Universidade Federal Do Pampa Campus Uruguaiana Curso de Medicina Veterinária
Universidade Federal Do Pampa Campus Uruguaiana Curso de Medicina Veterinária
Universidade Federal Do Pampa Campus Uruguaiana Curso de Medicina Veterinária
CAMPUS URUGUAIANA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Uruguaiana
2018
JOSÉ FRANCISCO MOSQUEIRO IOP
__________________________________________________________
Profª. Drª. Débora da Cruz Payão Pellegrini
Medicina Veterinária/Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
__________________________________________________________
Profª. Drª. Carolina Kist Traesel
Medicina Veterinária/Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
__________________________________________________________
Prof. Dr. Mario Celso Sperotto Brum
Medicina Veterinária/Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
Dedico este trabalho, aos meus pais, Sid e
Célia (In memorian), a minha filha Nathália e
ao meu irmão Osmar, incansáveis
incentivadores desta caminhada e que foram o
alicerce para essa conquista.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus por ter me dado a possibilidade de estar nesta vida e
trilhando este caminho. A estrada foi longa, muitos foram os obstáculos, muitas foram às vezes
que poderia ter desistido, mas Deus me concedeu o dom da persistência e a vontade de vencer.
Hoje estou aqui prestes a realizar mais uma etapa deste sonho.
As duas pessoas que embarcaram neste sonho comigo, me dando o suporte necessário,
meus amados pais (“meus veios”) Sidmar e Célia (In memorian), vocês sempre me ofereceram
muito além do que podiam e foram fundamentais para esta conquista. Aqui deixo uma breve
mensagem de amor a minha mãe, minha guerreira incansável, a tua força eterna movimenta os
mais belos sonhos. Espero que aí, onde estiver, consiga sentir o orgulho de dever cumprido, a
tua semente plantada começou a dar frutos!
A minha filha (“minha florzinha”) Nathália, pois mesmo que na maior parte do tempo
estivéssemos distantes fisicamente, nossos pensamentos estavam interligados. Eu sempre
encontrei no teu sorriso e nas tuas palavras a vontade de continuar. Tenho muito orgulho de ter
você como filha!
Ao meu irmão, Osmar, que me deu todo apoio possível, esteve comigo mesmo que
distante, como sempre digo: “Somos a mão que sempre se estende para ajudar a levantar o
outro”.
A vocês, todo meu amor.
À família “Ranchinho”, meus irmãos de coração, Guigão, Lannes, Ipatinga e Dudu, meu
muito obrigado por terem compartilhado comigo todos os momentos dessa caminhada.
Aprendemos e crescemos muito durante esses anos todos, meu mais profundo respeito a todos!
Ao meu outro irmão de coração, Leonardo Marques, “membro honorário do Ranchinho”,
obrigado pelas tantas madrugadas de estudo e também de festa, aos inúmeros resumos
compartilhados. Não poderia deixar de agradecer a Gabriella Dinarte, a amiga mais “mala” que
a pessoa pode ter, muito obrigado por estar sempre disposta a ajudar de alguma forma, seja
dando puxões de orelha ou incomodando mesmo. Tenho por ti uma extrema consideração!
Amo vocês!
A todos os amigos e colegas de turma que fiz nesta caminhada, alguns foram muito
especiais por estarem juntos diariamente na construção do aprendizado, e digamos que não foi
fácil ter que aguentar os “LeleodaPaixão”, Taynara, Mucci, Juan, Amandinha e companhia...
Aos muitos amigos que fiz durante o ano 2013-2014, durante o intercâmbio pelo
Programa Ciências sem Fronteiras, o qual me proporcionou morar na cidade de Pisa, na Itália
e estudar em uma Universidade de renome, como a Università di Pisa. “A mi fratelli di Italia:
Jéssica Romeiro e Bibiana Porto, meu muito obrigado! Em especial, por terem dividido comigo
as tantas viagens, jantas, garrafas de vinho, risadas...Com certeza ajudamos a entortar um pouco
mais a Torre di Pisa. Porta a Lucca nunca mais será a mesma depois deste ano.
A Universidade Federal do Pampa, o curso de Medicina Veterinária e a todos os
funcionários, técnicos e terceirizados, pelos serviços prestados.
