R - D - Carla Mannich
R - D - Carla Mannich
R - D - Carla Mannich
CARLA MÄNNICH
CURITIBA
2013
CARLA MÄNNICH
CURITIBA
2013
Aos meus pais, Grete e Wolfgang, pelo apoio
e carinho que sempre me deram.
AGRADECIMENTOS
À Deus.
Aos meus pais, Grete e Wolfgang, por acreditarem em mim e sempre se
dedicarem para me dar o melhor. Ich liebe euch.
Ao meu irmão, Michael, e minha cunhada, Priscila, por sempre me
incentivarem e me ajudarem.
À professora Salete, por acreditar em mim e na minha ideia, me orientar e me
mostrar sempre a importância de se amar o que se faz.
Aos meus amigos e demais familiares, que me acompanharam durante essa
etapa da minha vida, por me incentivarem e ajudarem sempre que possível.
Aos colegas do mestrado e doutorado que estavam sempre dispostos a
ajudar e contribuir na minha formação, em especial minha amiga Larissa Souza,
com a qual já estudo desde a graduação, e que é minha companheira de ideias, de
crises, de realizações, e sempre uma grande incentivadora.
Aos professores do Departamento de Turismo, essenciais na minha
formação, e que também sempre me incentivaram a continuar estudando.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Geografia, que me
ajudaram a entrar no mundo da geografia.
Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Geografia, que sempre
foram muito prestativos e muito companheiros.
Ao Instituto Municipal de Turismo – Curitiba Turismo, que no primeiro
momento me deu flexibilidade para a realização do mestrado, e posteriormente
autorizou minha licença para que pudesse me dedicar exclusivamente à dissertação.
E a todos os colegas de lá que me incentivaram e me ajudaram com o que eu
precisei.
À CAPES/Reuni, pela bolsa concedida na reta final do mestrado, que permitiu
que eu me dedicasse exclusivamente à ele.
A todos vocês, meu muito obrigada. Essa jornada não seria possível sem
vocês!
RESUMO
Key words: humanistic geography, space perception, mind maps, Historic District of
Curitiba.
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
1 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO...................................................... 15
1.1 UM OLHAR SOBRE A GEOGRAFIA HUMANISTA E SUAS NUANCES ............ 15
1.1.1 A fenomenologia como aporte da geografia humanista ................................... 22
1.2 A PERCEPÇÃO DO ESPAÇO ............................................................................ 25
1.3 MAPAS MENTAIS: UMA METODOLOGIA DE PESQUISA ................................ 33
2 CENTRO HISTÓRICO DE CURITIBA: UMA PERSPECTIVA DOCUMENTAL
E BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 39
2.1 A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO LUGAR ....................................................... 41
2.2 AS EDIFICAÇÕES QUE FORMAM O CENTRO HISTÓRICO ............................ 48
2.3 O DIA-A-DIA CENTRO HISTÓRICO ................................................................... 77
3 DESVENDANDO AS PERCEPÇÕES DO CENTRO HISTÓRICO DE
CURITIBA ................................................................................................................. 87
3.1 A PESQUISA EMPÍRICA: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................. 87
3.2 O CENTRO HISTÓRICO NA PERCEPÇÃO DOS ENTREVISTADOS: OS
MAPAS MENTAIS ..................................................................................................... 89
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ........................................................120
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................128
REFERÊNCIAS .......................................................................................................131
APÊNDICE ..............................................................................................................140
11
INTRODUÇÃO
Enquanto para algumas pessoas um espaço pode não ter grande importância
e não ter valor simbólico, para outra pessoa esse mesmo espaço pode ser dotado
de simbologias e de representações que consolidem uma relação de identidade e
afinidade, transformando esse espaço em lugar.
O intuito principal do estudo aqui proposto foi de buscar compreender qual é a
percepção que diferentes pessoas tinham do Centro Histórico de Curitiba e quais
são as suas representações.
A pesquisa foi desenvolvida nos anos de 2012 e 2013, e o espaço escolhido
para a sua realização foi o Centro Histórico de Curitiba, por tratar-se de uma área no
centro da capital paranaense, na qual se encontram construções históricas dos
séculos XVIII e XIX, bem como modernas construções, oferecendo aos moradores e
visitantes diversos tipos de comércio, serviços, bem como atividades culturais e de
lazer.
Desde o início do desenvolvimento da cidade de Curitiba, a área onde se
situa o Centro Histórico já apresentava a concentração de comércios, serviços
públicos, igrejas e variadas atividades, como feiras públicas. Essa área da cidade
preserva os elementos mais significativos do desenvolvimento de Curitiba. Existe
uma área delimitada no zoneamento de Curitiba como o Setor Histórico da mesma.
