Física - Estática e Cinemática (UniFatecie)
Física - Estática e Cinemática (UniFatecie)
Física - Estática e Cinemática (UniFatecie)
Cinemática
Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva
EduFatecie
E D I T O R A
2022 by Editora Edufatecie
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Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já
é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Neste material
foram abordados diversos assuntos com muitos exemplos e comentários para facilitar os
estudos do material de Física Estática e Cinemática.
Proponho, junto a você, construir nosso conhecimento sobre diversos tópicos
os quais serão essenciais para sua formação acadêmica. A proposta da ementa é trazer
segurança em diversos ramos da Física teórica para aqueles que optarem pela carreira
acadêmica, assim como para aqueles que atuaram diretamente no mercado de trabalho.
Na unidade I começaremos a nossa jornada definindo o que são grandezas esca-
lares e vetoriais. Na sequência, vamos dar início a cinemática, ou seja, a parte da física
que estuda os movimentos, tanto aqueles em velocidade constante (Movimento Retilíneo
e Uniforme), como aqueles de velocidade variável (Movimento Retilíneo Uniformemente
Variado). Junto a essa unidade, iremos também estudar os gráficos desses movimentos e
suas principais características.
Já na unidade II vamos entrar na dinâmica, que é a parte da física que estuda a
causa dos movimentos e, por ser extensa, recheadas de conteúdos, vamos dividi-las em
duas unidades. Nessa segunda unidade vamos abordar as leis de Newton, bem como
outras forças, como a força de atrito, força peso, normal, tração, o trabalho gerado por uma
força e a potência.
Depois, na unidade III vamos tratar especificamente de outro tópico, a dinâmica
escalar, em que o foco será as energias, especificamente falando, a energia cinética, poten-
cial gravitacional e potencial elástica. Na sequência retornamos para a análise vetorial de
movimento, porém focando agora nos diferentes tipos de colisões. Outro tópico abordado
é também o impulso causado por uma força e como este se relaciona com a quantidade de
movimento.
Por fim, a unidade IV será dedicada exclusivamente a física estática, que estuda
o equilíbrio dos corpos. Iremos estudar as condições de equilíbrio, centro de massa e de
gravidade, torque, sistemas com rotação e alavancas.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
UNIDADE I....................................................................................................... 4
Cinemática
UNIDADE II.................................................................................................... 38
Dinâmica I
UNIDADE III................................................................................................... 74
Dinâmica II
Plano de Estudo:
● Grandezas físicas;
● Movimento retilíneo e uniforme;
● Movimento retilíneo uniformemente variado;
● Gráficos de MRU e MRUV.
Objetivos da Aprendizagem:
● Fazer um comparativo entre grandezas físicas vetoriais e escalares
● Estudar o movimento retilíneo uniformemente e uniformemente variado
● Interpretar e compreender os gráficos de MRU e MRUV.
4
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nesta unidade, o primeiro assunto abordado será a diferença
entre grandezas físicas vetoriais e escalares, tópico esse que é base para toda a física.
Depois vamos começar estudando o movimento retilíneo e uniforme e movimento unifor-
memente variado.
Na última parte vamos analisar esses movimentos do ponto de vista gráfico, ou seja,
classificar o MRU e MRUV esboçando as principais características de cada movimento no
plano cartesiano.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.
Bons estudos!
UNIDADE I Cinemática 5
1. GRANDEZAS FÍSICAS
Para compreender cada grandeza física que será estudada, precisamos primeira-
mente saber mensurar da forma correta. Tudo aquilo que pode ser medido será chamado
de grandeza e, cada grandeza será mensurada em termos de uma unidade específica.
Em todos os assuntos da física, as teorias carregam formulações matemáticas.
algumas delas são apresentadas da seguinte forma:
UNIDADE I Cinemática 6
Quando estamos em uma reunião e perguntamos ao colega do lado “que horas
são?”. Se for no meio tarde, a resposta poderia ser por exemplo “São 4 horas”. Veja que
para responder, basta apenas um número com sua unidade de medida. Por outro lado,
imagine que você esteja viajando para uma cidade e esteja utilizando um aplicativo de
rota para se guiar ao longo da viagem. Frequentemente, o aplicativo lhe mostrará algo do
tipo “avance 5 km para frente e depois vire a direita”, veja que apenas dizer “avance 5 km”
tornaria a informação incompleta, pois é necessário um complemento, é preciso saber a
direção e sentido do movimento além do módulo do deslocamento.
Portanto, toda grandeza física que necessita apenas do seu valor, como por exem-
plo “está marcando 33 graus hoje!”, ou “ vou comprar 5 kg de arroz”, é uma grandeza
escalar. Seria estranho dizer “está marcando 33 graus para cima”, ou “vou comprar 5 kg de
arroz da direita para esquerda”. Então vamos a seguinte definição:
Grandezas escalares necessitam apenas de um número seguido de uma unidade
de medida.
Por outro lado, a outra classe de grandezas, conhecidas como vetoriais, precisam
de três atributos para serem definidas, que são: módulo, uma direção e sentido (além,
obviamente, da unidade de medida). Grandezas vetoriais podem ser expressas por setas,
por isso, nas equações matemáticas, as variáveis tem uma seta em cima.
O módulo é nada mais do que a intensidade da grandeza física em questão, ou seja,
um valor. Na representação de setas, quanto maior o módulo, maior o tamanho da seta. Já
a direção pode ser horizontal, vertical, ou mesmo atribuída a um plano de referência x,y e
z. Por fim, o sentido é para direita ou esquerda, em cima ou embaixo, no sentido positivo
ou negativo em relação ao plano de referência. Dessa forma, em uma mesma direção,
podemos percorrer dois tipos de sentidos. Assim, temos a seguinte definição:
As grandezas físicas que precisam de um número, direção e sentido, são denomi-
nadas grandezas vetoriais.
No decorrer dos estudos, vamos nos deparar com medidas muito grandes e tam-
bém muito pequenas. Para facilitar cálculos vamos fazer o uso de prefixos.
UNIDADE I Cinemática 7
2. MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME
UNIDADE I Cinemática 8
A explicação para esse problema é que o estado de movimento e repouso depen-
dem do referencial. Veja através de outro exemplo: Nesse exato momento você está em
movimento em relação à Lua e ao Sol, pois o nosso planeta está em movimento em relação
a esses astros. Por outro lado, caso esteja sentado nesse exato momento, você está em
repouso em relação ao assento.
Após definirmos o conceito de referencial, vamos iniciar os estudos com o movimen-
to retilíneo uniforme (MRU). Antes de tudo, o que significa esse nome? Movimento retilíneo
é o mesmo que movimento em linha reta, ou seja, nesse primeiro momento não trataremos
de problemas em que a trajetória dos corpos sejam curvas. Já a palavra uniforme significa
que o movimento é sempre o mesmo, ou seja, a velocidade não altera ao longo do tempo.
Suponha Um carro inicialmente em repouso, ou seja, com velocidade nula, está
posicionado no marco 0 km. Sempre iremos associar cada posição à um determinado
tempo, no caso da primeira posição, o cronômetro marca t=0h. No segundo marco de 20
km, o tempo registrado é t=1h, ou seja, em uma hora o carro percorreu uma distância de
20 quilômetros. Quando o móvel chega no terceiro marco de 40 km, o tempo registrado foi
de t=2he consequentemente, ao chegar na linha dos 60 km, é marcado um tempo de t=3h.
Você conseguiu observar um padrão nesse movimento?
O carro se movimentou 20 km a cada hora, ou seja, sua velocidade foi de v=20
km/h durante todo o percurso. Portanto, como sua velocidade permanece a mesma durante
todo o trajeto, o movimento é classificado como uniforme, para calcular a velocidade, basta
fazer a seguinte relação matemática:
UNIDADE I Cinemática 9
Outro ponto significativo da equação apresentada é que estamos calculando a
velocidade média. Mas por que ela tem esse nome “média”? Vamos calcular a velocidade
entre o primeiro ponto (origem) e o segundo:
S = S - S0 = 20 - 0
t - t0 = 1 - 0
S = S - S0 = 60 - 0 = 60 km
t - t0 = 3 - 0 = 3h
UNIDADE I Cinemática 10
Resolução:
Como o espaço inicial é S0 = 30 km e o espaço final é S = 65 km a variação de espaço
é ∆S = S - S0 = 65 - 30 = 35 km. Não importa o quanto o automóvel percorreu, se foi até o marco
de 145 km e voltou. A variação de espaço só depende do ponto inicial e final.Já a distância
percorrida é marcado pela distância do percurso, ou seja, na ida deslocou uma distância de
115 km e depois mais 80 km na volta. Logo a distância percorrida foi de 195 km.