Aos professores por todos os ensinamentos, oportunidades e também pela sincera
amizade (dentro e fora da sala de aula). Vocês demonstraram toda a preocupação em formar
não apenas profissionais tecnicamente qualificados, mas seres humanos racionalmente
melhores.
Por fim, meu agradecimento à minha orientadora a Profª. Drª. Débora da Cruz Payão
Pellegrini, à minha supervisora, Médica Veterinária Laura Ilarraz Massia, assim como, ao
Médico Veterinário José Ricardo Wellicks e a toda equipe da Vigilância Ambiental em Saúde
e da Vigilância Sanitária de Uruguaiana, por todos os ensinamentos, conselhos e ajuda
disponibilizada. E um agradecimento muito especial à tia Bere, que com a sua experiência de
17 anos de serviços prestados ao IBAMA, me deu aquela ajuda fundamental, e a minha “irmã
de coração” Jéssica Lima (Jézinha) que no apagar das luzes, usou dos seus conhecimentos em
Comunicação Social – Jornalismo e reacendeu todas as lâmpadas desse caminho longo rumo a
essa conquista.
A todos os citados, diretamente ou indiretamente, meu mais profundo respeito!
“Chegará um dia no qual os homens conhecerão
o íntimo dos animais e, nesse dia, um crime
contra um animal será considerado crime contra
a humanidade.”
Leonardo da Vinci
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA
VETERINÁRIA – ÁREA DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE
FIGURA 4 – Animais positivos para leishmaniose visceral, com condições muito debilitadas
de saúde e sem a adoção de medidas preventivas ao vetor por parte dos seus
proprietários. ....................................................................................................... 20
FIGURA 5 - Reunião com o Prefeito Municipal de Uruguaiana para discutir políticas públicas
de sanidade e bem-estar animal. Fonte: Assessoria de Comunicação – Prefeitura
Municipal de Uruguaiana. ................................................................................... 21
FIGURA 7 – Recipientes aos quais foram encontradas larvas e/ou pupas de mosquitos. (A)
Pneus; (B) Caixa para preparar cimento em uma construção; (C) Piscina em Clube
Social; (D) Recipiente de alimentação de um cachorro. ..................................... 25
FIGURA 11 – (A) Pátio da residência; (B) Crianças com contato direto aos animais com
carrapato; (C) Pátio da residência com acúmulo de lixo e sucatas. . .................. 31
FIGURA 12 – (A) e (B) Animais com infestação por carrapatos. Fonte: Arquivo Pessoal. .... 32
FIGURA 13 – (A) Capa da Cartilha Digital Educativa; (B) Sumário da Cartilha Digital
Educativa. ............................................................................................................ 33
FIGURA 14 – Alguns dos “Folhetos” produzidos para divulgação de métodos de prevenção e
controle de riscos e agravos relacionados à saúde pública. Fonte: Arquivo pessoal.
............................................................................................................................. 34
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................... 16
2.1 Descrição do Local de Estágio ........................................................................................... 16
2.2 Descrição das atividades acompanhadas durante o ECSMV ............................................. 17
2.2.1 Núcleo de Vigilância dos Riscos e Agravos Ambientais Biológicos .............................. 19
2.2.1.1 Programa de Prevenção a Leishmaniose Visceral (LV) ............................................... 19
2.2.1.2 Programa Estadual de Vigilância e Controle do Aedes aegypti (PEVCA)................... 22
2.2.1.3 Programa Estadual de Controle e Profilaxia da Raiva (PECPR).................................. 26
2.2.1.4 Programa de Combate à Febre Amarela ....................................................................... 28
2.2.1.5 Identificação de Animais Peçonhentos e Sinantrópicos ............................................... 29
2.2.1.6 Atividades de Educação e Promoção a Saúde .............................................................. 32
3 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 37
3.1 Introdução ........................................................................................................................... 37
3.2 A Educação como ponto fundamental para a viabilização da Promoção da Saúde ........... 39
3.3 Guarda Responsável de Animais – Uma responsabilidade negligenciada pela população e
pelo Poder Público .................................................................................................................... 41
3.4 Políticas Públicas para o Controle e a Prevenção da Leishmaniose Visceral Canina –
Métodos de Sanidade e Bem-Estar Animal como preceito fundamental a Saúde Única ......... 43
4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 49
ANEXO A ................................................................................................................................ 57
14
1 – INTRODUÇÃO
2 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
FIGURA 4 – Animais positivos para leishmaniose visceral, com condições muito debilitadas
de saúde e sem a adoção de medidas preventivas ao vetor por parte dos seus proprietários.
