História Do Direito

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História do Direito – Revisão PR2

DIREITO ROMANO

 Origem de Roma
o Mitológica
 Os romanos explicavam a origem da cidade através do mito de Rômulo e Remo
 Filhos do Deus Ares e da mortal Reia. Foram atirados ao rio Tibre quando nasceram
para que morressem afogados. No entanto, os gêmeos sobreviveram e foram
encontrados e amamentados por uma loba. Posteriormente, foram criados por um
pastor de ovelhas e, anos mais tarde, Rômulo fundou Roma.
o Histórica
 Fundação de Roma como resultado da mistura dos povos gregos, etruscos e italiotas que
foram habitar a região da península itálica.
 Monarquia Romana
o 753 a 509 a.C.
o Sociedade dividida
 Patrícios
 Pertencentes à camada superior da sociedade
o Nobres proprietários de terras
 Plebeus
 Famílias estrangeiras ou sem culto doméstico
 Pertencentes à camada inferior da sociedade
o Comerciantes, artesãos e pequenos proprietários
 Clientes
 Homens livres que se associavam aos patrícios
o Prestadores de serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção
social
o Eram o ponto de apoio da política e dos militares patrícios
 Escravos
 Considerados propriedade, podendo ser castigados, vendidos ou alugados.
Eventualmente poderiam ser libertados.
o Queda da monarquia
 Consequência do desejo dos patrícios de manter seus privilégios
 Patrícios contra a política popular de Sérvio Túlio e a continuidade desta por
Tarquínio, “O Soberbo”
o Em 509 a.C., os patrícios destronam Tarquínio e dão fim à monarquia e dão
origem a república romana
 Êxito do movimento garantido pelo declínio da civilização etrusca
 República Romana
o 509 a.C. a 27 a.C.
o Sociedade divida como na monarquia
o Extingue-se a figura do rei
o Poder passa a ser dividido
 Magistrados
 Senado
 Conselho da plebe
 Império Romano
o 27 a.C. a 476 d.C.