Ex. 02
Um automóvel parte do km 73 da Via Anhanguera às 6 h 45 min e chega ao km 59
às 6 h 55 min. Calcule a velocidade escalar média do automóvel nesse percurso, em km/h.
Resolução:
Para calcular a velocidade média devemos fazer a razão da variação de espaço
pela variação de tempo.
∆S = 59 - 73 = -14 km
Note que a variação de espaço é negativa pois a trajetória aponta no sentido con-
trário, vai de um ponto positivo para outro menor do que ele.
Já a variação de tempo deve ser em horas.
Porém como passar o tempo em minutos para horas? Usamos uma regra de três
simples:
1h - 60 min
x - 10 min
Multiplicando cruzado:
1h .10 min = x.60 min
Portanto:
UNIDADE I Cinemática 11
Agora na unidade correta podemos substituir na expressão da velocidade média:
s(t) = 20t
Observe que nesse caso, o tempo necessariamente deve ser atribuído em horas.
Outra curiosidade é que do lado esquerdo dessa expressão matemática, temos s(t). Isso
significa que o espaço é uma função do tempo, por isso está entre parênteses, não confun-
da com espaço multiplicando o tempo!
Continuando o raciocínio, vamos atribuir valores quaisquer para o tempo e calcular
o valor da velocidade:
Vemos então que a função horária do espaço fornece exatamente os mesmos va-
lores da posição mostrados em cada intervalo de tempo na figura. No entanto, a verdadeira
expressão genérica para a função horária dos espaços é
s(t) = S0 + vt
UNIDADE I Cinemática 12
Porém no exemplo que utilizamos, o espaço inicial era o marco de 0 km, dessa
forma S0=0 e não há necessidade de escrever s(t)=0+ 20t, podemos então omitir o valor
zero que é somado. Vamos fazer mais um exemplo: Suponha a seguinte função horária na
qual o espaço é dado em quilômetros e o tempo em horas:
s(t) = -5 + 10t
Comparando com a expressão genérica, podemos notar que o fator que está so-
mando, ou se preferir, o termo constante, é a posição inicial. Enquanto isso, aquele que
multiplica a variável tempo é a velocidade do sistema. Nesse caso S0= -5 km e v =10
km/h . Corriqueiramente, alguns problemas na cinemática envolvem diretamente uma
interpretação física na função horária dos espaços, em geral são dois casos:
1) Dada a função horária, encontre a posição do móvel na origem dos tempos: Para
fazer isso, veja que queremos encontrar o espaço final, ou seja, s (t) quando t = 0. Ou
seja, no início dos tempos, a posição que você vai calcular é nada mais do que a posição
inicial. Portanto s(0)= -5.
2) Dada a função horária, determine em qual tempo o móvel passa pela origem dos
espaços: Nesse caso, s(t)=0 e, em seguida, isolamos a variável t para encontrar o resultado.
Logo, 0 = -5 + 10t -> 5 = 10t, então t = 5/10h = 1⁄2 h. Em outras palavras, depois de meia hora
de iniciar o movimento, o móvel passa pela origem dos espaços, o marco de 0 km.
Ademais, vimos recentemente que a equação da velocidade média é dada pela
variação de espaço dividida pela variação de tempo. Na sequência estudamos a função
horária do espaço. Existe uma relação entre essas duas expressões matemáticas?
Para saber a velocidade média de um objeto, precisamos saber o espaço inicial e
final, assim como o tempo inicial e final. Vamos assumir que o tempo inicial seja zero (pois
normalmente quando medimos algo em cronômetro, começamos do zero). Portanto:
Para isolar o espaço final (S) do lado direito, passamos S0 para a esquerda somando
S0 + v.t = S
UNIDADE I Cinemática 13
Veja que a expressão que encontramos é a função horária dos espaços. Portanto
veja que a equação da velocidade média e a função horária dos espaços é a mesma coisa.
Outro ponto relevante no estudo dos movimentos são as unidades de medida. Se-
gundo o Sistema Internacional de Unidades, a unidade de medida de espaço é o metro (m)
e a de tempo é segundo (s). Logo, como a velocidade é a razão da variação do espaço pela
variação do tempo, a velocidade é dada em m/s. Porém, como foi visto até aqui em alguns
exemplos, as velocidades eram dadas em km/h. Então estava errado? A resposta é não!
Pois sempre depende do exercício ou da situação. Ora a questão pode pedir a velocidade
em km/h, ora em m/s.
Contudo, em determinados problemas, torna-se mais conveniente calcular a ve-
locidade do problema em uma unidade e depois passar para outra. Existe uma relação
matemática que converte a velocidade de km/h em m/s e vice versa:
UNIDADE I Cinemática 14
Ex. 03
Faça uma comparação das três velocidades VA = 5 m/s, VB = 18 km/h, VC = 300 m/min.
Resolução:
Vamos manter todas as velocidades na mesma unidade, ou seja, m/s. A velocidade
VA está na unidade correta.
Para calcular a velocidade B foi usado a conversão padrão de km/h para m/s. Já a ve-
locidade C convertemos 1 minuto em 60 segundos. Logo, as três velocidades são as mesmas.
Ex. 04
Nas seguintes funções horárias do espaço, identifique o espaço inicial S0 e a velo-
cidade escalar v.
i ) S (t) = 10 + 2t
ii ) S (t) = -5 + 6t
iii ) S (t) = 10t
iv ) S (t) = 3 - 4t
Resolução:
Para identificar os parâmetros da função horária da posição, basta comparar com
a equação genérica:
i) S(t) = 10 + 2t
S(t) = S0 + v.t
UNIDADE I Cinemática 15
Ex. 05
Um carro se desloca com velocidade constante de 144 km/h. Em um cronômetro é
registra 5 segundos. Qual o espaço, em metros, percorrido pelo carro nesse intervalo de tempo?
Resolução:
Primeiro, vamos converter a velocidade em km/h para m/s
Ex. 06
As funções horárias dos espaços de duas partículas, A e B, que se movem numa
mesma reta orientada, são dadas por:
A origem dos espaços é a mesma para o estudo dos dois movimentos, o mesmo
ocorrendo com a origem dos tempos.
Determine:
a) a distância que separa as partículas no instante t = 5s ;
b) o instante em que essas partículas se encontram;
c) a posição em que se dá o encontro.
Resolução:
No tempo de
UNIDADE I Cinemática 16
Por fim, a posição em que se da o encontro deve ser a mesma, então ao substituir
o tempo em qualquer uma das duas funções horárias, o resultado deve ser o mesmo:
UNIDADE I Cinemática 17
3. MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO
Já sabemos que para que uma partícula realize um movimento retilíneo e uniforme
a sua velocidade deve ser constante durante todo o trajeto. Porém isso pode ser feito no
nosso dia a dia? Suponha que você viaje de uma cidade para a outra distanciadas de
100 km. Se fosse um movimento uniforme com velocidade constante de v = 100 km/h , a
duração da viagem será de uma hora. Porém sabemos que a velocidade não é de desde
o início do movimento até o seu término. Por exemplo, o carro sai do repouso (velocidade
nula) e acelera até atingir a velocidade esperada, além disso, durante o percurso, devido
a presença de carros na pista, não é possível manter a velocidade constante. Ao longo do
caminho pode haver algum congestionamento, pedágio, um posto da polícia federal que
exige a redução da velocidade de qualquer móvel para 40 km/h, sem contar buracos e
irregularidades na pista.
Todos esses fatores proporcionam um movimento variado, ou seja, um movimento
em que a velocidade se altera. Contudo, mesmo com todas essas adversidades, o motoris-
ta ainda consegue chegar ao seu destino do exemplo no tempo de 1h, como é possível já
que a velocidade não é constante? A resposta está na aceleração que o condutor imprime
no carro. Em outras palavras, quando aceleramos ou freamos um móvel, a sua velocidade
se altera. Portanto, como a aceleração é a variação da velocidade em um determinado
intervalo de tempo, a formulação matemática para essa grandeza é dada por:
UNIDADE I Cinemática 18
Em que a é a aceleração média entre dois instantes. Como a velocidade no SI é
dada em m/s e o tempo em segundos, a unidade da aceleração é:
Basta saber pelo menos três das quatro grandezas, a variação de espaço, a ace-
leração, velocidade inicial e final. A outra equação relaciona as velocidades inicial e final, a
aceleração e o tempo:
UNIDADE I Cinemática 19
Ex. 01
É dada a seguinte função horária da velocidade escalar de uma partícula em movi-
mento uniformemente variado:
v(t) = 5 + 2.t
Determine:
a) a velocidade escalar inicial e a aceleração escalar da partícula;
b) a velocidade escalar no instante t = 6 s ;
c) o instante em que a velocidade escalar vale v = 15 m/s.