Esse espaço é delimitado por lei por sua importância histórica, porém optou-se por
adotar nesse trabalho o termo Centro Histórico, justamente para evitar que se
trabalhasse com um espaço delimitado, permitindo que os próprios participantes
desvendassem qual área consideram de importância histórica para a cidade.
Diversos motivos levaram à escolha do Centro Histórico como o recorte
espacial dessa pesquisa. Tal espaço é caracterizado por constantes transformações
espaciais, nas quais as mesmas edificações já tiveram diversos usos e
consequentemente diversas representações para os moradores, trata-se ainda de
um importante atrativo turístico de Curitiba, e de um espaço no qual tem-se um
grande fluxo de pessoas, as quais têm diferentes graus de relação com o mesmo.
A escolha pela realização dessa pesquisa nesse espaço específico da cidade
se justificou ainda pelos recentes projetos de revitalização que estão ocorrendo no
local, e pela consolidação do mesmo como um espaço para a realização de eventos
culturais da cidade. A evidência desse espaço no contexto atual despertou a
curiosidade em entender se essas ações têm valorizado esse espaço pela sua
importância histórica e cultural, e se os elementos presentes no mesmo, que
13
1 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
Para Dardel (2011), a geografia é o meio pelo qual o homem realiza sua
existência na Terra. A ciência geográfica pressupõe essa experiência, que vem
antes de qualquer conhecimento científico e objetivo. Essa experiência, para o autor,
não pode ser objetivada, ela precisa ser trabalhada de forma subjetiva, e essa
característica não desmerece esses dados, que seriam então o verdadeiro objeto de
estudo da ciência geográfica.
Amorim Filho (1996) destaca ainda Lowenthal, que, na década de 60, propôs
a valorização da experiência vivida e da imaginação no pensamento geográfico. Ele
retoma o conceito de geosofia de Wright no desenvolvimento de suas propostas
(HOLZER, 1993).
Entre as décadas de 1950 e 1970, os estudos de geografia atravessaram um
período de crise. Com as mudanças sociais, culturais, econômicas e políticas
ocorrendo no mundo, os temas e conceitos adotados até então não eram mais
aplicáveis e suficientes para os pesquisadores. É nesse período de crise que se
desenvolve essa vertente da geografia. Esse processo se desenvolve em um
contexto de valorização cultural, marcado pelas viradas culturais. Claval (2008)
discorre a respeito das três viradas culturais: a virada linguística (valorização das
palavras e imagens como fonte de informação), a virada espacial (organização
social em lugares e espaços concretos) e virada cultural (identificação da influência
de aspectos subjetivos e de representações da cultura nos processos sociais,
econômicos e políticos).
Sobre esse processo de transformação do pensamento geográfico, Claval
(2001, p. 39) faz uma importante síntese:
Tudo aquilo que eu sei do mundo, mesmo por ciência, eu o sei a partir de
uma visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos
da ciência não poderiam dizer nada. Todo o universo da ciência é
construído sobre o mundo vivido, e se queremos pensar a própria ciência
com rigor, apreciar exatamente seu sentido e seu alcance, precisamos
primeiramente despertar essa experiência do mundo da qual ela é
expressão segunda (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 3).
representações são resultado da interação dos homens entre si e com o espaço, são
dinâmicas, e têm uma relação de retroalimentação com as atitudes dos homens.
Cada pessoa tem suas próprias representações dos espaços e lugares que
vivencia, e essas representações são importantes para a construção do saber
geográfico. Andre (1989) afirma inclusive que elas têm papel didático no ensino
dessa disciplina, quando ressalta que as representações tornam os alunos ativos na
análise do espaço.
Essas colocações evidenciam que o espaço urbano é construído por diversas
gerações de pessoas, que agregam representações diferentes a ele, e alteram sua
estrutura. Essas alterações muitas vezes contribuem para as variadas percepções
que as pessoas têm de um mesmo lugar.
Por trás da construção do espaço há simbologias que remetem ao
desenvolvimento de um grupo social. Ao ser dotado de representações, o espaço se
transforma em um meio de comunicação entre as gerações. Souza (2006, p.168)
relata que:
Uma pátria tem seus referenciais, que podem ser marcos de grande
visibilidade e importância pública, como monumentos, templos, campos de
batalha sagrados e cemitérios. Esses sinais visíveis servem para aumentar
o sentimento de identidade das pessoas; incentivam a consciência e a
lealdade para com o lugar.
29
em relação à cultura local, que pode ser percebida através dos elementos presentes
no espaço. A intensidade desse intercâmbio cultural varia muito de turista para
turista, pois cada um tem propósitos e expectativas diferentes com relação à viagem
realizada.