 Direito Romano
o Características:
 Evolução mais tardia que a do direito egípcio e grego
 Sua história vai do século VII a.C. ao V d.C., com a queda do Império Romano do Ocidente
 No ocidente, a ciência jurídica romana renasce a partir do século XII, quando passa a ser
estudada em universidades europeias.
 Essa redescoberta, aliada a desaparecimento da escrita durante a Idade Média,
fizeram o direito romano influenciar em grande escala no direito europeu continental
o Por isso o direito atual está dentro do espectro dos direitos romanistas
o Direito das famílias e o direito de todas as famílias:
 A associação de famílias para constituir a cidade deu origem a relações extradomiciliares
reguladas pelo direito jus publicum (direito da cidade; direito público)
 Não significava um conflito de leis
o O direito público e o privado tinham esfera de jurisdição determinadas
o Pater família
 Como as demais cidades antigas, Roma era uma confederação de famílias patriarcais em
torno de um rei (pater famílias maior)
 O pater era a autoridade suprema na família
 Considerado como sacerdote desse culto
 O Estado romano respeitava sua autoridade de juiz dos membros da família
 Possuíam total poder sobre sua prole e os agregados, exercendo em determinadas
épocas até mesmo o poder de vida e morte sobre eles
 O Estado respeitava o direito de propriedade de cada família sobre o terreno em que se
construía a casa (residência dos vivos, altar dos antepassados da família)
 Os filhos não saiam do pátrio poder, a não ser por emancipação
 O abandono de crianças poderia ocorrer pelos mais variados motivos, como má formação,
miséria e políticas familiares de sucessão
 Não havia na sociedade romana o sentimento de culpa da sociedade judaica-cristã
o Senado
 Assembleia composta pelos grandes chefes das famílias romanas ou patrícios
 Sua função era impedir que as atitudes do rei resultassem na perda de poder do jus privatum
(direito privado)
o Períodos
 Época Antiga ou Arcaica
 Até meados do século II a.C.
o Abrangeu a Monarquia e parte da República Romana
 Direito primitivo, de uma sociedade rural baseada em solidariedade clânica e
caracterizado por seu formalismo e rigidez
 O centro do saber jurídico estava nas mãos dos pontífices
o Esses sacerdotes eram os únicos que conheciam os ritos e os interpretavam
 Cidadãos romanos considerados mais como membros de uma comunidade familiar do
que como indivíduos
 A terra, mesmo sendo objeto de apropriação pelos patrícios, era inalienável
 Crescente papel dos plebeus
 Conflitos sociais entre a plebe e os patrícios resultando em certa igualdade política,
religiosa e social
 Regras morais, jurídicas e religiosas ainda não estavam totalmente separadas
 Direito extremamente ritualístico
o Existiam palavras certas que deveriam ser ditas na hora certa, caso contrário,
o contrato ou processo não eram válidos
 Tradição trazida até os dias atuais no casamento, por exemplo
 Com o advento da República e a ascensão do Senado, a lei passou a concorrer com os
costumes como fonte de direito
o O termo lex (lei) advém das regras obrigatórias formuladas pelas autoridades
públicas
 Lei das Doze Tábuas
o Para poder participar da vida política, os pebleus deveriam se tornar clientes
dos patrícios
 Alguns chegaram a nobres por se unirem ao rei Tarquínio
o Em várias famílias patrícias, quando Roma estabeleceu contato com a Grécia
e assimilou sua cultura, as doutrinas igualitárias de Sólon e Clístenes
pregadas em Atenas, encontram eco na orgulhosa Urbe enriquecida pela
conquista da península itálica
 Haviam praticamente duas cidades: a dos patrícios, com os cônsules
e o Senado; e a dos plebeus, com o tribuno da plebe e o plebiscito
 No entanto, algumas mudanças podiam ser observadas, como
a união frequente entre plebeus e patrícios, apesar do
casamento misto se manter proibido
o A igualdade civil foi consagrada através da Lei das Doze Tábuas
o Em 451 a.C., os patrícios entregaram a dez homens (os decênviros) o
encargo de fazer leis de equiparação entre os patrícios e plebeus
 Esses viajaram pela magna Grécia e pela própria Grécia, retornando
com dados para elaborar um novo ordenamento jurídico para Roma.
o Modificações trazidas pelas Doze Tábuas
 O direito tornou-se público e conhecido
 Não mais se concebia a lei de caráter privado, proveniente do culto
de uma família
 O direito dos indivíduos passou a ser considerado “concessão do
Estado”
 O direito de costumes cedeu lugar à lei escrita
 O resultou na redução de conflitos entre plebeus e patrícios,
mas não solucionou todas as pendências, já que a
interpretação continuou secreta, confiada somente aos
pontífices
 As mudanças no conceito de direito e lei são resultantes de uma
revolução de ideias no seio das famílias aristocráticas romanas
 O culto doméstico foi posto à margem; a lei perdeu seu caráter
sagrado, tornando-se expressão da vontade popular, passando a ser
alterável e geral
 A igualde civil abriu espaço para outras reformas estruturais, como o
cônsul passando a ser plebeu
 Com a Lei de Canuleiro, instituída em 444 a.C., os casamentos
mistos passaram a ser permitidos, acabando com a destinção entre
patrícios e plebeus
 Sinal da República democrática romana, que foi
progressivamente se estruturando de 400 a.C. a 300 a.C.
 Ius Civile
o O que caracteriza o direito romano arcaico era o fato dele só se aplicar aos
romanos, cidadãos, sendo por isso denominado como Ius Civile, ou seja,
direito civil, direito dos cidadãos
 Época Clássica
 Cerca de 150 a.C. a 280 d.C.
 Caracterizava-se pelo direito de uma sociedade evoluída, individualista, fixado por
juristas numa ciência jurídica coerente e racional
 A produção do direito se encontrava nas mãos dos pretores
 O direito privado romano agora possui caráter essencialmente laico e individualista,
com distanciamento entre o direito privado e o direito público
o Direito privado: regula o ordenamento dos interesses particulares, seno o
Direito Civil seu ramo por excelência. É o que se constitui de toda espécie de
regra voltada a organizar juridicamente interesses de ordem individual, em
seus aspectos civil ou comercial, tanto na relação entre particulares quanto
entre particulares e o Estado.
o Direito público: conjunto de leis que regulam os interesses de ordem
coletiva, ou seja, que organizam instituições políticas e regulam tanto os
poderes públicos entre si quanto entre eles e elementos particulares quando
encarregados como membros da coletividade, na defesa dos interesses da
sociedade
 O costume foi superado não só pela legislação, mas também pelo edito do pretor e os
escritos dos jurisconsultos
 O Senado passou a ser o titular do poder legislativo
 O imperador podia legislar diretamente por edito
 O imperador passou a ser o único legislador, sendo que nem todas as constituições
imperiais tinham a mesma autoridade