Resolução:
v (t) = 5 + 2. t
v (t) = v0 + a. t
Por fim, para calcular o instante em que a velocidade vale 15 m/s fazemos:
UNIDADE I Cinemática 20
Ex. 02
No instante t0 = 0 s, um automóvel a 20 m/s passa a frear com aceleração escalar
constante igual a -2 m/s 2 . Determine:
a) a função horária de sua velocidade escalar;
b) o instante em que sua velocidade escalar se anula.
Resolução:
Usando os dados do enunciado temos:
Então:
Ex. 03
Um automóvel parte do repouso, animado de aceleração escalar constante e igual
a 3 m/s 2. Calcule a velocidade escalar do automóvel após a partida.
Resolução:
Como o automóvel parte do repouso v0 = 0 m/s, a aceleração vale a = 3 m/s2, então
a expressão da velocidade fica da seguinte forma:
UNIDADE I Cinemática 21
Ex. 04
Uma moto está a 12 m/s quando seus freios são acionados, garantindo-lhe uma
aceleração de retardamento de módulo 3 m/s 2, suposta constante. Determine quanto tem-
po decorre até a moto parar.
Resolução:
v(t) = v0 + a . t
v(t) = 12 - 3 . t
O que devemos calcular é o tempo necessário até a moto parar, ou seja, até a
velocidade final for zero v = 0. Assim:
0 = 12- 3.t
3t = 12
t=4s
Ex. 05
Um móvel inicia, em determinado instante, um processo de frenagem em que lhe é
comunicada uma aceleração escalar de módulo constante e igual a 4 m/s2. Sabendo que o
móvel para 20s após a aplicação dos freios, determine sua velocidade escalar no instante
correspondente ao início da frenagem.
Resolução:
Do enunciado temos que a aceleração vale a =-4 m/s2 e que depois de t =20 s a
velocidade final vale zero, ou seja v(20) = 0, qual o valor da velocidade inicial? Substituindo
esses valores na expressão geral da velocidade:
v(t) = v0 + a.t
0 = v0 - 4.20
0 = v0- 80
v0 = 80 m/s
UNIDADE I Cinemática 22
Ex. 06
Um automóvel move-se a 72 km/h quando seu motorista pisa severamente no freio,
de modo a parar o veículo em 5 s. Calcule a distância percorrida pelo automóvel nesses 5 s.
Resolução:
Primeiro vamos converter a velocidade de 72 km/h para 20 m/s:
O tempo de frenagem é de 5 segundos, vamos determinar o módulo da aceleração:
Ex. 07
A função horária dos espaços de um corpo é:
S(t) = t2 - 13t + 40
Determine o (s) instante (s) em que o corpo passa pela origem dos espaços.
Resolução:
Veja que o enunciado já deixa claro que pode haver mais de um instante, isso é
possível uma vez que como se trata de uma função de segundo grau, a variável que é o
tempo pode assumir dois valores, ou seja, a função tem duas raízes. Vamos calcular:
Logo, esses são os dois instantes em que a partícula passa pela origem.
UNIDADE I Cinemática 23
Ex. 08
Enquanto uma partícula percorre 10 m, sua velocidade escalar instantânea varia de
1 m/s a 2 m/s. Determine sua aceleração escalar, suposta constante.
Resolução:
Os dados do exercício foram
Como temos que encontrar a aceleração, a melhor equação que se encaixa com
os dados é a de Torricelli.
UNIDADE I Cinemática 24
4. GRÁFICOS DE MRU E MRUV
A função horária dos espaços é dada por . Veja que é uma função de primeiro grau,
pois a variável tempo está elevado ao expoente um. Portanto, o gráfico de é uma reta.
UNIDADE I Cinemática 25
FIGURA 3 - MOVIMENTO UNIFORME PROGRESSIVO
A função horária do movimento do MRU é de forma genérica dada por: S(t) = S0- vt.
Ou seja, o coeficiente angular, que é a velocidade, é negativo, logo o gráfico é uma reta
com orientação para baixo.
UNIDADE I Cinemática 26
FIGURA 5 - MOVIMENTO UNIFORME E RETRÓGRADO VARIANDO O ESPAÇO INICIAL
UNIDADE I Cinemática 27
Veja que a área é definida como a multiplicação do eixo das coordenadas pelas
abcissas, ou seja , e o que isso significa matematicamente? Lembrando da equação
da velocidade média:
Ex. 01
Considere o gráfico de S x t :
Resolução:
Vamos calcular a velocidade entre cada trecho
UNIDADE I Cinemática 28
FIGURA 9 - GRÁFICO DA VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO
Ex. 02
Dois móveis A e B percorrem a mesma trajetória descritas pelo gráfico a seguir.
UNIDADE I Cinemática 29
Resolução:
O corpo A tem S0= -6 e se encontra no ponto S = 6 o tempo marca 4 segundos. Com
esses dados podemos calcular a velocidade média
Fazendo o mesmo procedimento para o corpo B, através do gráfico tem-se que S0=
0 e quando se encontra no ponto S=6 o tempo marca 4 segundos. Assim a velocidade é
dada por:
UNIDADE I Cinemática 30
TABELA 2 - COMPARATIVO ENTRE MOVIMENTO RETILÍNEO
MRU MRUV
S(t) = S0 + v.t
Do ponto de vista da velocidade, como é uma função de primeiro grau v(t) = v0+ a.t,
então o gráfico é uma reta, em que o coeficiente linear é v0, ou seja, a velocidade inicial é o
ponto em que o gráfico toca o eixo das coordenadas e a aceleração é o coeficiente angular.
Em outras palavras, quando a aceleração é positiva a reta é orientada para cima, quando
a = 0 então a velocidade é constante e a curva não tem inclinação, por fim se a aceleração
for negativa a reta aponta para baixo.
UNIDADE I Cinemática 31
FIGURA 13 - GRÁFICO DA VELOCIDADE EM FUNÇÃO DO TEMPO PARA O MRUV
UNIDADE I Cinemática 32
A multiplicação de a por é a área abaixo da curva, ou seja, da expressão da
aceleração, temos que resulta na variação da velocidade entre os instantes de tempo t1 e t2:
Ex. 03
Um carro tem sua velocidade descrita pelo gráfico a seguir. Determine a velocidade
do veículo no tempo de t = 4 s.
Resolução:
v(t) = v0 + a.t
v(t) = 20 - 3.t
UNIDADE I Cinemática 33
Ex. 04
Faça o gráfico da aceleração em função do tempo usando como referência a curva
abaixo:
Resolução:
No intervalo de 0 a 20 segundos a velocidade não muda, logo a aceleração é nula.
Entre 20 e 30 segundos a aceleração é dada por:
No intervalo de 30 a 40 segundos:
UNIDADE I Cinemática 34
SAIBA MAIS
REFLITA
Aprender a cinemática prepara você para analisar qualquer sistema físico do ponto de
vista cinético. Sabendo diferenciar um MRU e um MRUV contribui em todos os tópicos
que vamos ver a partir de agora.
UNIDADE I Cinemática 35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até a próxima!
UNIDADE I Cinemática 36
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Mecânica Clássica
Autor: John R. Taylor
Editora: Bookman
Sinopse: este livro discute, com uma didática incomum, todos os
conceitos fundamentais da mecânica clássica. Traz ainda tópicos
adicionais e uma série de problemas, dos mais variados níveis,
que enriquecem o aprendizado do aluno.
FILME / VÍDEO
Título: Tema 02 – Conceitos Cinemáticos | Experimentos – Movi-
mento retilíneo uniforme
Ano: 2016.
Sinopse: Neste vídeo, o professor realiza uma medida para um
experimento de movimento retilíneo uniforme.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=OjP8bPaadEM
UNIDADE I Cinemática 37
UNIDADE II
Dinâmica I
Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva
Plano de Estudo:
● Força Resultante;
● Leis de Newton;
● Força de atrito;
● Trabalho e Potência.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender as leis de Newton e suas aplicações na física mecânica;
● Estudar a diferença entre força de atrito estática e cinética;
● Compreender o conceito de trabalho mecânico e potência mecânica.
38
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nesta unidade vamos começar estudando a natureza de
uma força e os cenários em que lidamos com equilíbrio de forças, tanto em casos estáticos
como em problemas de equilíbrio dinâmico. Depois, vamos entrar nas leis de Newton, que
caracterizam toda a mecânica clássica.