De maneira geral, parte-se da ideia de que o turista tem uma apreciação mais
estética de um espaço, pois desconhece mais informações a respeito do mesmo. É
isso que afirma Tuan (1980), quando discorre que a avaliação que o visitante faz do
ambiente é a visão de um estranho, sendo então essencialmente estética. Para ele,
como já comentado, o morador e o visitante focalizam aspectos diferentes do
espaço em suas percepções, sendo a atitude do morador mais complexa, e a do
visitante mais simples e superficial.
Essa ideia parte do princípio de que nas experiências de viagem dos turistas,
eles têm contato com espaços cujas simbologias e representações não fazem parte
de seus conhecimentos. Mas isso não quer dizer não haja esse interesse, e a para
que ele seja despertado, é preciso algum incentivo por parte do espaço receptor.
Para Tuan (1980), é necessário um esforço especial para provocar empatia em
relação aos aspectos relativos à vida e aos valores dos habitantes.
É o esforço em interagir com o turista que vai possibilitar que ele tenha uma
experiência diferenciada e enriquecida por um entendimento das representações por
trás do espaço e seu patrimônio. Nem todos os turistas têm esse interesse, mas
outros têm justamente esse objetivo, de conhecer uma cultura diferenciada, e outros
ainda têm esse interesse, e só necessitam de um incentivo para conhecerem mais.
Sobre esse possível interesse em entender melhor os aspectos culturais do
espaço visitado, Meneses (2006, p. 13) coloca que:
(1980) coloca que o turismo tem utilidade econômica e social, mas não
necessariamente une o homem à natureza, e nesse sentido considera que a
apreciação do turista pode ser mais duradora quando é mesclada com a curiosidade
científica.
Melhorar a experiência de viagem de um turista aguçando sua curiosidade e
aproximando-o do patrimônio cultural ou representações presentes no espaço, é
então uma possibilidade muito importante para o desenvolvimento de um destino
turistico. Investir nesse âmbito torna-se um diferencial para o mesmo, e é nesse
sentido que as ferramentas de interpretação patrimonial podem ser uma chave para
o sucesso.
O conceito de interpretação do patrimônio foi desenvolvido a partir do fim da
década de 50, nos Estados Unidos. Murta e Goodey (2002, p. 13) descrevem essa
ferramenta como “o processo de acrescentar valor à experiência do visitante, por
meio do fornecimento de informações e representações que realcem a história e as
características culturais e ambientais de um lugar”.
O uso da expressão lugar na colocação anterior já evidencia um dos
principais objetivos da interpretação do patrimonio, de dar sentido ao espaço e aos
elementos presentes nele.
O conceito de interpretação do patrimônio foi estabelecido pelo Serviço
Nacional de Parques dos Estados Unidos, com intuito de preservar seus parques.
Na década de 60, na Grã-Bretanha, esse conceito foi se expandindo também para
aplicação em áreas rurais. A partir dos anos 70, passou-se a aplicar essa técnica
também em espaços urbanos, pensando então no patrimônio cultural como recurso
para a atividade turística (MURTA; GOODEY, 2002).
A utilização das técnicas de interpretação do patrimônio vem então como uma
oportunidade de enriquecer a experiência do visitante em relação ao espaço, a partir
do momento que serve como veículo de comunicação entre ambos. A utilização de
técnicas que vão desde teatro, literatura, fotografias, mapas, painéis e guias,
permitem uma maior interação do homem com o espaço, e revelam significados que
muitas vezes acabam perdidos por não serem explícitos no patrimônio cultural.
A interpretação do patrimônio permite que o espaço seja para o visitante um
lugar, algo com significado e importância. É uma maneira de valorizar o patrimônio
cultural existente no espaço e garantir uma experiência turística diferenciada e real,
que aproxime visitante e morador, a partir do momento em que ambos têm um
33
Para Andre (1989), a principal contribuição dos mapas mentais era que eles
ajudam a revelar espaços de vida, tornando visíveis estruturas espaciais muitas
vezes ignoradas. Os mapas permitem que se identifiquem representações que às
vezes as próprias pessoas que as têm não conseguem expressar. Nos mapas
mentais é possível “ler as entrelinhas” das representações espaciais, sendo possível
elucidar com maior precisão a relação do homem com um espaço ou fenômeno
espacial.
Archela, Gratão e Trostdorf (2004, p. 131) afirmam que “o mapa mental pode
ser o instrumento ideal a ser utilizado pelos profissionais da geografia, para
compreensão dos lugares, uma vez que, através dessas representações, pode-se
compreender o lugar das experiências e das vivências”, evidenciando o papel do
individuo no entendimento de um espaço.
