Aula 7 - Superelevação 2020

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19/07/2020

Aula 7
Parte 1

Superelevação
Introdução, definição e cálculo

Superelevação ou sobrelevação

• Inclinação
transversal da pista, feita com o objetivo de criar uma
componente do peso do veículo na direção do centro da curva
que, somada à força de atrito, produzirá a força centrípeta
Y
𝑉 𝑉
𝑅 ⇒ 𝑒 𝑓
N 𝑔· 𝑒 𝑓 𝑔·𝑅

CG
Pꞏ sen  3600 1 𝐺 𝑉 ·𝐺
Fc  𝐺 ⇒ ⇒𝑒 𝑓
Fa
𝜋·𝑅 𝑅 1146 𝑔 · 1146
X
P· cos 
P
 𝑉
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝐾,
𝑔 · 1146

𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑒 𝐾·𝐺 𝑓
Superelevação: 𝒆 tan 𝜶 2

1
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Superelevação 𝑒 𝐾·𝐺 𝑓

• Para um dado valor de f, a superelevação é proporcional a G


(grau da curva)
 Se fixarmos f, a relação entre e e G será linear
e

Qualquer reta
paralela às duas
0
fornece a relação
G
entre ‘e’ e ‘G’ para
um determinado f
entre zero e fmax
-fmax
3

Paralelogramo dos valores aceitáveis

• Impostas as limitações ao coeficiente de atrito e à


superelevação, o gráfico de e em função de G fica reduzido a um
paralelogramo
 há segurança para todos os pares de valores cujo ponto correspondente
esteja em seu interior
 Para valores fora do paralelogramo, não se pode garantir a segurança do
veículo e

B C
emax

G
A D Gmax 4

2
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Critério para a escolha da superelevação no trecho


circular
• Uma vez estabelecida a velocidade de projeto e a superelevação
máxima para o trecho, fica determinado o raio mínimo e,
conseqüentemente, o grau máximo
 Para uma curva qualquer se R > Rmin, portanto G < Gmax
 Existe uma infinidade de valores aceitáveis para a superelevação, desde que
corresponda a um ponto interno ao paralelogramo e

emax B C

Gmax

G
A D 5

Critério para a escolha da superelevação no trecho


circular
• Critério 1
 Oferecer o máximo conforto possível aos veículos que trafeguem na
velocidade de projeto
 Quanto menor o atrito, maior conforto dos passageiros e a estabilidade do veículo
devido à menor tendência ao deslizamento
 Ocorre quando o ponto cai sobre a reta AB do paralelogramo (f = 0)
 Utilizar este critério seria escolher a superelevação de maneira que o ponto caia
sempre sobre as retas AB ou BC

e
emax B C

G
A D Gmax 6

3
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Critério para a escolha da superelevação no trecho


circular
• Critério 2
 Escolher a superelevação de forma a proporcionar o conforto máximo ao
veículo que percorrer a estrada na velocidade média de operação
 Escolher a superelevação de forma que o ponto caia sobre a reta AE ou
EC
𝑉 ·𝐺 ; 𝑉 ·𝐺
e 𝑒 𝑓 𝑒
𝑔 · 1146 𝑔 · 1146
B E C
emax 3
𝑉 𝑉
4

G
A D Gmax 7

Critério para a escolha da superelevação no trecho


circular
• Critério 3
 Escolher a superelevação de maneira que o ponto caia sempre sobre a
diagonal maior do paralelogramo
 A superelevação e o coeficiente de atrito variam sempre na mesma proporção
 Oferece mais conforto que os critérios anteriores para veículos que têm velocidade
abaixo da média
 Projeto de estradas onde é pesados ou são
esperados com freqüência
e

B C
emax
DERSA adotou no
projeto das rodovias
dos Imigrantes e dos
A
G Bandeirantes
D Gmax 8

4
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Critério para a escolha da superelevação no trecho


circular
• Critério 4
 Conhecido como método da AASHTO
 Consiste em traçar a reta a reta AE e concordá-la com a reta EC, no ponto C (Gmax), por
meio de uma parábola
 A curva obtida dará a superelevação em função do grau da curva
 Proporciona maior conforto aos veículos que trafegam próximos da velocidade média de
percurso nas curvas horizontais de raios grandes ou pequenos
 Para curvas de raios médios, fornece valores intermediários entre os critérios 2 e 3
e
B E C
emax