O terceiro capítulo será dedicado as forças de atrito, ou seja, a diferença entre força
de atrito estática e cinética, bem como quando usar cada uma delas. No último capítulo
vamos estudar o que é trabalho mecânico e potência mecânica.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.
Bons estudos!
UNIDADE II Dinâmica I 39
1. FORÇA RESULTANTE
UNIDADE II Dinâmica I 40
O símbolo matemático na equação anterior é uma letra grega chamada de “sigma”
e na física é usado para o conceito de “somatória”. Em outras palavras, a força resultante
que atua em um corpo é o somatório das forças e, como estamos falando que é o caso
estático, a resultante deve ser igual a zero. Imagine o seguinte exemplo: João puxa a
corda para a direita com uma força de e Maria para a esquerda com a mesma
intensidade. Entretanto, como Maria puxa para a esquerda, será dito que a força é negativa,
pois está no sentido contrário ao da força positiva que aponta para a direita. Assim:
Outro ponto que devemos salientar é que a unidade de força é o Newton (N) em
homenagem a Sir Isaac Newton, pai da mecânica clássica.
Fonte: https://phet.colorado.edu/sims/html/forces-and-motion-basics/latest/forces-and-motion-basics_pt_BR.html
Vamos agora supor uma outra situação, que do lado direito, para ajudar João, seu
irmão mais velho Lucas entra no jogo e aplica uma força de 100N e, para ajudar Maria, sua
irmã mais velha Bruna, vai a esquerda, exercendo uma força de 150 N. O que acontecerá?
Vamos fazer o cálculo da força resultante:
Portanto, nesse caso há uma força resultante não nula, embora o sinal é negativo,
isso só caracteriza a direção da força, que é para a esquerda a favor do time das meninas.
Sendo assim:
UNIDADE II Dinâmica I 41
FIGURA 2 – FORÇA RESULTANTE DIFERENTE DE ZERO
Fonte: https://phet.colorado.edu/sims/html/forces-and-motion-basics/latest/forces-and-motion-basics_pt_BR.html
Então é o mesmo que dizer que a caixa no centro se move para a esquerda com
uma força de módulo igual a . Entenda que o módulo de uma grandeza é o
mesmo que analisar apenas o seu valor numérico, ignorando o sinal (uma vez que o sinal
está associado a orientação). A partir do momento que a força resultante é não nula, o
sistema passa a se mover na mesma direção e sentido dessa força. O que você deve
concluir disso? Uma força resultante que não é zero gera movimento.
Vamos ver alguns exemplos
Ex. 01
Calcule a força resultante do sistema abaixo:
FIGURA 3 – EXEMPLO 01
Resolução:
FR=35-22=13N
UNIDADE II Dinâmica I 42
Ex. 02
Determine a força resultante do cenário abaixo:
FIGURA 4 – EXEMPLO 02
Resolução:
Nesse caso o que fazemos? Não é possível somar duas forças em direções distin-
tas. Sendo assim, usamos o Teorema de Pitágoras.
UNIDADE II Dinâmica I 43
FIGURA 6 – FORÇA RESULTANTE DECOMPOSTA
UNIDADE II Dinâmica I 44
2. LEIS DE NEWTON
UNIDADE II Dinâmica I 45
Podemos pensar então que um corpo em repouso permanece em repouso, até que
uma força externa intervenha no mesmo. Já um corpo em movimento retilíneo e uniforme
permanece no MRU até que uma força externa atue sobre o mesmo.
UNIDADE II Dinâmica I 46
Um exemplo mais prático dessa lei é imaginar que você e um amigo esteja de
patins, um de frente para o outro em repouso e, por algum motivo, você o empurra, o que
acontece com você? Ao empurrar o seu colega para frente você é impulsionado para trás,
com a mesma força que executou no empurrão.
Agora que estudamos as leis de Newton, vamos definir outras forças específicas
que serão de grande uso para nossos cálculos.
UNIDADE II Dinâmica I 47
FIGURA 10 – AÇÃO E REAÇÃO DA FORÇA PESO
A outra força que será muito corriqueira em nossos estudos é a força normal. Quan-
do um objeto é apoiado sobre uma superfície plana e horizontal, a superfície exerce uma
força de reação sobre o corpo, essa força é chamada de normal ( ).
UNIDADE II Dinâmica I 48
Exercícios
Ex. 01) Um corpo de massa 5,0 kg é arrastado num plano horizontal por uma força
horizontal constante de intensidade F = 10 N, qual o valor da aceleração adquirido pelo corpo?
Resolução:
Usando a segunda Lei de Newton temos:
Ex. 02) Um corpo, com massa igual a 5 kg, será arrastada a partir do repouso
sobre o solo plano e horizontal sob a ação de uma força constante F de intensidade 32 N,
representada na figura abaixo:
UNIDADE II Dinâmica I 49
Resolução:
Note que a força está na diagonal, ou seja, ela pode ser decomposta em uma parte
horizontal e uma parte vertical . Contudo, é a componente horizontal que causa o
movimento na superfície. Como calculamos essa componente?
Resolução:
Para resolver esse problema vamos pensar em cada bloco isoladamente, ou seja,
quais as forças que atuam em cada corpo.
UNIDADE II Dinâmica I 50
Bloco 1:
Sobre o bloco 1 atua uma força externa , mas a medida que o bloco 1 é empur-
rado, ele empurra também o bloco 2, ou seja, ele causa uma força de contato no bloco 2.
Porém o que o bloco 1 sente não é a força que ele faz, mas sim a que ele sofre de reação
por empurrar o bloco 2. Assim:
Veja que a resultante das forças podem ser entendidas como a força externa que
o bloco 1 sente menos a reação por empurrar o bloco dois . Como se trata do corpo 1,
então usamos a massa m1 e a aceleração a1.
Bloco 2:
Veja que nesse caso, a única força que vai atuar sobre o corpo 2 é a que o bloco 1
a empurra. Ou seja, uma força do tipo . Sendo assim, a segunda lei de Newton para o
corpo 2 fica como:
Agora o próximo passo será somar esse conjunto de forças, que atuam em cada
corpo formando um sistema
UNIDADE II Dinâmica I 51
Vamos agora aplicar a terceira lei de Newton no sistema. Como a ação e reação pos-
suem mesmo módulo, então . Logo esses dois termos se cancelam do lado esquerdo
da igualdade. Por outro lado, como o sistema está se movendo junto, ou seja, o bloco 1 junto
ao bloco 2, a aceleração é a mesma para ambos, podemos então fazer a1 = a2 = a. Assim:
Note que como a aceleração é a mesma, ela foi colocada em evidência. Por fim,
substituímos os valores:
Resolução:
Para o carrinho de 20 kg , fazemos:
UNIDADE II Dinâmica I 52
FIGURA 17 – FORÇA RESULTANTE NO CARRINHO DE 20 KG
Substituindo os valores:
UNIDADE II Dinâmica I 53
Agora, para determinar o valor da tração na corda, tanto faz substituir o valor da
aceleração na expressão do carrinho 1 ou do carrinho 2, o resultado deve ser o mesmo.
Considerando o fio que interliga os blocos leve e inextensível e adotando nos cál-
culos |g|=10 m/s2, determine:
a) o módulo da aceleração dos blocos;
b) a intensidade da força de tração estabelecida no fio.
Resolução:
Vamos aplicar a segunda lei de Newton em cada corpo separadamente.
Bloco A:
UNIDADE II Dinâmica I 54
Bloco B:
Por que foi feito o peso do corpo menos a tração do fio que o segura? Em casos
assim, onde não há força de atrito, qualquer força externa é capaz de colocar um corpo em
movimento. Sendo assim, o fato do corpo B estar suspenso implica que o peso vai puxá-lo
para baixo e a tração representa o fio que une B com A, ou seja, não permite que o corpo
suspenso caia em queda livre, por isso a tração é negativa.
Somando as duas equações:
Resulta em:
Isolando a aceleração:
UNIDADE II Dinâmica I 55
Ex. 06) O dispositivo experimental na figura é uma Máquina de Atwood. No caso, não
há atritos, o fio é inextensível e desprezam-se sua massa e a da polia. Supondo que os blocos
A e B tenham massas respectivamente iguais a 6,0 kg e 4,0 kg e que |g|=10 m/s2, determine:
Resolução:
O exercício pode ser entendido como uma espécie de balança, ou seja, o corpo
mais pesado governa a direção do movimento. Como PA = 60N e PB = 40N então PA> PB e
o sistema se orienta a favor da queda do corpo A. Assim, como o corpo A tende a cair, as
forças a favor do movimento são positivas e as contrárias negativas. Já como o corpo B
está subindo, então as forças que apontam para cima sobre ele são positivas e as que
apontam para baixo são negativas. Portanto:
Como o conjunto se move junto, então a aceleração é a mesma para ambos os corpos:
UNIDADE II Dinâmica I 56
Isolando a aceleração:
UNIDADE II Dinâmica I 57
3. FORÇA DE ATRITO
A força de atrito é uma das mais comuns em nossa vida, junto com a força gravi-
tacional. Em qualquer momento de nossas vidas, desde quando andamos, ao sentar, ao
pegar um ônibus, tudo envolve o atrito entre duas superfícies. A análise desse capítulo será
a diferença entre força de atrito estática e cinética, bem como algumas de suas aplicações.