FIGURA 5 - Reunião com o Prefeito Municipal de Uruguaiana para discutir políticas públicas
de sanidade e bem-estar animal. Fonte: Assessoria de Comunicação – Prefeitura Municipal de
Uruguaiana.
o motivo de não haver uma parceria com a Universidade Federal do Pampa e o seu curso de
Medicina Veterinária, levando em consideração que a Universidade pode ceder a mão-de-obra
técnica qualificada necessária para ajudar o município a solucionar ou amenizar os problemas.
Ciente das gravidades explanadas, a pauta da reunião terá continuidade em um próximo
encontro a ser agendado pelo Gabinete Municipal do prefeito de Uruguaiana. Nesse encontro
deverão estar presentes o Secretário de Administração Municipal, o Secretário do Meio
Ambiente e do Bem-Estar Animal, Direção Acadêmica da Universidade Federal do Pampa,
Coordenação do curso de Medicina Veterinária e demais professores interessados diretamente
no assunto. A questão em pauta será a possibilidade de adoção de um convênio entre o governo
municipal e a instituição de ensino superior para a criação de programas de sanidade e bem-
estar animal.
Até o término do estágio, a solicitação de uma nova agenda não havia sido concluída,
ficando em aberto a possibilidade de que a pauta seja avaliada em um futuro próximo com o
objetivo de atender as demandas em que a cidade necessita de atenção e cuidados.
Foi realizada uma busca por locais considerados possíveis criadouros de mosquitos, ou
seja, locais onde há recipientes que disponibilizam acúmulo de água e que pudessem se tornar
locais propícios ao desenvolvimento de larvas e pupas. Os recipientes verificados foram:
piscinas, vasos de plantas, potes de todos os tipos, latas, garrafas, reservatórios de água, toneis,
ralos, sucatas de veículos, lonas, bebedouros de animais, entulhos, tampas de potes e garrafas
e, principalmente, pneus, pois estes oferecem um ambiente favorável (escuro e com água
acumulada) (FIGURA 7).
25
FIGURA 7 – Recipientes aos quais foram encontradas larvas e/ou pupas de mosquitos. (A)
Pneus; (B) Caixa para preparar cimento em uma construção; (C) Piscina em Clube Social; (D)
Recipiente de alimentação de um cachorro.
A partir deste trabalho de busca ativa de focos de mosquito realizado pelos ACE e do
estudo entomológico realizado pelo laboratorista do Programa, foi possível iniciar a elaboração
das estratégias de controle ao Aedes aegypti na cidade.
Na visita foi possível encontrar doze larvas e cinco pupas, posteriormente identificadas
como da família Culicidae (onze larvas e cinco pupas), que é popularmente conhecido como
muriçoca ou pernilongo, e apenas uma larva de Aedes aegypti, em um pneu descartado no posto
da Polícia Rodoviária Federal.
Para o translado, os frascos eram colocados em caixas de isopor, com gelo reciclável. A
caixa era lacrada e identificada com rotulo de risco biológico, acompanhada de Formulário de
Solicitação de Exame. Durante o período foram enviadas três amostras de morcegos para o
IPVDF, sendo elas negativas nos testes para raiva (FIGURA 8).
Dois dias após a notificação, foi informado pela clínica veterinária o óbito do animal. A
carcaça foi encaminhada pela clínica veterinária até o setor da Vigilância Ambiental em Saúde,
a qual encaminhou a mesma para o Laboratório de Patologia Veterinária da Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para a
realização de necropsia e testes diagnósticos da Febre Amarela. Segundo o laudo encaminhado
pelo Laboratório de Patologia da UFRGS, os resultados dos testes para Febre Amarela foram
negativos.
Tripanossoma cruzi. A transmissão ocorre durante a picada do inseto, através das fezes do
triatomíneo, sendo que as tripomastigotas, quando encontradas na corrente sanguínea dos
hospedeiros, caracterizam a fase aguda da doença de Chagas (ARGOLO et al., 2008; NEVES
et al., 2005; REY, 2001).
