Unidade Curricular: Psicologia Da Motivação Docente: Msc. Ernesto Carlos Numa Capali, Objectivos Da Disciplina Geral
Unidade Curricular: Psicologia Da Motivação Docente: Msc. Ernesto Carlos Numa Capali, Objectivos Da Disciplina Geral
Unidade Curricular: Psicologia Da Motivação Docente: Msc. Ernesto Carlos Numa Capali, Objectivos Da Disciplina Geral
OBJECTIVOS DA DISCIPLINA
Geral:
METODOLOGIA
ORGANIZAÇÃO DA DISCIPLINA
AVALIAÇÃO
O termo “motivação” vem do latim motivare, que quer dizer mover-se. O que move
as pessoas em direção a determinadas coisas e não a outras? Essa questão tem
sido estudada no campo da Psicologia da motivação.
Para Gooch e McDowell citado por Bergamini, (2008), é uma força que se encontra
no interior de cada pessoa e que pode estar ligada ao desejo”
Podemos considerar a motivação como uma ação que leva o individuo mostrar um
comportamento, agir de certa maneira, tendo em vista a consecução de determinado
objectivo.
Através das pesquisas de Freud aceitou-se a ideia de que qualquer acto simples
pode ser diversamente motivado e acabou-se de vez com a ideia de que os motivos
são racionais. Com suas experiências Freud conseguiu comprovar que embora haja
diferenças culturais, a motivação provocada traz grandes resultados no sentido de
induzir à busca de um bom desempenho e realização perfeita.
Já a teoria psicanalítica concebe a acção humana como sendo motivada por forças
inconscientes, cujo objetivo último seria a satisfação de pulsões sexuais e/ou
agressivas.
Várias razões podem levar uma pessoa a estar trabalhado onde está. Essa é a
motivação. O que leva ela a estar ali. Um funcionário que tem como objetivo se
sentir bem no local de trabalho, de estar satisfeito com a remuneração, de estar
satisfeito com as condições de trabalho e com a forma como é tratado, é um
funcionário que trabalha melhor, se dedica mais e rende mais. Com isso, vemos que
um funcionário só se sente totalmente motivado se ele estiver satisfeito.
MOTIVACIONAL
Os seres humanos são motivados por uma grande variedade de fatores. O processo
motivacional pode ser explicado da seguinte forma: as necessidades e carências
provocam tensão e desconforto na pessoa e desencadeiam um processo que busca
reduzir ou eliminar a tensão. A pessoa escolhe um curso de ação para satisfazer
determinada necessidade ou carência. Se a pessoa consegue satisfazer a
necessidade, o processo motivacional é bem-sucedido. Essa avaliação do
desempenho determina algum tipo de recompensa ou punição à pessoa
(Chiavenato, 2005).
A seguir estabelece a escolha de um certo caminho para acção que irá levá-la até
aos objectivos.
Se o objectivo não for atingido, a pessoa volta a ajustar os seus desejos e a fazer
novas escolhas até conseguir ou desiste.
Ciclo motivacional
Para Neto (2009), o comportamento humano pode ser explicado através do ciclo
motivacional, isto é, o processo pelo qual as necessidades condicionam o nosso
comportamento a algum estado de resolução.
Uma das teorias sobre motivação mais conhecidas até os dias de hoje é a teoria de
Maslow, escrita pelo psicólogo Abraham H. Maslow, de acordo com o autor a
motivação do indivíduo está relacionada com a satisfação de certas necessidades
ordenadas segundo uma hierarquia, que começa das necessidades mais simples e
vai até as mais complexas, são elas:
- Necessidades sociais, que estão relacionadas com uma vida participativa com
troca de amor e afeto;
Segundo Pinder citado por Bergamini (2008), não se pode associar o problema de
desempenho unicamente como falta de motivação, pois deve-se levar em conta as
habilidades pessoais de cada indivíduo. A motivação tem como principal
característica ser um potencial de força, cuja origem é intrínseca.
Para Deci citado Bergamini (2008), afirma que essa característica leva a pessoa a
exercer suas atividades simplesmente pelo prazer que a própria actividade
proporciona. Trata – se de dar à pessoa a liberdade de liberar seu potencial
motivacional e criativo respeitando suas forças interiores de necessidade e
descartando qualquer tipo de controle extrínseco.