UNIDADE II Dinâmica I 58
FIGURA 21 – RUGOSIDADE DE UMA SUPERFÍCIE
Microscopicamente o que é essa força de atrito? Toda superfície, mesmo que seja
bem lisa, possui algumas imperfeições e essas pequenas irregularidades da superfície
interagem entre si. Quando mais rugoso é a superfície, maior é o atrito.
Um caso conhecido é ao assistir uma corrida de automobilismo. Quando começa a
chover, os carros trocam os pneus, os quais são designados para pista molhada, ou seja,
um pneu com maior aderência.
Outra situação hipotética é essa representada na figura abaixo:
Em uma mesa apoiamos uma borracha em cima de uma régua. Ao inclinar a régua
gradativamente, a borracha permanece parada, fato que não aconteceria se no lugar dela
estivesse uma caneta. Sendo assim, o que tenderia a puxar a borracha para baixo é uma
componente da sua força peso, mas o que não permite o movimento é a força de atrito estática.
UNIDADE II Dinâmica I 59
FIGURA 23 – FORÇA DE ATRITO ATUANDO EM UMA BORRACHA
Logo, a força de atrito aponta a direção oposta a força que deve movimentar o
objeto. Então quando a borracha entra em movimento? Quando a força supera a força
de atrito estática Fate .
Como calculamos a força de atrito estática? Da seguinte forma.
Logo:
Vamos agora estudar alguns exemplos para aprender o que é a força de atrito.
UNIDADE II Dinâmica I 60
Exemplos
Ex. 01
Para colocar um bloco de peso 200 N na iminência de movimento sobre uma mesa
horizontal, é necessário aplicar sobre ele uma força, paralela à mesa, de intensidade 50 N.
Qual o coeficiente de atrito estático entre o bloco e a mesa?
Resolução:
Ex. 02
Sobre um piso horizontal, repousa uma caixa de massa 300 kg. Um homem a
empurra, aplicando-lhe uma força paralela ao piso, conforme sugere o esquema abaixo:
O coeficiente de atrito estático entre a caixa e o piso é 0,20 e o cinético é de 0,1,
no local, g = 10 m/s2.
Determine:
a) a intensidade da força com que o homem deve empurrar a caixa para colocá-la
na iminência de movimento;
b) a intensidade da força de atrito que se exerce sobre a caixa quando o homem a
empurra com 100 N.
UNIDADE II Dinâmica I 61
Resolução:
A intensidade da força para colocar a caixa na iminência do movimento é igual a
força de atrito estática.
Como o peso é P = m . g
F = 0,2.3000 = 600 N
A intensidade da força de atrito exercida sobre a caixa é igual a força externa até
que supere a força estática máxima de 600N, ou seja, Fate= 100 N.
Essa conclusão que a força de atrito estática pode variar até o valor máximo soa
meio estranho, é mais fácil entender esse comportamento através do seguinte gráfico.
UNIDADE II Dinâmica I 62
Ou seja, a força de atrito passa ser muito menor do que a força externa. Por isso,
é mais fácil manter um corpo em movimento do que tirá-lo do repouso. O que justifica a
descontinuidade no gráfico. A reta da força de atrito estática sobe e, quando vencida, então
se torna a cinética (que é sempre menor) e permanece a mesma durante todo o movimento.
Ex. 03
Na situação esquematizada na figura abaixo, um trator arrasta uma tora cilíndrica
de 2000 N de peso sobre o solo plano e horizontal. Se a velocidade vetorial do trator é
constante e a força de tração exercida sobre a tora vale 1000N, qual é o coeficiente de atrito
cinético entre a tora e o solo?
Resolução:
Contudo, como a aceleração é nula, uma vez que o movimento tem velocidade
constante, então
UNIDADE II Dinâmica I 63
Outro detalhe importante, o coeficiente de atrito é uma quantidade física adimensio-
nal, em outras palavras, não existe unidade de medida para coeficiente de atrito.
Ex. 04
Um bloco de massa igual a 4kg é empurrado por uma força igual a 60N. Sabendo
que o coeficiente de atrito estático é de μe=0,4 e μc=0,2 . Determine a aceleração do corpo.
Resolução:
Primeiro, vamos ver se a força externa é capaz de tirar o bloco do estado estático.
Ou seja, 60 > 16. Então o bloco sai do repouso quando a força externa de 60N o
empurra. Sendo assim, para determinar a aceleração vamos usar a força de atrito cinética,
pois o corpo estará em movimento. Partindo da segunda lei de Newton, fazemos:
UNIDADE II Dinâmica I 64
4. TRABALHO E POTÊNCIA
Nessa última parte da unidade vamos estudar sistemas que transferem energia, ou
seja, de alguma forma podem exercer uma força e realizar um deslocamento. Pense por
exemplo em você, antes de praticar um treino pesado na academia, é recomendado que
se alimente antes de fontes de carboidratos, para que estes quimicamente no seu corpo
permita que você realize mais trabalho na academia, puxe mais peso ou faça exercícios
que requerem mais força. Biologicamente, há uma conversão de energia em trabalho, ou
seja, na capacidade de realizar força em um deslocamento adequado.
Sendo assim, podemos relacionar o trabalho de uma força através da expressão
matemática:
UNIDADE II Dinâmica I 65
Ou seja, nesse caso é o máximo trabalho realizado.
2) e tem direções opostas: Essa situação pode ser representada como θ =180°
e cos(0°)= -1. Logo o trabalho será:
Do ponto de vista gráfico, o trabalho de uma força pode ser representado da se-
guinte forma:
UNIDADE II Dinâmica I 66
FIGURA 29 – TRABALHO IGUAL NUMERICAMENTE A ÁREA ABAIXO DA CURVA
Ex. 01
Um atleta puxa um caixa executando uma força de 50N na mesma direção e sentido
do deslocamento. Determine o trabalho realizado pela força considerando que o desloca-
mento foi de 5 m.
Resolução:
τ = F.d
τ = 50.5
τ = 250 J
Observe que a medida de trabalho é dada em Joules (J), que é usada também
como unidade de energia.
Ex. 02
A intensidade da resultante das forças que agem em uma partícula varia em função
de sua posição sobre o eixo das abcissas, conforme o gráfico a seguir:
UNIDADE II Dinâmica I 67
FIGURA 30 – GRÁFICO DE UMA FORÇA EM FUNÇÃO DO DESLOCAMENTO
Ex. 03
Uma força constante F, horizontal, de intensidade 20 N, atua durante 8,0 s sobre
um corpo de massa 4,0 kg que estava em repouso apoiado em uma superfície horizontal
perfeitamente sem atrito. Não se considera o efeito do ar. Qual o trabalho realizado pela
força F no citado intervalo de tempo?
Resolução:
De acordo com a segunda lei de Newton:
FR = m.a
20 = 4.a
a = 5m /s2
UNIDADE II Dinâmica I 68
O próximo passo agora será determinar a distância percorrida no tempo de 8,0 s
com essa aceleração.
Ex. 04
Na figura, o homem puxa a corda com uma força constante, horizontal e de intensi-
dade 1.10 2 N, fazendo com que o bloco sofra, com velocidade constante, um deslocamento
de 10 m ao longo do plano horizontal. Qual é o trabalho exercido pelo homem?
Resolução:
τ=F.d
τ = 1.102 .10 = 1000 J
Suponha que em uma corrida estejam posicionados na linha de largada uma Ferrari
e um fusca, lado a lado. Quanto tempo os dois carros demoram para chegar a 100 km/h?
Provavelmente a Ferrari vai demorar uns 3 a 4 segundos, já o Fusca, muito mais tempo. O
ponto de vista físico, qual é a diferença entre os dois carros? A resposta para essa pergunta é
que o motor da Ferrari tem em média 500 a 600 cavalos de potência, já um Fusca menos de
50 cavalos. Ou seja, a potência da Ferrari é mais do que 10 vezes maior do que a do Fusca.