Barbosa (2009) e Costa et al (2010) ressaltam que esta não é a única forma de infecção
pelo Tripanossoma cruzi, também pode ocorrer pela transfusão sanguínea, transplante de
órgãos, acidentes laboratoriais com amostras positivas para doença de Chagas, via oral
(consumo de cana-de-açúcar e açaí) e transmissão congênita.
Dentre as espécies de percevejos que foram identificadas, estavam o Reduviidae
peiratinae popularmente chamado de “Percevejo Pirata”, o percevejo Pachylis hector e o
Triatoma infestans (FIGURA 10).
Em relação à doença de Chagas, foi realizada visita domiciliar, onde uma moradora com
aproximadamente 5 meses de gestação foi diagnosticada no exame pré-natal como positiva para
31
a doença. Na ocasião, juntamente com dois agentes de endemias, foi realizada uma vistoria no
local para identificar possíveis focos do inseto, assim como foram passadas as devidas
orientações sobre os cuidados de prevenção e controle, como, por exemplo, a realização de teste
diagnóstico nos outros moradores da mesma casa e a retirada de alguns objetos, como pedras e
entulhos de madeira, que possam ser esconderijos do inseto.
Outra notificação atendida pela VAS foi em uma residência no bairro União das Vilas,
a qual haviam duas crianças com suspeita de sarna. A solicitação foi realizada por professores
da escola municipal frequentada pelas crianças. Ao chegar ao local, havia uma senhora, duas
crianças, dois gatos e dois cachorros, as condições de estrutura e higiene da habitação eram
totalmente precárias, casa de madeira, pátio de terra, acúmulo de objetos e muito lixo (FIGURA
11).
FIGURA 11 – (A) Pátio da residência; (B) Crianças com contato direto aos animais com
carrapato; (C) Pátio da residência com acúmulo de lixo e sucatas. .
FIGURA 12 – (A) e (B) Animais com infestação por carrapatos. Fonte: Arquivo Pessoal.
linguagem técnica mais simples e muito mais visual, facilitando o conhecimento sobre os
métodos de prevenção e controle de doenças, assim como o manejo de vetores.
Os temas abordados pela cartilha basearam-se nos Programas estabelecidos pelo Centro
Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul (CEVS/RS, 2013) (FIGURA 13).
FIGURA 13 – (A) Capa da Cartilha Digital Educativa; (B) Sumário da Cartilha Digital
Educativa.
3 – DISCUSSÃO
3.1 Introdução
a população sofre ao se deparar com tantos animais em situação de abandono e, muitos deles,
em condições precárias de saúde. Esses fatores contribuem para uma queda nos níveis de bem-
estar social. Algumas questões são extremamente complicadas e complexas, como o caso do
aumento no número de focos do mosquito Aedes aegypti. O grande número de animais nas ruas,
e cães sororreagentes para Leishmaniose Visceral (LV).
As pessoas desconhecem as doenças, os vetores, a forma de contágio, além das medidas
de prevenção e tratamento. Esses fatores levam a subnotificação de casos provocando uma visão
errada da realidade, ainda mais, quando consideramos que não se tem políticas públicas efetivas
de informações, prevenção e combate a essas doenças. Falta por parte do poder público, a
adoção de políticas públicas de caráter mais efetivo e de maior impacto na prevenção e
promoção da saúde e bem-estar animal. Conforme preconizado pela Constituição Federal, o
Estado tem a tutela de todos os animais, ao qual cabe o dever de protegê-los (BRASIL, 1988).
A cidade tem um grande benefício ao seu favor e que poderia ser utilizado como forma
de ajudar a sanar as suas dificuldades em relação aos problemas de sanidade e bem-estar animal,
que é a presença de uma Instituição de Ensino Superior (IES) com ensino de Medicina
Veterinária, mas que, infelizmente, não possui nenhuma parceria neste sentido, por descaso ou
falta de incentivo do poder público.
