Operações Policiais No RJ
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Operações Policiais no Rio de Janeiro (2006-2020) [65-82] Runa /42.1 enero-junio (2021) 65
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Resumo
Este trabalho discorre sobre a iniciativa do Grupo de Estudos dos Novos Palavras-chave
Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF) de produzir Operações Policiais; Ativismo
dados próprios sobre as operações policiais no Rio de Janeiro, a fim de pre- de dados; violência; crime; Rio
encher importantes lacunas deixadas pelas estatísticas oficiais e intervir no de Janeiro
debate e decisões públicas a respeito das letais ações do Estado em favelas.
Amparados pela perspectiva do ativismo de dados, os pesquisadores do GENI/
UFF têm se associado a demais coletivos para incidir sobre o espaço público
por meio dos números. Os dados oficiais disponíveis atestam a exorbitante
letalidade decorrente de ações policiais no Rio de Janeiro, mas não possuem
informações sobre as operações policiais. Este artigo apresenta os principais
resultados do levantamento inédito realizado pelo GENI/UFF sobre essas ope-
rações, em série histórica, e narra as experiências recentes de colaboração com
outros coletivos, através de relatórios, para incidir sobre uma ação que tramita
no Superior Tribunal Federal sobre o tema das operações policiais em favelas.
Abstract
This paper addresses the initiative of Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos Key words
from Fluminense Federal University, Brazil, of producing a database on police Police Special Operations; Data
special operations in Rio de Janeiro favelas, to fulfill the gaps left by official activism; Violence; Crime; Rio
statistics and to intervene in public debate and decisions in regard to police use de Janeiro
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Resumen
Palabras clave Este trabajo trata de la iniciativa del Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos
Operaciones policiales;
de la Universidad Federal Fluminense (GENI/UFF) de producción de datos
Activismo de datos; Violencia; propios sobre operaciones policiales en Río de Janeiro. El objetivo es comple-
Crimen; Río de Janeiro mentar importantes brechas de las estadísticas oficiales e intervenir en el debate
y las decisiones públicas sobre acciones letales perpetradas por el Estado en
favelas. Anclados en la perspectiva del activismo de datos, investigadores del
GENI/UFF han establecido colaboraciones para incidir sobre el espacio público
a través de los números. Aunque los datos oficiales disponibles confirmen la
exorbitante letalidad resultante de acciones policiales, lo mismo no aportan
ninguna información sobre las operaciones policiales. Este artículo presenta
los principales resultados del relevamiento inédito realizado por el GENI/UFF
sobre esas operaciones, en serie histórica, y narra las experiencias recientes de
colaboración con otros colectivos, por medio de informes, para incidir sobre
una acción que tramita en el Superior Tribunal Federal sobre el tema de las
operaciones policiales en favelas.
Introdução
Praticamente todos os dias nos deparamos com notícias de que policiais arma-
dos com fuzis realizaram operações de incursão em favelas do Rio de Janeiro,
Brasil, frequentemente a bordo de um veículo blindado –o temido “caveirão”–
e, às vezes, auxiliados por um helicóptero blindado –o ainda mais temido
“caveirão voador”–, utilizado também como plataforma de tiro. Em boa parte
dessas operações há intensos tiroteios, que muitas vezes resultam em mortes.
Escolas e postos de saúde deixam de funcionar, moradores de favela são impe-
didos de comparecer no trabalho, famílias inteiras são obrigadas a deitar no
chão de casa para se proteger contra os tiros de fuzil que atravessam as janelas
e paredes de suas residências. Parte dessas operações resulta na prisão de
suspeitos e/ou na apreensão de drogas, armas, dinheiro, bens subtraídos etc.,
mas ao custo de milhares de vidas e da ruptura do cotidiano nas localidades
afetadas. Apesar da intensa mobilização por parte dos movimentos de mora-
dores de favela e de familiares de vítimas e das organizações de defesa dos
direitos humanos para denunciar abusos e cobrar providências, as autoridades
alegam não ser possível exercer o controle combater sobre a criminalidade sem
a realização dessas operações.