Dessa forma, é como se o carro esportivo realizasse muito mais trabalho em um
intervalo de tempo menor. Em uma linguagem matemática, a potência é dada por:
UNIDADE II Dinâmica I 69
Em que Potm é a potência média. A unidade de medida de potência é o watt (W) e
podemos encontrar na literatura outras formas:
1) cavalo-vapor (cv): 1 cv ≅ 735,5 W
2) horse-power (hp): 1 HP ≅ 745,7 W
Exemplos:
Ex. 05
Na figura, um operário ergue um balde cheio de concreto, de 20 kg de massa, com
velocidade constante realizando um trabalho de 800 J na vertical em 25 s, determine a
potência média útil na operação.
Resolução:
Ex. 06
Um carro é puxado por uma corda, durante o percurso de 100m. Sabendo que a
força da tração da corda é de 500N, em um intervalo de tempo de 25 segundos, calcule a
potência média da máquina que puxa o veículo.
Resolução:
τ = F . d = 500 .100 = 50000 J
Dessa forma:
UNIDADE II Dinâmica I 70
SAIBA MAIS
REFLITA
Aprender a cinemática prepara você para analisar qualquer sistema físico do ponto de
vista cinético. Sabendo diferenciar um MRU e um MRUV contribui em todos os tópicos
que vamos ver a partir de agora. Porém, como se classificaria um movimento com ace-
leração variado?
UNIDADE II Dinâmica I 71
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até a próxima!
UNIDADE II Dinâmica I 72
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Mecânica Clássica e Relatividade
Autor: Raymond A. Serway e John W. Jewett Jr.
Editora: Cengage.
Sinopse: Este livro, o primeiro volume de uma série de quatro,
apresenta de forma clara e lógica os conceitos e os princípios
básicos da Física, facilitando sua compreensão por meio de vários
exemplos práticos que demonstram seu papel em outras discipli-
nas, bem como sua aplicação a situações do mundo real. Nesta
edição, os autores continuam a privilegiar o enfoque contextual
para motivar o aluno, procuram evitar concepções errôneas e utili-
zam a estratégia de resolução de problemas focada em modelos,
evitando os problemas corriqueiros quando se ministra um curso
de física introdutório baseado no cálculo.
FILME / VÍDEO
Título: Tema 06 - Leis de Newton | Experimento - Inércia ovo em
queda
Ano: 2016.
Sinopse: Neste vídeo, o professor realiza um experimento para
demonstrar o princípio de inércia de um corpo
Link: https://www.youtube.com/watch?v=l-cBz5-0LMo
UNIDADE II Dinâmica I 73
UNIDADE III
Dinâmica II
Professor Me. Arthur Ernandes Torres da Silva
Plano de Estudo:
● Energia Cinética e Potencial Gravitacional;
● Energia Potencial Elástica e Lei de Hook;
● Quantidade de movimento;
● Impulso.
Objetivos da Aprendizagem:
● Aprender os diferentes tipos de energia: cinética, potencial gravitacional e elástica;
● Estudar quantidade de movimento;
● Compreender o conceito de impulso e como relacioná-lo
com quantidade de movimento.
74
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), vamos dar início a essa unidade estudando os diferentes
tipos de energia encontrados na física mecânica, em específico a energia cinética, energia
potencial gravitacional e energia elástica.
Ademais, ainda abordaremos um dos mais clássicos princípios da conservação da
física, o da quantidade de movimento e como essa grandeza se relaciona com o impulso
de um corpo.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.
Bons estudos!
Ex. 01
Determine a energia cinética de um corpo com massa igual a 5 kg e velocidade
constante igual a 5 m/s.
Resolução:
Ex. 02
Uma partícula de move seguinte a função horária dada por:
v(t) = 5 + 2t
Sabendo que a partícula tem massa igual a 2 kg, calcule a energia cinética do corpo
quando t = 2,5 s.
Resolução:
v(t) = 5 + 2t
v(t) = 5 + 2.2,5 = 5 + 5 = 10 m/s
τ=F.d
τ = m.a.d
v 2 = v02 + 2 . a . ∆S
v 2 = v02 + 2. a . d
Assim:
Ex. 03
O trabalho total realizado sobre uma partícula de massa 8,0 kg foi de 256 J. Sabendo
que a velocidade inicial da partícula era de 6,0 m/s, calcule a velocidade final.
Resolução:
Ex. 04
Uma partícula sujeita a uma força resultante de intensidade 5,0 N move-se sobre
uma reta. Sabendo que entre dois pontos A e B dessa reta a variação de sua energia
cinética é de 15,0 J, calcule a distância entre A e B.
EPG = m . g . h
Ex. 05
Uma caixa é lançada de cima de uma ponte, a distância do ponto em que foi lança-
da até o solo é de 9m. Admitindo que a massa é de 4 kg e a gravidade local vale g=10 m/
s2, calcule a energia potencial gravitacional armazenada no corpo.
Resolução:
EPG = m . g . h
EPG = 4.10.9 = 360 J
τ=P.h
τ=m.g.h
Assim, o trabalho da força peso pode ser descrito como sendo a energia potencial
gravitacional adquirida pela partícula ao longo do movimento.
Ex. 06
Um fisiculturista durante seu treinamento de preparo para competição ergue uma
barra de 50 kg, elevando a mesma em relação ao solo uma altura de 2m. Assumindo que a
gravidade vale g = 10 m/s2, qual o trabalho realizado pelo atleta?
Resolução:
τ = m. g. h
τ = 50 . 10 . 2
τ = 1000 J
Veja que a energia cinética é máxima quando adquire a velocidade máxima permi-
tida no problema e, que a energia potencial gravitacional é máxima quando a bola atinge
a maior altura possível. Ademais, vale ressaltar que ao longo do caminho uma energia é
transformada na outra. Portanto, na metade da altura, ainda a bola tem uma certa veloci-
dade e também já subiu uma certa altura, então ela possui metade das duas energias. No
início a bola não tem altura e muita velocidade, logo muita energia cinética e sem potencial
gravitacional, depois toda a energia do sistema é transformada em gravitacional e a cinética
se anula, pois não tem velocidade (ponto B de reversão) e na sequência o sistema ganha
velocidade (aumenta EC ) e perde altura (EPG diminui).
De tal maneira que como é um sistema conservativo, ou seja, não possui forças
que dissipam energia, como a força de atrito, a soma da EC com a EPG resulta sempre
no mesmo valor. Sendo assim: Em um sistema conservativo, a energia mecânica total é
sempre constante.
EM = EC + EPG = cte
Vamos fazer alguns exemplos para entender esse conceito físico extremamente
importante.
Ex. 07
Descendo esse toboágua, uma pessoa atinge sua parte mais baixa com velocidade
de módulo 20 m/s. Considerando-se a aceleração da gravidade com módulo g=10 m/s2, e
desprezando-se os atritos, conclui-se que a altura do toboágua, em metros, é de quantos?
Resolução:
EMi = EMf
ECi + EPGi = ECf + EPGf
EPGi = ECf
Assim:
Isolando a altura:
Ex. 08
Um garoto de massa m = 60 kg parte do repouso do ponto A do escorregador
perfilado na figura e desce, sem sofrer a ação de atritos ou da resistência do ar, em direção
ao ponto C:
Substituindo os valores:
Veja que
Ex. 09
Numa montanha-russa, um carrinho junto a 2 pessoas te peso de 150 kg de massa
e é abandonado do repouso de um ponto A, que está a 10,0 m de altura.
Supondo que os atritos sejam desprezíveis e que g =10 m/s2, calcule a energia
cinética do carrinho no ponto C.
Resolução:
EMi = EMf
EC + EPG = EC + EPG
i i f f
EC + EPG = EC + EPG
A A C C
EPG = EC + EPG
A C C
No ponto A não tem velocidade e no C como não está na altura máxima possui
velocidade e altura.
m.g.hA = EC + m.g.hC
C
150.10.10 = EC + 150.10.8
C
15000 = EC + 12000
C
∴ EC = 3000 J
C
Nesse capítulo vamos começar o estudo de uma outra classe de energia, aquelas
associadas a deformação de molas e que tipo de força é exercida por uma mola que sofre
deformação.
Fe = -k . ∆x
Ex. 01
O gráfico a seguir mostra como varia a intensidade da força de tração aplicada em
uma mola em função da deformação estabelecida. Determine a constante elástica da mola
(em N / m);
Fe = k . ∆x
Não consideramos o sinal negativo, pois vamos analisar o módulo da força elástica.
100= k . 20
Porém, a deformação deve ser dada em metros e não em centímetros como está
no gráfico. O certo então é:
Veja que a unidade da constante elástica é a unidade de força dividida pelo deslo-
camento em metros, ou seja newton por metro.