A demanda de problemas que poderiam ser amenizados ou resolvidos, caso houvesse
um convênio entre as duas instituições, são inúmeros. O Governo Municipal poderia
disponibilizar na IES a mão-de-obra técnica e qualificada para a execução de programas de
sanidade e bem-estar animal. Em contrapartida, a IES e, principalmente o curso de Medicina
Veterinária, teriam a casuística necessária e imprescindível para as práticas das suas disciplinas
da grade curricular, como o caso da Cirurgia de Pequenos Animais e as disciplinas voltadas
para Saúde Pública.
Essa questão reflete diretamente nas dificuldades de solucionar os problemas instalados
na cidade, contrariando o que está disposto no ideal de implantação da IES, ao qual se refere à
importância da instalação da mesma tendo em vista que o conhecimento produzido na
instituição é potencializador de novas perspectivas. Existem diversos exemplos positivos de
cidades do Brasil que utilizam deste sistema, como exemplo as cidades de Foz do Iguaçu – PR,
Curitiba – PR e Bauru – SP.
Muito tem sido feito para tentar dar um respaldo à comunidade sobre as suas
necessidades em relação a esses temas, mas as ações que hoje são empregadas na prática são
ineficazes, deixando a população no total abandono, principalmente, as pessoas de baixo poder
econômico que não conseguem ter acesso a um atendimento médico veterinário particular.
39
de prevenção e controle, corroboram com Teixeira (2010) que defende a tese de que, para
alcançar os objetivos através de ações educativas, seja necessária a aplicação de diversas
metodologias, dentre elas, as modalidades expositivas, dialogais, impressas e as que se utilizam
dos meios tecnológicos como a internet.
A abordagem da Vigilância Ambiental em Saúde, no que tange a execução das suas
funções, corrobora com a leitura de Pereira, Lacerda e Marques (2009), que considera
imprescindível a necessidade de conscientizar as pessoas para que estas contribuam no seu dia-
a-dia na construção de uma saúde ambiental, tornando-se agentes de promoção a sua própria
saúde. Guimarães (2008) afirma que fortalecer a vigilância em saúde será a grande conquista
da saúde pública, e, com isso, será possível a consolidação das estratégias multidimensionais
da saúde no Brasil, estabelecendo uma gestão responsável do poder público na saúde pública.
Para o sucesso desta abordagem, é necessário integrar as pessoas no conhecimento sobre
os riscos do processo saúde-doença, sendo desta forma, indispensável trabalhar a educação em
saúde continuamente com a população. E neste contexto, o papel do Médico Veterinário é
fundamental e merece ter maior destaque, principalmente por este ter essa capacidade de tratar
as questões de saúde animal, humana e ambiental de forma integrada, valorizando ainda mais
o conceito de “Saúde Única” (BRASIL, 2004).
Uruguaiana é uma cidade que convive com o problema do abandono de animais e o que
se observa por parte das instituições responsáveis por estas questões é uma grande falta de
comprometimento. Não há nenhum programa efetivo e contínuo de educação e conscientização
sobre a guarda responsável de animais, fato este que, aliado ao desconhecimento das pessoas
sobre os temas, gera mais irresponsabilidades quanto aos direitos e deveres que as pessoas têm
ao tornar-se tutores de um animal.
Desta forma, torna-se cada vez mais necessário que o poder público, profissionais e
demais entidades ligadas às questões de saúde e bem-estar animal abordem e divulguem
informações sobre estas questões, para que as pessoas entendam quais são as suas
responsabilidades perante a tutela de um animal (MORAES et al., 2015). A importância do
entendimento do termo “guarda responsável” em sua essência, é descrita por Santana (2006), o
qual desconsidera o animal como um “objeto” ou uma “coisa”, mas sim como um ser vivo
senciente, ao qual uma pessoa que detenha a sua tutela, é responsável por resguardá-lo de toda
e qualquer ação que lhe possa conferir agravo de saúde e bem-estar.
Segundo Santana e Oliveira (2006), é necessário conscientizar as pessoas que assumir a
tutela de um animal é uma atitude que exige grande responsabilidade e cuidados. Os animais,
assim como as pessoas, necessitam de cuidados de saúde periódicos, cabendo ao seu tutor a
disponibilidade financeira para garantir esse direito básico a vida. Além disso, ter um animal
saudável é a garantia de que este não se torne um risco à saúde de outros animais e de outras
pessoas. A conscientização sobre a guarda responsável de um animal é um dever ético e de
cidadania (MORAES et al., 2016).