As representações são uma forma de linguagem, às quais refletem as
experiências vividas pelos homens. Quando expressas através de ícones, essas
representações são passíveis de serem interpretadas e permitem que os mapas
mentais sejam entendidos como enunciados (BAKHTIN, 1986). Tais enunciados
apresentam um caráter dialógico, que evidencia a relação entre os sujeitos, o eu e o
outro, e a interação entre eles, resultando em um processo representativo em
constante recriação.
Para Bakhtin (1986), os elementos simbólicos, como os presentes nos mapas
mentais, são reflexos de uma vivência coletiva, e enunciam além da experiência
individual, devido ao dialogismo característico da vivência entre os indivíduos. As
representações podem ser lidas e compreendidas enquanto um enunciado que
evidencia as construções sociais no contexto vivido.
Com o fim de realizar a análise dos mapas mentais, Salete Kozel elaborou a
Metodologia Kozel em 2001, utilizada naquele momento para reflexões sobre a
imagem da cidade de Curitiba em sua tese de doutorado pela Universidade de São
Paulo (USP) (KOZEL, 2001). O objetivo da metodologia é decodificar os textos
expressos nos mapas mentais em sua construção sígnica (KOZEL, 2006),
baseando-se em Bakhtin.
A análise dos mapas mentais através da Metodologia Kozel baseia-se na
análise dos seguintes quesitos (KOZEL, 2006):
a) Interpretação quanto à forma de representação dos elementos da imagem
(ícones diversos, letras, mapas, linhas, figuras, entre outros);
37
[...] a cidade não conta seu passado, ela o contém como as linhas da mão,
escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimões das
escadas, nas antenas dos pára-raios, nos mastros das bandeiras, cada
segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras.
Nesse sentido, os centros históricos das cidades são a área com mais
potencial dentro das mesmas quando se tem interesse em compreender melhor seu
40
Até o século XVII, a área em que atualmente se situa o Estado do Paraná era
habitada por povos indígenas (HLADCZUK et al., 2000; FENIANOS, 2002). Segundo
os mesmos autores, a ocupação pelos colonizadores dos campos de Curitiba
começou em 1649, quando Eleodoro Ébano Pereira organizou, a pedido do
Governador do Rio de Janeiro, uma expedição aos “Campos de Queretiba”. Partindo
de Paranaguá, a expedição em direção ao planalto curitibano tinha por objetivo
encontrar novas minas de ouro, já que as minas existentes no litoral apresentavam-
se escassas. Em 1650, tem-se o registro do surgimento de uma pequena povoação
às margens da antiga Vilinha, no Atuba (HLADCZUK et al., 2000; FENIANOS, 2002).
De acordo com Fenianos (2002, p. 36), discorrendo à respeito dos primeiros
exploradores, “a comida escassa, a falta de ouro e o frio intenso os teriam levado a
procurar um outro local para levantar uma nova povoação”, o que os teria levado
para a região da Praça Tiradentes. Porém, em Leahy (2008, p. 6), tem-se uma outra
versão para a mudança do povoamento:
Foi então por volta de 1654 que a população começou a se instalar nas
proximidades da Praça Tiradentes, onde foi erguida uma capela (BORGES, 2011).
Foi nesse local que o Capitão-Povoador Matheus Martins Leme promoveu a eleição
da Câmara de Vereadores e a instalação da Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
(FENIANOS, 1996). Ao redor desse pequeno povoado central cresceu Curitiba.
A elevação à condição de Vila ocorreu em 29 de março de 1693, tendo sido
criada a Câmara e instalado o Pelourinho (DESTEFANI, 1979). Borges (2011)
argumenta que os três atos de fundação da vila foram então: a ereção da capela, o
levantamento do pelourinho (1668) e o estabelecimento das autoridades municipais
(1693).
Sobre o desenvolvimento e crescimento da Vila, Trevisan (1996, p. 77) afirma
que:
Dona Helena Rodrigues Coutinho doaram meia légua de terra para que fosse
edificada ali uma igreja. Em 1737, era inaugurada a Igreja de Nossa Senhora do
Terço. Anos mais tarde a igreja era repassada à Ordem Terceira de São Francisco
de Chagas, surgindo dessa mudança o nome Igreja da Ordem.
Sobre a expansão da cidade, Borges (2011, p. 8) evidencia que:
Com isso, a partir dos anos 1850, as construções da área central, até então
de características espanholas e portuguesas, começam a tomar uma forma diferente
devido aos novos imigrantes, principalmente alemães.