G
A D Gmax 9

Escolha da superelevação

2·𝑅 𝑅
𝑒 𝑒 ·
𝑅 𝑅

• Adotada pelo DNIT para cálculo da taxa de superelevação para


raios acima dos mínimos
• Para curvas com grandes raios, a superelevação é
desnecessária, adotando-se para estes casos a seção normal
em tangente
Valores acima dos quais a superelevação é dispensável
V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Rmin
DNER
(m) 450 800 1250 1800 2450 3200 4050 5000 5000 5000 5000
(1999) 10

10

5
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Escolha da superelevação (DNIT)

Fonte: Adaptado de DNER (1999) 11

11

Escolha da superelevação (DNIT)

Fonte: Adaptado de DNER (1999) 12

12

6
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Escolha da superelevação (DNIT)

Fonte: Adaptado de DNER (1999) 13

13

Escolha da superelevação (DNIT)

Fonte: Adaptado de DNER (1999) 14

14

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Escolha da superelevação (DNIT)

Fonte: Adaptado de DNER (1999) 15

15

Seção transversal normal de um rodovia

Fonte: Adaptado de Pimenta e Oliveira (2004) 16

16

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Seção transversal normal de um rodovia

Fonte: Adaptado de Pontes Filho (1998) 17

17

Aula 7
Parte 2

Superelevação
Exercício 1

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9
19/07/2020

Exercício 1

• Calcular
a superelevação no trecho circular das curvas a seguir
pelo método do DNIT. Considere: Vp = 100 km/h e emax = 10%.

R3 = 1348,24 m
R1 = 521,00 m R2 = 365,00 m

2·𝑅 𝑅
𝑒 𝑒 ·
𝑅 𝑅
19

19

Aula 7
Parte 3

Superelevação
Exercício 2

20

10
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Exercício 2

• Para a curva 1 do exercício 1, calcular


 O coeficiente de atrito que efetivamente está sendo “utilizado”?
 Se quisermos operar na condição de maior conforto, qual será a
superelevação e o coeficiente de atrito?

21

21

Aula 7
Parte 4

Superelevação
Exercício 3

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11
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Exercício 3

• Dado Vp = 60 km/h e emax = 10%, traçar o paralelogramo dos


valores aceitáveis 𝑒 𝑓 𝐺 . Traçar a reta correspondente ao
atrito nulo considerando-se a velocidade média do percurso
como 85% da velocidade de projeto e traçar a parábola da
AASHTO.
e
B E C
emax

G
A D Gmax
23

23

Aula 7
Parte 5

Superelevação
Distribuição da superelevação

24

12
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Distribuição da superelevação em pistas simples


• Para passar da seção transversal normal para a
seção com a superelevação, necessitamos de
uma certa extensão a fim de que a variação da
inclinação transversal seja feita gradativamente,
garantindo um aspecto que inspire confiança ao
motorista

• É importante para evitar que o giro sofrido pelo


veículo, ao redor de seu eixo longitudinal, seja
muito rápido

• Recomenda-se que o giro seja feito na curva de


transição, adotando o valor zero no TS

25
25

Variação da seção transversal

• Suave e contínua
• Processos de variação
• Dentro do trecho de transição
 Giro em torno do eixo da pista
 O mais usado
E

BE BI

 Giro em torno do bordo interno

E
BE BI

 Giro em torno do bordo externo


E
BE BI

26
Fonte: Adaptado de Pontes Filho (1998)

26

13
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Fonte: Adaptado de Pontes Filho (1998)

Variação da inclinação
transversal
• Variação linear com o comprimento
• Em trechos retos, teoricamente não deveria
haver inclinação transversal , entretanto, na
prática adota-se uma pequena inclinação,
geralmente -2%, para escoamento das águas
pluviais, chamada de inclinação normal (en)
• Adotada inclinação zero no TS
 É necessária uma extensão na tangente (Lt)
para eliminar a inclinação negativa
• Chamando de SN (seção normal) o último ponto
da tangente que possui inclinação normal
 [SN] = [TS] – Lt
• SP é o ponto em que as duas faixas passam a
formar um só plano
 É simétrico de SN em relação ao TS 27

27

Distribuição da superelevação

• Ponto de Giro: ponto fixo da pista (BI, E ou BE)