Ao analisar pela esfera do poder público, existem leis que resguardam e garantem
direitos aos animais, como a Lei n° 9.065 de 1998, no seu art. 32, que regulamenta os Crimes
Ambientais determinando pena de três meses a um ano, além de multa, para quem praticar maus
tratos contra os animais. O Estado do Rio Grande do Sul foi o primeiro a desenvolver um
sistema próprio de leis em benefício dos animais, por meio do Código de Proteção aos Animais,
pela Lei n° 11.915 de 2013. Embora, a respeito disso, a Legislação esteja avançando e as
discussões estejam cada vez mais notórias, muita negligência ainda é imposta aos animais.
Tanto por parte da população como por parte do poder público.
A valorização dos animais como seres sencientes e passíveis de direitos tornou a questão
uma consciência de valor moral, exigindo que os poderes públicos atentem para a causa com
mais responsabilidade, priorizando a adoção de legislação que proteja os animais e lhes garanta
direitos, responsabilizando os tutores à práticas que venham impor riscos a sanidade e o bem-
estar dos seus animais. Esse aspecto deve ser defendido, pelo fato de que, cuidar da saúde
43
animal é garantir o cuidado a saúde das pessoas e do ambiente, praticando na essência o conceito
de “Saúde Única”, conforme disposto na Lei Federal n° 10.406, de 10 de janeiro de 2003.
Pensar no bem-estar animal é pensar na satisfação das necessidades básicas dos mesmos,
é assegurar o direito deles a saúde física, mental e comportamental, garantir suas interações
sociais e a sua adaptação ao ambiente que o cerca. É refletir sobre as nossas ações e sobre os
efeitos causados pela nossa interferência em seu habitat e do grau de sofrimento que eles têm
pela forma que os tratamos (SOUZA, 2008).
Neste sentido torna-se imprescindível associar a educação da população sobre guarda
responsável e as políticas públicas de sanidade para alcançar a promoção do bem-estar animal.
Alguns pontos fazem-se necessários serem abordados pelo poder público, dentre eles,
programas de controle populacional de animais, prevenção e controle de zoonoses, atividades
de educação e conscientização sobre a guarda responsável de animais.
A execução em conjunto de todas essas atividades é fundamental para combater a
irresponsabilidade de tutores, conscientizando-os de que os cuidados com a saúde animal são
indispensáveis para o cuidado da saúde pública. Neste sentido, ter o Estado como facilitador do
acesso da população carente que não tem condições de ter um serviço médico veterinário
particular, a programas de cuidados em saúde animal, é mais que imprescindível, é uma atitude
de responsabilidade social que vai de encontro ao que diz a Lei n° 8.080 de 1990, no seu Art.2,
que o Estado tem o dever de garantir as condições básicas de saúde das pessoas.
Segundo King et al. (2008), para garantir a saudável relação entre humanos, animais e
ambiente, faz-se necessário, repensar e construir estratégias integradas que viabilizem a
promoção à saúde. Garcia, Calderón e Ferreira (2012), defendem que a educação dos tutores de
animais para a prática da guarda responsável no controle populacional, na prevenção e controle
das zoonoses e no bem-estar animal, é extremamente fundamental para a saúde pública.
A implementação de políticas públicas de sanidade e bem-estar animal deve ser incluída
como prioridade na gestão pública responsável. Essa é uma condição que a própria sociedade
moderna vem impondo aos gestores públicos, principalmente pelo fato de que a sociedade está
começando a compreender que a relação homem, animais e ambiente é indissociável. A
sanidade e o bem-estar animal estão diretamente relacionados ao status de condição social de
uma população.
Uma das zoonoses mais preocupantes para os tutores de cães e também médicos
veterinários, é a Leishmaniose Visceral Canina (LVC). Esta é uma doença que está sendo cada
vez mais notificada em praticamente todos os municípios brasileiros (MACHADO, 2014).
Atualmente, é considerada uma das dez doenças infecciosas prioritárias, pela Organização
Mundial da Saúde (2012).