O autor ainda apresenta uma planta de 1857, na qual é possível ver o
delineamento de ruas da época, na qual constam as seguintes ruas: Rua do
Comércio (atual Rua Marechal Deodoro), Rua da Entrada (atual Rua Emiliano
Perneta), Rua das Flores (atual Rua XV de Novembro), Rua da Assembleia (atual
Alameda Doutor Muricy), Rua do Rosário, Rua Fechada (atual Rua José Bonifácio),
44
Rua do Fogo (atual Rua São Francisco), Rua do Nogueira (atual Rua Barão do
Cerro Azul), Rua Direita (atual Rua 13 de Maio), Rua do Saldanha (atual Rua
Presidente Carlos Cavalcanti), Rua do Carioca (atual Rua Riachuelo), Estrada da
Marinha (atual Avenida João Gualberto) e Caminho do Campo Novo (localizado
próximo a onde hoje se encontram as Ruínas de São Francisco) (FENIANOS, 1998).
A construção da estrada de ferro ligando Curitiba ao litoral do Paraná
favoreceu o crescimento da cidade em direção à estação ferroviária, a partir da
década de 1880 (BORGES, 2011). Mas, de acordo com o mesmo autor, já nesse
período e no início do século seguinte (século XX), o crescimento passou a apontar
em todas as direções, impulsionado pela chegada dos milhares de imigrantes
europeus, bem como pela implantação das linhas de bonde urbano (BORGES,
2011).
Seguindo para o século XX, Fenianos (1998, p. 25) retrata um cenário típico
da época na região central da cidade:
Nos anos 30, o bairro já era palco de uma das imagens mais típicas e
tradicionais de Curitiba: a imagem das colonas italianas e polonesas que
vinham da “roça” para vender ovos, legumes, verduras, galinhas, queijos,
salames e frutas nas portas das casas. Um dos seus pontos de encontro
era o Largo da Ordem, onde os cavalos que puxavam as carroças ficavam
próximos ao famoso bebedouro, construído em 1932, aproveitando a
mesma fonte que antes abastecia a população.
A nova lei ainda restringiu os usos das edificações nessa área e introduziu
incentivos construtivos para estimular o restauro e a conservação de imóveis de
valor histórico e arquitetônico. O Setor Histórico também foi expandido, passando a
incluir também a Praça Tiradentes e suas imediações (CURITIBA, 2000). Além
disso, as UIEP´s, em questão de legislação de zoneamento, foram incluídas como
semelhantes ao Setor Especial Histórico (NAVOLAR, 2011).
A seguir (FIGURA 1) é possível visualizar na planta a área de abrangência do
Setor Especial Histórico, incluindo as alterações do ano 2000, vigentes até agora.
47
Palácio São Francisco, Passeio Público e seu portal, Praça João Candido, Paço da
Liberdade, entre outros (SEEC, 2012).
Em nível federal, o órgão responsável pela preservação histórica e cultural é o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e em Curitiba, a única
edificação tombada por esse órgão é o Paço da Liberdade (FENIANOS, 1993).
PMC, 2012). De acordo com a mesma publicação, parte da construção foi concluída,
porém, em 1860, as pedras que finalizariam as obras teriam sido usadas para erguer
a torre da igreja matriz. Pode ser visitada, mas é protegida por uma grade, devido
aos vandalismos sofridos no passado.
Murici e foi inaugurado em 1876, no Largo da Fonte, hoje Praça Zacarias (MUSEU
Paranaense, 2013). A mesma fonte descreve que no ano de 1882 transformou-se
em órgão oficial de governo, e a partir daí, passou a receber contínuas doações. Já
ocupou seis sedes, até fixar-se na atual, onde possui tanto exposições permanentes
quanto exposições temporárias, dentre as quais é destaque o Pavilhão da História
do Paraná (MUSEU Paranaense, 2013).
em 1995, e abriga o Relógio das Flores e a Fonte da Memória. Além disso, em seu
entorno estão o Palacete Wolf e a Igreja do Rosário.
A Rua Claudino dos Santos desemboca no Largo da Ordem, cujo nome oficial
é Largo Coronel Enéas, mas já foi Páteo de Nossa Senhora do Terço, Páteo da
Capela e Páteo de São Francisco das Chagas (FENIANOS, 1993). Fenianos relata
que em seu centro existiu um chafariz, demolido quando houve a instalação da rede
de água e esgoto, mas ainda conserva o antigo bebedouro para animais (FIGURA
10). Lá eram realizados os pregões dos colonos, vendendo seus produtos, trazidos
da periferia para o centro (FENIANOS, 1993). Em seus arredores estão a Igreja da
Ordem, o Museu de Arte Sacra, a Casa Vermelha e a Casa Romário Martins.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, conhecida por
Igreja da Ordem (FIGURA 9), foi construída em 1737 e restaurada duas vezes: em
1880, para a visita do Imperador Pedro II e em 1978, dando origem a I Festa de São
Francisco da Ordem (FENIANOS, 1993). O autor afirma que se trata da mais antiga
edificação católica da capital. O Museu de Arte Sacra existe desde 1981, no anexo
56
A Casa João Turin foi criada em 1989 para expor e preservar a memória do
artista, e deveria ter sido criada no atelier do artista, mas esse foi demolido na
década de 1950 (CTUR; FCC; PMC, 2012). O espaço foi fechado em 2012.