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Em seguida, como será relatado, a produção desses dados passou a ser parte
da construção de evidências no contexto de uma ação judicial que tramita
no Supremo Tribunal Federal, a Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental de nº 635 – a ADPF 635 ou ADPF das Favelas – , que visa à
transparência, a prestação de contas, a defesa da vida e a responsabilização do
estado do Rio de Janeiro sobre as operações policiais em favelas. A proposta
de nossa atuação é voltada ao fortalecimento do espaço público de uma forma
específica em que os dados são os principais actantes (Boltanski, 1990) e é sobre
essa experiência de intervenção no debate sobre segurança pública no Rio de
Janeiro por meio do ativismo dos dados que o presente artigo se debruça.
os aspectos políticos e cognitivos das estatísticas (Didier, 2014), seu uso como
instrumento de governo de territórios e populações (Foucault, 2008, 2009; Rose,
Miller, 1992) construído nas múltiplas formas de tradução e translação entre
poder e verdade (Latour, 1988, 2000).
Da lacuna estatística...
Para se ter uma dimensão do problema que se relaciona ao uso da força estatal,
é importante primeiro um breve panorama de quais dados são existentes e
quais não são, em que tipo de informação é possível jogar luz e quais perma-
necem nas sombras, pois isto vai pontuando quais são os limites em disputa
ao redor do problema público violência no Rio de Janeiro (Machado da Silva,
1999).
Podemos iniciar com os dados oficiais disponíveis, produzidos por uma pes-
quisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID, 2018), coordenada
por Nathalie Alvarado e Robert Muggah. A América Latina, que concentra 8%
da população mundial, responde por 39% de todos os homicídios do mundo,
são 144 mil homicídios por ano na média dos últimos 5 anos. Desses 144 mil
homicídios de toda região, o Brasil concentra em média cerca de 65 mil, 45%
dos homicídios da América Latina: portanto, o Brasil, com 3,6% da população
mundial responde, sozinho, por 18% dos homicídios no mundo. Temos então
que a América Latina é a região mais violenta do mundo e o Brasil concentra
o maior volume desses homicídios.
Tudo isso é relativamente conhecido, mas resta ainda uma pergunta crucial:
quantos desses homicídios são praticados pelo Estado? Apenas em termos
1. Ver https://www.ucrdatatool.gov/ comparativos, ao olhar os dados oficiais do “Uniform Crime Reporting”1 do
FBI, percebemos que ao longo dos últimos 5 anos, todas as polícias dos EUA
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Para finalizar o panorama obtido pelos dados oficiais, entre 2013 e 2017, as
polícias do Rio de Janeiro foram responsáveis por algo como 15% dos homi-
cídios no estado. Em 2018, ano da intervenção federal, esse número passou
para 28%, enquanto em 2019, ano da virada de governos de extrema direita
nas esferas estatal e federal, a polícia foi responsável por quase 40% de todas
as mortes (Monteiro, Fagundes, Guerra, 2020). Podemos, portanto, dizer que a
América Latina é violenta, que o Brasil é violento e que o Rio de Janeiro, além
de ser muito violento, se caracteriza por uma violência impulsionada pelas
suas polícias, pela violência de Estado.
Tais operações também já foram descritas como parte dos cálculos para o paga-
mento do chamado “arrego”, que se traduz pela “compra de proteção”, que os
traficantes pagam a policiais para que possam continuar seus negócios ilícitos
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(Barbosa, 2005; Misse, 2006; Grillo, 2013; Hirata, 2018). De fato, a atuação da
polícia em favelas não se propõe a prover segurança pública para a população,
mas a regular as atividades do tráfico. As operações servem fundamentalmen-
te para ocasionar prejuízos para os traficantes e medir a sua capacidade de
resistência, ajustando o valor do suborno/extorsão conhecido como “arrego”.
Embora ilegal, é público e notório que em praticamente todas as favelas onde
há tráfico ocorre o pagamento do “arrego”, de maneira a evitar que sejam
realizadas incursões armadas na favela ou blitzen no seu entorno para fis-
calizar a saída dos usuários de drogas. O grau da capacidade de resistência
dos traficantes à ação policial influi na transação de “mercadorias políticas”,
ironicamente, tornando as favelas mais inseguras quando a “boca” (apelido
dado ao local de venda de drogas nos morros e favelas cariocas) está “fraca”,
isto é, simultaneamente incapaz de pagar o “arrego” cobrado ou resistir à
repressão policial (Hirata y Grillo, 2017).