Essa teoria explica como cada indivíduo vê de forma diferente as vivências com o
meio ao longo da vida, desta forma cada ser humano tem a sua própria forma e
particularidade em ver as coisas, as pessoas e situações.
NO CONTROLO DA ACÇÃO
Orientação para Ação: O individuo com este perfil sente prazer ao fazer com que
as coisas aconteçam, gostam de desafios onde possam mostrar a sua competência
pessoal, estão em constante progresso, são facilmente reconhecidas.
Processo de dirigir os esforços das pessoas, está no controle das ações para
modificar o seu comportamento.
Tipos de Motivação
A motivação intrínseca, segundo Vallerand et al. (1989 citado por Vallerand; Ratelle,
2002), compõe-se de uma taxonomia com três diferentes características: 1)
motivação intrínseca para saber – o aprender, explorar e entender são os motivos
pelos quais o indivíduo realiza a atividade; 2) motivação intrínseca para realizar
coisas – a busca de realização ou a criação e o prazer decorrente é que movem o
indivíduo na realização da atividade; 3) motivação intrínseca para vivenciar
estímulos – comprometimento com a atividade pelo prazer de experimentar
sensações estimulantes. Como podemos observar, nestes três elementos da
motivação intrínseca há um predomínio do envolvimento na atividade pelo prazer e
satisfação inerentes à própria atividade.
Já com referência à motivação extrínseca, Ryan e Deci (2000), asseguram que ela
se refere à realização de uma atividade para alcançar algum resultado externo.
Assim também Guimarães (2004), consentido com a visão manifestada por Deci e
Ryan, destaca que este tipo de motivação pode ser considerada como a motivação
para trabalhar em resposta a algo externo à tarefa ou à actividade, para obter
recompensas e reconhecimentos, tendo em vista os comandos ou as pressões de
outras pessoas ou para demonstrar competências ou habilidades. Ryan e Deci
(2000), enfatizam que a motivação extrínseca diz respeito à realização de uma
atividade para atingir algo ou porque conduz a um resultado esperado, contrastando
assim com a motivação intrínseca. Ela se caracteriza pela realização da acção pelo
indivíduo, visando o reconhecimento ou o recebimento de recompensas materiais ou
sociais, enquanto que a motivação intrínseca é tida como autônoma, a extrínseca se
relaciona com o controle externo. Neste mesmo sentido, Amabile et al. (1994)
afirmam que a realização de tarefas tendo em vista o recebimento de recompensas
externas de natureza diversa (sociais ou materiais), ou simplesmente para
evidenciar habilidades caracterizam pessoas extrinsecamente motivadas.
Ryan e Deci (2000), Ryan e Stiller (1991), entre outros, os quais constataram que
caracterizar a motivação extrínseca apenas como uma orientação controlada
externamente é insuficiente, muito simplista para entender a complexidade que a
envolve. Estes autores argumentam que um comportamento extrinsecamente
motivado pode ser autodeterminado. Defendem a ideia de que existem, num
continuum, com diferentes níveis de regulação da motivação extrínseca, que variam,
desde a regulação externa à regulação integrada, concebendo o ser humano como
alguém que tende a integrar e a internalizar os valores ou as exigências externas ao
self.
A motivação na aprendizagem
Derek Rowntree sugeriu, no seu livro "Making materials-based learning work" (1999),
que existem 4 tipos de motivação das pessoas face à aprendizagem:
Segundo Rowntree todos estes tipos de motivação, menos o último, podem servir
objectivos intrínsecos e extrínsecos. Uma pessoa pode ser interessada
(intrinsecamente) no que está a aprender ou mesmo interessada (extrinsecamente)
no resultado que esperam atingir através da aprendizagem. A motivação social
parece puramente extrínseca, podendo actuar independentemente e mesmo como
um complemento dos outros tipos (Projecto n.º 264, 2004).
A partir dos anos 60, têm surgido na Psicologia várias teorias motivacionais que
podem ser agrupadas sob o termo genérico de “teorias cognitivas da motivação”.
Tais teorias consideram que a atividade cognitiva do ser humano é indissociável de
sua motivação. O ser humano é activo na sua relação com o ambiente e movido
pelo desejo de conhecer e compreender o mundo em que vive e também a si
próprio, de modo a que possa prever os acontecimentos e orientar o seu
comportamento (Fontaine, 2005).