A Leishmaniose é causada por protozoários parasitos intracelulares obrigatórios, do
gênero Leishmania, transmitida pela picada do flebótomo do gênero Lutzomyia. De
característica clínica e epidemiológica diferenciada, com inúmeras espécies de Leishmanioses
ela pode infectar tanto o ser humano quanto outros mamíferos. É uma “Doença de Notificação
Compulsória” do Ministério da Saúde (QUINNELL, 2009). De característica infecciosa,
sistêmica e crônica, a LVC apresenta um período de incubação longo, normalmente de três a
sete meses (BRASIL, 2006). A doença apresenta um fator relevante, segundo Solano-Gallego
et al. (2009) o animal pode ser portador e assintomático, esse fato representa 80% dos casos em
áreas endêmicas. Portanto, adotar medidas preventivas é indispensável a todos animais, sendo
eles sororreagentes ou não.
O autor acima relata que os sinais clínicos são inespecíficos, o que dificulta o
diagnóstico precoce. No entanto, comumente são achados ao exame físico: lesões cutâneas,
linfadenopatias, diminuição do apetite, perda de peso progressiva, atrofia muscular, intolerância
ao exercício, letargia, claudicação, onicogrifose, lesões oculares, epistaxe, esplenomegalia,
vômito, poliúria, polidipsia. A evolução do quadro clínico da doença é gradativa, mas ao mesmo
tempo muito severo. Em casos terminais, o animal apresenta ao exame físico, caquexia,
paralisia de membros posteriores e inanição até evoluir ao óbito (BRASIL, 2006).
Solano-Gallego (2009) descrevem que o tratamento da doença é muito variável,
podendo ser o prognóstico de favorável a desfavorável, dependendo diretamente do estado
clínico do animal. Segundo alguns autores, a terapia pode levar a cura clínica, mas apesar disso,
os cães tratados seguem sendo potenciais reservatórios e disseminando a infecção aos
flebótomos (NOLI e AUXILIA, 2005; MANNA et al., 2008).
Tendo em vista todas as informações acima descritas, para garantir as condições de
saúde das populações caninas e humana, há uma urgente necessidade de se estabelecer
estratégias de prevenção e controle da leishmaniose visceral (SCHIMMING e SILVA, 2012).
Teodoro et al., (2004), afirmam que algumas medidas simples são muito eficazes no combate e
prevenção a Leishmaniose, como por exemplo, poda de árvores para aumentar a incidência da
luz sobre o solo, reduzir a umidade, remoção periódica de matéria orgânica presente no solo e
45
redução da quantidade de lixo na área urbana. Segundo os autores, com estas medidas é possível
reduzir em aproximadamente 90% a população de flebotomíneos.
Dye (1996), cita como exemplo eficaz no combate à doença o uso concomitante de três
métodos de controle disponíveis: coleiras com inseticida, controle do vetor e campanhas de
conscientização sobre a doença e seus riscos. Conhecer, analisar e propor soluções atualizadas
para doenças infecto-parasitárias, como a leishmaniose, é o grande desafio da saúde pública
(CLABORN, 2014; WHO, 2010). Uma das opções para a prevenção seria a vacinação de cães
com sorologia negativa, mas, ainda não tem disponibilizado no mercado, vacinas com 100% de
eficácia. Segundo o Ministério da Saúde, este, ainda não deve ser o único método preventivo
para a doença (BRASIL, 2006). No controle do vetor, poderia por exemplo, ser utilizada as
plantas repelentes, como no caso da citronela, malva-de-cheiro, alecrim, capim-limão, dentre
outras. Algumas cidades no Rio Grande do Sul, criaram hortas públicas de plantas repelentes,
e realizam a distribuição estratégica pelas escolas, postos de saúde e praças públicas, como uma
forma de garantir o acesso das pessoas a estas plantas.
Outra medida de controle a LVC, segundo o Ministério da Saúde, é a eutanásia de
animais sororreagentes (BRASIL, 2014). Mas, eliminar reservatórios que sejam sintomáticos,
segundo Costa et al., (2013), não apresenta uma efetividade suficiente, principalmente em áreas
com alta transmissão, já que a maioria dos animais são assintomáticos. A prática da eutanásia
é muito controversa, principalmente pelo direito constitucional dos direitos dos animais e a sua
garantia a vida. Mas na verdade, pelo viés da aceitação sobre a senciência animal, a
complexidade desta abordagem da eutanásia, de forma ética e responsável é passível de
aceitação em algumas circunstâncias, como no caso dos animais de famílias que não disponham
de recursos financeiros para arcar com o tratamento e medidas de prevenção.