Misse (1999) define “mercadoria política” como “toda mercadoria cuja pro-
dução ou reprodução depende fundamentalmente da combinação de custos
e recursos políticos, para produzir um valor de troca político ou econômico”
(p. 295). No caso do “arrego”, a mercadoria política sendo comercializada é
o relaxamento da repressão policial ao tráfico, transacionada pelos agentes a
quem o Estado delega a prerrogativa legal de “combater” esse mercado ilegal.
O modelo de gestão dos territórios empregado pelo tráfico em favelas implica
na necessidade da compra das mercadorias políticas, pois os pontos de venda
de drogas são fixos e devem ser facilmente identificáveis pelos usuários que
procuram as “bocas”, tornando a sua localização igualmente conhecida por
parte da polícia e traficantes rivais. Surge daí a necessidade de defesa armada
da vida e liberdade dos traficantes, bem como das drogas e dinheiro que cir-
culam nesses pontos, mas a superioridade bélica do Estado impõe que sejam
também negociadas mercadorias políticas de modo a reduzir as interrupções
no fluxo normal das rotinas do tráfico.
As fontes dos dados que alimentam esse conjunto de atores que emergiu na
construção de um debate sobre os temas da segurança pública são majori-
tariamente estatais e policiais. Os núcleos de irradiação são as polícias civis
de cada estado da federação, pela competência de lavrarem os Registros de
Ocorrência (RO’s). Os RO’s são documentos administrativos com o objetivo
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Por outro lado, pode-se dizer com bastante segurança que, no Rio de Janeiro,
utilizar a letalidade violenta e a letalidade decorrente de ações policiais como
indexadores de performance foi um avanço considerável. Tal é a recomendação
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São esses mesmos atores que, utilizando os dados oficiais do ISP-RJ, atualmente
produzem números não sobre a relação entre ocorrências criminais e perfor-
mance estatal, mas sim sobre a seletividade da letalidade sob cortes raciais,
de classes sociais, de idade, de gênero e territoriais. É sob essa perspectiva, de
uma crítica radical (Boltanski, 2013), que essas iniciativas procuram não apenas
reforçar e intensificar a boa gestão do governo dos números, mas deslocar o
debate sobre segurança pública em uma outra direção.
É nessa direção que, por meio da parceria firmada com coletivos parceiros,
temos buscado fortalecer o deslocamento do debate público acerca do uso da
força estatal por meio da análise das chamadas operações policiais. Cumpre
ressaltar que, ao utilizar fontes de dados originárias de registros administrati-
vos, como é o caso dos dados de segurança pública, que advém dos registros
de ocorrências lavrados em delegacias, como também utilizar dados provenien-
tes de matérias de jornais ou outros meios midiáticos, como a produção das
bases de operações policiais e de tiroteios, temos que levar em consideração
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Ao ativismo de dados
A ONG Redes da Maré foi pioneira na produção de dados sobre as operações
policiais, realizando levantamentos in loco no território chamado comple-
xo da Maré em 2016. O levantamento feito pela Redes da Maré é aquele de
melhor qualidade disponível até hoje pelo fato de não só compilarem dados,
mas sobretudo de produzirem dados a partir da atuação de diversos agentes
de campo, muitos deles moradores da Maré e de sua extensa rede de cola-
boradores (mais de 140 pessoas em 21 organizações). Os dados coletados e
transformados em números são divulgados por meio da publicação de boletins
anuais que atualizam, dentre outras informações, dados sobre as operações
policiais no Complexo da Maré. A cada ano esse boletim vai avançando em
novos elementos analíticos que ajudam a compreender como funcionam as
operações policiais e seus impactos, como por exemplo o número de dias sem
aulas. Em seguida, o Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC),
referência na política de dados alternativos no Brasil, produziu relatórios
importantes durante a Intervenção Federal em 2018 e, agora no formato da
Rede de Observatórios da Segurança, monitora, por meio de mídia impressa
e redes sociais, continuamente a atividade policial, quantificando ações de
patrulhamento e operações. Importante parceiro do GENI, o laboratório de
dados Fogo Cruzado – RJ, destaca-se também por produzir dados sobre a
ocorrência de tiroteios, desde 2016, também tendo como fonte a imprensa e
as redes sociais. Apesar de não produzir dados específicos sobre operações
policiais, o Fogo Cruzado realiza a contagem de “tiroteios com presença de
agentes de estado”, que possibilita uma aproximação com os eventos típicos
das operações policiais.