A Teoria da Avaliação Cognitiva tem sido muito utilizada para interpretar os efeitos
motivacionais de diversos eventos que ocorrem em sala de aula, especialmente
acerca do uso de recompensas extrínsecas. Então, ela procura explicar como esta
recompensa afecta a motivação intrínseca dos alunos, como por exemplo, numa
situação de sala de aula, quando os alunos se envolvem em uma atividade
interessante e o professor oferece uma recompensa após a realização dessa
atividade. Caso a recompensa oferecida tenha o objetivo de pressionar o aluno a se
comportar de uma determinada maneira, visando atender a uma imposição do
professor e, se assim for percebida pelo aluno, ela terá um efeito controlador e
prejudicará a motivação intrínseca.
Contudo, a teoria atribucional assume que é impossível ter acesso a uma realidade
objetiva visto que os nossos limites perceptivos e cognitivos nos obrigam a
selecionar a informação e tratá-la de maneira incompleta. A nossa representação da
realidade é resultado de um processo de construção, socialmente determinado e
necessariamente enviezado, e será em função dessa representação que cada um
orientará o seu comportamento (Fontaine, 2005).
É importante destacar que existe grande variação na maneira como varias pessoas
interpretam uma mesma situação, de acordo com as informações que selecionam e
com a forma pessoal de processá-las.
Quanto mais forte a percepção de auto -eficácia, mais elevados são os objetivos que
a pessoa se propõe a realizar e mais firme é o seu empenho para alcançá-los,
havendo maior perseverança frente aos obstáculos. Assim, as pessoas prontamente
aceitam atividades e ambientes desafiadores, quando julgam que possuem as
capacidades necessárias para manejá-los, mas tendem a evitar actividades e
situações que acreditam exceder as suas capacidades (Bandura, 1989).
Segundo Deckers (2001), realça que existe quatro motivos primários, esses são os
processos essenciais e necessários para garantir a sobrevivência do indivíduo e de
sua espécie, fome, sede, sono e sexo.
Aspectos comuns dos motivos primários ou fisiológicos, que são a fome, sed,
sono e sexo.
Recursos comuns:
FOME
SED
Sono
- Tem uma grande importância biológica, embora como um processo fisiológico seja
pouco conhecido. O sono é um processo activo que tem a ver com a recuperação
física e psíquica do organismo.
SEXO
Os motivos secundários ou aprendidos são caracterizadas por não ter uma base
biológica, e por serem aprendidas, isto é, determinadas pelas culturas.
Winterbottom descobriu que existe uma relação entre a motivação da realização das
crianças e o estilo educacional praticado por suas mães: quando ele dá reforços
emocionais demonstrando afeição, as crianças têm mais motivação para alcançar.
Eles assumem riscos com facilidade, mas sempre levando em conta suas
reais capacidades e calculando rigorosamente suas consequências. Eles
evitam tarefas muito fáceis e muito difíceis.
Eles geralmente têm uma preferência por tarefas em que podem obter
feedback informativo sobre seu desempenho, pois isso permite que eles se
auto-avaliem, corrijam falhas e melhorem sua execução no futuro.
A motivação do poder
São pessoas que precisam de afeição e afecto contínuo que as fazem sentir
especiais.
- Razão de controle
a) Propor tarefas que contenham algumas partes relativamente fáceis para todos, e
partes mais difíceis, que possam servir de desafio para os mais adiantados; assim,
todos terão desafios e reais chances de êxito;
d) Permitir que cada um siga seu próprio ritmo, sem pressionar para que todos
terminem juntos;
Para Tapia e Garcia - Celay (1996), os alunos perseguem metas que determinam a
forma como se implicam nas tarefas. Estas metas estão agrupadas em 4 categorias:
A motivação em contexto de aprendizagem não pode ser vista como algo branco ou
preto. Ela envolve aspectos que nós, enquanto professores, conseguimos controlar,
uns melhores outros menos bem, como o planeamento das actividades a
desenvolver ou a intervenção oportuna com o feedback adequado à situação.
Bergamini, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 5 ed. São Paulo: Atlas,
2008.
Deci, E. L.; Ryan, R, M. The “what” and “why” of goal pursuits: human needs and the
self-determination of behavior. Psychological Inquiry, v.11, n.4, p.227-268,
2000.
Miller, W. R.; Rollnick, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New
York: The Guilford Press, 2013.