O Conservatório de MBP de Curitiba é administrado pela FCC, e é voltado
para a música (CTUR; FCC; PMC, 2012). Consta na publicação ainda que o sobrado
onde está sediado foi residência da família Guimarães, construído em 1897, e que,
ao longo dos anos, esse abrigou diversos comércios, sendo espaço cultural desde
1992.
Seguindo do Largo da Ordem pela Galeria Júlio Moreira, construída em 1976,
é possível chegar à Praça Tiradentes (FENIANOS, 1993). Na Travessa Nestor de
Castro, que está sobre a galeria, há um espaço chamado de Museu na Rua
(FIGURA 12), onde as paredes cegas de antigas edificações desse logradouro
servem de suporte para o conjunto de painéis do artista curitibano Poty Lazzarotto
(FENIANOS, 1993). Fenianos afirma que tais painéis costuram a paisagem do Setor
Histórico com a identidade do povo.
59
O Passeio Público (FIGURA 19) foi inaugurado em 1886, e foi por quase um
século o único parque de Curitiba (FCC, 2007e). Na mesma publicação é descrito
que ele foi construído para resolver problemas de inundação do rio Belém, que seu
portão em art-nouveau é inspirado no Cemitério de Cães de Paris, e que em 1932 se
tornou uma espécie de zoológico, até 1982 quando os animais foram transferidos.
Atualmente ainda abriga alguns animais de pequeno porte.
Cada ano a feira tem aumentado e ganhado mais destaque em nível nacional.
De acordo com pesquisa realizada pelo CTUR (UEMURA; OLIVEIRA, 2011a), todos
os domingos mais de 20 mil pessoas visitam a feira. Segundo a mesma pesquisa,
em 2011 foi um total de 853 mil visitantes, dos quais 213 mil eram de fora da cidade.
A programação natalina da cidade, que cada vez tem aumentado e se
destacado, também tem como palco alguns locais do Centro Histórico. O mais
tradicional espetáculo ocorre no Palácio Avenida, no calçadão da Rua XV
(APRESENTAÇÕES de Natal, 2012). Também, de acordo com a mesma publicação,
tem sido instalada há dois anos a Galeria da Luz na Rua XV de Novembro (FIGURA
30), que também conta com um espetáculo; o Paço da Liberdade também possui
programação natalina, e em 2012 o Largo da Ordem passou também a ser palco de
espetáculos; na Praça Santos Andrade também ocorrem espetáculos, e inclusive
uma feira de temática natalina, que acontece também na Praça General Osório
(APRESENTAÇÕES de Natal, 2012).
de mais de 10 mil pessoas. O Pré-Carnaval ocorre sempre nos quatro domingos que
antecedem o Carnaval.
FIGURA 32 – PRÉ-CARNAVAL
FONTE: MÄNNICH (2013)
do Rosário, Suiane Maria, The Farm, Tuba´s Bar e União dos Escoteiros do Brasil
(REDE Empresarial do Centro Histórico de Curitiba, 2013).
Umas das propostas do grupo é a realização de eventos na área, e em 2012
isso já se concretizou, através da realização do Centro Histórico Divertido, evento
realizado para o Dia das Crianças, e o Natal do Centro Histórico, que integrou a
programação natalina de Curitiba (PANORAMA DO TURISMO, 2012b; BORTOLIN,
2012).
Entrando no mérito da atividade turística, em 2011, Curitiba recebeu 3,7
milhões de visitantes, ainda não havendo dados referentes à 2012, mas a estimativa
era de que se alcançasse a marca dos 4 milhões de turistas (PMC, 2012c). A
mesma publicação discorre que o Centro Histórico de Curitiba é um dos espaços
visitados pelos turistas na cidade, principalmente depois das recentes revitalizações.
Em 2011, foram 604.656 embarques na Linha Turismo (UEMURA; OLIVEIRA,
2011b). A Linha Turismo é o ônibus que faz o percurso pelos principais pontos
turísticos de Curitiba, seu principal ponto de embarque é na Praça Tiradentes, de
onde os ônibus saem a partir das 9 horas, de 30 em 30 minutos e o percurso conta
com 25 atrações (CTUR; PMC, [2012?]). Dentre os pontos de desembarque do
roteiro, os mais visitados são o Jardim Botânico, a Ópera de Arame e a própria
Praça Tiradentes. Porém há outras paradas no Centro Histórico e arredores, como
Museu Ferroviário, Teatro Guaíra / Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Passeio Público / Memorial Árabe, Setor Histórico e Paço da Liberdade, que também
recebem visitantes (UEMURA; OLIVEIRA, 2011b). Como há proximidade entre todas
essas paradas, os usuários acabam visitando a pé diversas das atrações.
