2-Os Elementos e Estrutura Da Relação Jurídica

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Noções Fundamentais do

Direito

OS ELEMENTOS E ESTRUTURA
DA RELAÇÃO JURÍDICA
A) Elementos

1. Sujeitos

2. Objecto

3. Facto jurídico

4. Garantia
1. Sujeitos

São sujeitos da relação jurídica as pessoas entre as


quais ela se estabelece.

 Sujeito activo: titular do direito subjectivo, que


detém o poder

 Sujeito passivo: o que sofre a correspondente


vinculação jurídica
Sujeitos da relação jurídica devem possuir
personalidade jurídica. Ora, o nosso direito
atribui personalidade jurídica não só aos seres
humanos (pessoas singulares), mas também a outras
entidades (associações de homens ou conjuntos de
bens) denominadas pessoas colectivas.
2. Objecto

Objecto da relação jurídica é aquilo sobre que


incidem os poderes do sujeito activo da
relação – é o objecto do direito subjectivo
propriamente dito – é o bem que a relação jurídica
garante ao sujeito activo (art. 202.º CC).
 São várias as entidades que podem ser objecto da
relação:

 Pessoas – nos direitos de personalidade e nos direitos


pessoais de família, especialmente no poder paternal (art.
1879.º, 1881.º e 1884.º CC).

 Coisas – nos direitos reais (direito sobre um automóvel


ou sobre um prédio).

 Prestações – nos direitos de crédito em que o objecto é


uma conduta ou acto humano – a prestação.
3. Facto Jurídico

 Facto jurídico: todo o evento (natural ou voluntário)


que produz consequências jurídicas – todo o facto
humano ou natural produtivo de efeitos jurídicos.

 É uma condição ou pressuposto da existência de


uma relação jurídica.

 Algumas vezes, porém, o facto jurídico vai modelar o


conteúdo da relação jurídica

 Constitutivos, modificativos ou extintivos .


4. Garantia

É a susceptibilidade de protecção coactiva do


poder de que é titular o sujeito activo da relação e
traduz-se no conjunto de providências que a lei
estabelece para assegurar essa protecção
Figuras parecidas com o Direito Subjectivo

 Poderes-deveres: quem tem um direito subjectivo


“utiliza-o”, faz uso dele quando quiser e apenas se
quiser. Mas há poderes que têm obrigatoriamente de
ser exercidos e que têm de ser exercidos de uma dada
maneira.

 Faculdades: por exemplo, testar – não é um


direito, é uma faculdade – não há verdadeiramente
sujeito passivo.
 Expectativas jurídicas: ainda não é direito, mas um
dia prevê-se que será. Por exemplo, o direito à herança
dos pais para os filhos – os filhos ainda não têm esse
direito antes do pai morrer mas têm uma expectativa
jurídica e a lei em certas situações confere mecanismos
de protecção destas expectativas.

 Ónus jurídico: é a necessidade de adopção de um


determinado comportamento para a realização de um
interesse próprio – ex: ónus de registar uma hipoteca.
B) Estrutura da Relação Jurídica

Direito Subjectivo (lado activo) - duas vertentes:

 Direito subjectivo propriamente dito – poder de o seu


titular exigir de outra pessoa uma certa conduta, positiva
(fazer) ou negativa (não fazer), ao qual corresponde, do lado
passivo, um dever jurídico a que está adstrito o respectivo
sujeito e que se traduz na necessidade de observar essa
conduta.

 Direito Potestativo – poder, conferido ao seu titular, de


produzir determinados efeitos jurídicos que se impõem
inevitavelmente a outra pessoa. Correlativo a esse dever é uma
sujeição que se traduz na necessidade do sujeito passivo
suportar o exercício desse poder e respectivos efeitos.
Vinculação (lado passivo):

 A expressão vinculação jurídica comporta tanto o dever jurídico


correspondente ao direito subjectivo propriamente dito, ou a sujeição,
correspondente ao direito potestativo.

 Direito subjectivo propriamente dito --------------- Dever jurídico


 Direito Potestativo ----------------- Sujeição

 Dever Jurídico: se alguém está adstrito a um dever jurídico deve


observar um certo comportamento tendente a dar satisfação ao direito do
sujeito activo.

 Sujeição: consiste na necessidade do sujeito passivo suportar o exercício e


efeitos do direito potestativo.

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