Sobre essa dupla base, o objetivo inicial foi produzir um relatório sobre ope-
rações nos últimos 12 anos (2007-2018) na RMRJ, com maior detalhamento
para a cidade do Rio de Janeiro, onde as operações parecem se concentrar. Os
elementos descritivos mais gerais para a caracterização das operações policiais
foram a sua evolução temporal, as instituições que participaram e sua loca-
lização, ou seja, cabe entender quantas operações foram realizadas ao longo
de 2007-2018, quem foi o responsável e onde ocorreram. Sempre que possível
acrescentamos informações sobre por qual razão a operação foi realizada.
Após estimarmos o volume, os autores, o local e as razões das operações poli-
ciais, buscamos entender os resultados dessas operações em termos de mortos,
feridos, prisões e apreensões. Depois da divulgação do relatório passamos ao
diálogo mais próximo das organizações da sociedade civil que se organizavam
em ações no âmbito judiciário, especialmente as Redes da Maré.
Com relação aos impactos da decisão liminar, mostramos uma redução de 78,0
% das operações realizadas no período em relação à média dos anos anteriores
e que, como resultado da diminuição da quantidade de operações policiais
realizadas, houve entre 5 junho e 5 de julho de 2020 uma redução de 49,6% em
relação à média de feridos 72,5% dos óbitos decorrentes de operações policiais
em relação à média de mortes no mesmo período. A redução do número de
operações policiais e, consequentemente, do número de mortos e feridos delas
decorrentes constatada com base nos dados do GENI/UFF encontrou forte
correspondência com os dados sobre tiroteios produzidos pelo Fogo Cruzado
– RJ. A ocorrência de tiroteios caiu 56,0% no período entre 5 de junho e 5 de
julho em comparação com a média observada no mesmo período nos anos
de 2017 a 2019. Redução que é ainda maior, de 71,5%, quando considerados
apenas os tiroteios em que foi notificada a presença policial, situações estas
que se aproximam das circunstâncias das operações policiais. O ano de 2020
apresenta o menor patamar da série histórica para os tiroteios com presença
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Por fim, como forma de associar todos esses resultados positivos na preser-
vação de vidas decorrentes da Decisão liminar do Ministro Edson Fachin ao
primeiro item do relatório, cujos resultados mostraram que as operações são
um método ineficaz no controle da criminalidade, procuramos comparar os
dados criminais durante o período do mês de junho de 2020 com a média de
igual período entre 2007-2019. Segundo dados oficiais compilados pelo ISP-RJ
e os dados levantados pelo GENI/UFF, a diminuição das operações policiais e
a consequente redução no número de mortos e feridos em operações policiais
foi acompanhada de uma diminuição da criminalidade. Houve redução em
47,7% dos crimes contra a vida e, particularmente nos casos de homicídios
dolosos, diminuição de 39,9%. De forma convergente, houve redução em 39,0%
nos crimes contra o patrimônio, em particular de 32,1% nos casos de roubo
de veículos.
Conclusão
No país onde vivemos, atualmente sob um governo eleito com fortes denúncias
de utilização de fake news e que vem se esforçando para desqualificar algumas
das principais instituições de produção de dados confiáveis nacionais, fomen-
tar o debate público pela mediação de dados confiáveis parece ser um ato de
resistência. Poderíamos lembrar do caso do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais, no contexto das queimadas na Amazônia, dos ataques à realização
do censo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística este ano, assim
como as ameaças constantes às universidades públicas. Combinam-se res-
trições orçamentárias com demissões arbitrárias, procedimentos articulados
da racionalidade neoliberal e autoritarismo que caracterizam o governo atual
do Brasil.
Financiamento:
Auxílios à pesquisa da Fundação Heinrich Böll Brasil, Fundação Carlos Chagas de
Apoio à Pesquisa do Rio de Janeiro – FAPERJ e Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq.
Agradecimentos:
Biografia
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