 Constituições Imperiais
o Os editos: disposições de ordem aplicáveis a todo o império, com algumas
exceções
o Os decretos: julgamentos feitos pelo imperador ou pelo conselho nos
assuntos judiciários
o Os rescritos: respostas dadas pelo imperador ou pelo seu conselho a um
funcionário, um magistrado ou mesmo um particular que pedisse uma
consulta sobe um ponto do direito
o As instruções: dirigidas pelo imperador aos governadores de província,
sobretudo em matérias administrativas fiscais
 Pretor
o Do latim: chefe
o Magistrado eleito pelas centúrias para administrar a justiça
o Sua jurisdição se circunscrevia à província, cuja administração lhe era
confiada
o Não eram considerados juristas
o Se dividiam em pretor urbano e pretor peregrino
o Introduziam modificações nas leis
o Tinham grande poder de mando, denominado imperium
o Podiam dar instruções ao juiz sobre como ele deveria apreciar as questões de
direito
o Podia deixar de admitir ações perante ele propostas ou admitir novas ações
desconhecidas no direito antigo romano
o Adaptava as antigas leis às novas realidades sociais
o Organizava a controvérsia, transformando o conflito real num conflito
judicial
o Possuía mandato de um ano
 Jurisprudência
o Do latim: jurisprudêntia (jus = direito, ciência do direito; e prudentia =
sabedoria)
o Literalmente a ciência do direito vista com sabedoria
o Composta pelas obras dos jurisconsultos
 Jurisconsulto
o Pessoa que conhecia as leis e cuja profissão é dar pareceres sobre questões do
direito
o Homem muito experiente na prática do direito
o Juristas que colaboravam de várias maneiras com o juiz e o pretor mas não
faziam parte do aparelho judicial
 Juiz
o O serviço de juiz ou árbitro era um encargo próprio dos cidadãos
 Processo Formular
o A fórmula era uma espécie de decreto pretoriano, em forma de carta dirigida
ao juiz
o A fórmula resumia a causa, estabelecendo limites subjetivos e objetivos do
processo, indicando as provas a serem produzidas
o Com o processo formular, o pretor passa a se impor para resolver com
equidade casos concretos
o Processo mais rápido, menos formalista e escrito

 Época do Baixo Império


 Também conhecido como direito pós-clássico
 Período de decadência política e intelectual e regressão econômica
 Período de grande influência do cristianismo, que transformou inúmeros princípios do
direito privado romano
 A divisão de tarefas entre pretor e juiz desaparece, resultando em valorização dos
juristas, centralização dos poderes de julgamento em um único órgão e a criação
do recurso ou apelação, que poderia rever e corrigir o que havia sido feito pelo seu
agente (nesse contexto, o julgamento do imperador funcionava como um decreto)
 Conservou, por intermédio do trabalho dos compiladores, as obras dos jurisconsultos
romanos do período áureo de seu direito

 Contribuições de Justiniano para o direito atual


o Tentou resgatar a época clássica do direito romano
o Tentou recuperar todos os escritos jurídicos do período em que Roma alcançou o seu maior
desenvolvimento
o Código Teodosiano
 Destinava-se a conter o texto integral de todas as constituições imperiais romanas

HERANÇA DO DIREITO ROMANO

 O Direito Romano, deu origem a institutos que influenciaram as normas jurídicas da grande parte dos países
ocidentais

1. Base para sistemas jurídicos contemporâneos:


o O Direito Romano serviu como uma base fundamental para o desenvolvimento de sistemas jurídicos
modernos. Muitos princípios jurídicos romanos, como a igualdade perante a lei, a proteção da
propriedade privada e a presunção de inocência, foram incorporados em diferentes sistemas
jurídicos.
2. Código Civil:
o O Corpus Juris Civilis, um compêndio de leis romanas compilado no século VI, conhecido como
"Código de Justiniano", teve uma influência significativa no desenvolvimento do direito civil em
vários países europeus. O Código Napoleônico, por exemplo, foi amplamente influenciado pelo
Direito Romano e serviu como base para muitos sistemas jurídicos civis modernos em todo o mundo.

3. Princípios legais fundamentais:


o Muitos princípios legais romanos continuam sendo aplicados até hoje. Por exemplo, o princípio da
legalidade, que estabelece que ninguém pode ser punido por um ato que não esteja previsto em lei, é
um princípio fundamental em muitos sistemas jurídicos contemporâneos.

4. Contratos e propriedade:
o O Direito Romano desenvolveu conceitos importantes relacionados a contratos e propriedade, que
ainda são relevantes nos sistemas jurídicos modernos. As noçõe de contrato, obrigação, compra e
venda, bem como a proteção da propriedade privada, têm suas raízes no Direito Romano.

5. Influência acadêmica:
o A tradição jurídica romana e os estudos sobre o Direito Romano continuam a ser uma parte essencial
da educação jurídica em muitos países. Os princípios e a estrutura do Direito Romano são estudados e
analisados em faculdades de direito em todo o mundo, contribuindo para a formação de juristas e
profissionais do direito.

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