• Giro ao Redor do Eixo:
 Cota do eixo não se altera (cálculo mais fácil) E

 Variação das cotas dos bordos é pequena BE BI

• Giro ao Redor do Bordo Interno:


 Nenhum ponto da pista desce em relação ao perfil de referência
(drenagem superficial)
E
 Boa condição estética (superelevação mais visível) BE BI

• Giro ao Redor do Bordo Externo:


 Pior processo quanto à drenagem E
BI
BE
 Bom para ramos de entroncamentos e casos de pistas duplas
28

28

14
30
29
Fonte: Adaptado de
Pimenta e Oliveira (2004)

Parte 6
Aula 7
Distribuição da superelevação

Fonte: Adaptado de
Pimenta e Oliveira (2004)

Distribuição da superlevação
Superelevação
Fonte: Adaptado de
Pimenta e Oliveira (2004)
29
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15
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Distribuição da superelevação
Fonte: Adaptado de Pimenta e Oliveira (2004)

GIRO EM TORNO DO EIXO

Fonte: Adaptado de Pimenta e Oliveira (2004)


É o mais usado pois acarreta
menores alterações das cotas do
pavimento em relação ao perfil
de referência, resultando numa
distorção menor do pavimento
a% ec %
a% a% a% 0% a%
ec% 31

31

Distribuição da superelevação
Fonte: Adaptado de Pimenta e Oliveira (2004)

GIRO EM TORNO DA BORDA INTERNA


Uso justificado onde houver risco de
problemas de drenagem devido ao
abaixamento da borda interna

ec %
Fonte: Adaptado de Pimenta e Oliveira (2004)

a% ec%
a% a% a% 0% a%

GIRO EM TORNO DA BORDA EXTERNA


Favorece a aparência e a estética ao evitar
a elevação dessa borda, normalmente é a
mais perceptível pelo motorista
a% a%
0% a%
a% a% ec %
ec%
32

32

16
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Distribuição da superelevação

• As variações de cotas das bordas e eixo em relação ao perfil de


referência estão sujeitas a valores máximos recomendados, pois
a variação da superelevação deve ser feita de forma segura e
confortável
•O processo de distribuição da superelevação pode ser dividido
em duas etapas
 1ª etapa: eliminação da superelevação negativa
 2ª etapa: obtenção da superelevação e% do trecho circular

-a% -a% Nível (0%) -a% e%

1ª etapa 2ª etapa
33

33

Distribuição da superelevação

• No caso comum quando o trecho circular é sucedido por curvas de


transição, a variação da superelevação (2ª etapa) deverá ser feita dentro da
curva de transição
 Neste caso, o comprimento de transição Ls define o comprimento do trecho de variação
da superelevação (Le), e portanto a inclinação longitudinal 2
 Para a 1ª etapa, o comprimento Lt é definido em função do valor da inclinação 1
 Processos mais usados

1 = 2 =  (valores máximos tabelados)


Pontes Filho (1998)
Fonte: Adaptado de

Taxa máxima de  (2 faixas e giro em torno do eixo) (DNER, 199)


v (km/h) 40 50 60 70 80 90 100
(%) 0,73 0.65 0,59 0,54 0,50 0,47 0,43
Variação 1:137 1:154 1:169 1:185 1:200 1:213 1:233 34

34

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Distribuição da superelevação

35

35

Distribuição da superelevação

36

36

18
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Distribuição da superelevação

• Comprimento mínimo necessário para a variação da seção


transversal
 Corresponde a um comprimento mínimo da curva de transição (critério
estético)
𝑉𝑝 Le = comprimento do trecho de variação
𝐿𝑒 da superelevação
1,8

 Recomenda-se que o comprimento assim adotado seja usado como


comprimento mínimo de transição, com o giro feito na curva de transição
 Quando a curva horizontal é circular simples, a variação da superelevação
poderá ser feita parte no trecho em tangente e parte no trecho circular, ou
toda no trecho em tangente
37

37

Transição da superelevação sem curva de transição

• Nesta hipótese a transição da superelevação será procedida ao


longo do comprimento de transição calculado, dispondo-se de
60% a 70% desse comprimento na tangente que precede o PC

• Se houver conveniência poderá haver pequenos deslocamentos


longitudinais para fazer que os pontos notáveis coincidam com
estacas inteira ou +10