Entre os materiais disponibilizados aos turistas em Curitiba, existe um mapa
turístico da cidade e o material Curta Curitiba a pé. Tais materiais são distribuídos
nos PIT´s, que atualmente totalizam 10, sendo um deles no Centro Histórico, a Sala
de Pedra, anexa ao Palacete Wolf, na Praça Garibaldi (PMC, 2012b).
O projeto Curta Curitiba a pé busca levar o turista ao centro da cidade e
movimentar o comércio local. Foram resgatados roteiros mais antigos, como o Linha
Vermelha, de 1991 e Linha Pinhão, de 1993, com reedição em 1996, e a partir de
uma parceria entre a Casa da Memória, a FCC, o CTUR e o IPPUC foi elaborado um
novo material. Esse consiste em um roteiro principal de visitação, com 39 prédios e
pontos históricos, um roteiro alternativo com diversidade cultural e étnica da cidade e
um roteiro gastronômico, com bares, restaurantes e confeitarias mais tradicionais da
84
cidade, além de apresentar a feirinha que ocorre nos domingos nessa área (CTUR,
2012).
O Mapa Turístico destaca os principais pontos turísticos de Curitiba,
explicando inclusive o funcionamento da Linha Turismo. O material faz menção ao
Setor Histórico, que abrange mais especificamente a região entre a Praça João
Candido e Largo da Ordem. Segue abaixo a descrição apresentada desta atração:
Participante nº 1
Participante nº 2
exposto, pode-se supor que é porque ele considera essa área esquecida em meio
ao crescimento da cidade. Ele afirmou ter nascido em uma cidade histórica em
Minas Gerais, o que pode ser um indicador de sua percepção.
Participante nº 3
Participante nº 4
Participante nº 5
Participante nº 6
Participante nº 8
Participante nº 9
Uma artesã (Feira do Largo) com 72 anos, que não concluiu o ensino
fundamental. Ela sempre morou em Curitiba, no momento da abordagem no bairro
Mercês. Ela frequentava o Centro Histórico várias vezes na semana, a trabalho,
incluindo todos os domingos, quando vendia seus produtos na Feira do Largo. Ela
afirmou ter conhecimento da área através da leitura de folders turísticos e por ser
seu lugar de trabalho. Ela se interessava pela história e cultura da área por
considerar interessante.
O mapa mental da participante apresenta alguns ícones, como a Fonte da
Memória, duas barraquinhas e alguns objetos artesanais, sendo elementos de
paisagem construída, a Fonte da Memória, e elementos móveis, como as barracas,
que podem ser transportadas de um lugar a outro. O mapa mental pode ser
visualizado a seguir (FIGURA 43):
101
Como boa parte de sua vida ela dedicou trabalhando na Feira do Largo, o
mais marcante do Centro Histórico para ela é justamente essa manifestação. Ela fez
questão de situar onde é a barraca dela, e mostrar os produtos que vende, as louças
pintadas.
Notou-se no mapeamento que ela não tem a percepção do Centro Histórico
como um todo, mas como alguns elementos que se destacam, e estes refletem os
locais de vivência dela.
Participante nº 10
Participante nº 11
Engenheira com 68 anos de idade e que cursou doutorado. Era a primeira vez
que frequentava o Centro Histórico de Curitiba, pois morava em Belo Horizonte - MG
e estava em Curitiba há um dia. Frequentou a área a passeio, por curiosidade. Não
tinha conhecimento da área, porém se interessava pela história e cultura do Centro
Histórico pois tinha interesse em aprender o que é importante para a cidade, e
considerava que no Centro Histórico é onde tudo começou, e deve ser valorizado e
preservado.
Seu mapa mental (FIGURA 45) é composto por ícones diversos e letras, em
grande quantidade. Os elementos estão dispostos de maneira dispersa, sendo
104
Participante nº 12
que experienciou com maior frequência e intensidade desde sua infância. A Rua São
Francisco, não lembrada por vários participantes, foi demarcada por ele, justamente
pela sua ligação com a mesma.
Participante nº 13
Participante nº 14
conhece bastante a localização das ruas e praças. O mapa mental desenhado por
ela mostrou um ponto-de-vista prático do Centro Histórico, não evidenciando uma
ligação simbólica com o mesmo.