Ex. 02
Em uma máquina de pinball o jogador deve puxa a alavanca, que nada mais é do
que a mola que vai jogar a bolinha para dentro da arena de obstáculos. Sabendo que a
constante elástica vale k=300 N/m e que a mola sofreu uma deformação de ∆x=7 cm,
qual foi a energia potencial elástica armazenada no sistema?
Resolução:
∆x = 7 cm = 0,07m
Ex. 03
No arranjo experimental da figura, desprezam-se o atrito e o efeito do ar:
O bloco de massa igual 5,0 kg, inicialmente em repouso, comprime a mola ideal
constante elástica de 500 N/m de 30 cm, estando apenas encostado nela. Largando-se a
mola, esta distende-se impulsionando o bloco, que atinge a altura máxima h. Determine o
valor dessa altura máxima assumindo que g = 10 m/s2.
Resolução:
EMi = EMf
No início, o corpo está parado comprimindo a mola, ou seja, como está sem altura
e sem velocidade, só possui energia potencial elástica. Já no final, atinge a altura máxima,
a velocidade é nula e não tem interação com a mola. Portanto:
Em um jogo de sinuca o objetivo é dar uma tacada na bola branca para que esta
transfira “movimento” para a bola que deseja ser encaçapada. Como é possível que em
alguns momentos a bola branca se move junto com a bola colorida, ou permanece parada
ou também vai para outra direção? E como uma partícula que tem velocidade se choca com
outra e transfere esse movimento?
Admita que um corpo de massa m esteja se movendo a uma velocidade , então
esse objeto possui uma quantidade de movimento . Note que é uma grandeza vetorial,
uma vez que a velocidade também é um vetor. Matematicamente é dada por:
Ex. 01
Uma bicicleta está se movendo em uma pista retilínea em movimento uniforme com
velocidade igual a v = 8 m/s. Sabendo que a massa do conjunto bicicleta e a pessoa compõe
um valor de m = 80 kg, qual a quantidade de movimento do sistema?
Resolução:
Q=m.v
Q = 80 . 8
∴Q = 640 kg m/s
Ex. 02
A função horária de uma partícula é dada por:
v (t) = 5 + 2t
v(t) = 5 + 2t
v(5) = 5 + 2.5 = 5 + 10 = 15
Q = m.v
Q = 3.15
∴Q = 45 kg m/s
Isso significa que em um sistema fechado, os corpos interagem entre si, realizando
diversas colisões, e a quantidade de movimento de todos eles juntos antes é igual a quan-
tidade de movimento dos mesmos depois das interações. Vamos resolver alguns exemplos
que melhor explica esse resultado tão significativo para a física.
Ex. 04
No esquema a seguir, estão representadas as situações imediatamente anterior e
posterior à colisão unidimensional ocorrida entre duas partículas A e B.
Ex. 05
Uma partícula de massa m e velocidade v colide com outra de massa 2m, inicial-
mente em repouso. Após a colisão, elas permanecem juntas movendo-se com velocidade
vx . Determine o valor da velocidade final em termos da inicial.
Resolução:
Nesse caso a velocidade relativa de aproximação é escrita como: vRap= |vA| - |vB|
= |60| - | 20|= 40 m/s) Velocidade relativa de afastamento: Assim como a aproximação, há
duas possíveis situações. Uma quando os corpos se movem na mesma direção, porém em
sentidos opostos.
Tal caso, temos que a velocidade relativa de afastamento é dada por: vR = | -10 | +
af
| 50 | = 60 m/s. Ou quando os corpos se movem na mesma direção e sentido, mas o corpo
da frente se move mais rápido.
0≤e≤1
Com o auxilio desse coeficiente podemos classificar três classes de colisões me-
cânicas:
I. Colisões Elásticas (ou perfeitamente elásticas): Nesse caso, suponha que você
solte uma bola de basquete da altura do seu ombro. Imagine que a bola bate no chão e
retorna para a mesma altura da onde foi solta. Esse sistema é conservativo, uma vez que a
mesma velocidade com que é solta é a mesma que tem ao retornar ao ponto inicial depois
do choque. Nesse caso:
e=1
EC = EC
i f
e=0
EC > EC
i f
III. Colisão parcialmente elástica: Esse é o caso intermediário e o real cenário quan-
do soltamos uma bola de basquete, ela não volta na mesma altura que foi solta, pois devido
a resistência do ar e o atrito dissipado quando a bola bate no chão, faz com que a energia
mecânica constantemente se dissipe. Assim:
0<e<1
E C > EC
i f
Com base nisso, podemos agora classificar os movimentos em três tipos diferentes,
uma vez que seja possível medir a velocidade relativa de aproximação e de afastamento.
Ex. 06
Um trem de massa 200 toneladas movendo-se sobre trilhos retos e horizontais
com velocidade de intensidade 22,0 km/h colide com um vagão de massa 50 toneladas
parado ao longo do trilho. Se o vagão fica acoplado à locomotiva, determine a intensidade
da velocidade do conjunto imediatamente após a colisão.
Resolução:
Não foi especificado a massa em toneladas pois é a mesma unidade para antes e
depois, assim como a velocidade que foi dada em quilômetros por hora e permanece na
mesma unidade no final.
Ao se dar um tiro com uma arma de fogo qualquer, o projétil é impulsionado pelos
gases provenientes da detonação do explosivo. Quando uma criança está em um balanço,
ela ganha impulso ao se empurrada pelo colega que o empurra periodicamente.
Portanto, o impulso causado por uma força constante durante um intervalo de
tempo é dado por:
Ex. 01
Uma partícula desloca -se em trajetória retilínea, quando lhe é aplicada, no sentido
do movimento, uma força resultante de intensidade 30 N. Determine o módulo do impulso
comunicado à partícula, durante 10 s de aplicação da força.
Resolução:
Fazendo a distributiva:
Portanto:
Ou seja, o impulso gerado por uma força é igual a variação da quantidade de mo-
vimento do corpo.
Ex. 02
Uma partícula de massa 4,0 kg desloca -se em trajetória retilínea, quando lhe é
aplicada, no sentido do movimento, uma força resultante de intensidade 10 N. Sabendo
que no instante de aplicação da força a velocidade da partícula valia 3,0 m/s, determine o
módulo do impulso comunicado à partícula, durante 5 s de aplicação da força e o módulo
da velocidade final.
Resolução:
Começando com a equação do impulso
Ex. 04
Em um jogo de futebol, um jogador bate uma bola de falta a qual sai com velocidade
de 10 m/s. A massa da bola é 0,45 kg e o tempo de contato entre o pé do jogador e a bola é
0,25 s. Calcule a força imprimida do jogador a bola nesse intervalo de tempo.
Resolução:
REFLITA
Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter
sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de
vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto
o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente.
Pronto! Você chegou ao final da Unidade III do material. Nesse módulo aprendemos
a calcular a energia mecânica de um sistema. Em outras palavras, aquele sistema que não
leva em conta a força de atrito, a energia se conversa e pode ser segmentada em energia
cinética, potencial gravitacional ou potencial elástica.
Na sequência, estudamos o princípio da conservação do momento linear, bem
como os diferentes tipos de colisões mecânicas. Por fim, mas não menos importante, rela-
cionamos a conservação da quantidade de movimento com o impulso adquirido pelo corpo
em um determinado intervalo de tempo.Espero que você tenha aproveitado essa unidade.
LIVRO
Título: Física 1: Mecânica
Autor: GREF.
Editora: Editora Universidade de São Paulo – Edusp.
Sinopse: Esse grupo teve como objetivo a elaboração de uma
proposta de conteúdo e metodologia para o ensino da Física
do Ensino Médio, vinculada à experiência cotidiana dos alunos,
procurando apresentar a eles a Física como um instrumento de
melhor compreensão e atuação na realidade.
FILME/ VÍDEO
Título: Práticas para o ensino de física I – Aula 08 - Colisões
Ano: 2017.
Sinopse: Neste vídeo vários experimentos são realizados para
aplicar a teoria aprendida nessa unidade, como o pêndulo de
Newton, colisões elásticas e inelásticas.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=AXztP7QjWFg
Plano de Estudo:
● Centro de massa e centro de gravidade;
● Equilíbrio de um ponto material;
● Equilíbrio de um corpo extenso;
● Alavancas e Binário.
Objetivos da Aprendizagem:
● Estudar centro de massa e centro de gravidade;
● Aprender a calcular as forças necessárias para o equilíbrio
de um ponto material e um corpo extenso;
● Compreender o conceito de alavancas e binário.