38

38

19
19/07/2020

Distribuição da superelevação

• Para pistas com número de faixas maior que 2, a AASHTO

recomenda os seguintes valores

 3 faixas: Le’ = 1,2Le

 4 faixas: Le’ = 1,5Le

 6 faixas: Le’ = 2,0Le

39

39

Distribuição da superelevação
Fatores de majoração do Ls (DNER (1999), Quadro 5.18)

Distância entre bordo


Fator de majoração
da pista e eixo de rotação

Dobro de uma faixa 1,50 · 𝐿𝑠

Triplo de uma faixa 2,00 · 𝐿𝑠

Quádruplo de uma faixa 2,50 · 𝐿𝑠


40

40

20
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Aula 7
Parte 7

Superelevação
Exercício 4

41

Exercício 4
• Com o perfil dado na tabela a seguir, supondo que o alinhamento horizontal
é o representado no esquema e, sendo conhecida a en = -2%; ec = 8% e a
largura da pista lp = 7,00 m, calcular as cotas das bordas em todo o trecho
onde há influência da superelevação, aplicando o giro em torno do eixo
Cotas (m)

554
Estaca Cota Estaca Cota Estaca Cota
552
104 546,88 112 544,13 120 546,53 550

105 546,48 113 544,08 121 547,28 548

546
PTV = 121

106 546,08 114 544,13 122 548,08


544
PCV = 109

107 545,68 115 544,28 123 548,88


542

108 545,28 116 544,53 124 549,68 540


TS

ST

538 SC CS
109 544,88 117 544,88 125 550,48
536
110 544,53 118 545,33 126 551,28
534
104

106

108

110

112

114

116

118

120

122

124

126

111 544,28 119 545,88 127 552,08


Estaca 42

42

21
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Aula 7
Parte 8

Superelevação
Exercício 5

43

Exercício 5
• Com o perfil dado na tabela a seguir, supondo que o alinhamento horizontal
é o representado no esquema e, sendo conhecida a en = -2%; ec = 8% e a
largura da pista lp = 7,00 m, calcular as cotas das bordas em todo o trecho
onde há influência da superelevação, aplicando o giro em torno do bordo
interno.
Cotas (m)

Estaca Cota Estaca Cota Estaca Cota 554

552
104 546,88 112 544,13 120 546,53
550
105 546,48 113 544,08 121 547,28 548

106 546,08 114 544,13 122 548,08 546


PTV = 121

544
107 545,68 115 544,28 123 548,88
PCV = 109

542
108 545,28 116 544,53 124 549,68
540
109 544,88 117 544,88 125 550,48
TS

ST

538 SC CS

110 544,53 118 545,33 126 551,28 536

534
111 544,28 119 545,88 127 552,08
104

106

108

110

112

114

116

118

120

122

124

126

44
Estaca

44

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Aula 7
Parte 9

Superelevação
Exercício 6

45

Exercício 6
• Com o perfil dado na tabela a seguir, supondo que o alinhamento horizontal
é o representado no esquema e, sendo conhecida a en = -2%; ec = 8% e a
largura da pista lp = 7,00 m, calcular as cotas das bordas em todo o trecho
onde há influência da superelevação, aplicando o giro em torno do bordo
externo.
Cotas (m)

Estaca Cota Estaca Cota Estaca Cota 554

552
104 546,88 112 544,13 120 546,53
550
105 546,48 113 544,08 121 547,28 548

106 546,08 114 544,13 122 548,08 546


PTV = 121

544
107 545,68 115 544,28 123 548,88
PCV = 109

542
108 545,28 116 544,53 124 549,68
540
109 544,88 117 544,88 125 550,48
TS

ST

538 SC CS

110 544,53 118 545,33 126 551,28 536

534
111 544,28 119 545,88 127 552,08
104

106

108

110

112

114

116

118

120

122

124

126

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Estaca

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Aula 7
Parte 10

Superelevação
Exercício 7

47

Exercício 7

• Para uma curva circular simples com R = 1000 m, sendo a Vp =


70 km/h, a superelevação de projeto ec = 4,5%, a largura da
pista lp = 7,2 m, a estaca do PC = [62 + 2,74 m] e do PT = [75 +
4,54 m], construa o diagrama de variação da superelevação e a
tabela de variação da superelevação com as diferenças de nível
aplicando giro em torno do eixo.

48

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