Participante nº 15
Do sexo feminino com 33 anos, cursou ensino médio e trabalhava como babá.
Ela morava em São Paulo – SP e estava em Curitiba há duas semanas e frequentou
o Centro Histórico pela primeira vez para visitar parentes e amigos. Não tinha
conhecimento da área e não se interessava muito pela história e cultura da área pois
não gostou muito, achou a área muito pacata.
110
Participante nº 16
Participante nº 17
Percebe-se que apesar de não morar a tanto tempo em Curitiba, tem uma
forte ligação com o Centro Histórico. Para ele, essa área é onde a cidade começou,
e por isso é o coração da mesma, a alma da cidade. Isso despertou seu interesse
comercial em atuar com o turismo nesse espaço, e por isso tem interesse em
conhecer sempre mais, para valorizar a experiência de seus clientes na cidade, e
em especial nessa área.
Participante nº 18
Participante nº 19
indicado no mapa mental, o que parece de certa forma justificar um pouco a relação
pouco intensa da participante com esse espaço.
Participante nº 20
Participante nº 21
Elemento / Participante 1 2 3 4 5 6 7 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Praça João Candido/Museu Paranaense O O X X X O O O O O X
Praça Garibaldi O O O X X O O O O O X X O
Rua Claudino dos Santos O O O O X O O O O O X O
Largo da Ordem O O O X O O O O O X O
Rua Mateus Leme O O O O X O
Travessa Nestor de Castro O O O O O X O
Praça Tiradentes O X O X X X O O O O O X X O X
Praça José Borges de Macedo O O X O O O O
Praça Generoso Marques O O X X O O O X O
Solar do Barão O X O O O O X X O
Praça do Redentor X
Cemitério Municipal O
Shopping Muller O X X O
Praça 19 de dezembro O X X O X
Rua Riachuelo O O O O X O
Rua São Francisco O O O O O X O O O O O X O
Passeio Público X O X X O O X O X X X
Colégio Estadual do Paraná X O
Teatro Guaíra O X O O
Praça Santos Andrade O O X O O O X
Universidade Federal do Paraná O O X X O O O X O X
Rua XV de Novembro O O X O O O O
Rua Barão do Rio Branco
Praça Zacarias X X
Praça General Osório O O
Praça Rui Barbosa X X
Biblioteca Pública do Paraná O X O X X X O O X X O X
Legenda: O - Elementos marcados de maneira conjunta X - Elementos marcados isoladamente
FIGURA 56 – QUADRO SOBRE O MAPEAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO
FONTE: MÄNNICH (2013)
126
O Centro Histórico de Curitiba pode ser abrangente ou bem restrito, pode ser
um conjunto urbano integrado ou alguns elementos específicos na área central da
cidade. Ele pode ser espaço de religiosidade, de confraternização em bares, de
diversidade e de conhecimento. Ele pode ser uma área engolida pelos prédios,
como pode ser um cenário antigo convidativo, coração da cidade de Curitiba. Pode
ser local de contemplação e tranquilidade, como pode ser espaço de
acontecimentos e festividades. Pode ainda ser local de valor histórico, de cavalos e
carroças, de venda de produtos coloniais, como o local de comércio de artesanatos
e trabalhos manuais. Pode ser local das antigas calçadas de petit-pavé, nas quais
todo tipo de pessoas circula diariamente. Seja como for, é um lugar de experiências,
127
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Centro Histórico de Curitiba e das diferentes formas que ele é percebido pelas
pessoas. Foi possível perceber como as experiências vividas por uma pessoa
podem impactar na forma que elas percebem os lugares, e que um espaço não é
nada por si mesmo, ele é aquilo que as pessoas percebem.
Os resultados encontrados com a pesquisa foram condizentes com o
esperado, justamente por esses apontarem percepções diversificadas do Centro
Histórico de Curitiba. A metodologia foi pertinente e satisfatória, apesar das
dificuldades no processo, já apontadas anteriormente.
Partindo então dos resultados encontrados, diagnostica-se uma necessidade
de abordar de maneira mais enfática o Centro Histórico no planejamento urbano e
turístico da cidade, pensando não apenas sob o objetivo de melhoria estética.
Notou-se que, apesar dos investimentos recentes voltados à revitalização do
espaço, que não há uma preocupação com a apropriação simbólica do mesmo.
Tanto moradores quanto turistas se mostraram interessados em conhecer mais a
respeito dos aspectos culturais e históricos desse espaço, e isso deve ser explorado
melhor, de forma a fortalecer a relação das pessoas com o Centro Histórico, e
otimizar as experiências vividas nele.
131
REFERÊNCIAS
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<http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1299181&tit=C
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