Pensar na eutanásia simplesmente como um ato de “restringir o direito à vida”, pode
soar como um “ato de crueldade”, mas como uma forma de diminuir o sofrimento de um animal,
comprovadamente debilitado e sem as condições mínimas de saúde, é um ato de humanidade.
Além de garantir que a saúde pública seja resguardada. Alguns autores defendem que a
eutanásia de cães, é a mais polêmica e a menos aceitável, por preceitos éticos e pela alta
reposição destes cães eutanasiados (ANDRADE et al., 2007; NUNES et al., 2008).
Pensando pelo lado do abandono, o controle da população animal é outra medida
fundamental. Programas de castração gratuitos ou a baixo custo para a comunidade carente,
pode ser instituído através de parcerias entre a prefeitura e as universidades. A prefeitura seria
responsável pela aquisição e manutenção de um castra móvel e a universidade se
responsabilizaria pela mão-de-obra técnica e qualificada, utilizando-se dos seus alunos de
46
casos autóctones positivos em humanos e cães, é mais que necessário pensar em alguma
alternativa de combate à doença. Em Uruguaiana, o primeiro caso de Leishmaniose Visceral
Canina, ocorreu em 2008, o caso não era autóctone do município, mas desde então, convive-se
com um número elevadíssimo de animais sororreagentes para a doença (MONTEIRO et al,
2010).
A partir de 2009 a Vigilância Ambiental em Saúde de Uruguaiana implantou o Programa
de Controle da Leishmaniose, entre os anos de 2013 e 2016, quando era oferecido pelo Governo
Municipal suporte a eutanásia de cães sororreagentes foram realizados 1.133 testes em cães,
destes, 908 (80,14%) foram sororreagentes. Deste total, aproximadamente 50% dos
proprietários solicitou laudo para encaminhamento a eutanásia.
Já no período compreendido entre 2017 e 2018 (até o mês de novembro) foram atendidas
157 solicitações de teste em cães, destes, 112 (71,33%) foram sororreagentes ao teste Elisa. A
grande preocupação quanto a estes dados é que, segundo Werneck et al., (2007), a alta
prevalência em cães precede a ocorrência de casos em humanos. Esse fato, aliado ao
desconhecimento da população sobre a doença, assim como a falta de políticas públicas de
controle e prevenção a leishmaniose, retratam um problema iminente de saúde pública.
Atualmente, o Governo Municipal não oferece nenhum suporte a população. As pessoas que
tenham animal sororreagente, de posse de laudo confirmatório, tem a responsabilidade de
buscar uma clínica veterinária particular para a realização do tratamento ou da eutanásia.
Em Uruguaiana, a maioria dos cães, principalmente da população de baixa renda e que
habita ambientes precários em higiene e saneamento básico, não recebem nenhuma medida de
prevenção à doença, nem mesmo a mais acessível, educação sanitária e limpeza e redução da
matéria orgânica, colocando desta forma todos os outros cães e as pessoas em risco de exposição
ao protozoário. Essa situação preocupante reflete uma negligência total do poder público quanto
às necessidades da população referentes à doença. Nem mesmo atividades educacionais
preventivas de informação sobre a doença são oferecidas pelo município, e as pessoas seguem
desconhecendo a doença e, esta continua se disseminando entre os animais.
É necessário urgentemente, que a doença não seja mais tratada de forma negligenciada
pelo poder público e pelos profissionais de saúde. Estes devem obrigatoriamente abordar a
doença na sua essência, esta é a única maneira de juntamente com a comunidade, combatermos
esta zoonose tão severa e que vem colocando em risco a saúde e o bem-estar dos animais e
também das pessoas. Desta forma, é prioridade estabelecer um programa de educação em saúde,
de forma continua e abrangente. Segundo Freire (1989) e Borges et al., (2008), a educação deve
ser preconizada como o controle cultural da leishmaniose.
48
4 – CONCLUSÕES
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57
ANEXO