108
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nessa última unidade vamos focar na estática, a física que es-
tuda o equilíbrio dos corpos. Para aprender a fazer a análise física dessa classe de problemas,
primeiro vamos estudar para calcular matematicamente o centro de massa de um sistema.
Na sequência as condições de equilíbrio de um ponto material e de um corpo extenso.
Por fim, mas não menos importante, vamos estudar alguns casos de alavancas, as
interfixas, inter-resistente e interpotente, bem como o sistema binário.
Esperamos que esta unidade seja imensamente proveitosa e seja de bom uso na
sua formação acadêmica.
Bons estudos!
Ex. 01
Determine o centro de massa do sistema abaixo considerando que é a mesma
massa em todos os pontos indicados no plano.
Ex. 02
Três pontos materiais, A, B e D de massas iguais a m estão situados nas posições
indicadas na figura ao lado. Determine as coordenadas do centro de massa.
Ex. 03
Oito pontos materiais de massas iguais a m estão situados nas posições indicadas
na figura. Determine as coordenadas do centro de massa.
Ex. 04
Quatro discos, 1,2,3 e 4, todos de mesmo raio R = 5 cm e de massas iguais a
m1=10kg , m2=20 kg , m3=15 kg e m4=30 kg. Estão arranjados como na figura. Calcule o
centro de massa.
Como estudamos em dinâmica I e II, quando uma força resultante externa não
nula atua sobre um sistema, então o mesmo passa a se movimentar. Isso foi explicado
matematicamente pela segunda lei de Newton:
FR = m . a
Agora, na estática, que é a física que estuda o equilíbrio dos corpos, para que não
haja movimento então necessariamente a força resultante deve ser nula FR = 0. O que
acontece é que existem dois tipos de corpos: pontos materiais, que são corpos os quais
não consideramos suas dimensões; e corpo extenso, que são aqueles que devemos levar
em conta o seu tamanho na análise física. Nesse capítulo vamos estudar o equilíbrio de um
ponto material, para isso vamos deixar claro mais uma vez a condição para isso: A condição
para um ponto material estar em equilíbrio estático em relação à um dado referencial, é que
a força resultante sobre esse ponto material seja nula.
Resolução:
Vamos fazer a distribuição de forças. Lembre-se que quando uma força não está
em uma única direção, então ela deve ser decomposta. Sendo assim, a tração das cordas
que seguram o vazo estão na “diagonal” se tomarmos como referência o plano cartesiano.
Portanto, vamos redesenhar o esquema de distribuição de forças da seguinte forma:
Ty + Ty = P
Ou seja, as duas componentes verticais de cada fio apontam para cima e o peso
aponta para baixo. Portanto, os dois Ty devem ser iguais ao peso para o sistema perma-
necer estático.
2Ty = P
2 . T . sen(30°) = P
Substituindo os valores:
2 . T . 0,5 = 80
∴ T = 80N
Ex. 02
Na figura, um corpo de peso 210 N encontra -se em equilíbrio, suspenso por um
conjunto de três fios ideais A, B e C. Calcule as intensidades das trações e, respectivamente
nos fios A, B e C.
Dados:
Resolução:
TA = P
TA = 210 N
Resolução:
A distribuição de forças é dada por:
Consequentemente:
Nesse capítulo vamos avançar os estudos vistos anteriormente. Uma vez que agora
o foco será no equilíbrio tanto de translação (força resultante igual a zero), como no equilíbrio
de rotação, ou seja, o corpo não pode se movimentar em nenhum sentido. Sendo assim, para
levarmos em conta a rotação causada por uma força, vamos definir o conceito de torque.
Suponha que você esteja em uma gangorra com uma outra pessoa de mesma
massa do outro lado. Isso significa que se você e seu amigo, de mesmo peso, estão na
mesma posição em relação ao ponto de rotação da gangorra, o sistema permanecerá em
equilíbrio. Contudo, imagine agora que um de vocês senta mais longe do ponto de rotação,
quase na ponta de um dos lados da gangorra. Logo, o brinquedo irá rotacionar para o lado
deste situado mais longe. Mas por que isso?
Existe uma grandeza capaz de medir a eficiência de uma força em produzir rotação
em um corpo, esse parâmetro físico se chama torque e é dado matematicamente por:
Porém como a rotação tem dois sentidos, vamos definir que a força que causa
rotação no sentido horário irá definir um torque positivo. Por outro lado, se houver uma força
que causa uma rotação no sentido anti-horário, o torque será classificado como negativo.
Portanto, a condição para o equilíbrio de rotação é:
Ex. 01
Uma barra prismática homogênea AB de comprimento igual a 8,0 m e peso igual
a 200 N apoia -se sobre a cunha C, colocada a 1 m de A. A barra fica em equilíbrio, como
representa a figura, quando um corpo X é suspenso em sua extremidade A:
PX + P B = N
Veja, porém, que não sabemos o valor da normal ou do peso do bloco, então vamos
partir para a segunda condição, a de equilíbrio de rotação: A força peso do bloco tende a
causar uma rotação para a esquerda na barra, a força normal N não causa rotação, uma
vez que ela está no ponto de rotação, ou seja d = 0. Por fim, o peso da barra tende ela a
girar para a direita. Logo, vamos assumir que o torque do peso PX é igual ao torque do peso
da barra PB.
T(PX ) = TB
PX . d = P B . d
PX .1 = 200.3
∴PX = 600 N
Ex. 02
Uma barra cilíndrica homogênea, de peso 300 N e 10,0 m de comprimento, encon-
tra -se em equilíbrio, apoiada nos suportes A e B, como representa a figura.
Resolução:
Quando o pneu do carro fura e é necessário que seja trocado, então um macaco
hidráulico é colocado e para retirar a roda é preciso desrosquear alguns parafusos.
Ao usar a chave, estamos fazendo esse instrumento como uma alavanca.
Em outras palavras, as alavancas são usadas para ampliar as forças que geram
rotação. Na física é batizado como força potente aquela exercida pela alavanca e força
resistente aquela que se pretende vencer.
Dentre as diferentes classes de alavancas temos a interfixa, inter-resistente e in-
terpotente.
Veja que nesse caso, a distância do ponto de aplicação da força potente é sempre
maior que o ponto da força resistiva, portanto, a força potente aplicada é menor que a força
resistente. Esse é o exemplo típico de um quebra-nozes.
Outro exemplo também é a clássica carriola usada para transportar uma dada
quantidade de material.
Esse é o único caso que a distância de aplicação da força potente é menor do ponto
da força resistiva.
Provavelmente você já deve ter ouvido falar que as caminhonetas pode ser mais instá-
veis em curvas a altas velocidades. Analisando do ponto de vista do centro de massa
(ou centro de gravidade), que por ser mais alto o de uma caminhoneta, mais instável é o
automóvel. Por isso é mais perigoso uma Dodge RAM a fazendo uma curva levemente
fechada do que um carro baixo.
REFLITA
O importante na ciência não é obter novos dados, mas descobrir novas maneiras de
pensar sobre eles.
Se você chegou até aqui, passou por diferentes conceitos físicos de estática. Come-
çamos com o de centro de massa, que nada mais é do que encontrar um ponto geométrico
no qual toda a massa pode ser considerada. Depois para calcular as condições de equilíbrio
estático, aprendemos duas: a do equilíbrio de translação, em que a somatória das forças
deve ser nula e a do equilíbrio de rotação, na qual o equilíbrio dos torques deve ser nulo.
Na quarta parte da unidade vimos alguns casos de alavancas, aquelas em que
a força potente e a resistiva possuem diferentes pontos de aplicação em relação ao eixo
de rotação. Um caso especial é o sistema binário, usado para girar chaves e saca rolhas.
Espero que você tenha aproveitado essa unidade.
LIVRO
Título: Engenharia Mecânica Estática
Autor: NELSON E. W.; BEST C.L.; Mclean W. G.; POTTER M. C.
Editora: Bookman.
Sinopse: Nesse livro é abordado tópicos fundamentais de estática
com uma vasta coletânea de exemplos, variando de operações
com força, equilíbrio de diversos sistemas, esforços em vigas e
etc.
FILME/ VÍDEO
Título: Experimento de Estática
Ano: 2020.
Sinopse: Neste vídeo um experimento envolvendo equilíbrio de
um corpo é ensinado e explicado.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=RkJsgyiElH4
BÔAS, N. V.; DOCA, R. H.; BISCUOLA, G. J.; Tópicos de física: volume 1. 19. Edição. São
Paulo: Saraiva, 2012.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. Rio
de Janeiro: LTC, 2000.
133
CONCLUSÃO GERAL
134
EduFatecie
E D I T O R A