões de mobilidade social
entre os indivíduos que são classificados como pertencentes à elite, ou que tiveram pais
pertencentes a este estrato. Discute-se também a relação das variáveis relacionadas ao
processo de ascensão, queda ou imobilidade social, como o grau de instrução do indivíduo e
de seu pai, o tipo étnico, a quantidade de trabalhos na semana, a idade em que começou a
trabalhar e o sector de emprego (público ou privado). Para ultimar realçar que, a elite
Moçambicana apresenta uma grande taxa de mobilidade circular, isto é, pouco mais da
metade das elites apresentam mobilidade social a partir de processos sociais ou económicos
que não tiveram relação com o desenvolvimento económico - processo denominado
mobilidade estrutural. Neste caso, tiveram sua ascensão social ligada a este tipo de padrão de
mobilidade. De onde se conclui que a estrutura social da elite moçambicana, na sua
componente ocupacional, é muito dinâmica.
15
4.Bibliografia
Mosca, G. (1968). A Teoria Da Classe Política Dirigente. In: História Das Doutrinas
Políticas - Desde A Antiguidade, Rio: Zahar.
Nhantumbo, Manuel. (2011). Elites E Poder. Maputo: Arcas.
Nova, Sebastiao Vila. (1982). Desigualdade, Classe E Sociedade. Sao Paulo, Atlas.